Depois dos últimos acontecimentos era nítido que eu estava de cabeça cheia. Há uma semana atrás, eu era uma simples garota sem graça que levava uma vidinha sem graça sem muito adrenalina ou historias pra contar. De repente me descubro gay, conversando com uma garota que também era gay, assisto uma quantidade significativa de filmes gays e quando resolvo que isso não é uma grande coisa, eu me vejo possivelmente apaixonada por uma garota. Por que eu resolvi ir pra escola? E por que eu resolvi ajudar aquela garota? Colégio é uma droga, mas era Quinn meu novo vicio. Eu precisava de reabilitação urgente, precisava de um lugar para me “limpar”, para poder espairecer um pouco e pensar em qualquer outra coisa que não fosse ela.

Acabou a aula e corri para auditório fugindo de Santana, Britt, e lógico Quinn. Entrei, me sentei um pouco em umas das cadeiras e fiquei ali olhando para o palco imaginando como seria o dia em que estivesse la cantando e atuando pra milhares de pessoas, milhões de olhares, milhões de palmas, todas para mim. Era ótimo sentir aquela atmosfera, me sentir parte de algo, parte do mundo.

Subi no palco e agora olhava para as cadeiras e toda a minha “platéia imaginaria” estava ali. Tudo o que eu estava vivendo agora, eram tantas novidades ao mesmo tempo que eu me sentia sobrecarregada, mas estar no palco me libertava de todo peso. Eu tinha que aceitar que estava mudando e pra isso eu precisava deixar uma Berry antiga pra trás. Então resolvi cantar em despedida a minha antiga versão.

I never knew

I never knew that everything was falling through
That everyone I knew was waiting on a queue
To turn and run when all I needed was the truth
But that's how it's got to be
It's coming down to nothing more than apathy
I'd rather run the other way than stay and see
The smoke and who's still standing when it clears

Everyone knows I'm in
Over my head
Over my head
With eight seconds left in overtime
She's on your mind
She's on your mind

Let's rearrange
I wish you were a stranger I could disengage
Say that we agree and then never change
Soften a bit until we all just get along
But that's disregard
Find another friend and you discard
As you lose the argument in a cable car
Hanging above as the canyon comes between

Everyone knows I'm in
Over my head
Over my head
With eight seconds left in overtime
She's on your mind
She's on your mind

And suddenly I become a part of your past
I'm becoming the part that don't last
I'm losing you and its effortless
Without a sound we lose sight of the ground
In the throw around
Never thought that you wanted to bring it down
I won't let it go down till we torch it ourselves

Everyone knows I'm in
Over my head
Over my head
With eight seconds left in overtime
She's on your mind
She's on your mind

Me sentia muito mais leve agora.

—--//----

Cheguei em casa por volta das 21 hrs e tive de escutar o discurso dos meus pais sobre avisar quando resolver ficar ate mais tarde na escola. Expliquei que precisava de um tempo pra pensar em algumas coisas e eles foram pacientes comigo. Jantei, tomei um banho demorado e fui para o meu quarto fazer meus deveres. Não que eu fosse do tipo nerd que faz tudo, mas devido a muitos devaneios na minha aula de biologia meu professor resolveu me passar algumas atividades extras.

Entrei no meu quarto e liguei meu notebook. Queria pedir desculpas pra Lauren afinal, ela não estava completamente errada sobre mim, pelo menos era o que parecia. Não foi difícil encontrá-la no chat, ela sempre ficava online essa hora quando normalmente conversávamos:

Rach: Oi Lauren

Lauren: Olha quem apareceu, achei que nunca mais fosse te ver

Rach: Era esse o plano, mas parece que eu tenho que te pedir desculpas. Você estava certa

Lauren: A é? Certa sobre o que?

Rach: Sobre a nossa ultima conversa

Lauren: o que seria exatamente?

Rach: Aquilo que você é, e achava que eu fosse também

Lauren: E o que eu sou que você acha que é também?

Rach: Já entendi Lauren. Você sabe muito bem o que é

Lauren: Não, não sei Rach. Você podia ser mais objetiva

Rach: Gay Lauren. Entendeu agora?

Lauren: Claro que entendi, mas queria ver você falar

Rach:--‘

Lauren: Mas o que aconteceu pra você aceitar assim?

Rach: Acho que estou apaixonada...por uma garota

Lauren: Uoool Rach, e ela é lésbica?

Rach: Não sei dizer. Conheci ela hoje

Lauren: Espera ai esta me dizendo que você esta apaixonada por uma garota qualquer que conheceu hj? Rápido não.

Rach: Ela não é uma garota qualquer. Ela é linda, educada, doce, falou comigo.

Lauren: *;* Own Rach isso é tão....GAY kkkk

Rach: kkk sabe ate que senti falta do seu sarcasmo. Mas não vou poder ficar mais. Tenho uma pilha de exercícios pra fazer.

Lauren: Okay. Mas depois quero saber mais detalhes dessa garota

Rach: Pode deixar!

Nos despedimos e eu fechei o notebook o deixando em cima da mesa. Eu queria poder contar pra Santana tudo aquilo,mas mesmo sabendo de todos os pegas dela com Britt, eu ainda tinha receio da sua reação, e ao mesmo tempo aquilo me parecia complicado demais pra não compartilhar com alguém então Lauren me pareceu a pessoa ideal.

Peguei meu querido livro de Biologia e comecei a fazer os exercícios deitada na minha cama. Não sei se era meu psicológico, minha preguiça ou o conjunto de tudo isso mas eu estava cansada pra caramba.

—--//----

Não sei que horas eram quando a campainha tocou. De qualquer jeito era tarde demais pra ser pra mim, mesmo se tivesse muitos amigos, então nem me preocupei em sair da cama apenas tentando ouvir quem seria uma hora dessas. Olho para a mesa onde fica meu notebook e vejo que meus livros estão la mas não consigo me lembrar quando os coloquei ali. Contudo, aquilo não era nem um pouco mais estranho do que a figura que me olhava encostada na porta do meu quarto. Ela se virou e bateu duas vezes na porta:

—Posso entrar? – Não acreditava nos meus olhos

— Quinn...como você chegou aqui? – Quinn não sabia meu endereço e não acho que Santana o daria sem antes fazer um interrogatório e Britt, bom números e letras eram confusos de mais pra ela.

— Achei seu endereço escrito na contra capa do livro, junto com um "caso encontre entregar para Rachel Berry"

Fazia sentindo, mas ainda não entendia o motivo.

—Ah. Coisa dos meus pais. As vezes eles são muito preocupados com meu material escolar. Mas a que devo a honra da visita?

—Vim saber o que você achou sobre o recado que deixei na última pagina.

Recado? Última pagina? Preciso ver isso agora, pego meu livro, abro na ultima pagina e sim tem um recado.

“Diz que você sentiu o mesmo que eu quando nossas mãos se tocaram. Diz que não parou de pensar em mim. Diz que me quer como eu te quero”.

—Entao, o que me diz? – Quinn começou a entrar no quarto se aproximando de mim.

—Eu senti o mesmo quando nossas mãos se tocaram, eu não parei de pensar em você um segundo se quer, e caramba Quinn eu te quero como eu acho que nunca quis ninguém.

Ela se aproximou mais e mais e junto nossos lábios em um selinho carinhoso. Apos alguns segundos que me parecerem infinitos nossos lábios se afastaram e Quinn me olhava profundamente quando começou a se aproximar de novo:

—Quinn, eu preciso te dizer uma coisa. É que eu nunca fiz isso antes

—O que? - Quinn beijou meu pescoço - Beijar uma garota?

—Beijar – Era algo que eu me importava muito e não queria que fosse com uma pessoa qualquer. Pensei que Quinn fosse rir na minha cara e sair correndo do quarto. Mas não foi isso.

—Primeiro beijo. Estava esperando a pessoa certa?

—Acho que eu estava esperando por você.

Quinn juntou nossos lábios de novo. O beijo era calmo, doce, delicado. Quinn segurava minhas costas e minhas mãos estavam apoiadas na mesa onde eu estava escorada com ela na minha frente. Aquilo era bom, muito bom, mas eu sabia que podia ficar melhor entao abri um pouco minha boca junto com a dela e o beijo ficou mais intenso. Quinn começou a ficar mais “agressiva” talvez?! Ela colocou uma de suas mãos no meu pescoço aumentando o contato entre nos, e quando fiz o mesmo, Quinn me soltou apenas para jogar meus livros pra longe da mesa, depois voltou suas mãos para minhas coxas, e num movimento rápido me puxou pra cima da mesa me colocando sentada, e se encaixando entre minhas pernas.

Ela me olhou de um jeito inexplicável, mordeu o lábio inferior o que me deixou completamente louca e então começou a depositar beijos e mordidas no meu queixo, pescoço, orelhas, ate parar e sussurrar no meu ouvido:

—Rach. Eu quero ser sua primeira. - Apertou minha coxa – Em tudo !

Quinn voltou a me beijar enquanto forçava seu quadril entre minhas pernas pra ter maior apoio para me levantar da mesa. Entrelacei minhas pernas na suas costas pra facilitar o trabalho dela e minhas mãos estavam em volta do seu pescoço. Quinn me levou pra cama, e deitou por cima de mim. Suas mãos eram atrevidas, muito atrevidas. Ela levantou um pouco minha blusa e começou a acariciar e beijar meu abdômen. Ela subiu seu rosto e começou a me beijar de novo enquanto suas mãos também subiam. E então Quinn começou a gritar:

Stupid Girl – Que estranho

—Nossa Quinn, não pensava que você era do tipo que gostava de falar coisas sujas nessa hora.

—Stupid Girls

—Quinn você esta bem? Isso já esta ficando estranho.

—Stupid Girl.

E então eu acordei. Demorou uns 5 minutos para que eu entendesse o que tinha acontecido. Meu polemico livro e meus exercícios não feitos estavam em cima de mim jogados enquanto o despertador do meu celular gritava o refrão da música. Não havia nada na última pagina do livro. Nem noite era mais.

—Só pode ser brincadeira. - pego meu celular com vontade de pregá-lo na parede e desligo o alarme que já devia estar na décima soneca porque eu estava muito atrasada .- Maais que merdaaaaaaaaa.

Me levanto da cama e penso que de novo teria que ir correndo pra escola sem banho e sem café. No momento que tento ficar de pé, minhas pernas bambeiam enfraquecidas.

— Nossaaaa. - Me deito de novo cobrindo o rosto – Eu preciso de um banho. Gelado pra agora.

É senhorita Fabray você ta começando a me causar sérios problemas!!!!!