Two Worlds Collide escrita por GabanaF


Capítulo 27
Cap. XXVII — Nationals


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, como vocês estão? Primeiro, queria pedir desculpas pela demora, realmente eu tinha muita coisa pra fazer aqui e não deu para postar, mas aqui eu estou, de volta e viva!
Enfim... nesse capítulo finalmente temos as Nacionais, coisa que eu estava esperando para escrever desde que comecei a fic, e acho que vocês a mesma coisa para ler. E também temos uma música, que tenho certeza que todos conhecem... DUETO FINCHEL, PRETENDING!!! k Link: http://www.youtube.com/watch?v=HqlrWLG5fIg
Espero que curtam o cap. :D



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Quinn acordou no dia da competição animada. Normalmente não teria ficado nada feliz por ir dormir às três da manhã para acordar as sete, mas ficou bem entusiasmada com o resultado das canções, agora completamente terminadas. Mr. Schue contribuiria, e muito, para a apresentação de grupo, mostrando versos que ele mesmo escrevera enquanto esperava nos bastidores do teatro. Ele também adorou o dueto que Rachel, Quinn e Finn haviam escrito.

Finn, durante a madrugada, exigira um quarto vazio para que ele e Rachel trabalhassem, alegando que tinha muito barulho para que eles escrevessem uma balada. Tal frase foi um erro, visto que os membros do Glee ficaram irritados, principalmente Quinn, que teve de ser controlada por Puck e Sam para não avançar no garoto.

Entretanto, nem Finn Hudson tirou o ânimo de Quinn quando o viu conversando com Rachel no saguão do hotel, quase na hora de sair para o teatro. Decidiu que o garoto não a chatearia mais. Como dissera Rachel, estavam ali pelo prêmio das Nacionais, não por uma disputa besta sobre quem ganharia o coração da diva, que obviamente já tinha dona.

— Nacionais, Quinnie, Nacionais! — vibrou Rachel, dando um safanão em Finn para ir falar com a namorada.

— Estamos lá, Rach, vamos ganhar — disse Quinn, apertando o braço de Rachel com força. — É a nossa vez!

— Mr. Schue está nos esperando — falou Kurt, se aproximando das garotas, também mal contendo a animação. — Temos que ir para o teatro agora.

Quinn sorriu para o garoto. Suas mãos tremiam, o coração batia acelerado e ela não parava de falar sobre o dueto que escrevera. Sentia que realmente poderiam ganhar. Voltaria para Lima com um troféu gigante nas mãos, tinha certeza.

Rachel nunca tinha visto tantos grupos de corais juntos num único lugar. Era maravilhoso. Embora tivesse que bancar a durona por ser a líder do grupo, não deixou de conversar com gente de outros lugares dos Estados Unidos. Adorara a líder de um coral do Texas e vibrou em sua apresentação — um mash-up de músicas da Lady Gaga —, causando uma onda de raiva dos garotos do Glee e mais um acesso de ciúmes de Quinn (as meninas usavam saias curtíssimas e tops igualmente pequenos).

Ela se levantou para ir ao banheiro, os nervos começando a lhe incomodar. Os próximos seriam o Vocal Adrenaline, porém Rachel não tinha visto Sunshine em lugar nenhum. Se perdendo em pensamentos, não conseguiu encontrar o banheiro e teve que arranjar mais algumas amizades para chegar aonde queria.

Entrou, e logo o barulho das apresentações foi substituído por um silêncio estranho, interrompido por pequenas golfadas de ar e sons de vômito. Rachel engoliu em seco, seu instinto dizendo para procurar a garota que estava fazendo aquilo, querendo ajudar de alguma forma.

— Santana? — perguntou Rachel, espiando por baixo de uma das portas do banheiro. Em sua mente, a latina era a única pessoa conhecida que poderia fazer aquilo antes da grande competição.

A porta abriu e de dentro saiu Sunshine, a garota que Rachel expulsara do New Directions e que fora contratada pelo coral inimigo. A morena queria se sentir mal por ela, mas só de pensar no que ela havia feito durante a Semana dos Rejeitados a fez tremer de raiva.

— Enfiando o dedo na garganta como seus irmãos e irmãs do Vocal Adrenaline? — perguntou Rachel sarcástica.

— Não estou vomitando propositalmente — respondeu Sunshine, apavorada. — Estou tão nervosa que vomito tudo que como.

O rosto de Rachel manteve-se duro.

— Adorava cantar — confidenciou Sunshine. — Era a única coisa que me deixava relaxada. Agora eu odeio.

— Acha que sou burra? — Rachel revirou os olhos, avaliando como péssima a atuação da rival.

— Não — respondeu a outra sinceramente. — Acho que você é um pouco má, mas não te acho burra.

— Eu sei o que está tentando fazer — a morena acusou. Sendo Sunshine incrivelmente menor que ela, Rachel poderia dizer isso ameaçadoramente, avançar para ela e encará-la por cima. — Quer que eu sinta pena de você para que eu não acabe com você no palco!

— O que eu fiz para você me odiar tanto?

Rachel se calou. Na verdade, não sabia. Sunshine era uma ótima cantora, a melhor que ela ouvira — depois dela própria, Shelby e Barbra Streisand. Tinha medo, talvez...? Medo de ver todos os seus amigos preferindo outra pessoa, medo de ver Quinn indo embora para gostar da voz de outra cantora... Rachel tinha medo de tudo, e Sunshine apenas reforçava aquilo.

— Quando eu fui para sua escola, descobri que o Glee aceitava pessoas rejeitadas — continuou Sunshine. — Um local seguro. Por algum motivo, tornou-me a única a não estar segura lá.

Sunshine virou-se para ir embora. Rachel sentia-se péssima. Não poderia deixar aquela garota ir, ela não poderia desistir de seus sonhos. Engolindo todo o orgulho, perguntou:

— Onde está indo?

— Para a embaixada filipina. Vou implorar para que cancelem meu visto e me mandem para casa. É o único jeito de escapar do Vocal Adrenaline.

Rachel arregalou os olhos. Jesse nunca falara que o Vocal Adrenaline era tão ruim assim — talvez por que ele adorasse tortura.

— Espera — chamou, sendo obrigada a ir atrás de Sunshine, que já saía do banheiro. — É por que você é boa. Por isso que eu te odiava. Por isso que te mandei para lá. Desculpa.

Ela não sabia de onde aquela coragem repentina de dizer a verdade havia surgido. Parecia certo falar a Sunshine para não desistir da única coisa que lhe fazia bem.

— Mas você tem que ir lá e cantar — falou Rachel, sacudindo Sunshine pelos ombros. — Tem um dom. Algo pelo qual Dustin Goolsby mataria.

— Eu não posso — retrucou Sunshine. — Vou vomitar no palco.

— Se achar que vai vomitar, olhe para mim e a ajudarei a superar — disse Rachel, imaginando o que Quinn pensaria em estar sendo tão altruísta.

— Por quê? Não quer ganhar?

Rachel baixou os olhos e deu um meio sorriso.

— Pessoas como nós têm de ficar unidas.

E, mais do que tudo o que Rachel falara, foi isso que fez Sunshine sorrir. Rachel a abraçou, suspirando. Fizera o certo. Não importava se o Vocal Adrenaline ganhasse, ajudara alguém a ir atrás de seus sonhos. Estava pronta para o que as Nacionais pudessem lhe entregar.

Rachel voltou correndo para onde o New Directions estava para acompanhar a apresentação de Sunshine. Sentou ao lado de Quinn quando a pequena oriental entrou no palco, sendo aplaudida de pé pelos expectadores. A morena sabia que o olhar de preocupação de Sunshine a estava procurando na platéia. Rachel sorriu e piscou, acenando positivamente para a garota.

— O que está fazendo? — perguntou Quinn num sussurro.

— Estou fazendo algo correto — respondeu Rachel, dando mais um sorriso solidário a Sunshine, que finalmente conseguiu identificá-la na platéia e retribuiu-lhe com um aceno de cabeça.

Sunshine começou a cantar. Uma música original, Rachel percebeu. Mas não importava, por que a garota estava arrasando e ainda não vomitara nada. Estava autoconfiante, e a morena sentiu-se orgulhosa de si. Claro, e de Sunshine também.

A música era ótima. Quinn, que ficara de cara feia por alguns segundos, pareceu se identificar com ela e concentrava para não chorar (o que Rachel achara muito fofo). Ao fim da apresentação, Rachel incitou os membros do Glee a aplaudirem de pé. Finn se recusou, porém a um olhar assassino de Quinn, levantou-se a contragosto e bateu duas palmas, antes de sair dali para o camarim, se preparar.

— Galera, vamos, são os próximos — disse Mr. Schue, animado e nervoso ao mesmo tempo. Quinn apertou os ombros de Rachel com força, beijando o pescoço dela enquanto saíam em fila indiana para o camarim.

Rachel andou praticamente aos pulos, ansiosa, querendo se apresentar logo. Aquele Nacional estava no papo... Só precisaria entrar lá, cantar com Finn, se divertir com Quinn na segunda música e pronto. O prêmio seria deles. Embora tivesse adorado a apresentação de Sunshine e da garota do Texas, aquelas Nacionais eram para o New Directions. Era deles, sentia. Ganhariam fácil.

Mr. Schuester ordenou que Rachel e Finn fossem para os seus lugares atrás do palco, separando os outros por ordem de entrada. A morena dava pulinhos no mesmo lugar para aliviar a tensão, dando um tchau animado para Quinn, a poucos metros dela. Queria desejar boa sorte, mas faltava menos de cinco minutos para a apresentação. Mr. Schue a mataria se saísse da posição.

O mesmo não poderia dizer de Finn.

O garoto veio caminhando em passos largos, desengonçado como sempre, em direção de Rachel. Ele parou ao lado dela, perigosamente perto. A garota se afastou alguns centímetros, olhando-o irritada.

— Escrevemos uma ótima canção, Rachel — disse ele, tentando parecer gentil; seu rosto estava perturbado.

— Quinn também escreveu Finn — a morena retrucou, cruzando os braços. Odiava a forma dele de ignorar tudo o que sua namorada fazia.

— Rachel, quando você vai entender que tudo o que eu sempre quis foi que ficássemos juntos? — Finn disse, balançando seus braços gigantes numa tentativa falha de explicação. Rachel o fitou assustada.

— E quando vai entender que eu não quero mais você, e sim a Quinn? Finn, eu te amo, mas a Quinn ultrapassou o que eu sentia por você. Eu duvido que eu possa voltar a sentir o mesmo.

Finn abriu a boca para falar algo, mas Rachel o parou com um gesto de mão.

— E tem Nova York, Finn. Se voltássemos, você quereria que eu ficasse em Lima com você. Não iria acontecer, nunca, por que Nova York é o meu sonho, é onde eu pertenço.

— Eu deixaria Lima por... — começou Finn.

— Não, não deixaria. — O tom de Rachel pôs fim na discussão.

E agora, vindos do William McKinley High, da cidade de Lima, Ohio, o New Directions! — anunciou o locutor para todo o teatro.

Rachel engoliu em seco, pedindo silenciosamente para que Finn voltasse a sua posição. Ele voltou, porém não antes de lançar um olhar piedoso à garota. Rachel respirou fundo, deixando-se levar pelo início da música, entrando com Finn no palco.

Face to face and heart to heart

We're so close yet so far apart

I close my eyes, I look away

That's just because I'm not okay

But I hold on

I stay strong

Wondering if we still belong

Ela sabia que aquela parte Finn havia escrito, obviamente pensando nela. Como ele era bobo, pensou. Pensava que poderiam ter o que tinham igual no começo do ano. Finn, como Kurt dissera, estava obcecado. Entretanto, Rachel tinha que estar apaixonada por ele naquele palco até ganhar as Nacionais, e assim continuou.

Will we ever say the words we're feeling

Reach down underneath and tear down all the walls

Will we ever have a happy ending

Or will we forever only be pretending

Will we a-a-a-always, a-a-a-always, a-a-a-always be pretending

Era isso o que Rachel estava fazendo ali, cantando e rodeando o palco com Finn. Fingindo. Quinn fora genial ao escrever aquele refrão. Pelo menos era uma boa atriz, pensou, rindo mentalmente. Finn um dia fora legal, bastava apenas imaginar aquele garoto bobo do primeiro ano por quem se apaixonara.

Eles cantaram o refrão novamente. Rachel, numa tentativa de ignorar os olhares de Finn, olhou para a platéia e encontrou Mr. Schue sorrindo e um Jesse mandando-lhe sinais positivos. Conseguiu sorrir, finalmente. Sem o prazer nos olhos dele de devorá-la, Jesse era um ótimo amigo.

Keeping secrets safe

Every move we make

Seems like no one's letting go

And it's such a shame

Cause if you feel the same

How am I supposed to know?

Rachel anotou em sua cabeça, enquanto os colegas entravam no palco e ela ainda cantava com Finn, em dizer a Mr. Schue para pedir a Quinn para que ela sempre compusesse as músicas. Ela era genial. Não sabia que não conversar mais com ela sobre os sentimentos das duas tinha gerado aquele verso. Ainda imaginava o que teria virado de Get It Right se tivessem escrito juntas. Nem precisariam estar nas Nacionais; ganhariam por perfeição.

Will we ever say the words we're feeling

Reach down underneath and tear down all the walls

Will we ever have a happy ending

Or will we forever only be pretending

Will we a-a-a-always, a-a-a-always, a-a-a-always be pretending

Finn foi se aproximando lentamente. Os garotos faziam backing vocal numa pequena arquibancada de costas para a platéia. Rachel não poderia recuar, ela estava atuando, não poderia voltar atrás. Ela mordeu os lábios, balançando um não discretamente com a cabeça durante a última nota da canção. O garoto estava com um prazer quase invisível no rosto, que só gente que o conhecia há muito tempo veria.

Para o azar de Rachel, o conhecia há anos.

Ela deu um passo para trás, aterrorizada, quando o teatro silenciou, mas não adiantou. Finn se inclinou e ela pôde sentir o gosto dos lábios enormes dele engolindo os seus grotescamente.


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