Depois desse dia, um mês tinha se passado, agora estávamos em meio de provas e eu estava preste a ter um colapso nervoso, ficava muito pilhada nas provas, tinha confiança perante, a saber, a matéria, porem por conta do meu nervosismo eu sempre tropeçava em algum errinho bobo que depois me sentia como uma burra, felizmente só faltava uma prova para acabar, que seria hoje e justamente a de Inglês, matéria que eu tinha mais “dificuldade”, já que era a única que minha media não era tão alta como as outras, tirava aquelas consideradas boas de mais, porem não tão boas para uma garota do “meu nível”.

Caminhava rapidamente pelos corredores da minha escola, tinha me atrasado um pouco por conta de um carro que perseguia eu e meu pai, acabamos por despista-los, já não era a primeira vez que algo “estranho” me perseguia, mas fingia normalidade, segundo meu pai eu não deveria me preocupar com isso, já que era paranoia da minha cabeça essa “perseguição”, não sabia dizer ao certo, mas tinha a certeza que não era apenas uma neura minha.

- Desculpa o atraso – disse assim que entrei na sala.

A senhora “Dod”, abreviatura do nome dela que nem eu conseguia distinguir direito como se escrevia, me olhou mortalmente. Ela era uma professora de Inglês que entrara no meio do ano, e desde sempre tinha uma implicância comigo que eu não entendia, ate porque nunca tinha dado sequer a chance dela não gostar de mim, todos os professores me amavam, ate porque tinha todas as qualidades consideradas “ótimas” para um aluno.

- Da próxima vez tomara suspensão – avisou saindo da sala.

Olhei para o quadro tinha um monte de exercícios, porem não continha nenhuma explicação, para piorar não conseguia entender nada do que estava escrito por conta da minha dislexia e piorava ainda ao constatar que era matéria da prova, que seria aplicada no terceiro tempo, e eu nem ao menos sabia o que era. Tentei chamar a professora para que ela me explicasse porem ela já tinha sumido.

- Amiga eu ate te ensinaria, mas também boiei legal na matéria – falou Thalia ao ver a minha cara de desesperada.

Depois que ela se virou de novo para copiar a matéria eu comecei a me desesperar, precisava saber esse assunto caso contrario tiraria a minha primeira nota ruim em todo o meu histórico escolar e o pior ainda minhas chances de entrar para a melhor faculdade de arquitetura estariam no lixo. Fiquei me desesperando por um longo tempo ate que uma pessoa passou a mão pelas minhas costas, logo virei para ver quem era e me surpreendi.

- Quer ajuda? – ele disse, franzi as sobrancelhas com cara de duvida, mas ignorou como se não estivesse ali para explicar nada além da matéria.

- Quero – sussurrei odiava pedir ajuda ainda mais se fosse de alguém que eu não ia com a cara.

- Então da um espaço ai – ele sentou-se na minha cadeira e começou a explicar ignorando o fato dele estar praticamente sentado no meu colo, mesmo com os olhares das garotas me fuzilando com o olhar e outros com bastante curiosidade por verem o garoto mais bonito do colégio falando comigo.

Perseu começou a me explicar sobre o assunto, pelo que pude perceber ele também era disléxico, mas segundo o próprio sua mãe tinha percebido isso bem cedo e como Sally, mãe dele, é professora de inglês ensinava-o as matérias para ele não ter tantas dificuldades em fazer uma prova. Quando ele me explicava pude ver Thalia olhando para gente com um sorriso maroto no rosto, depois quando ele a mirou sorriu de volta, ela se virou novamente, parecia que eles tinham falado algo sobre mim, depois perguntaria o que eles falaram.

POV AUTORA FLASHBACK

Thalia e Perseu já estavam amigos, ambos tinham vários gostos em comum, mesmo torcendo por times diferentes, que segundo eles era péssimo, mas sentiam bem conversando entre si, alias Percy amava saber que pelo menos uma garota não o desejava naquela escola, odiava ser o centro das atenções, gostava de ter momentos só para si, mas com todas aquelas garotas o rodeando era quase impossível. Já com Thalia foi diferente ela era obrigada a se aproximar dele, mas depois que conversara vira que o menino não era tão ruim assim, mas a incomodava um fato: ele tratar mal sua melhor amiga. Apesar de também ser “obrigada” a falar com todos eles, sentia um carinho de irmã por Annabeth e não aturava que ficassem tratando mal sua amiga.

- Sabe Percy, você e a Annie se tratam tão mal e eu queria saber se é pelo mesmo motivo dos outros garotos? – perguntou e o garoto apenas deu um risinho- Chamar alguém de feio não te fara mais bonito - disse.

- E quem disse que eu preciso ficar mais bonito?! - respondeu sarcasticamente, fazendo a amiga revirar os olhos, odiava quando ele se gabava -, Mas não é por isso, você sabe que eu não sou preconceituoso.

- Então eu queria te pedir uma coisa – comentou Thalia, Perseu apenas assentiu dando passagem para que ela continuasse- trata a Annie melhor, ela é minha melhor amiga e antes que você venha com pedras ela não esta afim de você e nem quer nada contigo, eu só acho que sei lá podíamos ser um trio de amigos e não uma dupla, e Annabeth é minha melhor amiga, não quero a excluir.

- Tudo bem, eu vou ser solidário com ela – disse sorrindo e a menina apenas assentiu, mas ainda assim com pitada de duvida, Percy não parecia estar implicando com a sua amiga como os outros garotos, parecia que quisesse realizar uma vontade pessoal como se parar de implicar com a mesma o fizesse a pessoa mais infeliz do mundo, porem ao mesmo tempo acreditava que ele iria maneirar.

FLASHBACK OFF

POV ANNABETH

Ate que Percy explicava bem detalhava como ninguém as coisas e parecia ate um professor mesmo, ele era bastante paciente e quando eu dizia não entender ele reexplicava de uma maneira mais suava ainda de maneira que era impossível não saber. Depois que consegui finalmente entender a matéria fui fazer alguns exercícios com ele do meu lado olhando para ver se eu não faria nenhuma burrada, felizmente soube fazer todos.

- Obrigada por tudo – disse assim que tinha feito todos os exercícios ele assentiu.

- Não tem de que, você é uma boa aluna não merece isso – respondeu saindo apressadamente.

Todos foram ate ele o perguntando por que falava comigo, ele os ignorou sentando em sua cadeira e começou a escutar musica, habito que sempre fazia quando não queria falar com ninguém. Thalia me olhava com um sorriso maroto nos lábios e eu revirava os olhos, a mesma tinha dito que ficara bastante contente com essa nossa aproximação, mas eu tratei logo de desfazer o mal entendido dizendo que ele só tinha me ajudado mais nada. A verdade é que tinha ficado bastante confusa com a atitude dele, não a esperava.

- Então agora você e o Percy são amigos – comentou Thalia quando descíamos para o recreio.

- Não diria amigos e sim colegas, ele não é tão ruim assim – respondi sorrindo, minha amiga apenas assentiu com outro sorriso no rosto.

- Oi meninas – Luke chegou perto da gente nos dando um beijo na bochecha, não pude deixar de corar fortemente – Thalia podemos falar rapidinho – minha amiga apenas assentiu, pude perceber que ela sabia o que ele ia falar, tanto que o puxou para um local mais reservado. Fiquei com uma pontada de ciúmes dessa atitude, mas decidi ignorar.

Enquanto eles conversavam decidi andar pelos pátios da escola, peguei meu celular e comecei a escutar musica e assim fiz meu hobby preferido: sair do mundo onde eu estava e ficar pensando. Acho que fiquei por um longo tempo assim, pois o sinal tinha tocado e nem tinha sequer reparado, se não fosse uma faxineira avisando eu acho que ficaria por ali ate não sei que horas.

Quando entrei na sala a professora me fuzilou com o olhar e me entregou a prova, onde já estavam todos sentados e concentrados fazendo. Sentei no meu lugar, olhei pros lados e pude perceber varias pessoas colando, neguei com a cabeça, voltando para minha prova. Comecei a ver as questões, felizmente por Perseu ter me explicado eu não tinha duvidas. Já estava na ultima questão quando algo me chamou a atenção, tinha esquecido logo a primeira questão da prova, voltei para o começo e comecei a reler e consegui fazer com sucesso, porem quando voltei a ultima o sinal tinha tocado e a professora sem esperar foi recolhendo, comecei a me desesperar.

POV AUTORA

Do outro lado Percy já tinha terminado a prova e agora escutava musica sem que a professora percebesse, para não achar que ele estava colando e assim tirar a prova dele, olhou para os lados e viu uma garota se descabelando toda para achar a resposta correta da ultima questão – ela esta nervosa- constatava ao ver que ela relia mil vezes algo que não era necessário por ter uma resposta bastante simples e fácil.

- Thalia – chamou quando a professora pegou a prova do mesmo- o que esta acontecendo com ela? – perguntou rindo.

- Ela esta nervosa, sempre fica assim quando bate o sinal e não terminou todas as questões, a droga é que quando isso acontece ela perde completamente o raciocínio – comentou tristemente.

Percy não falou nada, simplesmente levantou e puxou a professora para conversar, ignorando o fato que ela recolhia (e os protestos dela também) a prova. Thalia aproveitando-se desse momento virou-se para a amiga que ainda fazia a prova e disse.

- Annie você não quer a resposta? Ela é fácil, colar uma vez não vai matar ninguém, sem contar que estudamos isso e você mesmo me explicou – falou, mas a amiga ignorou.

Era sempre assim em toda a prova, Annabeth odiava cola, preferia tirar um zero honestamente a colar, sonhava com um futuro brilhante e não seria o seu nervosismo que atrapalharia isso. Sem conseguir pensar direito, chutou a questão indo na letra “C” ao qual achava que deveria ser a correta.

POV ANNABETH

Quando acabei a prova fui imediatamente para onde a professora conversava com uma cara “fuzilante” para Percy que falava algo sem nexo com a mesma, entreguei a prova para ela e esta aproveitou o momento para despistar o garoto, que para minha surpresa nada fez para impedir.

Com esses pensamentos fui andando para a minha cadeira completamente confusa, por um momento pensei que Perseu estivesse me ajudando, mas isso não teria sentido, se bem que ele tinha ajudado hoje mais cedo, mas sei lá, outra parte de mim dizia que não era bem assim, na duvida decidi perguntar para Thalia.

- Amiga foi ele que teve a ideia de te ajudar, vai agradecer a ele – deu uma piscadela para mim que assenti indo ate onde o mesmo estava.

Chegando notei que o mesmo conversava animadamente com uma garota da outra serie, o chamei por traz, mas ele ignorou decidir cutucar as costas dele, mas ele também nada fez, me ignorando completamente, já começava a ficar nervosa o chamando, quando a garota reparou minha presença revirou os olhos saindo.

- O que você quer? – perguntou ríspido.

- Vim dizer obrigada por tudo – respondi sorrindo ele revirou os olhos.

- Ótimo, já pediu agora tchau – disse grosseiramente saindo dali.

Eu fiquei com a minha cara totalmente no chão como ele podia me ajudar em um momento e no outro ser totalmente grosso? Aquilo tudo me confundia de uma maneira sem igual. Voltei para minha cadeira, mas para minha surpresa ele e Thalia conversavam animadamente, fui ate eles, decidindo ignorar completamente a atitude dele anterior.

- Nossa boquinha de mel você esta bem – comentei rindo e minha amiga também, quando este comentava com ela sobre a ultima garota que tinha ficado.

- Quem te chamou aqui? – perguntou arqueando uma sobrancelha.

- Olha aqui garoto, eu sinceramente não te entendo, uma hora você me trata bem na outra não, eu pensei que poderíamos ser amigos, mas se nem isso somos então beleza – respondi puxando minha amiga para longe daquele animal.

E o garoto ainda nos seguiu sem um pingo de vergonha na cara. Bufei irritada e se naquela hora eu soubesse que seria apenas o começo me desesperaria mais ainda, as atitudes daquele menino me faziam parecer à garota mais burra do mundo, uma hora ele era o mais perfeito do mundo na outra só faltava me jogar ladeira a baixo.

- Amiga ele só esta brincando – comentou Thalia mais tentando se convencer.

- A claro, então por que quando tentei brincar com ele o mesmo me respondeu com grosserias? – ela não respondeu.

- Ou ele só ficou nervoso por você ter se metido onde não é chamada – tentou, mas eu me indignei e retruquei.

- A claro! A culpada sempre sou eu – ironizei saindo dali.