Amor por Contrato escrita por pandorabox240


Capítulo 17
(II) Edward Masen Must Pay


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas bonitas! Há quanto tempo! Como estão bem? Desculpem-me o atraso... Além do estágio e da monografia, arrumei mais uma atividade: apresentação de trabalhos em um congresso de comunicação. A gata aqui passou uma semana fazendo artigos para a apresentação junto com a equipe. Pense num sofrimento! Fora a monografia... Eu acho que a orientadora me ama, só pode? Ela quer que eu escreve sempre mais! Oo
Socorro!
Bom, chega de drama e vamos ao capítulo! Aproveitem!



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Edward Masen POV

          Já havia se passado quase um mês desde que eu havia dito a Elizabeth o que estava acontecendo realmente. Bom, o clima aqui em casa não estava indo bem. Elizabeth estava sem falar comigo, Kate tentava me ajudar, mas acabava piorando tudo e Claire se preocupava mais com os problemas dela. A única solução que eu havia achado para tentar sanar o problema era uma drástica redução de gastos. E de uns dias para cá, as mulheres estavam começando a se conformar com a situação.

-Fez bem em demitir Lucy e aquela outra empregada. As duas não ajudavam em nada há dias. - comentou Elizabeth.

-Temos de diminuir gastos, mãe. Foi a primeira solução que eu tive. - respondi.

-É. Por conta disso, nós podemos apreciar os dotes culinários do nosso irmãozinho. - afirmou Kate.

-É Edward. Está ótimo! - disse Claire.

-Obrigado. Mas isso é apenas por enquanto.

-E como fica a situação do colégio das meninas?

-Eu falei com o gestor de Gresham e ele me propôs um acordo: vou pagar em suaves prestações as mensalidades que restam e as meninas não voltam mais a estudar lá.

-Como é? - inquiriu Elizabeth.

      Claire e Kate olhavam tudo espantadas.

-Ah, mãe! Não se faça de surda. As meninas vão sair de Gresham sim. Não temos condições de deixá-las estudando mesmo com bolsas integrais.

-Tudo bem. Mas e onde elas vão estudar?

-Lembrando que ainda estamos aqui, ok? - comentou Kate.

-É. Falam como se fôssemos invisíveis. - continuou Claire.

-Eu andei pesquisando e tem muitas escolas baratas por aqui. Vocês duas irão comigo se quiserem, mas temos de ser rápidos em escolher; o ano letivo já está acabando.

-Se é assim... - comentou Claire.

-Nós vamos amanhã.

-Só por que eu estava gostando de dormir mais um pouco... - comentou Kate.

[...]

     Mais tarde, eu fui ao quarto das minhas irmãs, conversar sobre a minha decisão e saber se elas tinham aceitado bem.

-Posso entrar? - perguntei, batendo na porta.

-Entra, Edward. - ouvi a voz fina de Claire do outro lado.

- Pode falar Ed. - disse Kate, tirando os fones de ouvido.

- Sejam sinceras comigo. Vocês querem continuar estudando em Gresham ou querem estudar em outro colégio?

-Maninho, por que nos pergunta isso? - perguntou Claire.

-Não quero fazer nada que não seja do agrado de vocês. Se vocês desejam continuar em Gresham, eu falo com o gestor, explico a nossa situação mais uma vez e peço para vocês estudarem com bolsas integrais.

-Edward, é claro que vamos seguir a sua sugestão de estudarmos em um colégio mais barato. - respondeu Kate.

-Nem com as bolsas integrais?

-Não. -respondeu.

-Mas por quê?

-Edward, entenda a situação. É melhor irmos a uma community school do que aturarmos aquelas caipiras de Norfolk nos chamando de pobres.

-Isso é verdade?

-Claro! Falam como se fossem tão superiores...  Mas não se preocupe quanto isso, Cathy. Elas falavam isso por que são feiosas e bregas e nós fomos consideradas as mais belas de Gresham. - afirmou Claire.

     Kate e eu rimos da maneira com que Claire falava.

-Mas é a verdade! - afirmou.

-Se vocês preferem assim, amanhã mesmo nós vamos a uma escola que pesquisei.

-Vamos sim! - disse Kate - Vai dar tudo certo.

-É, nós passamos por mais essa. - disse Claire, vindo me abraçar.

-Bom... Eu já vou indo. Quero dormir logo. Vamos bem cedo que eu tenho de resolver várias coisas no banco.

-Tudo bem. - disse Kate - Boa noite!

      Eu tinha sorte de ter irmãs tão boas quanto Claire e Kate. A situação não está nada boa para nós e ainda tenho de resolver a dívida que tenho com o Cullen até o final do mês. Como dizer ao meu querido ex-futuro-sogro que eu gastei praticamente tudo? Eu tinha de dar um jeito.

       No dia seguinte, eu passei a manhã e parte da tarde andando com Claire e Kate por todos os colégios nos arredores do Chelsea e nos bairros mais próximos. Um pouco mais tarde, quando estava indo ao banco, recebi a ligação de Vicky.

-Você chegou de viagem e sequer me avisou. Não gosta mais de mim? - perguntou Vicky, choramingando.

-Boa tarde para você também, Victoria! Eh claro que gosto de você. O problema é que estive ocupado, Ben não te contou?

-Teve tempo de ver o Ben, mas não teve tempo para mim... - continuou chorando.

-Vicky, tem calma. Perdoe-me.

-Ótimo! - de repente o seu humor se alterou - Ben e eu combinamos de nos ver naquele bistrô que nos encontramos uma vez e você está intimado a ir, senhor Edward Anthony Masen.

-Tem de ser hoje mesmo?

-Lógico que sim. Nem invente desculpas.

-Tudo bem, mas não reclame se eu chegar atrasado. Estou chegando no banco agora para resolver uns assuntos.

-Não tem problema. Eu quero que você vá.

-Certo, daqui a pouco eu te ligo.

     Entrei na agência do banco, onde peguei uma senha para uma fila enorme, para apenas tentar falar com o atendente. Quando chegou a minha vez de ser atendido, eu expliquei a minha situação ao atendente e pedi um empréstimo para tentar quitar a primeira parte da dívida que tenho com o barão de Hertford.

-Senhor Masen, entenda-me. O banco não tem autorização de lhe conceder mais um empréstimo. – disse o atendente – Soube que está desempregado. Isso é verdade?

-Sim.

-E o endereço onde está morando agora é o mesmo da residência de sua mãe?

-Sim... – respondi, desgostoso. Já estava ficando com raiva com a maneira que esse subalterno falava.

-Lamento muito, senhor Masen. A hipoteca desta casa não foi quitada até hoje e o vencimento da dívida se encerra esse ano.

-Como assim hipoteca?

-Sua mãe hipotecou a casa onde vivem há mais ou menos dois anos. É o que diz aqui.

-Ela nunca me falou disso. Era só o que me faltava...

-Eu lamento, senhor Masen, mas eu não posso fazer nada.

-Tudo bem... Obrigado pela ajuda. Eu vou dar um jeito nisso.

     Saí da agência bancária, transtornado. O que eu faria agora? Tenho de começar a pagar a dívida que tenho com o Cullen no próximo mês e não tenho mais nenhum centavo. E agora? Eu estou fodido! Totalmente fodido!

     Decidi ver meus amigos no lugar que eles marcaram. Precisava me distrair, ainda mais depois do que aconteceu.

    Estava atravessando a rua do bistrô, quando avistei Ben e Vicky sentados em uma mesa do lado de fora. Acenei para eles e esperei os carros passarem para atravessar a rua. O trânsito estava muito movimentado naquela hora e continuei esperando na calçada. Foi quando vi, no outro lado da rua, Isabella andando escoltada por quatro seguranças. O sinal fechou e sequer tive coragem de sair do lugar. Fiquei apenas olhando feito um bobão. Isabella entrou no bistrô em que os meus amigos estavam e foi em direção a uma das mesas. Lá estava Emmett McCarthy sorrindo para ela e a abraçando. Essa proximidade dos dois me deixou enojado. Tire suas mãos de cima dela, seu acéfalo!

      Atravessei a rua, correndo e entrei feito um furacão na área externa do bistrô.

-Tire as mãos de cima dela seu asno! - gritei e praticamente todos no lugar ouviram.

-Almofadinha?! - perguntou Emmett.

      Emmett e Bella olharam para mim, assustados.

-Edward, o que está fazendo aqui? Para de me perseguir! - gritou Isabella.

-Isabella, eu te amo! Volte para mim!

-O que? - ela perguntou, chocada.

-Como se ele falasse a verdade... Vem Izzy! - disse Emmett, pegando a mão de Isabella.

-Largue-a! - falei, puxando Isabella para perto de mim.

-Me solta! - gritou Isabella.

     O gerente veio intervir:

-Não quero saber de brigas no meu estabelecimento. Se quiserem mesmo brigar, vão lá para fora.

-É, solte-a!

-Cala a boca!

     O soco que eu dei em Emmett, fez com que ele “voasse” e caísse em cima da mesa.

- Olha o que você fez! - reclamou Isabella.

-Nem ligo. - disse, puxando-a para um beijo.

-Edward, está brincando de estátua no meio da rua? – perguntou Ben.

-Hã? O que?

       Era só a minha imaginação me pregando mais uma... Eu sequer havia saído da calçada...

-Edward, você não vai entrar? – perguntou Vicky, pondo-se na minha frente.

-Mas o que? Como não vi vocês saírem?

-Ficou aí parado feito um bobão, brincando de estátua! Não vamos entrar?

-Não. Vamos embora.

-Mas o que...? – perguntou Vicky – Ah... Ela.

-Putz! – comentou Ben.

-Vamos embora daqui. – falei antes que ela nos visse.

 [...]

-Era só o que me faltava. – disse, bebendo um gole de cerveja – Londres é uma cidade tão grande e na única vez que saio com os meus amigos, eu encontro Isabella andando por aí toda bonitona e gostosona para se encontrar com aquele frutinha do Emmett McCarthy!

       Estava bebendo em um bar perto do bistrô que havíamos combinado de nos encontrar. Desde o momento em que sentamos, pedimos as cervejas eu não parei em nenhum segundo de reclamar.

-Edward, chega! – pediu Vicky – Esqueça a Isabella! Vamos aproveitar que estamos todos aqui juntos para comemorar a sua volta! Não é, Ben?

-Esse aí não vai parar de reclamar nunca! – comentou.

-Eu sei que você sentiu a minha falta, amor. – falei.

      Ben fez cara feia para mim e voltou a beber.

-Deixando os sentimentalismos toscos de lado, como foi a sua viagem de negócios às nossas antigas colônias? – perguntou Vicky.

-Um tremendo de um fracasso. – disse simplesmente.

-Como é? – perguntaram os dois juntos.

-Um fracasso. Não consegui nada! Perdi todo o meu dinheiro por um descuido de minha mãe, não sei como pagar a dívida que tenho com o Cullen, a situação da fábrica continuará a mesma e não sei o que fazer!

-Meu Deus, Edward! – exclamou Vicky – Como isso aconteceu?

-Eu não sei bem. Quando percebi, já não dava para consertar mais nada... É por isso que não queria falar com vocês sobre o que estava se passando quando fui para os Estados Unidos.  Minha mãe já havia gastado quase tudo, achando que tínhamos dinheiro suficiente... Minhas irmãs vão ter de estudar em uma escola mais barata...

-Mas por que isso, Ed? – perguntou Ben – Não se lembra do que combinamos antes de você viajar? Que qualquer problema que você tivesse, nos ligaria para tentar te ajudar?

-E vocês acham mesmo que eu iria perturbá-los com os meus problemas enquanto se davam bem em suas carreiras? Eu não queria que me vissem do jeito que eu estava... Só concordei em ver vocês por que Victoria insistiu. 

-Edward, entenda. Nós somos seus amigos. Seus únicos amigos de verdade. – frisou Vicky – Entenda que não vamos estragar a nossa amizade por conta de questões financeiras. Já estivemos na pior também. Passamos por isso. Juntos. Com certeza, você irá superar todos esses problemas.

-É, Edward... Se quiser a nossa ajuda...

-Não, eu não quero dinheiro nenhum! Não quero ficar devendo a mais ninguém! – disse, revoltado.

-Edward, entenda que não temos condições de te ajudar a pagar a dívida... – disse Vicky – Mas estamos dispostos a te ajudar de qualquer maneira.

       De repente, bateu uma vergonha...

-Lá no Daily Mirror estão precisando de mais um revisor. Não precisa ser jornalista...

-Revisor de jornal? – perguntei, amuado.

-É... Não é grande coisa, mas pelo menos, você tem algum dinheiro para o mês.

-Não sei o que dizer, Ben...

-Pode apenas dizer que eu o indiquei.

-Obrigado mesmo.

-Vai dar tudo certo. – disse Vicky.

-Assim espero... 

       Eu era um cara de sorte por encontrar amigos assim. Não achava que eles fossem me tratar da mesma forma de antes. Achava que, pelo fato de eles estarem bem de vida, não falariam mais comigo, mas era eu quem tinha uma visão errada de Ben e Vicky.

     Voltei para casa e encontrei Elizabeth conversando com a diarista.

-Quando a senhora terminar aí, eu quero ter uma conversa. - disse quando passei por ela.

     Pouco depois, Elizabeth apareceu no meu quarto.

-O que você quer conversar comigo, filho?

-Eu quero que você me explique o motivo de não me falar sobre a hipoteca desta casa. Vou logo avisando que não quero nenhuma desculpa, mãe.

-Edward, eu... Eu hipotequei esta casa quando tínhamos nada. O fisco nos tirou tudo e o seu pai havia falecido... Foi a única solução que encontrei na época.

-E por que a senhora não me avisou disso logo?

-Eu me esqueci... Eu achei que resolveríamos logo este problema.

-Mãe, pelo amor de Deus! A senhora não entende a gravidade do seu erro? Estamos sem dinheiro e corremos o risco de perder a casa também! Poderia ter me avisado antes e já teríamos resolvido o problema!

     Elizabeth calou-se.

-Eu falei com o Ben hoje. Ele me disse que no jornal onde ele trabalhava estão precisando de um revisor.

-Como?!

-Eu vou amanhã no Daily Mirror para uma entrevista. Ben já conversou com o antigo chefe dele. Bom... Não é certeza, mas espero que dê certo.

-Vou torcer para que dê certo.

-Milagre a senhora dizer isso! Vai chover?

-Ora, Edward... Não fale assim...

-Mas é a verdade! Quantas vezes a senhora me incentivou quando tentei resolver nossos problemas do meu jeito e não da maneira como a senhora gostaria?

-Edward, por favor...

-Mãe, não quero mais discutir sobre isso... Vou falar com as meninas. - disse saindo do quarto.

      Fui ao quarto de Claire e Kate e as vi olhando os folders dos colégios que havíamos visitado.

-Oi, Edward! - disse Claire - Já entramos em um consenso quanto à escolha do colégio que vamos estudar!

-É, os quesitos eram garotos bonitos e fardas que deem para costumizar. - disse Kate enfadada.

-Deixa de ser chata, Kitty! - reclamou Claire - Nós vamos estudar em Chiswick. É perto daqui.

-Pois amanhã eu faço as matrículas e vocês já começam. Tudo bem assim?

-Sem problemas. - disse Kate.

-Veja, Catherine. - disse Claire mostrando o folder do colégio - O método de ensino de lá é muito bom. Garanto que você conseguirá uma ótima vaga em Oxford.

-Assim espero...

-Meninas, entendam. Eh apenas uma situação provisória. Logo estarão em um colégio melhor.

-É maninho. Logo tudo voltará ao normal. - afirmou Claire.

     Será mesmo que as nossas vidas voltariam ao normal? Será que eu conseguiria resolver tudo?

      Foi com a mente cheia de questionamentos que fui à entrevista com o editor do Daily Mirror. Falei da minha única experiência profissional na Eton College e que gostaria tentar algo diferente. O editor pareceu gostar de mim e me prometeu que daria a resposta ainda naquele mesmo dia. Não vou mentir que estava me sentindo confiante quanto àquela entrevista. Estava nervoso, mas não deixei transparecer isso para o editor.

       Horas depois, quando já estava em casa, o editor me ligou dizendo que o meu trabalho começaria no dia seguinte. Ben apareceu na minha casa depois que soube da notícia.

-Não sabe como isso me deixa melhor, Ben. - comentei - O fato de pensar que eu não poderia mais sustentar a minha família e até mesmo perder a minha casa, isso tudo me deixou angustiado. Mas agora com esse emprego...

       Ben havia se apossado da minha cama e eu estava sendo na enorme janela do meu quarto.

-Isso é bom, cara! - comentou Ben - Agora as coisas vão melhorar.

-E muito. Obrigado mesmo por ter me indicado ao emprego.

-Não foi nada. Sabe que sempre contar com a minha ajuda e a da Vicky, não é?

-Eu sei, cara. Eu te amo Ben! – falei, soltando um beijo para ele.

-Vamos deixar a pederastia de lado. Parece que voltou de viagem ainda mais efeminado.

-Lógico que não. Deus me livre!

    Automaticamente, o aparelho de som começou a tocar Stereophonics; Ben falava e eu não prestava atenção em nada.

-Edward? Edward?! EDWARD!

-O que é?

-Eu falo direto e você fica aí “viajando”...

-Desculpe. É essa banda...

-Vai me dizer que se apaixonou pelo Kelly Jones?

-Não... Nada a ver. É que agora me lembrei... Eu ouvia essa banda com a Isabella.

-Ih, eu sabia que era isso...

-Pois é... Ela está mais linda agora.

-Mas de que adianta? Ela nem dá importância para você, sabe por quê? Por que você deu uma rasteira nela.

-Por quantas vezes você vai ficar me lembrando disso?

-Me deixa ver... 1, 2, 3 – disse, contando nos dedos – Várias vezes!

-Eu não posso deixar de dizer que não preciso de inimigos como você se já tenho amigos como você, Ben.

-Claro! Você não gosta de ouvir isso por que sabe que é verdade.

-É! É verdade... – disse, indo me sentar em uma cadeira – Assim como é verdade que me vi amando-a depois que a perdi...

-Sei... As coisas são mesmo engraçadas...

-Como assim?

-Um dia desses... Acho que já tem um tempinho... Uma pessoa me disse que o amor deixa as pessoas frágeis, com medo, desconfiadas... E hoje essa mesma pessoa me diz que ama outra.

-Pois é... O mundo dá voltas... – afirmei, com desânimo.

       O que não deixava de ser uma grande verdade. Ben havia ido embora logo depois e fui dormir. No dia seguinte, tive de acordar mais cedo que o habitual para pegar um metrô e chegar logo à sede do Daily Mirror para o trabalho. O chefe de reportagem do jornal ia me explicando o trabalho a ser feito que era a revisão dos textos do impresso e do site do Daily. Era um trabalho simples, mas eu teria de ser rápido na correção de erros quando me mandassem os textos a serem publicados no site.

        Nas primeiras semanas de trabalho, eu pegava o metrô com as minhas irmãs. Na tentativa de reduzir gastos, eu achei uma bicicleta velha minha esquecida na minha casa e passei a acordar mais cedo para ir com a bicicleta ao trabalho. Era bastante proveitoso e eu economizava muito. O único problema é que eu chegava praticamente morto na sede do jornal. Isso é o que dá a pessoa fumar feito uma chaminé!

      Um belo dia, quando estava saindo do estacionamento da sede do jornal com a bicicleta após o expediente, eu deixei cair as chaves de casa no chão. No momento que eu apanhava as chaves do chão, vi uma pessoa se aproximar de mim.

-Olá, Masen. – disse Emmett.

-Emmett?! – perguntei, assustado - O que faz aqui? Se for o problema do barão, diga a ele que estou resolvendo isso com o banco.

-Não, isso não tem nada a ver. Eu vim aqui representando a minha cliente, uma vez que você não respondeu a nenhum dos e-mails que mandamos.

       Achava que era spam...

-Não tive tempo. – menti – Mas o que quer comigo se não veio falar da minha dívida com o Cullen?

-Isabella Swan, a minha cliente, quer tratar de negócios com você. Ela tem uma boa oferta para comprar a Masen Textiles.

      O que?! Não podia ser verdade...

Isabella Swan POV

    Estava refletindo sobre o que Alice me falou do jantar que os barões Cullen irão oferecer em comemoração a alta de Rosalie. Ao que parece, a baronesa queria muito que eu comparecesse ao jantar, mas como aparecer em Hertford depois de tudo o que aconteceu? E como encarar Rosalie?

-Lady Isabella? Lady Isabella? – perguntava Zafrina, quando entrou na sala de jantar.

-O que foi? – estava distraída com esse jantar.

-Uma moça que se identificou como Leah está na porta querendo conversar com a senhorita.

-Mande-a entrar!

     Olhei para o meu reflexo no espelho da sala e arrumei as minhas roupas.

-Eu ainda não acredito no que vejo. – disse, quando entrou na sala.

-Leah! – disse, abraçando-a – Como está?

-Eu estou bem, mas pelo que vejo, você está ótima, Isabella.

-Não é nada demais... Mas o que a traz aqui?

-Vim lhe dizer que também saí da casa dos Cullen. Maggie está mais insuportável do que nunca.

-Aquela ali não melhora nunca... Mas como você está? Está faltando algo para você? Sabe que posso lhe ajudar.

-Obrigada pela ajuda, Isabella. Mas não é isso. Eu vim contar para a primeira pessoa que me estimulou a procurar algo melhor para mim e para a minha família do que o emprego em Hertford. Fui contratada como a nova recepcionista do hotel Chancery Court Hotel.

-Isso é ótimo! Meus parabéns, Leah!

-É sim! Graças a você ter saído de Hertford, eu criei vergonha na cara de fazer um curso técnico. Com isso, vou voltar a estudar também.

-Fico feliz por isso, Leah!

-Obrigada! Vim apenas para te agradecer e ver como está.

       O meu celular começou a tocar e vi uma mensagem de voz de Emmett, me chamando para irmos até um bistrô perto do escritório dele.

-Bom, eu vou indo... Tenho de ir atrás de muita coisa para conseguir a vaga realmente.

-Tudo bem... Eu tenho de sair agora. Compromisso de última hora, mas apareça mais vezes.

-Tudo bem. Até mais, Isabella. 

        Zafrina acompanhou-a até a porta e fui me arrumar para me encontrar com Emmett. Vesti uma regata branca com um short jeans e calcei ankle boots de cor bege. Para não parecer tão básica, vesti um blazer da mesma cor. Passei uma maquiagem leve e saí com os quatro seguranças que me acompanhavam para onde quer que eu fosse. Confesso que, às vezes, não gostava de ser obrigada a sair com eles, mas o que eu podia fazer?

[...]

 -Izzy! – Emmett me chamou.

       Fui até a mesa onde ele estava e o abracei.

-Emmett, como você está?

-Estou bem.

      Olhei para a rua e senti que estava sendo observada. Que sensação estranha! As pessoas passavam depressa e não vi ninguém “suspeito”.

-O que foi, Izzy? Aconteceu alguma coisa? – perguntou quando puxou a cadeira para que eu sentasse.

-Não... Não aconteceu nada. – respondi – Mas por que você me chamou aqui?

-Ah, Izzy... Não se pode mais ver os amigos?

-Claro que pode. Estava apenas brincando contigo. – disse, rindo.

-Ah bom... Falando em amizades e afins, já soube do jantar que Esme está organizando para comemorar a volta da Rose?

-Já. Estava com Alice quando Esme ligou.

-E você vai?

-Estou pensando em não ir. Veja bem, Emmett, será a situação mais constrangedora de toda a minha vida. Como vou encarar Rosalie e os barões depois de tudo o que aconteceu? E quanto àquela empregada que maltratava a mim e a minha mãe? O que faço?

-Sinceramente eu não sei, mas tenho de ir. É a minha obrigação.

-Ah é... Havia me esquecido que você trabalha para o Cullen.

-Exatamente.

-Alice vai a esse jantar e vai querer me arrastar...

-Não deve ser tão ruim assim...

-Aham... Diz isso para a sua paixãozinha que deve me odiar. Aliás, você já falou com ela para saber como continuam as coisas?

     Emmett me deu um sorriso forçado e perguntou:

-E quanto aquele almofadinha que reapareceu na cidade um dia desses?

-Nem me pergunte dele...

-Tudo bem... Vamos mudar de assunto. Eu falei com aquele inspetor da Scotland Yard que está chefiando as investigações sobre o paradeiro do seu querido tio.

-E o que aconteceu? Temos mais novidades sobre o paradeiro de James?

-Sim! O frentista de um posto de gasolina de Vermont disse ter reconhecido um homem com as mesmas feições de Dwyer.

-Isso é ótimo! Mas como Dwyer consegue desaparecer tão rápido?

-Vai saber... O importante é que estamos próximos de encontra-lo e coloca-lo atrás das grades.

-Assim espero...

[...]

-Você ainda não se arrumou? – perguntou Alice, invadindo o meu quarto – Eu disse a baronesa Esme que você iria ao jantar.

-Já disse que não vou. – respondi, fazendo questões de Física – Sabe muito bem o motivo.

-Ah, Bella... Vamos ser apenas eu, Jasper e Emmett.

-Podem se virar sem a minha pessoa.

-Por favor, Bella... Nós podemos sair depois do jantar. Os quatro.

-Não, obrigada.

-Bella, será melhor que ficar estudando Hidrostática a noite toda. – disse, pegando o livro que estava na minha cama.

-Escolhe um vestido para eu vestir que vou tomar banho.

-Foi o que imaginei.

     À medida que estávamos nos aproximando de Hertford, mais eu ficava nervosa. Estava com a impressão de que aconteceria algo de ruim neste jantar.

     Ao chegarmos ao hall de entrada de Hertford Palace fomos muito bem recebidos por Billy. Ele sorriu quando me viu.

-Alice! Isabella! – disse Esme quando nos viu – Sejam bem-vindas! Bella, como você está belíssima! Quase não a reconheci.

-Obrigada, senhora baronesa. – disse - É muita gentileza sua.

-Boa noite, senhora baronesa! – disse Alice.

-Alice, minha querida, como está? E quem é este rapaz bonito?

-Este é Jasper Whitlock, meu namorado.

-Muito prazer vê-la, senhora baronesa.

-Estou encantada em revê-lo, Jasper. Mas venham... Emmett e seus pais já estão lá dentro conversando com Carlisle. Rose deverá descer logo.

     Entramos na sala de visitas e ficamos conversando com os barões e a família de Emmett. Era bizarra a maneira com que os barões se dirigiam a mim. Até um dia desses, Esme falava comigo para dar ordens. Hoje, ela me trata como se nada do que eu passei aqui, tivesse acontecido. Tudo parecia estar bem quando, de repente, Rosalie apareceu no salão de visitas.

-Boa noite a todos! – disse.

     Eu estava de frente para Jasper quando Rosalie entrou no salão de visitas e não a vi de imediato. Levantei-me e vi Alice cumprimentá-la. Rosalie estava totalmente diferente. Com uma aparência bem mais saudável de quando a vi pela última vez. Os cabelos loiros platinados que ela possuía, estavam mais escuros. Ela sorria mais; bem diferente da garota que sempre estava enojada. Encarei Emmett e ele parecia abalado. Logo depois de falar com Jasper e os pais de Emmett, Rosalie olhou para nós e falou:

-Emmett! Não sabia que você viria.

-Não iria fazer uma desfeita dessas com você, Rose. – falou Emmett, polido.

-Obrigada por ter vindo. – falou, gentil – Minha Nossa! É você mesmo, Isabella? – perguntou quando me viu – Ou melhor... Lady Isabella.

-Rosalie, querida, não precisa usar estes termos comigo. – respondi, com um sorriso sardônico – Agora estamos de igual para igual.

     Alice não sabia para onde olhar e Jasper tentava não rir da situação.

-É claro... Mas olha só... Você está linda. – Rosalie deveria saber desde já que não estava tratando com a mesma Isabella de antes.

-Obrigada. – continuei com o mesmo tom.

     Eu a encarava e a tratava educadamente, mas internamente, eu me sentia insegura e estava tremendo. Uma reação totalmente normal à situação que estava se instaurando. Enquanto os barões e os pais de Emmett conversavam, nós nos encarávamos, constrangidos. A tensão era palpável. Bem que eu previ isso...

-Alice e Bella, por que não vamos ao meu quarto conversarmos um pouco mais? – perguntou Rosalie – Tratarmos sobre assuntos “de meninas”.

-Tudo bem. – respondeu Alice – O que acha, Bella?

-Hum... Mas é claro! Vamos!

       Enquanto estávamos no quarto com Rosalie, a tensão só fez aumentar. Alice estava conversando com Rosalie normalmente. No meu caso, eu fazia de um tudo para não deixar transparecer nenhuma reação que denunciasse o meu nervosismo. Eu sabia que isso seria difícil... Rosalie tentava ser gentil conosco, mas só piorava.

[...]  

      Eu havia saído do quarto de Rosalie para ir a sala de jantar. Estava passando pelos corredores da casa, quando vi a porta do escritório de Carlisle entreaberta. Pude ver o barão conversando com Emmett. Olhei em volta e não vi ninguém por perto. Decidi ouvir a conversa.

-Senhor Carlisle, entenda que ele não tem o menor tino para isso. – dizia Emmett.

      De que homem eles estavam falando?

-Eu não quero saber se é ele desprovido dessa capacidade, Emmett! Eu quero apenas que Edward Masen cumpra o prazo que está no contrato que assinou. – ordenou Carlisle.

-Senhor barão, pelo que ouvi, Masen não conseguiu entrar em sociedade com nenhuma outra empresa. E, ao que parece, o dinheiro que concedemos a ele por meio de empréstimo, já está acabando.

     O quê? Edward estava falido de novo?

-Não quero passar a mão na cabeça desse moleque inconsequente. Ele vai pagar o empréstimo no prazo que está no contrato. Entenda, Emmett, não é por questões financeiras. É pessoal.

-Eu entendi, senhor barão. O prazo se encerra no mês que vem, caso Masen não pague, resolvemos isso judicialmente.

-Ele não terá dinheiro nenhum, Emmett. Ele vai sofrer as consequências de ter se envolvido com a minha filha e tê-la desonrado.

      Espera aí! Edward Masen “desonrou” Rosalie? Isso é piada, não é? Não me contive e comecei a rir. Rir bem alto!

-Por acaso está rindo da minha situação, Emmett? – perguntou Carlisle.

-Não, senhor barão. – respondeu Emmett, nervoso – Não ri do senhor.

-Então por que ouvi uma risada?

-Asseguro-lhe que não fui eu.

-Tudo bem... Eu vou descer a sala de jantar. Esme já deve estar esperando.

-Eu vou em seguida.

       Escondi-me atrás de uma coluna e esperei o barão passar. Logo após, Emmett saiu do escritório com uma expressão furiosa no rosto.

-Sua diabinha! Olha só o que me fez passar! – falou, rindo.

-Vai me dizer que o que o barão disse não deu vontade de rir?

-Deu, mas não podia ser na frente do barão!

-Desculpe-me, eu não me controlei.

-Vamos à sala de jantar. Devem estar nos esperando.

-Tudo bem...

         Chegamos à sala de jantar, onde todos já se encontravam sentados à mesa. Eu me sentei entre Emmett e Alice e pude ver Rosalie nos encarando. Olhei para Emmett, que arrumava o guardanapo no colo, rindo baixinho. Rose continuava nos encarando e segurava com força os talheres. Seriam ciúmes? Rosalie sentindo ciúmes de mim e de Emmett? Emmett e eu éramos apenas amigos... E não tinha a menor possibilidade de nos relacionarmos... Qual a graça de ver Rosalie sentindo ciúmes se não havia nada entre Emmett e eu? Ah, ela poderia pensar que haveria algo, mesmo não tendo nada.

-O que foi, Izzy? – perguntou Emmett, quando toquei o seu braço.

-Nada, desculpe-me, foi sem querer...

     Precisava pensar em algo melhor, mas Rosalie ainda nos encarava; sinal de que estava dando certo. De repente, vieram as empregadas com o jantar para nos servir. Foi aí que eu pude me reencontrar com aquela que considerava a cruz que era obrigada a carregar quando morava em Hertford: Margaret. Encarei-a com o mesmo sorriso que ela me dava quando se fazia de boazinha. Margaret, com seu uniforme totalmente impecável, parecia furiosa a me ver sentada a mesa, junto com aqueles que antes, foram meus patrões. Os empregados começaram a nos servir e eu continuava encarando Maggie. Quando todos começaram a comer, eu falei em voz alta:

-Espere, criada. Quero que troque este garfo por outro. Está sujo.

       Todos olharam para mim, espantados, até mesmo a porca da Maggie.

-Desculpem-me interromper o jantar, senhor Carlisle e senhora Esme, mas realizar as refeições com higiene é algo fundamental.

-Claro, claro... Nós compreendemos. – afirmou Carlisle – Margaret vá trocar o garfo de Lady Isabella.

        Maggie veio até a mesa e me encarou possessa de raiva. Quando pegou o garfo, eu continuei:

-Por favor, senhora Maggie, troque a água. Acredito ter visto algo dentro da taça.

       Emmett e Jasper se controlavam para não rir; a mãe de Emmett fez cara feia para ele. Alice olhava para o prato, chocada. Os Cullen não sabiam o que fazer.

-Sim, senhorita. – disse Maggie. Só faltava sair fogo pelas narinas. Eu ria internamente da situação.

-Obrigada. – falei.

          Uma das empregadas veio trazendo um novo garfo e outra taça com água, e finalmente, seguimos com o jantar.

[...]

-Meu Deus, Bella! – comentava Alice, ainda chocada – Por que você fez isso com os barões e com aquela empregada?

       Estava com Alice e Jasper voltando para minha a mansão em Notting Hill. Eu não conseguia parar de rir. Jasper me encarava e me fazia rir ainda mais.

-Eu não resisti! – afirmei, rindo.

-Que horror, Bella! – continuou Alice – A Esme não sabia onde esconder a cara!

     Jasper e eu rimos ainda mais.

-Já estava vendo a hora daquela empregada voar em cima de você para lhe dar uma surra!

-Já dizia alguém: Tudo o que vai, um dia volta. Ela só teve o que mereceu.

-Mas Bella...

-Eu te avisei que preferia ficar em casa. Deu no que deu!

-E o que você fez com Rosalie? Acha que eu não vi?

-O que?

-Você fazendo carinho no Emmett!

-Alix, pensa bem, ela nos viu chegando à sala de jantar, achando que nós temos algo. Mas Emmett e eu não estamos juntos! Qual é a graça de Rosalie sentir ciúmes se não temos nada? É mais divertido se ela acreditar nessa mentira!

     Jasper e Alice me encararam, chocados.

-Sério que você vai fazer isso com ela? – perguntou Jasper.

-Quem é você e onde escondeu a minha amiga? – perguntou Alice, assustada.

-Sou a mesma Isabella, Alice. Além do mais, você acreditou mesmo naquela conversa dela de Barbie Girl, com aquele negócio de estar mais boazinha e valorizar as amizades? Eu não acreditei!

-Eu também não, mas...

-Mas nada, Alice. Esqueceu-se de tudo o que aconteceu?

-É, mas entenda que pessoas podem mudar... Até você está diferente.

-Eu não acredito nisso...

-Se você diz...

      Durante a volta a Notting Hill, eu fiquei olhando as paisagens. É claro que tinha as minhas dúvidas quanto à mudança de Rosalie, mas as pessoas poderiam se tornar diferentes e até eu mesma não reconhecia em mim nenhum traço daquela garota que trabalhava como empregada doméstica em Hertford.

[...]

    Alguns dias depois, eu marquei uma reunião com Alice e Emmett para discutir sobre a construção do ateliê da Serenity na Rua Oxford.

-O ponto principal é saber como vou conseguir tecido para trabalhar. Material auxiliar de trabalho, como máquinas de costura, agulhas, tesouras, foram compradas... Já contratei pessoas para me ajudar. – contava Alice – Mas como fazer as peças sem tecido nenhum?

     O meu celular começou a tocar; acho que já previa quem era: Mike.

-Desculpem-me. – falei, recusando a ligação.

-Alice, fique calma... – pedia Emmett – Estou atrás de distribuidoras de tecido, mas os preços estão muito acima do orçamento.

-Emmett, eu sei que economizar agora é a melhor solução, mas já economizamos demais! Tem de haver mais investimento! Tivemos sorte em conseguir um patrocinador para o desfile.

-Eu sei, Alice, mas...

      O meu celular tocou novamente e já estava começando a ficar com raiva. Mike havia me ligado a semana toda e eu nunca retornava os seus telefonemas.

-Bella, desliga logo isso se não quer falar com ele... – disse Alice.

-Tudo bem. – disse, desligando o celular.

-Então vamos pensar em uma solução melhor para este problema. – disse Emmett.

      Eu ouvia a toda reunião calada, quando tive uma ideia.

-Pessoas, eu acho que sei como resolver o problema da distribuição de tecidos. Podemos comprar parte das ações de uma fábrica de tecidos.

-E qual será? – perguntou Alice.

-Vamos comprar a Masen Textiles.

-O que? – perguntaram os dois de uma vez.

     Alice e Emmett me encararam, chocados com o que eu disse.

-Tem ideia do que acabou de dizer, Bella? – perguntou Alice – Acho que você não deve estar muito bem.

-Melhor dizendo... Você pirou, Izzy? – comentou Emmett.

-Lógico que não. Eu disse que pensei numa ideia barata e que ajude no nosso problema.

-Com tantas fábricas têxteis na Inglaterra, Bella, você pensou justo na empresa que é pertencente ao canalha de Edward Masen?

-Entendam... Eu ouvi que Edward Masen está falindo novamente. Ele vai fazer de um tudo para manter a fábrica e não ficar na miséria total. Qualquer oferta que lançarmos, ele vai aceitar. Fora que conseguiremos os tecidos por um preço bem mais acessível.

-Izzy, pelo amor de Deus, entende a situação em que quer nos meter? Não tem a menor condição de falarmos com aquele filho da puta sem sentir vontade de encher a cara dele de porrada! – explicou Emmett.

-Emmett, por favor, deixe-me explicar isso...

-Bella, não tem o que explicar! – falou Alice – É como o Emmett disse. Se nós viermos realmente a fechar um negócio com este... Esta criatura dos infernos, qualquer impasse que tivermos sobre a fábrica, poderá ser considerada a Terceira Guerra Mundial! Entenda isso!

-Alix, não exagera... Sejamos civilizados e vamos resolver o nosso problema.

-Deve haver outras formas. – comentou Alice.

-É, podemos adequar os preços das distribuidoras de tecidos ao orçamento. – afirmou Emmett – Não se preocupe. Dará certo.

-Mas esperem aí...

-Ótimo. Eu já vou indo. Jasper reclamou que quase não nos vemos. – disse Alice, levantando-se da mesa.

-Vocês não vão me ouvir? – implorei.

-E hoje vou ver a minha mãe. – falou Emmett - Georgina anda reclamando demais também.

-Alice e Emmett, calem a boca e me escutem! Vamos tratar isso com o Masen. Caso não dê certo, escolhemos outra opção. Entendam que esta é uma solução barata que vai caber no orçamento que fizemos inicialmente.

-Tudo bem... Agora nos explica como vamos falar com ele? – perguntou Alice – O Emmett precisa ir às reuniões vestido como o Hannibal Lecter n‘O Silêncio dos Inocentes?

-O que?! – Emmett quis saber, assustado.

-Não será necessário. Vamos atrás do contato dele e marcamos uma reunião para tratar do assunto.

-Você é quem diz. – comentou Alice – Sabe que não concordo em nada com essa história toda, mas parece uma boa solução.

-Sendo assim, eu vou preparar toda uma documentação com dados como gráficos, demonstrando a situação da fábrica após a nossa sociedade, participação na empresa, percentual dos lucros...

-Toda a parte burocrática que, na minha humilde opinião, é muito chato. – falou Alice.

-Tudo bem, Emmett... Dou-lhe um mês para preparar esta documentação. Até lá, veremos uma forma de como abordar Masen.

       Depois da reunião, Emmett voltou para o seu escritório enquanto Alice e eu fomos para a minha casa. Durante o trajeto, Alice me fez a seguinte pergunta:

-Bella, me responde isso direito. Você não está planejando essa reunião com o Masen apenas para vê-lo?

-Alice não começa...

-Você vai me ouvir. Emmett até perguntou isso na reunião... Com tantas fábricas no país, por que querer se vincular a uma fábrica falida, em que a maioria da administração foi presa por desfalque e o fisco retirou quase tudo da família, inclusive dos filhos do último dono, que um deles foi seu namorado ocasional?

-Quer que eu explique os motivos mais uma vez, Alice?

-Não me convenceram. Mas reconheço que é uma boa ideia. Ainda saio no tapa com Emmett por causa dessa ideia dele de cortar gastos.

    A cena dos dois brigando me veio à mente e começamos a rir.

-Entenda que essa situação é temporária. Quando eu completar dezoito anos, tudo ficará melhor.

-Assim espero.

FIM DO CAPÍTULO 3


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Notas finais do capítulo

Como eu já estava dizendo, a monografia andou ocupando o meu tempo e não tenho o quarto capítulo pronto, o que vai demorar um pouco mais nas postagens. Entendam que eu não quero defender algo que saia ruim... Por favor, entendam. =/