I find peace when

Eu acho paz quando

I'm confused

Estou confuso

I find hope when

Eu acho esperança quando

I'm let down

Estou decepcionado

Not in me but in you

Não em mim, mas em você

I hope to lose myself for good

Espero me perder para sempre

I hope to find it in the end

Espero encontrá-lo no final

Not in me

Não em mim

In you

Em você

As lágrimas começaram a cair e logo não pude mais reprimir os soluços.Fechei os olhos, expulsando as lágrimas que eu tentei secar sem sucesso.

- Por que esta chorando, Elizabeth? – perguntou Theodore tentando se mover, porém, eu o segurei.

Não respondi, apenas continuei de olhar fechados, enquanto as lágrimas caiam sem controle.Meus dedos acariciavam delicadamente a face de Theodore.

Como se houvesse uma conexão entre nós, que fazia com que eu sentisse tudo o que ele sentia.

Naquele exato momento, sabia que ele estava confuso, porém a angustia, a dor, a pressão ainda estavam presentes.

Abri meus olhos, e o encarei.

- Você...esta melhor? – perguntei com a voz trêmula e ele concordou.

Lentamente, ele se levantou e me encarou confuso.

- Por que estava chorando? – perguntou.

Peguei seu braço esquerdo e levantei a manga da camisa delicadamente.Olhei com desgosto para a Marca Negra gravada em sua pele.

- É...como se eu te conhecesse a muito tempo – murmurei – como se...estivéssemos conectados...

Passei o dedo por cima da marca.

- Quando você sente dor, é como se eu sentisse também, talvez...mil vezes mais forte.Quando você esta feliz, e mesmo que eu esteja triste, eu fico feliz... – continuei – Temos uma ligação...

Ele continuou em silêncio, me fitando com aqueles olhos azuis que ainda transmitiam dor e angústia.

- Beba a poção.. – falei pegando o frasco azul neon e o entregando.

Ele pegou a poção e a bebeu em um gole só.

- É melhor você dormir – falei – Não se preocupe...estarei aqui...

- Você...vai ficar aqui? – perguntou arqueando as sobrancelhas.

Assenti com a cabeça.

- Por que...esta fazendo isso? – ele perguntou – É também...por pena?

- Dessa vez não... – falei – Sabe...agora há pouco senti um pouco da sua dor....é como se fosse minha dor, mas...mil vezes maior....

Olhei para as minhas mãos.

- Eu estava certa... – voltei a encará-lo – nossas vidas são parecidas....obscuras...conturbadas...

- Você ainda não me respondeu por que esta fazendo isso – ele me cortou.

- Podemos dizer que....eu comecei a me...simpatizar com você – falei e ele riu sem humor.

- Simpatizar? – perguntou incrédulo – Tipo...amigos?

- Algum problema? – perguntei.

- Por que você gostaria de ser amiga de um Comensal? – perguntou.

- Eu sou filha de um – eu o lembrei.

- Ser filha de um é diferente de ser amiga de um – ele falou.

- Então...me diga, Theodore...qual é a diferença? – perguntei.

- Bem...ser filha de Comensal é viver sob pressão....viver sempre em alerta, nunca confiar em seu pai....já ser amiga de um é colocar sua vida em risco, quero dizer....não há amizade entre Comensais...qualquer outro Comensal pode capturá-la como uma chantagem... – ele tentou explicar.

- A coisas em comum nisso – eu falei – Como por exemplo....viver sob perigo constantemente...

Ele pareceu concordar.

- É melhor ir dormir, Theodore... – falei – Não se preocupe....se sentir mais dores novamente, estarei aqui.

- E o que você poderia fazer? – perguntou com deboche.

- Você não parece ser o único a causar reações em mim – falei com as sobrancelhas levantadas.

- Reações? – perguntou cético e eu arqueei mais as sobrancelhas.

- Sei que quando eu toco você... – me mexi no sofá me aproximando dele e tocando seu braço – você se arrepia...

Eu ri quando eu senti ele se arrepiar com o meu toque.

- Sei que quando chego perto de você....involuntariamente sua posição se torna rígida – falei me aproximando mais dele e ele parou de respirar, ficando tenso.

- E...que reações causo em você, Dolohov? – perguntou.

- Posso responder isso a você....amanhã – falei – Agora...se você não descansar o efeito da poção nunca ira funcionar.

Ele assentiu com a cabeça e se ajeitou no sofá, deitando sua cabeça em um travesseiro.

- Boa noite... – murmurei.

- Boa noite – ele murmurou.

A noite havia sido tranqüila.A maior parte do tempo, observava com certa fissura Theodore dormir calmamente, com a expressão relaxada e aquilo diminuiu a inquietação de dentro de mim.

Ele estava bem agora.Fiquei aliviada quando não vi mais a expressão de dor em seu rosto.

It's all i know

É tudo que eu sei

There's always something in the way

Sempre há algo no caminho

There's always something getting though

Há sempre algo que começar

But it's not me

Mas não é eu

It's you

É você

Mesmo que o causador da minha inquietação fosse Theodore Nott, ele também era a minha paz.

Não...eu não estava blefando.

Quando eu estava perto de Theodore Nott tudo se tornava silencioso para mim.Como se ele trouxesse a paz.

Ele se moveu, no sofá e voltou a adormecer.Peguei uma manta e cobri o seu corpo.

Sua expressão se suavizou e eu sorri.

É...Theodore Nott era mesmo uma criança.Uma criança que eu sabia que não recebera amor o suficiente, que crescera indepentende, sob pressão para ser o melhor e não falhar em nenhuma missão.

E eu que pensava que não existiria  nenhuma vida pior do que a minha.

But hope is not in what i know

mas a esperança não está no que eu sei

Not in me it's in you

não em mim, em você

Afinal....por que eu me preocupava tanto com Theodore Nott?