- Vamos amiga, deixa essa selvagem ai! – a morena disse levantando a loira. – Vem que eu te ajudo!

- ‘Vamos amiga, deixa essa selvagem ai!’ – eu disse imitando a voz fina dela e logo depois dei o meu dedo do meio pra ela.

- Sua selvagem, olha o que você fez com ela! – ela disse apontando pra loira -.- - Selvagem! – ela berrou.

- Cala a boca, sua baba ovo! – eu disse e logo depois elas saíram.

Fiquei ouvindo várias risadas, mas o problema é deles, não me importo com a opinião alheia.

- Roberta, já no primeiro dia de aula arranjando brigas?! – minha mãe disse aflita.

- Fica tranqüila mãe, parece que não me conhece! – eu disse rindo e dei um beijo na sua bochecha. – Já vou! – eu disse e o sinal tocou.

- Ok, boa aula! – ela disse.

Peguei minha mochila, fui na diretoria e peguei meus horários. Fui no corredor, guardei umas coisas no armário, e peguei o livro de ciências e meu estojo. Fiquei andando no corredor, e tinha um grupo de garotos, daqueles que ficam inventando pros amiguinhos que pegam garotas, sendo que ainda eles são bvs.

- Nossa, até que a selvagem é bonitinha! – um menino disse apontando pra mim enquanto eu estava andando no corredor. Parei e me virei pra ele.

- E sabe o que eu acho, que é melhor tu calar a boca, por que já vi que daí só sai merda! – eu disse e pude ouvir ‘Ai essa doeu cara!’ e ‘Nossa que fora!”. Apenas ri e continuei andando.

Continuei andando, entrei na sala e me sentei, parece que o professor estava atrasado, que ótimo, pelo menos ficaríamos ser fazer nada. Coloquei meus fones de ouvido e coloquei Ke$ha – Tik Tok, eu A M O essa música. Ouvi a porta se abrindo, olhei e parecia ser o professor. Tirei os fones de ouvido e fiquei observando o professor.

- Olá, galera... Tudo bem? – ele disse e ajeitou o óculos. Todos assentiram com a cabeça. – Temos aluna nova não é mesmo? – ele disse e deu uma vontade enorme de cavar um buraco no chão e enfiar a cabeça lá e nunca mais sair. – Venha aqui se apresentar pra turma! – ele disse, me levantei e fui batendo o pé. – Pode começar! – ele disse e ajeitou o óculos mais uma vez.

- Começar o que? – eu perguntei confusa.

- A se apresentar! – ele disse e todos deram um risinho.

- Me chamo Roberta, Roberta Messi. E... – fui interrompida.

- Roberta Messi, filha da Eva Messi? – uma menina perguntou.

- É. – eu disse. Poxa será que até na escola eles vão perturbar?! 

- Ata. Minha mãe é super fã da sua. – ela disse e eu dei um sorrisinho.

- Então Roberta, prossiga! – ele disse e ajeitou mais uma vez o óculos.

- E... Não sei o que vim fazer nessa escola. – eu disse. – Só isso!

- Ok, então pode se sentar! – eu disse e me virei. – E me chamo Arthur, bem vinda Roberta! – ele disse e deu uma piscadela e eu fiquei com uma cara de tipo ‘?’.

- Não liga não, ele meio doido! – uma garota morena que estava sentada do meu lado disse me cutucando.

- É percebi, qual é o seu nome mesmo? – eu disse confusa.

- Carla. – ela disse e logo se virou pra frente.

Me virei pra frente, abri o livro na pagina que ele pediu e ficamos fazendo uns exercícios lá. A aula foi bem rápida por sinal, e logo bateu o intervalo. Num estante toda a sala já tinha evaporado. Peguei minhas coisas, guardei no armário e fiquei andando os corredores até chegar à cantina. Ouvi uns barulhos estranhos na biblioteca, queria simplesmente passar ali e fingir que não ouvi nada. Mas, a curiosidade? Falava mais alto que eu... Ouvi algumas vozes masculinas, e pude perceber que uma dessas vozes era do Diego. Aquilo estava me deixando mais curiosa ainda, fui entrando e vi uma roda, que por sinal tinha muitas pessoas. 

- Cara, isso é mentira! Será que você não percebe? Eu nunca beijei a Victória! Sempre fomos amigos, vai estragar isso por causa de uma garota? – Diego disse com uma cara não muito boa, ele estava com o rosto vermelho, com o olho inchado.

- João, para! Isso é armação da Pillar! – a garota disse com os olhos vermelhos. – Não acredita nela!

Calma-e, João, Victória, Pillar... Eram pessoas que eu nunca havia visto. Fui me aproximando daquela roda e as vozes pareciam estar mais altas a cada passo.

- Diego, o que está fazendo?! – eu perguntei entrando no meio daquela roda.

Pessoas estúpidas, estavam ali como se fosse um circo, por que ficaram vendo? E por que não separaram? Pessoas inúteis -.-

- Eu não sei. – ele disse com uma voz rouca.

- Vem! – eu disse e o puxei.

Eu dava passos longos... imagina se o diretor me visse com ele do meu lado todo machucado?! Ai ai, iria levar fama de barraqueira no primeiro dia de aula.

- Aqui tem enfermaria? – perguntei andando.

- Tem! – ele disse com a voz ainda meia rouca. Ele foi me guiando e logo chegamos.

O deixei sentado em um banquinho que tinha ali, peguei remédio e algodão, coloquei algumas gotas de remédio no algodão e comecei a passar por aqueles ferimentos que tinham no rosto dele.

- Ai, ai... – ele disse com os olhos fechados. – De vagar Ro-Ro-berta! – ele disse e parecia estar com dor. – Esta doendo muito!

- Bem feito, ninguém mandou se meter em briga!

- Não fui eu quem comecei, foi a Pillar!

- Ta, ta, agora cala a boca! Nem sei de quem você está falando!

- Por que está fazendo isso?

- Isso o que garoto?

- Isso, esta me ajudando aqui.

- Por que, ah seilá... Nós somos irmãos agora, e temos que ajudar uns aos outros certo?!

- É. Nisso você tem razão! – ele disse e parecia confuso. – Mas e o meu pai e a sua mãe?

- Ah, agente engana eles, dá um jeito lá na hora!

- Tá.

Depois que terminei lá de limpar o rosto dele, lavei as minhas mãos e fui à cantina. Eu estava morrendo de fome. Peguei um hambúrguer e um suco, e fiquei procurando uma mesa vazia. Sentei lá e fiquei comendo o meu lanche. Senti alguém me cutucando.

- Viemos aqui pra pedir desculpa! – ela aquela loira e aquela morena. – Eu sou a Alice e...

- Eu sou a Victória! – ela disse sorrindo.

- Desculpas aceitas! – eu disse e voltei minha atenção ao meu lanche.