Say When... escrita por EllahJackson, Héracles


Capítulo 29
Highway To Hell


Notas iniciais do capítulo

Oi, sorry pela demora, fica difícil para mim escrever durante as férias.
Música do capítulo: Highway To Hell - AC/DC
http://www.vagalume.com.br/ac-dc/highway-to-hell-traducao.html



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P.o.V: Samuel Muniz


Ao saber da notícia de que o acampamento estava sendo invadido, olhei para a fronteira: Muitos monstros estavam lá, e dois guardas tentavam se defender. Eu me levantei da mesa rapidamente e gritei:

— Ares, comigo! — e todos os meus meio irmãos se levantaram e sacaram suas armas. Por que usávamos armas no almoço? Por que algum imprevisto poderia acontecer, esse era o meu lema.

Então todos nós corremos em direção ao pinheiro onde o velocino de ouro era colocado. Os outros campistas, como não adotavam a mesma política do meu chalé, foram para seus respectivos buscarem suas armas. O inútil deus do vinho, em vez de ajudar, estalou os dedos, e desapareceu em uma névoa roxa. Desgraçado. Mas não precisávamos dele mesmo...

— Que arma eu vou usar? — David perguntou em meio ao tumulto, com seus olhos azuis não demonstrando nenhum tipo de medo. Estranho, eu sei.

— Ei! — chamei um dos campistas de Ares — Leve David até o arsenal do nosso chalé para ele escolher algo!

— Ok! — e ele se virou para o smurf — Vamos!

A situação não estava legal, obviamente. Se fosse só a invasão... Mas não! Clarisse estava prestes a dar a luz.

Mandei outro filho de Ares comandar o chalé enquanto eu corria desesperado até Quíron. Quando cheguei até a mesa principal, Clarisse estava caída, e gritando alguns palavrões enquanto Chris segurava suas mãos, tentando acalmá-la.

— O que vamos fazer Quíron? — perguntei, preocupado.

O centauro suspirou. Pude entender, ser o líder útil de um acampamento lotado não era uma tarefa muito agradável e fácil.

— Vou pedir a alguém de Apolo para nos ajudar por aqui. Pode ir lutar. — Ainda bem que ele disse isso.

— Ok! — Assenti.

Com a espada nas mãos, corri até onde os meus irmãos estavam. Parei para olhar a enorme quantidade de monstros. Todos cercavam a fronteira, como se o velocino ainda estivesse lá, para impedi-los.

Uma das coisas que estranhei foi o fato de só haver monstros, sem ninguém para liderá-los. Ao menos eu não via ninguém.

Olhei para trás, e agora que os outros campistas chegavam. Dei uma espiada em Clarisse e vi que uma filha de Apolo estava com ela, Chris e o centauro, sendo levada até a Casa Grande.

Um vulto ruivo chamou minha atenção: Era Rachel que corria desesperada até à sua caverna. Nessas horas, ser mortal era algo ruim, por não poderem atacar os monstros diretamente. Já ouvi boatos de que o “Espírito de Delfos” a protegia, porém não queria descobrir se isso era ou não verdade. Tinha que impedir os monstros de adentrarem no acampamento.

Pensando em Rachel, fiquei me indagando... O que ela queria dizer quando apontou para David? Seria algo bom ou ruim? Fiquei martelando sobre isso até que um monstro, um telquine para ser mais exato, ia me atravessar com sua espada, quando num rápido movimento, o impedi, desarmando-o e cortei fora sua cabeça. Balancei o pó das minhas roupas e fui atacar mais.

— Não deixem que eles entrem! Afastem-se e tentem formar uma barreira! — gritei ao meu chalé.

— Certo! — alguns responderam enquanto cumpriam as minhas ordens.

Funcionava basicamente assim: cada campista ficava a uma distância de dois metros um do outro. Se um monstro viesse, já teria seu destino selado.

Me posicionei e esperei os monstros chegarem até mim. Um dragão me atacou. Deuses, ele era realmente forte. Me desviava se de suas garras, tentando sem sucesso transpor com minha espada aquela carapaça densa. Ah, então tenho que acertar um lugar mais vulnerável...

Seguindo esse pensamento, esperei o dragão abrir a boca para tentar arrancar meu braço fora com uma mordida, e enfiei a espada em sua garganta. Em meio àquele monte de pó, tinha um objeto circular. Era parte da carapaça do monstro. Um estranho espólio. Ignorei porque mais outro monstro apareceu, dessa vez era uma estranha ave negra que lançava penas em minha direção. Acho que penas não são as armas mais perigosas do mundo, entretanto, me desviei delas só por precaução. Ficava o tempo todo olhando para cima, com a espada apontada, porque toda vez a ave vinha, tentando me acertar.

Tinha algo estranho com meu braço livre, o esquerdo, parecia que faltava algo. Droga! Esqueci do escudo. E agora? Com certeza essas penas podem fazer algo ruim. Mas acho que não vou precisar de um por enquanto, porque quando a ave se aproximou, eu a acertei.

Me abaixei e peguei a carapaça. Era circular, e tinha uma protuberância, que se podia segurar como a um escudo. Até que gostei.

Olhei ao redor, nenhum monstro estava perto de mim. Os outros chalés estavam dando conta dos outros. Segundo a minha vista, nenhum conseguiu transpor a fronteira. Os filhos de Apolo estavam atrás, com seus arcos, acertando muitos com suas ótimas miras.

De repente, eu escutei um zumbido. Instintivamente, ergui a carapaça na minha frente e senti algo atingindo-a. Caí para trás, com o impacto. Olhei do outro lado e tinha uma flecha. Virei a cabeça para trás, fuzilando os filhos de Apolo com o olhar, mas me dei conta de que a flecha tinha vindo de frente, e não do chalé dos arcos. E a flecha era totalmente diferente. Estreitei os olhos, procurando alguém... Que eu saiba, monstros não usam arco e flecha, então só pode ter alguma pessoa nas proximidades.

Procurei naquelas árvores... Só encontrei David atacando um cão infernal com uma adaga, arrancando olhares de admiração dos outros. Ele avançou no monstro e o derrubou. Depois disso não o vi mais, como se ele estivesse se escondendo...

Duas Dracaenae corriam até à casa Grande. Parece que não tinham sido vistas. Ah, mas isso não vai ficar assim.

— Ei vocês! — gritei, e elas se viraram. Tolas. Num golpe, minha espada atravessou o pescoço de ambas.

Por que Hades elas estavam indo até a casa grande? Lá só tem o Quíron, Rachel, provavelmente Dioniso e... Clarisse e o bebê! Mas, tinha algo a ver ou seria paranóia da minha cabeça?

Balancei a cabeça e ataquei mais uns dez monstros. Depois, vencemos. Não havia mais nenhum, só um bando de semideuses cansados. Vi um vulto de um cão infernal a muitos metros, achei que fosse coisa da minha cabeça. Logo depois, vi uma silhueta de um homem segurando um arco. Ouvi uns resmungos de frustração, num sotaque francês... Sei não, acho que estou meio maluco.

— Olha só, o cara dos cabelos tingidos deu um show! — um dos meus meio irmãos provocava David. Ele estreitou os olhos, pegou a adaga e fez menção de atirar.

— A cor é natural! — rosnou e apontou a adaga.

— David não! — gritei, correndo desesperadamente, entretanto, a arma acertou uma árvore.

— Uau! — ouvi murmúrios.

— Ele é realmente bom com a adaga! — outro campista disse.

David deu meia volta, e disse, indo até o refeitório:

— Não sou bom. — murmurou — Eu errei.



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Notas finais do capítulo

Como ficou ????