Shadow Kiss por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 35
Capítulo 35




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Enquanto corria para o campus fundamental tentei processar aquela última informação. Rose havia colocado em prática tudo que Tasha pregava. Que os Morois deveriam lutar, junto com os guardiões, contra os Strigois. Ela havia colocado seu protegido em risco, mas eu tinha que admitir que tinha sido uma atitude muito corajosa dela. Quando cheguei a visão era péssima, muitos corpos, tanto de guardiões como de Strigois. Ainda consegui ver muitos fugindo e outros ainda lutando. Um deles, contra Rose. Christian estava ao seu lado, quando ela estacou o último. Eu me aproximei deles, sentindo uma onda de alívio passar por mim ao ver que ela estava perfeitamente bem. Quer dizer, com alguns machucados, mas bem.

“Temos que encontrar outros.” Rose falou olhando em volta.

“Não tem outros” eu falei atrás dela, que se virou para me olhar. Percebi que o seu rosto se iluminou quando me viu, e eu pude ver que ela também tinha se preocupado comigo. Enquanto eu a olhava, não pude deixar de lembrar o que tinha acontecido na noite passada, quando estávamos na cabana. Como eu queria poder deitar com ela em paz novamente. Ela retribuiu meu olhar, com muita cumplicidade.

Eu olhei para o céu, apontando para o leste. Os olhos dela seguiram os meus movimentos. O céu estava alaranjado, mostrando que o sol nasceria em pouco tempo. Nunca o amanhecer foi tão bem vindo.

“Eles ou estão mortos ou estão fugindo. O que vocês dois fizeram-“

“Foi idiota, eu sei” Rose me interrompeu, provavelmente pensando que eu iria começar a fazer um sermão zen ali mesmo. Ledo engano. Eu estava impressionado.

“Foi uma das coisas mais incríveis que eu já vi” falei balançando a cabeça “metade deles são seus.”

Os guardiões que eu havia encontrado pelo caminho estavam totalmente machucados, exaustos, e todos eles falando do fantástico desempenho de Rose. E ali, olhando para ela podia ver que ela parecia pronta para lutar com outra leva de Strigois. E ela tinha derrotado muitos deles, eu podia ver. Nós nos preocupamos bastante com o campus superior e não nos advertirmos que o campus fundamental também estava sob ataque. Havia poucos guardiões ali, se não fosse por Rose, aqueles Morois estariam perdidos. Ela olhou em volta, para os corpos pelo chão, parecendo notar pela primeira vez a real situação. A morte não era algo bom para se lidar e nem algo para se orgulhar, mas eu me sentia orgulhoso de Rose ter tanta capacidade de luta. Isso traria muito respeito e admiração para ela.

“Tem outros corpos aqui, além dos de Strigois.” Ela falou com o olhar triste, constatando as perdas de guardiões.

“Eu sei. Perdemos muitas pessoas, em todo sentido da palavra.”

“Como assim?” Christian perguntou, franzindo as sobrancelhas.

“Os Strigois mataram alguns Morois e dhampirs. E alguns... alguns eles levaram com eles.” Eu os informei. Quando eu estava procurando por Rose, passei por Alberta, que estava começando a levantar os danos. Eu ouvi quando ela citou alguns nomes de desaparecidos.

Eu fui com Rose até o prédio dos guardiões. Eu a deixei esperando do lado de fora e entrei na sala de Alberta que recebia relatórios das contagens das vítimas. O seu telefone tocava sem parar. Eram ligações de toda parte. Morois querendo notícias de seus filhos, dhampirs querendo notícias de seus familiares guardiões e dos próprios guardiões de outras partes do mundo, que pareciam não acreditar o que tinha acontecido. Algumas horas levaram até chegarmos ao número exato daquele massacre. Quinze Morois e vinte dhampirs haviam sido mortos. Um grupo de treze havia sido levado. Tanto Morois, quanto dhampirs. Mais de cinqüenta Strigois tinham nos atacado. Tínhamos contado quase trinta corpos de Strigois. Era um número grande trabalhando juntos. Raramente era visto algo assim. Eu arriscaria dizer que nunca se tinha visto algo assim. Foi um ataque totalmente sem precedentes.

Todos estavam reconhecendo que o aviso da invasão dado por Rose foi fundamental para que tudo não tivesse sido pior. A escola teve tempo de se trancar e traçar uma linha de guarda em torno dos dormitórios. A maioria das vítimas Morois foram os que estavam do lado de fora, quando o aviso de recolher foi dado e os Strigois chegaram.

Os Strigois não conseguiram sequer chegar perto dos dormitórios elementares, graças a Rose, em grande parte. Todavia, um grupo conseguiu entrar no dormitório onde Lissa estava, mas não tinha conseguido ir muito longe, os guardiões conseguiram detê-los. Quando eu ouvi que Eddie foi um dos dhampirs levados, senti uma pontada de tristeza. Ele era muito amigo de Rose e era um aluno bem treinado e disciplinado. Teria sido um grande guardião. Foi uma grande perda.

Saí da sala de Alberta e atualizei Rose com as informações, menos sobre a parte de Eddie, tinha sido muita coisa em pouco tempo para ela, não seria bom para ela lidar com a perda depois de uma noite daquelas. Eu aconselhei que ela fosse descansar um pouco, mas ela preferiu ir até a cafeteria, comer algo e, é claro, verificar se tudo estava bem com Lissa. Eu voltei para a sala de Alberta. O telefone dela ainda tocava sem parar. Eu precisava falar com ela sobre algo.

“Ah, Belikov” Alberta falou assim que eu entrei “você precisa ver esse seu corte. Parece profundo.” Ela falou apontando para o meu rosto. Eu toquei onde doía, um ponto perto da linha do cabelo, no alto da minha testa. “Porque não vai descansar um pouco? Eu mandei chamar reforços. Os melhores guardiões foram convocados para nos cobrirem. Eles devem estar chegando dentro de poucas horas.”

“Precisamos verificar as wards. Elas precisam ser recolocadas.” Eu falei sem arrodeios para ela, que me encarava com ar paciente, apesar da imensa crise. Então me senti encorajado em continuar “Rose tinha uma teoria sobre as wards. Ela me contou e eu não dei ouvidos. Se eu tivesse acreditado nela, poderíamos ter evitado tudo isso.”

“Qual seria essa teoria?”

“Que as wards estavam fracas, por isso ela estava vendo o fantasma de Mason. Considerando que as wards mantêm de fora tudo que não é vivo, um fantasma não poderia aparecer dentro da Academia se elas estivessem funcionando corretamente.”

O olhar de Alberta ainda era paciente, apesar de seu semblante cansado “Essa seria uma boa teoria... se fantasmas existissem, Belikov.”

Eu fui tomado pela realidade. Alberta estava certa. Fantasmas não existiam era o que eu repetia para mim o tempo todo, mas a sucessão de acontecimentos da última noite estava me dizendo que eu teria que reconsiderar muitos destes meus conceitos. Será mesmo que não existiam? Sabendo que aquele era um ponto que não adiantaria discutir naquele momento, eu prossegui por outra linha de pensamento.

“Que seja... mas não podemos ignorar algo: as wards tiveram problemas. Temos que descobrir o que as quebrou, caso contrário, nunca mais estaremos seguros. E temos que descobrir logo, assim que anoitecer, aqueles Strigois voltarão.”

“Concordo com você, pelo menos neste ponto.” Ela falou dando um suspiro “Existem Morois e guardiões verificando isto, embora nenhuma estaca tenha sido encontrada. Ao que parece, os Strigois encontraram outra maneira de quebrar as wards. Uma maneira que não sabemos.”

Aquela era uma terrível constatação. Agora só restava nos preparar para novas invasões. Eu disse a Alberta que ia tomar um banho, comer algo e depois voltaria para encontrar com os guardiões que chegariam. Ela concordou e voltou para sua difícil tarefa de restabelecer a segurança da Academia.


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