- Uau, chuva, o tempo tava tão bom, que falta de sorte a nossa. – Tiago disse rindo, se separando de Lílian.

Bom, se quiser saber, o beijo foi bom, Lílian correspondeu e todo mundo ficou feliz, mas a dúvida na cabeça da Evans agora era outra...

            - Mas... – ela balbuciou.

            - Mas?

            - Mas você não tinha me amaldiçoado para ter azar sempre que estivesse longe de você e só iria ter uma vida normal e estável quando passasse cada segundo ao seu lado, evitando várias catástrofes? – Lílian soltou rápido.

            - Ahn?

            - E você combinou com o Black para roubar a minha poção da sorte só para o seu plano egoísta dar certo?

            - Quê?! Lílian, você não tá muito bem, vamos voltar pro castelo antes que a gente pegue uma gripe e a sua cabecinha fique pior ainda.

Os dois voltaram para o castelo e encontraram Sirius, Remo e Pedro no Salão.

            - QUASE DUAS HORAS! Perdeu dessa vez, Almofadinhas,  vai pagando pro Aluado que dessa vez o Pontas conseguiu. – Pedro disse se levantando e olhando as horas no relógio de pulso.

            - ... Lílian, eu não sei de onde você tirou esse plano maluco mas eu juro que dessa vez eu não fiz nada... – Tiago estava muito ocupado resolvendo as coisas com a Evans. – deve ter sido tudo imaginação sua.

            - O que, Evans? Tem visto frutas correndo? – Sirius zombou.

Lílian se sentou na poltrona pensativa.

            - Mas então...o que vocês quiseram dizer naquele dia... – ela começou a falar.

Para que os garotos não ficassem perdidos, Tiago explicou toda a paranóia da Evans para eles, e então, todos começaram a tirar as dúvidas da ruiva.

Completando conversas incompletas:

“- Almofadinhas, ela vai estragar tudo desse jeito...temos que sair da escola, e então contrabandear... mas ela não quer mais vender nada pra gente!

            - Oras...eu achei que a moça lá do bar tinha parado de vender cerveja amanteigada só pra mim, mas não é?

            - Droga! Não lembrava desse detalhe...então teremos que roubar...aposto que ela não vai ouvri a gente com a sua capa, ninguém pode ter tanta sorte, concorda? – Tiago cochichou dando um sorriso malicioso para Lílian, que na verdade foi pro Remo, ao dizer “sorte”.

            - Mas então só se entrarmos lá no bar e roubarmos? – Sirius disse.

            - Você entende mais do que ninguém que esse plano não pode falhar, afinal, é o aniversário do Aluado...e sim, você rouba...então eu te espero no túnel. Sabe como é, uma causa nobre...afinal, não é amor? – Tiago sussurrou rindo. Sirius riu também. Lílian ouvia tudo atenciosamente, já pensando no melhor esconderijo para sua poção da sorte, que ela tinha certeza de que eles tentariam roubar só para que Lílian cedesse e ficasse perto de Tiago.

            - Eu não sou gay, não é amor, é amizade, seu babão. Mas continua uma causa nobre.”

É, não tinha nada a ver com a poção...

            - Mas então vocês queriam roubar... – Lílian começou se organizando.

            - Cerveja. – Completou Sirius.

            - Não era a minha poção?

            - Não...?

            - Então cadê a minha poção?! – Lílian exclamou.

            - Ué? Tá lá em cima! – alguém disse vindo da passagem do quadro. Era Paulina.

            - Quê?

            - É, Lily, você me emprestou, lembra?

E relembrando da conversa..

“Passaram-se uns três dias, dias equilibrados, e quanto mais equilibrado o dia estava, com mais raiva Tiago ficava.  Tudo estava normal. Paulina estava eufórica porque tinha finalmente conseguido marcar um encontro com Remo em Hogsmead e falou disso durante toda a aula de transfiguração...

            - Eu nunca tinha marcado assim com um cara! Lílian, eu não sei o que fazer, me deseje sorte!

            - Aham...

            - É, muita sorte...com que roupa eu vou? Acho que vou usar aquela calça nova, sabe?

            - É, com certeza...

            - E será que vai estar frio? Espero que não, senão eu vou ter que esconder aquela blusa legal com um casaco...eu até já desenhei um monte de mudas de roupa, olha!

            - Hm, bacana...

            - Qual delas?

            - Todas, todas...

            - Lily, eu vou precisar que tudo seja perfeito, não pode me dar um pouco da poção? Só duas gotinhas?

Lílian não prestou muita atenção porque estava muito concentrada na Minerva, mas no final de tudo, lembrava-se da palavra “emprestar”.

            - Claro, pode pegar.”.

                - Lembra? – perguntou Paulina depois de narrar a conversa inteira de novo.

            - Ai, caramba... – Lílian disse dando um soco na própria testa.

            - Aí eu guardei junto com o seu material de poções. – Paulina concluiu.

            - Estamos livres da acusação de roubo, Sargento Evans? – caçoou Sirius.

            - Desculpem, garotos. – Lílian disse distraída enquanto caçava mais dúvidas.

            - Mais alguma coisa, Evans? – Pedro perguntou.

Lílian pensou um pouco. Tudo fazia sentido e ela que estava doida...mas ela ainda tinha uma dúvida.

            - Quem e Titinha?

Sirius e Remo começaram a gargalhar.

            - É a Rita, ela é irmã do Maxwell. Todo mundo sabe. Ele chama ela de Titinha só para irritar. – Remo explicou. – Pensei que você soubesse.

            - Irmã?! Mas ele falava com ela como se tivesse engravidado a garota! – Lílian protestou.

            - Grávida? A Rita não está grávida. Eu me preocupo com o estado “barrigal” das meninas com quem eu fico, e essa aí não está grávida. – disse Sirius.

- Talvez você estivesse no lugar errado na hora errada. – Sugeriu Remo.

E ela estava. Pena que ela não pegou o começo da conversa entre Maxwell e Rita, ia esclarecer tanto...

            “- Max! MAX! O que você colocou naquele embrulho? Chumbo?

            - Que embrulho?

            - A caixa que você enviou pra mamãe com a MINHA coruja!

            - Porquê?

            - Estava muito pesada, você machucou a minha coruja! Não é só uma mensageira, é o meu bichinho, Max! E você sabe que ela é pequena! – Rita choramingou.

            - Desculpe, Rita, mas ela vai ficar bem, não deve ter sido grave...

            - Eu acho que ela quebrou aquelas perninhas com tanto peso! Ela não para mais de pé!

            - Não foi nada, daqui a pouco ela volta a voar...

- Não foi nada?! Ela parou de andar! E você vai pagar o tratamento!

- Calma...

            - Calma? Mas e se...e se...você sabe! Você sabe como é difícil para mim?!

            - Não, nada aconteceu!  Tudo bem, eu não vou fazer de novo, eu tomo mais cuidado na próxima...

            - Mas a responsabilidade é sua, espero que saiba! Vai sair tudo do seu bolso.

            - Eu sei, eu sei...mas eu garanto que nada aconteceu.

Lílian ouvia tudo atenciosamente. O casal discutia atrás de uma árvore, nenhum dos dois vira ela. Caramba, ele devia ter engravidado a garota! E quem era ela? Ela não reconhecia a voz.

            - Tá tudo bem, não vai ter o que bancar porque não aconteceu nada. Mas se tiver acontecido, eu já sei...  – Maxwell continuou tranqüilizando a garota.

            - Bom mesmo. Te amo, Max. Eu sabia que você ia resolver.

            - Também te amo, Titinha. – ele disse dando um tapa na bunda da garota enquanto ela dava meia volta para voltar para o castelo. Ele saiu de trás da árvore e viu Lílian.”.

            - Irmãos! – Lílian exclamou.

            - Irmãos! – Sirius confirmou rindo. – acho que só vocês dois não sabiam...e o Pedro, mas ele não conta.

            - Então...era tudo...paranóia minha?

Todos pararam de rir e olharam para Lílian.

            - Bom...acho que foi estresse e... – começou Remo tentando não ser grosso.

            - ...tudo coincidência, entende... – foi tentando Sirius.

            - Lugar errado na hora errada, desencontros... – disse Pedro.

            - Sabe como é, né, Lílian? – continuou Tiago.

Então os três concluíram rápido.

            - É, foi tudo paranóia sua.

As férias chegaram alguns dias depois, e, depois delas, Lílian e Tiago passaram o sétimo ano juntos e sem maldições. Dividiram muito chocolate com chocolate durante o ano, marcaram muitos encontros evitando o por do sol e fugindo de insetos grandes.

Com certeza, eles se completavam.

FIM

(a narradora fecha o seu livrão de couro enorme, se levanta do banquinho e sai de cena)