Two Worlds Collide escrita por GabanaF


Capítulo 24
Cap. XXIV — Central Park


Notas iniciais do capítulo

E aí suas lindas, como estão? Então, desculpem a demora, mas sabe como vida de vestibulanda vagabunda é, né, horrível. Enfim, muita gente anda me perguntando se terá o beijo Finchel nas Nacionais e eu só quero realmente falar se terá ou não na hora, então me perdoem.
Segunda coisa, nesse capítulo temos uma música, um dueto Faberry *chora* com uma música do musical Funny Girl *chora mais ainda* chamada You Are Woman, I Am Man, e aqui está o link: http://www.youtube.com/watch?v=LU6DqMyFDOU
P.S.: Funny Girl é o melhor musical do mundo, como eu perdi tanto tempo apenas ouvindo a versão da Lea? Sem ofensa a dela, mas a Barbra é uma diva, meu deus, sério, ela é perfeita, comoassim kkkk *acabou momento desabafo*
Enfim, espero que curtam :D



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A primeira escapada do Glee no dia em que chegaram foi bem sucedida. Mr. Schue não pareceu notar os rostos corados dos meninos ao destrancar a porta do quarto à noite. Ele leu os versos que cada pequeno grupo tinha escrito enquanto passeavam livremente pelas ruas da Times Square ou comiam o cachorro-quente em frente do estádio dos Yankees. Elogiou os versos de Finn e Rachel, que haviam passado à tarde juntos no pé da Estátua da Liberdade, e tentou cantar os versos em espanhol que Santana, num acesso de fofura extrema, escreveu para Brittany.

— Bom trabalho, gente — dissera. — Amanhã quero vocês no mesmo pique. Vamos arrasar nas Nacionais!

Os garotos se entreolharam, controlando o riso. Infelizmente, no outro dia, Will permaneceu no quarto praticamente toda a manhã e parte da tarde, consertando aqui e ali versos complicados demais para a platéia (como os de Artie sobre os termos técnicos do A/V Club) e outros muitos simples (Brittany tentara mais uma vez escrever uma música sobre copos).

— Droga — murmurou ele, lendo rapidamente uma mensagem no celular. — Pessoal, eu preciso ir. Ahm, problemas no teatro.

— Que problemas? — indagou Quinn, estreitando os olhos.

— Não é nada demais — Mr. Schue desviou. — Continue o trabalho, entenderam? Volto mais tarde.

Mr. Schue não era um bom mentiroso, Quinn observou. No entanto, pediu para ele manter a porta aberta para que pudesse sair e ter uma pequena conversa com Puck no outro quarto sem ninguém.

— O que foi Quinn? — suspirou o garoto, olhando a loira, entediado. — Cansou da minha gostosa judia e quer dá-la para mim agora?

— Não, Puck — retrucou Quinn, cética. — Queria saber se seria bom eu chamá-la para sair, hoje.

— Mr. Schue vai voltar daqui a pouco, então não acho muito correto... — Ele sacudiu a cabeça, ignorando o que acabara de falar. — O que pretende fazer?

— Sei lá... — disse a loira, dando de ombros.

Quinn queria muito fazer com que a visita de Rachel a Nova York fosse perfeita, mas não tinha nenhuma idéia de como começar a fazer isso. Nova York era gigante, levaria quase um ano para conhecer todos os lugares legais, e ela tinha um dia para fazer tudo ser especial. Não poderia esquecer-se de escrever a canção para as Nacionais, tampouco. Se levasse o fato de impressionar Rachel para o topo e deixasse a competição de lado, podia ter certeza de que seria censurada pela namorada.

— Leve-a ao Central Park — sugeriu Puck após alguns minutos. — Depois naqueles restaurantes chiques de Manhattan. Rachel vai adorar.

— Eu não tenho tanto dinheiro para isso tudo.

Puck mordeu o lábio, fitando Quinn, irritado.

— Quinn, sua mãe é, tipo, uma solteirona milionária. Não existe essa desculpa. Se eu sair agora, arranjo tudo no Central Park. À noite é por sua conta.

— Como você vai “arranjar” no Central Park? — indagou Quinn, sinceramente preocupada com as amizades que Puck supostamente teria arranjado em Nova York em tão pouco tempo.

— Quinn, eu sou Noah Puckerman. Se você quer fazer a minha judia linda feliz, vou até o fim do mundo. Claro, por você também.

Quinn sorriu. Não sabia por que ficara tanto tempo sem conversar com Puck. Ele poderia ser um canalha, mas era o melhor canalha que já havia conhecido. Beth, em algum lugar daquela cidade junto de Shelby, deveria se sentir orgulhosa de ter ele como pai.

— Beleza — concordou. — Quanto tempo até tudo estar pronto?

— Umas duas horas — contabilizou o garoto, olhando no relógio. — Depois meu amor, você e Rachel podem fazer o que quiserem naquela grama limpinha do Central Park.

A garota fez uma careta diante da expressão safada de Puck.

— Rachel! — exclamou Quinn ao entrar no quarto, onde a bagunça estava instaurada.

Seja lá quem fosse que tivesse começado a guerra de travesseiros, teria um bom trabalho depois recolhendo as penas. Ela correu até a morena, que observava todos com um olhar de reprovação, escondida embaixo da escrivaninha com um caderno de anotações numa mão e uma caneta na outra. Quinn não pôde deixar de rir do medo dos olhos de Rachel.

— Que tal me encontrar no Central Park daqui, não sei, umas duas horas? — perguntou sem rodeios, entrando também embaixo da escrivaninha.

A expressão da morena se transformou de terror para animada.

— Claro! — disse, sua voz se sobrepondo a gritaria do quarto. — Vou me arrumar!

Ela deu um selinho em Quinn e bateu a cabeça ao tentar se levantar para ir ao banheiro rapidamente. A loira observou a namorada apaixonadamente até recuperar os sentidos ao ser atingida por um travesseiro de Kurt. Piscou várias vezes, lembrando-se que teria de ligar ao restaurante se quisesse que Rachel tivesse a melhor noite de todas.

O Central Park era melhor do que qualquer parque que Rachel já tinha ido a vida inteira. O legal de estar em Nova York era que ninguém a julgaria por andar de mãos dadas com uma garota ou de vez em quando lhe roubar um selinho. Como Puck dissera, estavam na capital mais artística do mundo. Não existiam preconceitos ali. Nova York não era Lima. Era o mundo em que Rachel sempre sonhara.

— Aqui é demais — sussurrou encabulada, observando as árvores com um vivo interesse. Quinn olhava para ela, admirando mais a morena na sua frente do que o parque em si.

— Tem razão — disse Quinn.

— Desde pequena, sonho em vir para cá, vendo e adorando imagens da Broadway ou do Central Park, mas nada, nada, se compara a vê-las ao vivo. Nova York é mágica.

Ela empurrou Quinn de leve, enquanto caminhavam pela ponte do meio do parque, sem ter na verdade nenhum lugar direto para ir. Quinn aproveitou para pôr seu plano em prática.

— Rachel — chamou, puxando a morena —, por aqui.

— Onde está nos levando, Quinn? — indagou Rachel, nervosa, quando a outra entrava cada vez mais por dentre as árvores do parque. — Sabe que tenho certo medo do escuro.

De fato, quando mais aprofundavam a caminhada, mais escuro ficava. Quinn não respondeu à pergunta da namorada, puxando-a pela mão determinada, visando uma clareira, ainda um pouco longe. Deixou Rachel falar sobre monstros de mitologia grega que ela jurava habitar ali, além dos famosos crocodilos. O medo em sua voz crescia cada vez que Quinn deixava de responder algumas outras perguntas, mandando-a ficar em silêncio.

— Pronto, chegamos — anunciou Quinn, parando Rachel ao seu lado e sorrindo.

Estavam numa clareira ao norte do Central Park, que Puck informara à Quinn um pouco antes delas saírem do hotel. Não se ouvia nenhum barulho da maluca Nova York que nunca parava. Perto delas, uma pequena mesa de piquenique antiga e abandonada estava cheia de lanchinhos e frutas. Do outro lado da clareira, um filete de água escorria direto para o grande lago do parque, há alguns quilômetros de distância. O sol parecia magicamente ter chegado ali, iluminando e dando calor a tudo.

Rachel pensava que aquilo só existia em filmes, mas lá estava ela, sozinha com a garota que amava num paraíso na sua cidade perfeita.

— Quinn, isso é... — tentou falar, porém a namorada a calou.

— Maravilhoso, não é? Puck que arranjou. Tenho que agradecê-lo depois... — murmurou para si. Ela notou o violão e um pequeno rádio a bateria ao lado da mesa de piquenique. — Ah, olha só! Ele trouxe o que eu pedi... Pensei que poderíamos transformar esse encontro num encontro profissional, já que ficou com Finn ontem.

Rachel sorriu, sentando-se à mesa e se servindo de uma maçã.

— Claro Quinn. Hoje eu sou sua.

A loira sorriu maliciosamente, sentando-se ao lado de Rachel e puxando-a para mais perto, jogando a maçã de volta a mesa e deixando sua boca muito próxima da dela.

— Você sempre será só minha Rach — falou num sussurro, embebedando Rachel com seu hálito doce.

Rachel grudou seus lábios dos de Quinn violentamente. Fazia tempo que não mantinha um contanto físico com a loira, e ter aquilo num lugar paradisíaco no meio da louca Nova York era particularmente excitante. Seus corpos estavam colados, e logo Quinn se inclinou no banco da mesa, com Rachel em cima dela.

A língua de Quinn pedia passagem pelos lábios de Rachel, que logo liberou.  As mãos de Quinn estavam posicionadas nas costas de Rachel, arranhando-as e subindo rapidamente sua blusa, enquanto Rachel ocupava em equilibrar as duas no estreito banco. Num minuto que tomaram para respirar, Rachel atacou o pescoço de Quinn, alterando entre mordidas e beijos.

— Rachel... — gemeu Quinn, fechando os olhos e arfando.

— O que...? — devolveu Rachel enquanto descia seus beijos e afagos para o tronco da namorada.

Rachel esperava que o que Quinn quisesse dizer não fosse de tanta importância, pois logo subiu a cabeça outra vez, mirando agora os lábios de Quinn. A loira mal teve tempo para puxar ar: a pequena diva pedia sua língua urgentemente, coisa que Quinn não teve coragem de recusar. Não se lembrava de ter uma namorada tão selvagem.

— Espere... — finalmente Quinn conseguiu falar, abrindo os olhos enquanto Rachel voltava sua atenção para seu pescoço — Rachel, eu preciso respirar um pouco.

Um pouco desapontada, Rachel saiu de cima da namorada, sentando-se ao lado dela. Quinn expirou todo o ar de seus pulmões exageradamente. Talvez trazê-la ali não fora exatamente uma boa idéia; o que fariam quando voltassem para o hotel sem nenhum verso pronto?

— Quer comer algo? — perguntou Quinn ainda ofegante, pegando a maçã que tirara das mãos de Rachel e entregando a ela.

A diva fitou Quinn ceticamente, pegando a maçã da mão dela. A loira sorriu envergonhada. Na verdade, esperava aquela explosão de sentimentos de Rachel depois que cantasse a música que queria. Ela pigarreou, o silêncio entre as duas se fazendo cada vez mais presente.

— Eu tenho uma canção para você — disse Quinn, ficando vermelha. — Um dueto.

— Mas eu não conheço a música, Quinn. — Rachel franziu a testa. — Como vou cantar com você?

Quinn sorriu misteriosa, se levantando e pegando o som que Puck tinha lhe trazido. Rachel a observava, imaginando qual música a namorada escolhera. Ela apertou o play e começou a cantar.

You are woman, I am man

You are smaller, so I can be taller than

A boca de Rachel entreabriu-se de espanto. Quinn estava mesmo cantando Funny Girl para ela? É claro que conhecia aquela música, crescera ouvindo a soundtrack do musical de Barbra Streisand. E o significado dessa especifica música no filme... Rachel sabia exatamente o que Quinn estava querendo.

You are softer to the touch

It's a feeling I like feeling very much

You are someone

I admire

Still our friendship leaves something to be desired

Doesn't take more explanation than this

Quinn chegou por trás de Rachel, passando a mão lentamente por suas costas e puxando-a para si. Rachel arfou enquanto Quinn continuava a cantar.

You are woman, I am man

Let's kiss

Quinn nem deu um segundo para terminar de cantar; puxou Rachel para o seu colo e a beijou lentamente, apreciando cada pedaço daqueles lábios pequenos. Porém, ela sabia que Rachel adoraria seguir a parte de Barbra, então sentiu seus lábios desgrudarem e a pequena saía do seu colo e começava a dar voltas pela mesa de piquenique.

Isn't this the height of nonchalance?

Furnishing a bed in restaurants

Well a bit of dinner hurt- but guess who is gonna be dessert?

Do good girls do just what momma says… when mommas not around?

It's a feeling... oy vey… what a feeling!

Enquanto Rachel cantava, ela era perseguida por Quinn por toda a clareira. Sorrindo intensamente, Quinn conseguiu puxar a diva novamente para si, oferecendo um pedaço da torta que estava em cima da mesa. Rachel revirou os olhos e recusou, dando na namorada um selinho demorado.

Should I do the things he'll tell me to?

In this pickle, what would Sadie do?

In my soul I feel an inner lack

Just suppose he wants his dinner back?

Just some dried up toast in a sliver

On the top a… a little chopped liver… oh

É claro que Rachel não estava tão confusa quanto Fanny, mas era de certa forma estranho discutir sobre sua virgindade com Quinn durante uma música de seu musical favorito. Se ela estava pronta? Não sabia. Nunca tinha lido sobre relações sexuais com garotas, ela saberia o que fazer quando chegasse a hora? Teria que tomar uma decisão muito rápida sobre tudo isso. Enquanto não acontecia, acompanhava Barbra na canção.

How many girls becomes a sinner, while

Waiting for a roast beef dinner? Oh

Most girls slip in ordinary ways

I got style I do it bordelaise

Well at least you think I'm special

You ordered ala carte

It's a feeling… I like feeling very…

De fato, era uma sensação que ela gostava, e muito. Não se lembrava de ter se sentido daquela maneira nenhuma outra vez, como quando quase perdera a virgindade com Jesse ou quando deixou Finn tocar nos seus seios. Era excitante estar com Quinn, ela tinha todo um olhar sexy e uma voz sensual e deliciosa de se ouvir quando queria estar, hm, excitada.

I feel the feeling… down to my toes

Now I feel that there's a fire here

Try that once … a little higher dear

What a feast to go on such pearl…

Would a convent take a Jewish girl?

Estava com medo, finalmente Rachel conseguiu admitir para si enquanto Quinn dava-lhe mordidas doloridas no pescoço. Subiu a cabeça da namorada a fim de dar-lhe um beijo molhado, procurando a sensação daquele dia, que mais se pareciam anos, em seu quarto, quando discutiam sobre o baile. Encontrara. Tinha que ser com Quinn, tinha certeza agora, mas não naquele momento. Não estava pronta. Ainda.

Does it take more explanation than this? — Quinn sussurrou no ouvido de Rachel sensualmente, mordendo o lóbulo da orelha dela logo em seguida.

— Não, Quinn, não precisa — Rachel disse, se perdendo na voz sexy da namorada, praticamente esquecendo-se da promessa que fizera há alguns segundos.

Ela não cantou o último verso, deixou a música terminar lentamente, com Fanny e Nick deixando explicitamente claro o que eles iriam fazer após todo aquele teatro. Quinn começou a descer demoradamente, mordendo e beijando cada parte do corpo de Rachel com desejo.

— Não, Quinn — repetiu a morena, dessa vez mais firme. A loira parou de beijar a barriga de Rachel e a fitou, desentendida. — Não agora. Eu não... Acho que não estou pronta. Ainda.

Rachel não sabia como haviam chegado à grama verde da clareira. Quando abriu os olhos, se via deitada, agarrando a grama como se sua vida dependesse disso. Quinn estava em cima dela, sua mão por baixo de Rachel, antes arranhando e as apertando com força.

Aquela música fez que os sentidos de Rachel enlouquecessem.

Quinn assentiu ainda confusa. Saiu de cima da morena, sentando na grama. Rachel engoliu em seco, temendo por uma explosão da namorada. Também se sentou, limpando as mãos sujas de terra.

— Hm... — fez Rachel, sem saber o que dizer.

— Olha Rachel, sem problemas — Quinn disse rapidamente, gesticulando. — Eu entendo beleza? Quando você quiser... Eu sou sua, lembra? Pode fazer o que quiser comigo que não vou te deixar. Nunca.

Rachel olhou para Quinn agradecidamente. A loira pegou a mão da pequena diva e deu-lhe um beijo na testa, guiando-a para a mesa de piquenique, que já tinha presenciado muita coisa naquele dia.

— Então, Mr. Schue quer alguns versos, não quer fazê-los não? — indagou Quinn, sorrindo.


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