Casamento à Francesa escrita por lafleur


Capítulo 2
Conciliação


Notas iniciais do capítulo

Comentem, comentem, comentem pra eu ter uma idéia se a história está boa, se não vou empacar D:



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Conciliação

2

Kyle me encara, a espera de uma resposta. Cruzo os braços, feito uma criança birrenta.

— O que deu em mim? – Grito, extremamente irritada. Como ele pode ter a cara-de-pau de me perguntar?

— Não grite. – Ele diz e então fecha os olhos. — Se você não disser, não poderemos resolver.

— Não é óbvio? – Digo, franzindo o rosto. — Você estava com Elizabeth agora a pouco, e você a estava abraçando semana passada, se é que não estava beijando-a, ou fazendo coisas mais! – Explodo feito uma metralhadora.

— Não seja idiota Mellody. – Ele diz, quase sorrindo. A raiva era quase como um vulcão borbulhando dentro de mim. — Você é quem estava correndo atrás de Lew e aquele Yohan. — Ele diz, cheio da razão. Engulo em seco.

Exatamente. Eu estava correndo dele! Correndo para longe! – Sibilo. – E Yohan é apenas um amigo. Ele está noivo! Como você pôde... Você sabe que ele é quase casado, nós estudamos juntos! – Grito e quase esperneio. Estou de saco cheio dessa situação.

— E você sabe que eu odeio Elizabeth tanto quanto você! Eu estava brigando com ela, para que se mantivesse longe! – Ele gesticula, tentando justificar.

— Há! Poupe-me disso de novo, Kyle. – Estreito os olhos. — Até parece que não sei que você fica de olho na comissão de frente DELA! – Me afogo no sofá. Os olhos dele se arregalam.

— De onde você tirou isso, Mel? – Ele ria de deboche.

— Ora, imagine, de onde... – Viro para o outro lado.

— Não seja ridícula Mel. Você sabe que eu lhe amo. E você sabe que tenho tentado me livrar de Elizabeth e todas as outras. Você sabe. Não tenho culpa de todas as mensagens. Posso trocar de celular de novo, se você quiser. – Ele se senta ao meu lado. Meu coração palpita.

Respiro fundo.

— E outra, você é a única tenente naquele lugar cheio de machos. O que quer que eu faça? – Ele acaricia meu braço. Estremeço, embora não seja de frio. Engulo seco.

— Kyle... Eu não posso competir com suas amiguinhas ridículas! – Arqueio a sobrancelha e faço uma careta.

— Não há competição, já estou com você. – Ele lembra.

— Quem me garante que elas não vão me roubar? – Indago e depois me arrependo. Sinal de ciúme, é isso que ele vai dizer.

— Eu. – Ele sorri. – Posso até assinar um contrato para te assegurar. – Reviro os olhos. Embora eu saiba que não é bem este tipo de contrato que ele diz. É aquele, aquele que destrói vidas, o tal do casamento. — Venha cá. – Ele puxa para perto e eu não me seguro. As mãos dele enlaçam minha cintura e meus braços circundam o pescoço dele. Nossas testas estão coladas agora e meu estômago faz a dança da chuva.

— Você sabe que você é como música para os meus ouvidos. – Ele diz. — Preciso de você. Não fique brava de novo. – Os lábios dele estavam no meu pescoço agora. — Aposto que Elizabeth teve o cabelo destruído. – Ele sussurra, estreito os olhos.

— Posso acabar com a cara dela também. – Digo, sugestivamente. Kyle ri e então me beija. Os lábios dele são quentes, macios e gentis. Ele se movimenta com agilidade entre os meus e alguém bate insistentemente na porta. Desvencilhamos-nos com dificuldade e então Kyle vai atender. É Kanny.

— Ham... Onde está Mel? – Não deixo de notar que Rodrick está agarrado à cintura dela. Não contenho o sorriso.

— Estou aqui! – Sorrio gentilmente. Kanny está corada, mas Rodrick parece preocupado. — O que foi?

— Melanie! Ela bebeu além da conta e bateu em Elizabeth, porque ela estava se jogando em James. Então temos que finalizar a festa, porque ela está super irritada. – Ela mordeu o lábio e eu não contive a gargalhada. Kyle passou a mão pela cabeça e Rodrick riu junto.

— Vamos lá então... Onde está Lany? – Pergunto, me dirigindo para o salão, onde a música é ensurdecedora e a batida é eletrizante.

— Está chorando no carro com James. Elizabeth foi para casa. – Ela ressalta. Penso ver Kyle ficar aliviado. Cachorro.

— Vamos acabar com isso então.

Kanny

Nunca vi Mellody tão radiante... Acho que ela e Kyle finalmente fizeram as pases. Apesar disso, nossa melhor amiga, Melanie acaba de acabar com a própria festa, vida difícil, hein.

— Precisa de ajuda? – Rodrick pergunta para mim. Aceno positivamente. Estávamos namorando agora. Isso era sim algo para se comemorar. Depois de dois meses de rolos. Mellody já percebeu, eu sei disso.

— Sim, você pode... Ham, pedir para o DJ desligar a música e jogo de luzes? – Pergunto e ele assente. Depois sai que nem um cachorrinho e some no meio da multidão que nada sabe. Vejo Mellody e Kyle cochichando entre si. Ela tem uma expressão preocupada. Ao que me parece, a polícia parou para ver o que estava acontecendo. Mel foi resolver o problema. É claro, ela era uma tenente influente, não só bonita e persuasiva, mas competente. Kyle morria de raiva, mas fazer o quê?

— Kanny... – Jenna olha para mim alarmadamente. — Onde está Lany? – Philip está com ela.

— Está no carro, se lamentando. A sorte é que Elizabeth fugiu...

Ou senão a teríamos pego. – Jenna completa maliciosamente. Eu não fazia o tipo de garota que briga, mas adoraria ver Elizabeth cara-de-vaca apanhando.

Depois de evacuarmos o salão, despachar todos os casais e os bêbados, além de mandar Melanie ir embora com James, Kyle e Mellody vieram ao nosso encontro (meu e de Rodrick).

— Onde está Jenna? – Kyle pergunta com as pontas dos dedos nos bolsos. Aquele jeito casual de gente preguiçosa – Mellody me mata se ouvir isso.

— Foi embora com Philip. – Rodrick fala dando de ombros. Relaxo.

— Bom, então vou com Kyle. – Diz Mel, radiante. Kyle dá um sorriso de surpresa.

— Philip foi embora, então pego um táxi... – Rodrick murmura. Engulo seco. Sei que tenho que oferecer carona, Mellody vai com Kyle mais para que isso aconteça do que para eles terem um momento às sós.

— Você pode ir comigo... – cochicho. Mel sorri satisfeita e então ela e Kyle saem juntos, ele conduzindo-a com a mão na base de sua cintura. Rodrick pega minha mão. Ruborizo.

— Mellody não mora com você? – Rodrick pergunta despreocupadamente. Ele balança nossas mãos como crianças felizes. Sorrio.

— Sim, mas ela e Kyle têm coisas a resolver... – E ponha coisas nisso. — Eles namoram há três anos, mas brigam todo santo mês. – Reviro os olhos.

— Acho que também temos coisas a resolver. – Rodrick dá um sorriso torto de tirar o fôlego e eu não respondo.

Mellody

— Blergh, Melanie e Elizabeth-vaca acabaram com toda minha diversão! – Digo, fechando a porta do carro de Kyle. Um Azeera preto e reluzente. Ele dá uma gargalhada.

— Cá entre nós... – ele dá partida no carro — Você adorou o que aconteceu. – Ele não perguntou, ele afirmou. Um sorriso malicioso brincava nos lábios dele.

— Claro, se não fosse pela festa... – Afundei-me no assento macio do carro. Kyle dobrava as esquinas e seguia retilineamente perfeitamente.

— Mas você bebeu o suficiente por uma noite. – Ele arqueou as sobrancelhas. — Para onde quer ir? Podemos ir pra minha casa. – Epa. Campo minado meu chapa. Casa de Kyle = merda. Eu não estava interessada em fazer uma doação de bens preciosos essa noite, se é que me entende.

— Para minha casa. – Falei, minha voz vacilou. Ele percebeu. Kyle fazia uma curva, o rosto lívido.

— Mellody, não me venha com isso de novo. Já disse que não vamos fazer nada que você não tenha 100% de certeza de que queira fazer. – Ele bufa e balança a cabeça negativamente. Fito a paisagem através do vidro fumê.

— Eu sei Kyle. – Digo, minha boca seca. — Só quero ir pra casa, foram acontecimentos demais. E outra, trabalhei hoje. E Kanny precisa de mim! – Sorrio animadamente. Ele sorri de lado.

— Kanny precisa que você pare de segurar vela pra ela!

— Mas eu a deixei levá-lo para casa! Estou gastando sua gasolina...

— Epa! – Ele ergue o indicador, silenciando-me. — Nem me venha com isso. Sabe que te levo pra onde quiser sem gasto nenhum. Nunca reclamei. – Ele balança a cabeça, descrente. Dou de ombros. Kyle estaciona no meu meio-fio. Vejo que Kanny está em casa.

— Viu... Ela já chegou – Aponto para a garagem.

— Quem garante que ele não está ai com ela? – Ele tira a chave da ignição e olha pra mim. — Ainda pode dormir lá em casa. – O tom dele é despreocupado, mas sei que há uma tensão. Ignoro a vontade ridícula. Já me prometi que só depois de casar.

— Nada de sua casa. – Digo, desvencilhando-me do cinto de segurança.

— Tudo bem. – Kyle mostra as palmas das mãos, rendendo-se. — Amanhã te pego de manhã...

— Não dá. – Franzo a boca. — Tenho que fazer um treinamento de soldados logo cedo. – Desculpo-me. Kyle cerra os olhos. — Almoço?

— Não dá. – ele diz. — Prometi almoçar com James. – Respiro fundo.

— Então quando acabar, ligue-me. Marcamos algo depois. – Dou de ombros, no fundo, muito, terrivelmente magoada.

— Temos umas coisas pra resolver... – Ele diz maliciosamente. — Tem certeza de que não quer ir...

Kyle! – Sibilo. Odeio gente insistente.

— Tudo bem! Tudo bem! Acalme-se. Amanhã dou um jeito, nem que eu venha dormir aqui. – Reviro os olhos. Ele sempre dorme no quarto de hospedes. Sei que temos que evoluir, no entanto, o medo de me casar e me prender me consome a todo custo.

— Okay então. – Faço menção de abrir a porta para sair, mas ele puxa meu braço.

— Ok. Qual o problema? – Ele me olha torto. Sei que me conhece com a palma da minha mão. Como Kanny. Desvio o olhar.

— Não há nada, é só cansaço, preguiça... E dor de cabeça. – Minto.

— Sei... – Ele não acredita, mas não questiona. — Eu te amo. – Então me dá um beijo rápido e eu saio do carro, sorrindo para as paredes. Entro em casa, tranco os portões e sigo para o hall de entrada. Quando coloco a mão na maçaneta, Kyle acena e buzina e então vai embora. Entro em casa, Kanny está na cozinha, ouvindo Nightwish.

— Achei que estivesse dormindo com Kyle! – Kanny solta uma risada maliciosa enquanto executa seu sanduíche noturno. Sento-me na cadeira em frente à mureta.

— E eu achei que você estivesse se agarrando com Rodrick! – A música terminou e minha preferida começou: Nemo.

— Eu estava, mas não fico a noite inteira, tipo-alguém-aqui. – Ela fala enquanto mastiga. Faço uma careta e faço meu próprio sanduíche.

— E então... Como foi?! – Pergunto, animadamente.

— Muito bom! – Ela diz entre dentadas. — Rodrick me pediu em namoro... – Eu canto um coro de aleluia e Kanny ri.

— Já não era sem tempo. Seis meses de rolo e beijos, poupe-me. – Dou uma dentada em meu sanduíche. Minha cabeça dói.

— É... Claro. A propósito, foi você quem deixou Elizabeth azul? – Ela me encara olhos incisivos. Encolho-me.

— Ela estava arrastando Kyle! – murmuro entredentes. Kanny gargalha copiosamente.

—Melanie quer uma reunião de amigas amanhã... Ela quer seguir James. – Kanny diz, e eu engulo em seco.

— Kyle vai sair com ele. – Cerro os olhos. O que esses homens estavam tramando?

— Eles vão sair todos juntos! Kyle, James, Rodrick e Philip. – Tiro os sapatos e procuro um analgésico.

— Ai tem coisa. – Digo, abrindo o pacotinho. — Melanie quer segui-lo por quê?

— Elizabeth. – Engulo o remédio e estreito os olhos.

— Então vamos. Jenna vem?

— Claro e eu também, apesar de achar tudo isso uma besteira. Jenna vai vestida de homem junto com Melanie. – Eu rio.

— E nós?

— Perucas e maquiagem. – Ela mostra um sorriso envergonhado. Sei que essa não é a praia de Kanny, mas ela é uma amiga mais que fiel. Aliás, ela não tem nem porque suspeitar de Rodrick, ele a segue como um cachorrinho sem dono. Mas eu tenho o que suspeitar de Kyle. Ele havia dito somente sobre James. Estreito os olhos.

— Okay, amanhã tenho treino às 05h30min da manhã. Volto às nove e meia. Eles saem pra almoçar e já estaremos prontas. Agora vou dormir. Estou caindo.

— Boa noite mana. – Kanny diz e eu me arrasto com meus sapatos pela escada de mármore. Olho no relógio: são dez e meia. Saímos para festa às sete.

Jogo-me em minha cama e durmo encolhidamente.


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