Wings Of Blood escrita por Alfonso


Capítulo 9
Capítulo 9 - Knowing the unknown


Notas iniciais do capítulo

Capitulo mais calmo, espero que gostem (:



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Fazia alguns minutos que eu havia acorda, mas ainda estava deitada na cama, fitando o teto de meu quarto. Embora eu houvesse dormido cedo e bem esta noite, eu me sentia terrivelmente cansada, com a sensação de que não dormia há dias, talvez fosse cansaço emocional, de uns tempos para cá minha vida havia se tornado uma bagunça, da qual eu não me encontrava no meio dela. Eu precisava me refugiar em algum lugar, escapar um pouco desta turbulência. Suspirei e levantei da cama. Hoje o dia seria tedioso, não teria aula de historia e Thomas não iria para o colégio. Troquei de roupa e desci para tomar café, na verdade iria só comer alguma coisa. Lindsay e Jared estavam sentados na mesa da cozinha, conversando com minha mãe enquanto ela terminada de prepara um chá.

— Estou cansada. — Murmurei, sentando-me ao lado de Lindsay.

— Não dormiu bem essa noite? — Ela perguntou.

— Pelo contrario, eu dormi muito bem por sinal. — Falei, pegando uma maça.

— Deve ser emocional. — Mamãe disse, com uma xícara branca em mãos.

— Deve ser. — Dei de ombros. — É chá do que?  — Perguntei.

— Verbena. — Ela disse. — Eu vou levar para seu irmão.

— Estão dando Verbena a ele? — Indaguei arqueando a sobrancelha.

— Desde que o... — Ela começou, mas se interrompeu. — Bom vou levar para ele. — Ela disse saindo.

Eu sabia que ela iria dizer desde que o Thomas chegou.

— Você deveria tomar também Charlotte. — Jared indagou.

— Eu não preciso. — Falei. — Thomas me deu esta pulseira banhada por verbena. — Falei, levantando o braço.

— Estou impressionada! — Lindsay disse.

— Eu não! — Jared disse entre dentes. — Ele só esta fazendo isso para tentar ganhar a confiança da Charlotte e a de todos nós, para baixarmos á guarda para ele.

— Não diga asneiras! — O repreendi. — Thomas só quer me proteger!

— Acredite no que quiser. — Ele disse, dando de ombros. — Eu só digo que no primeiro deslize dele, não pensei em contar com a minha “compaixão”, enfiarei uma estaca naquele coração podre dele! — Jared disse rispidamente.

Ele apanhou sua mochila e saiu, batendo a porto com força.

— O que acabou de acontecer? — Perguntei confusa para Lindsay.

— Hm... Vamos para aula? — Ela mudou de assunto.

— Vamos. — Revirei os olhos.

Jared dirigia em silencio, ele não olhara uma vez se quer em minha direção, e quando ocorria de quase cruzarmos os olhares ele desviava. Eu não estava entendo o porquê de toda esta raiva dele. Provavelmente ele deve ter acordado de mau humor. Na entrada do colégio ainda havia alguns cartazes de procura-se com a foto da Tiffany e do Norton, já havia se passado quase duas semanas desde que eles sumiram e até agora nenhuma noticia. Jared estacionou o carro, e descemos os três juntos.

— Quais matérias têm hoje? — Lindsay perguntou.

— Historia não tem. — Fiz beicinho.

— Será que você não sabe falar de outra coisa que não seja Thomas e história?! — Jared disse nervoso.

— Alguém está mal-humorado hoje. — Murmurei, apertando a jaqueta contra meu corpo.

— Não é mau humor. — Ele respondeu.

— Continuem brigando. — Lindsay disse. — Eu vou ir falar com John.

Só faltou ela correr na direção dele, pois assim que o viu ela já sorriu.

— John é tão tapado. — Falei rindo de leve.

— Por quê? — Jared perguntou.

— Ele não vê que Lindsay esta completamente apaixonada por ele!

— Está? — Jared arqueou a sobrancelha.

— Está! — Falei. — Você também é tapado por não notar isso. — Falei, dando um tapa em seu braço.

— Hm... — Ele murmurou. — Você perceberia se alguém gostasse de você? — Ele disse, parando na minha frente.

— Não sei... — Falei, franzindo o cenho. — Alguém esta gostando de mim? — Indaguei surpresa.

Antes de Thomas, eu nunca pensei que eu pronunciaria essas palavras sobre mim, elas soavam estranhas, não era normal ouvir-se dizer: ”Ei Charlotte o menino do segundo esta gostando de você” ou “Charlotte gosta do menino do segundo”. Isso definitivamente não se encaixava a mim. Não sei como Thomas conseguiu se infiltrar em meu mundo e me fazer desfrutar destas coisas, da qual anos eu rejeitei e evitei.

— Não... Hã... Não sei, talvez. —Ele se atrapalhou. — Te vejo lá dentro. — Ele disse.

Jared dava murros em sua cabeça e bravejava palavras em sussurros e alguns palavrões em alto som. Parecia que ele estava ofendendo-se. Realmente ele estava estranho hoje.

As pessoas já estavam na sala quando eu cheguei acompanhada de Lindsay. Jared estava sentando no nosso lugar habitual.

— Ele esta estranho. — Sussurrei para Lindsay.

— Ele esta amando. — Ela riu baixo. — Todos estamos!

— Ele esta amando? — Arregalei os olhos.

— Serio? — Ela revirou os olhos.

— Como eu não percebi isso?! — Indaguei mais para mim mesma do que para Lindsay.

— Você só não vê porque decidiu fechar os olhos para isso. — Ela disse.

— Quem é a garota? — Falei, me aproximando dela.

— Se você não percebeu, não sou eu quem vai dizer. — Ela disse, se recompondo em sua cadeira.

— Silencio, por favor. — A diretora pediu. — Bem, vim aqui para apresentar a vocês nosso novo vice direto. — Ela disse.

Em seguida um homem, alto ombros largos de cabelos castanhos escuros entrou na sala. Seu rosto era jovem e bonito, seus olhos em um azul brilhante, ele tinha um sorriso tão charmoso. Na verdade eu lembrava-me de já tê-lo visto e não sei por que raios, mas ele me lembra o Thomas.

— Esse é o Sr. Jonas, ele ficara um tempo conosco. — Ela disse.

Sr. Jonas apenas acenou com a cabeça e deu uma olhada rápida pela sala. Logo comentários indecentes surgiram atrás de mim. Comentários sobre sua beleza e desejos da parte de algumas meninas. Antes de ele sair, tive a sensação de que ele estava me encarando. Deveria ser imaginação, eu andava meio perturbada esses dias.

O recreio chegou com rapidez, alias o dia estava passando rápido. Parecia que o tempo queria correr em direção a data do meu aniversário. Essa que eu normalmente desejava com fervura que chegasse, eu a estava renegando, querendo que demorasse a chegar, pois eu sabia que quando chegasse seria como um ponta pé em uma porta, que liberaria toda a loucura, que eu queria ficar longe. Caminhamos para fora do colégio.  Nós sentamos em uma pesa de piquenique de madeira que ficava próximo da quadra de vôlei.

— Como vocês descobriram o que eram? — Perguntei.

Provavelmente eu iria me arrepender de quere “consumir” mais informações, mas já que eu fazia parte desta loucura tudo e já havia começado a mergulhar, não me importaria de ir mais fundo.

— Eu sempre soube o que era. — Lindsay disse. — Minha mãe me mandou para morar em Drittly com meus tios quando começou os seqüestros de bruxas.

— Sua mãe foi levada? — Indague boquiaberta.

— Um grupo atacou minha casa minutos depois de eu ir embora, eles levaram meu pai e minha mãe com eles. — Ela disse melancolicamente. — Mas eu tinha que vim para Drittly eu tinha uma missão a cumprir, que você já sabe qual é. — Ela disse, em seguida tocou de leve a ponta do meu nariz.

— Já eu... — Jared começou.

                                                                  Flashback On.

Campo de Drittly Villy.

Era tarde da noite Jared voltava para casa. O céu estava limpo, com uma cheia brilhante e reluzente em seu centro.  Jared atravessava o grande campo da cidade, ele havia preferido contar caminho por ali, mas tudo estava tão quieto. Jared estava próximo do fim do campo, perto das arvores, quando ouviu um grito de dor.  Ele parou e ficou a prestar a atenção, para ver se conseguia ouvir de novo. Segundos depois ecoou novamente o grito de dor seguido de um pedido de ajuda. Jared se pôs a correr na direção do barulho, ele entrou no pequeno bosque que havia ali. Jared corria pela terra apressado. Quando ele chegou próximo de uma pedra diminui o passo, seus olhos não podiam acreditar no que estava acontecendo ali, uma espécie de lobo gigante estava debruçado sobre um homem.

— Me... Me... Me ajude. — O homem pediu, com a voz fraca.

Jared procurou algo grande o suficiente para assustar aquele bicho, mas nada ali parecia forte o suficiente para fazer tal coisa. Ele continuou a procura, até encontrar um tronco de madeira que poderia ao menos lhe ajudar. Jared respirou fundo e acertou o lobo nos ombros. O animal cambaleou para trás e depois ficou sob duas patas, o que fez Jared entrar em pânico o que era aquilo?!

O lobo caiu no chão se contorcendo de dor, suas patas, que serviam de mãos, apertavam fortemente sua cabeça. Jared não estava entendendo. O lobo continuava a grunhir, como se sua cabeça doesse, segundos depois ele encarou Jared e correu tão rápido na direção do mesmo, jogando-o o chão em um movimento rápido.  Jared sentiu os dentes fortes e afiados do bicho perfurando seu ombro, era uma dor forte.

— Tuo Teg. — Alguém sussurrou.

O lobo pareceu obedecer aquele chamado e saiu de cima de Jared. Jared berrava de dor, seu ombro queimava, na verdade sua pele inteira parecia queimar, ele sentia vontade de arrancar sua pele. Seus olhos ardiam, como se alguém tivesse jogado ácidos neles.

— A! — Ele berrou.

Ele poderia jurar que estava queimado, ele tinha que estar queimando, não havia outra explicação para isso.

                                                                    Flashback Off.

— Então você não nasceu um lobo. — Murmurei. — Foi mordido por um. Pensava que lobos não atacavam humanos. — Indaguei ironicamente.

— E não atacamos! — Ele disse entre dentes. — Descobri depois que aquele homem, que ajudei a salvar era na verdade um vampiro! — Ele disse com raiva.

— Mesmo assim o lobo te atacou! — Acusei.

— Isso foi por minha culpa. —Lindsay disse.

— Sua culpa como assim? — Falei confusa.

— Jared... — Ela começou. — Bem naquela noite eu estava na floresta, eu te atrai até lá. — Ela fechou os olhos.

— O que? — Ele berrou. — Sabe o inferno que passei? — Ele disse alterado.

— Eu sei e me desculpe por tê-lo feito passar por isso! — Ela pediu.

— Uma semana meu ombro ardendo e eu sem entender! — Ele berrou. — E quando pensei que estava tudo bem, na lua cheia voltou com mais força! Você tem idéia da dor?! — Ele berrou.

— Você não disse que foram escolhidos para isso? — A encarei. — Você mentiu?!

— Não! — Ela disse, se levantando. — Se Jared não fosse escolhido o veneno não teria reagido nele! — Ela suspirou.

— Explique-se. — Pedi.

— Quando um humano é mordido por um lobisomem em suas veias sanguíneas é transmitindo um veneno atrás da mordida, ela doera durante uma semana inteira e depois sumira feridas e a dor. — Ela falava, enquanto gesticulava. — Depois dessa uma semana, na lua cheia precisamente, a dor volta, mas dessa vez intensifica, a pessoa não consegue se levantar, seus ossos parecem que iram explodir e romper sua pele de tanta dor, isso é o começo da transformação, é onde o veneno começa a agir, mas se o sangue da pessoa rejeitar a transformação, em vez de se transforma o veneno irá levá-la a morte.

— Você arriscou?! — Indaguei indignada. — Ele poderia ter morrido Lindsay!

— Não iria, eu estava lá quando ele se transformou, estava preparada para lançar um feitiço caso o veneno começasse a matá-lo! — Ela se defendeu. — Eu fiz isso, porque só ele seria capaz de me ajudar.

— Você sabe se ele queria isso?! — Falei, apontando para ele.

— Obvio que queria! — Lindsay disse. — Talvez não desse modo, mas Charlotte você nunca percebeu como ele te olha?! — Ela perguntou.

— Não Lindsay... — Ele pediu.

— OK. — Ela suspirou. — Mas você deveria contar a ela! — Lindsay disse.

— Não há o porquê. — Ele murmurou.

— Eu estou aqui e estou farta de segredos. — indaguei.

— Do que adiantara?! — Jared perguntou.

— Argh! — Revirei os olhos.

— Argh digo eu. — Ele explodiu. — Sabe o que é viver anos apaixonado pela mesma pessoa? Sabe o que é aceitar essa maldita maldição?! Sabe o que é aceitar morrer por alguém que se ame Charlotte?! — Ele berrou.

— Eu... — Comecei.

— Não, você não sabe! E nem saberá! — Ele disse entre dentes. — Eu posso não ter sabido que poderia ter morrido durante a transformação, mas que saber? Isso não muda nada, pois aceitei ser seu guardião, aceitei morrer para que você fique viva!

— Como assim?! — Arregalei os olhos.

— Como assim que eu te amo caralho! — Ele berrou. — Como um homem ama uma mulher! — Ele disse, suas veias estavam ressaltadas em seu pescoço.

Arregalei os olhos. Eu não sabia sobre isso, nunca havia suspeitado que ele pudesse se quer sentir isso por mim.

— Mais você só tem olhos para aquela coisa. — Ele cuspiu as palavras. — E francamente não espere que eu passe por cima dos meus sentimentos para desejar que você seja feliz com ele. Estou farto disso, eu espero verdadeiramente que vocês não fiquem juntos! — Ele disse de forma ríspida.

Jared saiu de lá bufando de raiva. Eu nunca havia visto ele nesse estado de nervosismos. Normalmente ele já era nervoso, mas desse jeito nunca!

— Jared! — Gritei.

— Deixa. — Lindsay disse, me segurando pelo braço. — Ele precisava desabafar, ele já estava guardando isso há muito tempo. — Ela disse me abraçando.

— Há quanto tempo? — Eu perguntei.

— Desde que nos conhecemos. — Ela riu de leve.

— Não brinca?! — Indaguei.

— Não estou. Você que nunca percebeu. — Ela murmurou. — Lembra quando você o beijou no rosto e ele ficou uma semana todo bobo?!

— Céus! — Murmurei.

Eu me sentia péssima, esse tempo todo Jared apaixonado por mim, justamente por mim?! Eu não tinha nada de especial, qualquer garota daquele colégio seria boa o suficiente para ele, mas eu?!

— Eu vou ir lá. — Lindsay murmurou.

— Tudo bem. — Falei, me sentando na mesa.

O sinal soou avisando o termino do recreio, mas eu não levantei continuei sentada.

— Tentando matar aula mocinha?! — Ouviu o som de uma voz máscula.

— Hã... Não. — Falei, me virando. — Desculpe Sr. Jonas já estou indo. — Falei me levantando.

— Calma! — Ele disse. — Hm... Tudo bem? — Jonas perguntou.

— Esta. — Respondi, apertando a jaqueta contra meu corpo.

— Eu diria que não esta! — Ele disse, com um sorriso fino nos lábios. — Isso poderá soar mal, mas eu escutei um pedaço da sua briga. — Ele franziu o cenho.

— Não deverias escutar conversas alheia. — Respondi rispidamente.

Não estava ligando, se aquele era nosso novo vice direto, ele não tinha o direito de me “espionar”.

— Oh desculpe, não quero que faça mal juízo de mim. — Ele sorriu. — Só fiquei preocupado.

— Não fiz! — Falei, mordiscando o lábio inferior.

— Bem... Como se fica amigo de uma aluna? — Ele disse, se inclinando na minha direção. — Isso é, se você quiser ser minha amiga. — Seus lábios se alargaram.

Estreitei os olhos. Esse cara não era normal!

— Me perdoe pelo vou dizer a seguir, mas você bebeu? — indaguei. — Fumou ou fez algo do gênero? — Falei, fazendo-o cair na gargalhada.

— Não, ainda estou sóbrio. — Ele disse, cruzando os braços sobre o peito. — Mas podemos beber algo se quiser.

O segundo sinal soou, eu teria de voltar para sala.

— Hm... Estou indo. — Falei, lhe dando as costas. — Cara louco, mas legal. — Murmurei para mim mesma.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, já sabem reviews, é muito bom ler cada reviews e saber o que acharam do capitulo (:



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