A Ultima Profecia escrita por EmyBS


Capítulo 1
O mundo em que vivemos


Notas iniciais do capítulo

Essa foi minha primeira experiência em escrever uma fic completa para depois postar. Confesso que não me agradou, senti falta da motivação dos comentários e de poder alterar a história conforme algumas pessoas comentam. A fic possui 12 capítulos e como eu disse que está finalizada. Boa leitura.



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O céu era cinzento, mas combinava com os prédios destruídos e a devastação que havia por toda a cidade. A ironia do verde que cismava em nascer em meio ao cinza.

O mundo mudou.

Voldemort caiu como o fraco que era, mas aquilo não havia sido o fim. Os seus seguidores voltaram a se unir e elegeram um novo Lorde das Trevas. Um herdeiro e por muito tempo ele é apenas chamado assim: O Herdeiro.

Em menos de um ano após a queda de Voldemort a guerra se intensificara. Não havia mais Dumbledore, Lupin, Moddy e tantos outros que ajudavam aqueles jovens a seguir em frente. As perdas tiveram que ser sentidas numa guerra continua e cada vez mais forte.

Harry não foi proclamado o líder, mas era respeitado como tal. Os mais velhos tombaram no campo de batalha e cabia ao jovem que derrotou o antigo Lorde das Trevas a unir e ajudar os novos combatentes.

No segundo ano a guerra chegou de maneira mais pesada ao mundo trouxa. Armas de fogo contra varinhas. Mortes em massa dos três lados, pois ainda não era nítida a separação entre luz e trevas.

No terceiro ano os trouxas começaram a se dividir. Alguns buscavam apoio na resistência, liderada por Harry, e outros se viam fascinados pelo enganoso sonho de riqueza pregado pelos Comensais da Morte. Não havia mais distinção entre bruxos, trouxas, criaturas. Todos tinham um lado e uma opção.

Luz ou Trevas.

Resistência ou Comensais da Morte.

Em meio a todo aquele cinza não havia mais duvidas e pequenos erros. Era tudo no preto ou no branco.

Foi no meio do segundo ano que os Dursley foram mortos, um dos primeiros na sua cegueira da não existência da magia e pela primeira vez Duda se viu sozinho sem os pais. Sua primeira e talvez única opção, foi procurar o primo magrelo que alguns anos atrás havia partido para sempre da sua vida. O primo que ele sabia que poderia ajudá-lo em meio aquele caos.

Ele não esperava que Harry Potter fosse o líder da resistência.

O rapaz magricela havia dado lugar a um homem de olhar maduro e cansado. O corpo possuía alguns remendos feitos por feitiços errantes, mas era forte, os olhos verdes firmes, o nariz pequeno parecia mais arrebitado e vermelho devido a insistente mania do dono de apoiar um dedo nele para cima e coçá-lo de tempos em tempos e Harry havia crescido, ainda não era tão alto quanto o primo, mas bem maior que uma menininha que era como Duda se lembrava.

Não foi com assombro que Harry viu o primo entrar na sua sala improvisada em meio da cidade destruída onde a resistência tinha se estabelecido nos últimos tempos. Na verdade a chegada de Duda era esperada, mas o que assustou o rapaz foi a rapidez com que o primo tinha se adaptado a rotina do acampamento e se tornado ainda mais musculoso.

Duda era o melhor atirador da resistência, uma massa humana de causar medo tanto por sua alta estatura como por seus músculos e o que mais havia impressionado a todos era o amor que havia surgido entre o exímio atirador e a desmiolada Luna.

Amor esse que fizera nascer os dois gêmeos que corriam soltos pelo complexo mostrando a todos que a vida cismava em continuar mesmo naquele ambiente hostil.

Luna era conhecida como Di-lua, desde a época de Hogwarts, mas agora havia mais ênfase: Di-lua, a louca. A menina não parecia se importar com o apelido e nem mesmo Duda que muitas vezes a chamava carinhosamente de louquinha.

Os cabelos loiros claros pareciam ainda mais enredados naquela estranha trança que Luna usava no alto da cabeça, suas orelhas eram adornadas pelos mesmos brincos de rabanete que usava na escola, talvez a única herança daquele tempo. Seus olhos azuis grandes viviam desfocados e observando pontos perdidos no horizonte como se ela não vivesse o presente, apesar do sorriso se abrir como uma suave manhã de primavera cada vez que Duda ia a seu encontro ou quando um dos filhos chamava sua atenção.

Os gêmeos tinham uma vivacidade invejável a muitos e corriam nos seus passos prematuros pelos locais onde Luna se encontrava mesmo que ela não estivesse realmente prestando atenção a eles. Muitas vezes a menina era vista olhando perdida por horas a fio o horizonte apenas para parar e se virar a porta chamando os filhos dizendo que o pai retornara e era com assombro que, quem presenciava a cena, descobria a chegada dos homens alguns minutos depois.

Ron era sempre o primeiro correndo na frente atrás da esposa que vivia enclausurada no oitavo andar onde havia montado sua biblioteca particular. Sempre que podia o rapaz alto, o mais alto de toda a resistência segundo alguns, trazia livros que encontrava entre os escombros.

A esposa sempre sorria.

O mesmo sorriso discreto e olhar brilhante que tinha no tempo de escola com os cabelos descendo em suaves cachos até os ombros no seu tom castanho escuro enquanto alisava os cabelos vermelhos e curtos do marido.

Hermione não gostava de ser deixada para trás, mas era preciso. Desde que descobriu seu início de gravidez passou a se cuidar como nunca e nem precisaria do sermão de Ron, Harry e Ginny de que ela não poderia ir mais às missões.

Ela sabia que carregava o maior tesouro dos novos tempos.

Vida.

Muitos tinham morrido e ainda morriam em meio aquela guerra que nem parecia ter mais um sentido especifico, se é que algum dia teve, raramente alguém nascia. O nascimento dos gêmeos havia sido comemorado por toda a base e elevado a consideração que as pessoas tinham por Luna.

Agora ela e seu marido teriam seu próprio milagre.

Marido. A guerra apressava os relacionamentos e criava vínculos maiores. Ainda eram crianças, mal tinham feito vinte e dois anos, mas já tinham responsabilidades de adultos. Já tinham sentimentos de adultos. Não havia mais perspectivas para brincadeiras.

Como os gêmeos Weasley faziam falta nesses tempos.

Jorge havia caído pouco depois de Fred. Um dos primeiros na nova guerra que se iniciava. Tempos difíceis em que muitos morreram. Foi com o coração em pedaços que eles viram tantos Weasley caírem. Atualmente viviam apenas Ron, Fleur, a pequena Victoire e Ginny.

Ginny, a menina de ainda incompletos vinte e um anos que tinha a responsabilidade de ser mulher do herói, do líder, do guerreiro, do homem.

Os cabelos vermelhos brilhantes pareciam um mau agouro naquele cenário sem cor. Os olhos castanhos alertas e que transmitiam a mesma autoridade que o esposo possuía. Ela era a segunda em comando. Aquela que organizava as defesas e ia junto com eles. Tinha lutado muito para ser tratada como uma igual e não iria mudar agora.

Todos sabiam o quanto Harry tinha orgulho da esposa, mas a mesma guerra que os unia também os consumia e era de conhecimentos de todos o desgaste da relação apesar de nenhum dos dois concordarem. A paixão da juventude deu lugar à comodidade e a rotina de terem um ao outro. Talvez Ginny ainda sentisse amor pelo marido, porém as responsabilidades tanto no campo de batalha como na base os afastavam.

E Harry parecia um furacão ao chegar daquela missão. Ginny conhecia bem o marido para perceber os sinais de que algo havia abalado o rapaz. Nenhum dos outros tinham o semblante fechado do esposo e muitos diziam que a missão havia sido um sucesso, mas ela sabia que havia alguma coisa.

Foi com a expressão séria que o encontrou quando entrou no quarto que dividiam, naquela noite, o rosto escondido entre as mãos, cabeça baixa. Ajoelhou-se na frente do homem que sempre amou e acariciou os eternos cabelos rebeldes espetados para todos os lados, um símbolo assim como a cicatriz em sua testa.

- O que houve Harry?

O tom tinha doçura e preocupação. Ela o conhecia bem demais, mais do que ele mesmo em muitas situações, era seu conforto, seu ombro amigo. A mulher que o acompanhava desde sempre, que lutara ao seu lado, que remendara seus ossos quebrados, o corpo quente que o aquecia nas noites frias.

Não poderia esconder dela.

Não aquilo.

Em todos aqueles quatro anos um mistério nunca havia sido revelado. Algo praticamente esquecido em meio ao caos dos acontecimentos e o calor do campo de batalha, mas ninguém nunca soube quem era o rosto por trás do Herdeiro, o novo Lorde das Trevas escolhido pelos antigos seguidores.

Os antigos morreram sem contar o segredo e os novos pareciam não ter conhecimento da pessoa exata que os comandava. Não faziam idéia de quem seguiam, mas a lenda corria solta sem um rosto.

Pelo menos até aquele momento.

- Eu descobri quem é o Herdeiro...

Um sussurro, os olhos verdes marejados, uma expressão de derrota, as mãos percorreram os cabelos revoltos e um suspiro profundo.

- Quem é Harry? – Ginny tinha os olhos fixos no marido – Quem é o novo Lorde das Trevas, o Herdeiro?

Harry a olhou desolado e disse as palavras doendo no peito.

- Draco Malfoy.

E ela não precisou de explicações quando ele puxou seu corpo para a cama e arrancou suas roupas como se precisasse daquilo para respirar, tentar expurgar seus pecados, esquecer.

Draco Malfoy, o rapaz que ninguém nunca soube o paradeiro depois da batalha final. Nem ele ou sua família haviam sido vistos durante todos aqueles anos, muitos diziam que haviam sido mortos pelos antigos seguidores ensandecidos e agora a verdade.

O rapaz de cabelos platinados e olhar assustado havia se tornado o Herdeiro, o causador daquela revolução, o novo Lorde das Trevas, mas muito pior que o primeiro. Aquele que havia sido salvo das chamas do fogo maldito por Harry Potter.

E daí vinha a culpa e o remorso.

Draco Malfoy poderia estar enterrado na Sala Precisa na antiga Hogwarts para sempre e talvez aquela guerra nunca tivesse acontecido.

Ela sabia que não era culpa de Harry, mas também tinha conhecimento que ele nunca se perdoaria.


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Notas finais do capítulo

Olá! Eu não estou muito certa com relação a essa fic, mas me apaixonei pela história.

Beijinhos e até o próximo capítulo:

O mundo que o escolheu

“O mundo o arrancou de sua aristocracia e pedestal de maneira brutal e pensar que ele havia achado que chegara ao fundo do poço naquele fatídico ano em que fora incumbido por Voldemort a matar o diretor de Hogwarts, Dumbledore.”



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