A Sociedade Perfeita escrita por fhyuvdkmchjk


Capítulo 10
E vamos ao perigo!


Notas iniciais do capítulo

trilha, Secrets, The Pierces (na verdade é a musica do intro de Pretty Little Liars, mas eu amo aquela música então f******.)Link: http://letras.terra.com.br/the-pierces/1027813/beijoquinhas



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Os primeiros raios de luz acordaram a jovem Lorena. 

A garota sentou-se no saco de dormir, sonolenta. Olhou para o seu lado e sorriu, ao ver o melhor amigo apagado em seu lado. 

Pegou o relógio que guardava no bolso da mochila e deu um pulo, afobada.

- Charlie, acorda, acorda, estamos atrasados, ANDA!

O rapaz entreabriu os olhos verdes cintilantes devagar e fitou o rosto da amiga por alguns segundos. 

Lorena percebeu que algo estava errado. O rapaz tinha olheiras muito profundas, o que seria até justificável, visto que havia passado metade da noite acordado, mas sua pele estava, como se fosse possível, ainda mais pálida do que o normal, e seus olhos expressavam uma irreconhecível sombra do medo. Lorena sabia que se ela perguntasse, ele negaria qualquer problema, mas ela não era tola. Algo estava muito errado. Mas ela sabia que sob qualquer condição não deixaria nada acontecer com o amigo, seja lá o que o mesmo temia.

-Lie, é sério...Eu sei que você está com sono, mas tá na hora. Temos que embarcar no avião e ir para...- Lorena torceu o nariz, percebendo que não fazia a minima ideia de aonde eles iam. - Para algum lugar aí.

Charlie não se mexeu, fechou os olhos novamente e suspirou devagar. 

- Eu não quero ir, Lô.

Lorena boquiabriu-se. Agora ela tinha certeza absoluta que havia algo muito, absolutamente, totalmente errado. O amigo sempre fora tão corajoso com os obstáculos, e agora estava esquisito daquela maneira. 

Lorena fechou a cara, uma expressão séria.

- O que aconteceu, Charlie. Me fala. Agora. Isso não é uma pergunta, isso é uma ordem.

O rapaz suspirou e se levantou.

- Eu vou pra minha barraca me trocar. Vai pro café da manhã, eu não vou comer nada mesmo...

Lorena sabia que de nada adiantava impedi-lo. Resolveu obedecer o companheiro, prevendo que era o melhor a fazer.

A moça saiu de sua barraca e fitou a tenda do vizinho. Soprou o ar, desapontada, e atravessou a clareira, indo até uma grande mesa de madeira onde seria executado o café da manhã.  

Avistou Miette, a única jovem conhecida além de Charlie. Ela era uma francesinha muito simpática que, de vez em quando, conversava com ela. Lorena percebeu, horrorizada, que já estava ali há dois meses. 

Dois meses...ela pensou. Pareciam mais como dois dias. Não conhecia quase ninguém. Se lembrava do primeiro dia como se este tivesse se passado no dia anterior. Uma garotinha com um sorriso malicioso lhe veio em sua mente. Lorena balançou a cabeça, afastando aquele pensamento. Soprou o ar novamente e sentou-se ao lado de Miette. A outra sorriu.

- Olhe só quem resolveu aparecer! Lorena, minha querida. Então? animada? 

- Sim, sim....- Lorena respondeu vagamente.

-Pois não devia estar! - Um jovem sentado em frente a Miette lhe interrompeu. - Esse lugar é perigoso! Me sinto um azarado só de pensar que depois de dois anos, dois anos de recrutamento em que eu não estive presente, quando voltei me aparece esse maldito lugar. Argh!

Lorena franziu o cenho.

- É tão perigoso assim?

O rapaz arregalou os olhos.

- Ora, eu nunca estive lá, mas ouvi dizer que da última vez um soldado morreu com uma só bala! Dá pra imaginar? Miette estava lá! Pergunte a ela!

Miette se engasgou com o naco de pão que antes mastigava.

- Pois saiba que foi horrível, Rosewood, e eu não vou contar nada sobre isso. E nem você! - O cenho da moça se franziu em uma expressão brava. - E não pense em mencionar isso perto dele, você sabe o desastre que causaria!

Foi a vez de Lorena se engasgar. Aquilo tudo lhe parecia familiar, familiar demais. A expressão de medo do amigo lhe tomou o pensamento. Lorena se levantou bruscamente.

- Pra onde nós vamos Miette? PRA ONDE?

Miette arregalou os olhos com a reação da amiga.

- Você não sabia Lorena? Dublin, Irlanda.

Lorena pulou fora da mesa, correndo como nunca, em direção à barraca vizinha à sua. Tentou abrir o fecho e entrar de uma vez, mas não conseguiu. 

- CHARLIE, TIRA ESSE CADEADO DESSA MERDA AGORA! - a garota gritava, forçando o fecho. 

Não houve resposta, mas também não foi preciso, pois tanto a jovem forçou o zíper que o outro descosturou-se da lona de que a barraca era formada. A outra partiu para dentro e, para seu horror, encontrou o amigo encolhido em um canto qualquer, os olhinhos verdes lhe encarando. Lorena percebeu o quanto havia sido grossa. 

- Desculpa. - Ela sussurrou sem graça. 

O jovem apenas fez que sim com a cabeça. Lorena sentou-se ao seu lado, colocando a mão nos cabelos do rapaz e insentivando-o a deitar-se em seu colo. O mesmo o fez, devagar.

- Eu não quero ir. - Ele sussurrou, e Lorena nunca o havia visto tão triste. Sua 'voz era um tanto infantil, ele todo parecia uma criança ali. Lorena sentia um nó esquisito no estômago, pois sabia que ele tinha mil razões para estar daquele jeito.

- Você tem que ir, Lie. E eu juro que eu vou protejer você. Não vou deixar nada te acontecer.

O rapaz encolheu-se em seu colo.

- O meu medo não é esse.

Lorena franziu o cenho.

- Então qual é seu medo?

- É que eu não quero perder outro amigo...

Lorena boquiabriu-se.

- Mas nada vai acontecer comigo também. Juro que vou me cuidar.

-  Jura? - o rapaz choramingou.

Lorena sorriu com afeto.

- Juro.

Charlie deu um beijinho na bochehca da amiga, fazendo-a corar. Lorena percebeu o quanto amava aquele rapaz. Não era o que provavelmente todos iriam pensar, não era amor de querer casar e ter filhos. Era um amor de amigo, um amor de quem queria bem. A jovem sorriu, feliz com a descoberta. Abraçou o rapaz forte e depois lhe dirigiu a palavra.

- Vai com a gente, Lie. Por favor.

O rapaz fez que sim com a cabeça, devagar. Lorena sorriu e em seguida se levantou.

Estendeu a mão para o amigo, ajudando-o a se levantar. Um apito, quase instantâneo ao  acontecimento, soou pela clareira, chamando-os para o voô.

- Então vamos. - Lorena disse, encorajando-o.

O outro suspirou, fortemente, e lançou a resposta.

- Vamos.


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Notas finais do capítulo

Cap pequeno e cap de transição, eu sei que é meio chato, mas é pra entender o próximo, então leiam, btwUm vai ser meio que a continuaçao do outro então acho que a trilha do próximo é a mesma.ACHO.



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