(Kaname)

–Aff, essa pervertida... – Zero falou irritado. Ele teve que se vestir todo porque Yuuki havia caído no quarto dos rapazes nus.

–Hey, não foi culpa dela... Ela é só... – defendi.

–Intrometida? – Zero respondeu antecipadamente. Olhei feio. – essa sua proteção toda para Yuuki não parece só amizade, mas sim...

–HEY! O pessoal já vai entrar! – Shiki gritou de fora do camarim que eu e Zero estávamos sozinhos. Zero sorriu, levantou-se, borrifou perfume e foi embora do quarto.

–Aff, esse Zero... – eu falei comigo mesmo. Terminei de me arrumar e fui em direção ao salão principal. Olhei para a porta principal, que estava lotada de meninas do colégio. Que vergonha!

–K-Kaname...? – alguém gaguejou. Olhei, era Yuuki. Seus olhos estavam brilhando.

–O-O que foi? Estou muito feio? – perguntei medroso. Ela negou.

–Pelo contrário, você está lindo! – ela respondeu. Corei na hora. Nunca a imaginei me chamando de lindo... – essa combinação de vinho, amarelo e vermelho ficou lindo em você! Esses Hanbok são lindos, não? – ela perguntou.

–S-Sim, é mesmo. Mas meio desconfortáveis haha. – eu ri. Ela riu também.

–Ei, Yuuki-chan, se prepare com as comidas... – Takuma falou para Yuuki, que assentiu.

–Hora do batente. Boa sorte Kaname! – Yuuki me deu boa sorte, correndo para começar o trabalho. Bufei

É, vou precisar de sorte mesmo...

–Boa sorte garotos! – a menina ruiva incentivou, agradecemos e ela saiu do salão. Só restava eu, Takuma, Zero, Shiki, Aidou, Kain e Yuuki. Era a hora de agir.

–Vá abrir a porta Yuuki. – Zero ordenou. Yuuki assentiu irritada.

Quando ela foi abrir a porta, uma manada de garotas malucas veio em nossa direção. Yuuki caiu de bunda no chão.

–Y-Yuuki! – exclamei indo já em sua direção. Mas Shiki me bloqueou com o braço.

–Isso é comum, agora vamos ao trabalho. – ele explicou. Fiquei meio bravo, mas abedeci.

–Hey, Kaname. – chamou Kain. – o sistema é o seguinte: as clientes chegam, escolhem com quem quer ficar e depois elas revezam. É a assim a tarde toda. Seja paciente e nunca chame elas de feia, seja gentil! – o mesmo explicou. Bem, parecia fácil...

–Minhas princesas! Escutem-nos! – Zero gritou em cima de uma cadeira. Todas se viraram, suspirando sobre aquele homem tão estranho para mim. – hoje, temos um novo garoto, o number 6: Kaname! – Zero apontou para mim. Todas me olharam e começaram a murmurar algo. Fiquei assustado. Ele me fazia o sinal de ir até ele. Eu fui.

Zero desceu da cadeira e no ato, antes de me pronunciar, ele me pôs em cima da cadeira. Todas me olhavam, esperando uma palavra.

–B-Bem... – gaguejei. – m-meu nome é Kaname e espero servi-las muito bem! – fiz reverência, tentando esconder minha vergonha. Olhei para todas, que estavam em silêncio, que estranho, achava que elas começariam a gritar feitas loucas...

–KYAAAAA!!! – todas começaram a gritar. Realmente, retiro o que eu disse antes. Quase me derrubaram da cadeira.

–Quero o Kaname-kun! – uma gritou.

–Posso lhe chamar de Kaname-kun?! – outra perguntou quase sendo esmagada.

–E-Esperem... – falei baixo. – ESPEREM, POR FAVOR! – gritei. Todas ficaram em silêncio. – desculpem... Mas por favor, tenham ordem. – sim, pode me chamar de Kaname-kun ou Kaname-sempai ou Kaname mesmo, está tudo bem e... Vocês que querem um dia comigo, anotem seus nomes naquele caderno ali, naquela mesa, perto da entrada! – apontei á mesa com um caderninho. Quando todas iam correndo, afirmei. – em ordem meninas...

–Kya! Ele me chamou de menina~! – uma se derreteu toda. Qual o problema de chamar de MENINA?!

Elas me obedeceram, fazendo uma fila indiana, arrumadinha, e iam escrevendo seus nomes, parecia quenão ia ter fim aquelas meninas escrevendo os nomes lá...

–Puxa Kaname... Você ficou famoso! – Yuuki veio ao meu lado, me bajular. Olhei para ela como o senhor do mundo. Ela me encarou com desprezo. – mas ainda continua o velho nerd de sempre!

–Humf... – murmurei. – você que acha! Veja e aprenda Yuuki-chan. – falei a desafiando, ela assentiu com cara de quem nem ligava. – bem, quem é a primeira do caderno Aidou? – perguntei. Ele pegou o caderno e ficou folheando, folheando...

–PUXA! Tem muitas meninas! Mas a primeira é... Ah! – Aidou se interrompeu. Quem seria tão assustadora? – Sara Shiburaki.

O QUÊ?! Por que logo com ela?!

Olhei para Yuuki, vendo sua reação percebi: ela estava realmente irritada com isso. Ri abafado.

–Onde ela está? – perguntei meio apreensivo.

–Aqui estou Kaname-kun. – ela falou atrás de mim. Levei um susto. Que rápida ela era!

–Bem... O que quer fazer primeiro? – perguntei. Ela riu.

–Bem... Quero que dê um passeio comigo no jardim do colégio... Pode ser? – ela perguntou inocente. Olhei meio assustado, não queria ir sozinho... Pensei e pensei no que poderia fazer... Já sei!

–Posso! Mas, só levando minha ajudante Kurosu Yuuki! – afirmei. Os olhos dela viraram um lago morto, do azul cristalino ao preto fuzilante. Senti minha espinha arrepiar.

–Estou aqui! – Yuuki se dispôs na hora. Olhei para ela com rancor, ela ria maliciosa. Olhei Sara que estava encarando Yuuki com um ódio estranho por um lado.

–Haha! – ri para quebrar o clima. – bem, vamos? – perguntei. Sara assentiu com dificuldade, Yuuki riu, assentindo a proposta.

Dei meu braço á Sara, senti Yuuki bufar, mas continuei, indo até os fundos do salão, onde havia uma saída para o jardim principal, cheio de árvores frutíferas, flores, grama, verde, animaizinhos voadores, lagos... Enfim, era lindo!

Enquanto eu e Sara andávamos conversando sobre interesses iguais, Yuuki ia atrás, trazendo uma cesta com alimentos para um piquenique.

–Hey Kaname-kun. – Sara falou me olhando. – vamos lanchar debaixo daquela árvore? – ela apontou para uma grande árvore, que tinha uma boa sombra. Assenti. Fomos até lá. Enquanto Yuuki arrumava tudo com dificuldade (aquela roupa era bem desconfortável) eu e Sara ficávamos-nos entre olhando no silêncio, o que era meio irritante.

–Pronto senhor, seu piquenique está pronto! – Yuuki falou com uma educação estranhamente invejável. Fiquei meio incrédulo, já que ela estaria no momento com uma corda no pescoço de Sara, a enforcando. Ri abafado.

–O que foi Kaname-kun? – Sara perguntou sobre meu riso.

–N-Nada, hehe. – ri sem jeito. Sara sentou numa ponta da toalha e eu em outra. Yuuki ficou do outro lado da árvore, nos dando “privacidade”, o que não era o que eu queria.

–Hum! Está deliciosa essa torta de maça não? Huhu. – Sara falou contente comendo a torta.

–S-Sim, está ótima! – gaguejei. Estava boa mesmo, mas a situação a fazia amargar na minha boca.

–Me dê à faca Kaname-kun? – Sara pediu a faca que estava ao meu lado.

–Claro! – falei. Quando fui dar a faca, Sara deixou escapar de sua mão, se cortando no dedo da mão.

–AI! – ela reclamou da dor.

Aquele sangue pingando, tão vermelho, tão cheiroso, me fazia... Querer devorá-la inteira...

–Kaname-kun? – Sara perguntou. De repente, por instinto, fui me arremessando sobre Sara, o fazendo cair no chão, eu queria muito seu pescoço desejável... – o que está fazendo...? – ela perguntou meio assustada.

Sara, nem eu sei o que estou fazendo...