Entre Paredes escrita por LyaraCR


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, mais uma parte da trama. Deixem comentários e opinem bastante, porque suas opiniões valem muito e sugestões podem se tornar meu novo trabalho!

Escrevo o que quiserem ler! Solicitem!



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Acordou. Sua cama simples e macia ainda estava empesteada com o cheiro de seu perfume amadeirado misturado ao cheiro de novo do colchão. Alcançou seu relógio e logo pôde ver que já se passava das dez. Tinha tanto a fazer que ao mesmo tempo queria nem pensar. Espreguiçou-se e tocou o chão com o pé direito. Em sua mente, preparou a longa lista de afazeres. Até o meio dia teria que limpar a casa, colocar as roupas sujas na lavanderia da esquina e se possível estudar um pouco de matemática. À tarde teria que ler algumas receitas-base da cafeteria onde estava trabalhando, estudar mais um pouco e preparar o jantar para a noite, Depois sair para correr no parque alí perto. Teria que ligar para seus pais também, mas isso pretendia fazer no primeiro tempo disponível.

Perdeu alguns minutos tomando coragem de iniciar seu dia e logo estava na cozinha escolhendo o que comer. Sorvete, biscoitos, amendoins e mais algumas coisas tão saudáveis quanto estas. Certo, era um adolescente, mas sentia que mesmo assim precisava fazer compras de vez em quando, coisas como comida de verdade. Pôs-se a lembrar da noite anterior. Deus, havia sido mais do que perfeita! Precisava ligar para Jiraya também pra saber se havia chegado vivo.

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Olhou para o relógio. Cinco da tarde. Tudo bem, todas as tarefas resolvidas. Agora precisava ir para casa e tomar um bom banho para preparar o jantar. Isso o remeteu a simples lembrança de fazer compras; sim, o seu maior temor.

— Deus do céu! O que vou cozinhar?

Olhou em volta. Não tinha a mínima ideia. O jeito seria ir pra casa e pensar enquanto se arrumava para descer quatro longos quarteirões até o hipermercado que tinha alí por perto. Estava tão cansado! Tudo o que queria depois desse dia exaustivo era dormir, dormir bastante!

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Perdido entre tantos itens, já havia escolhido alguns e colocado-os no carrinho. Tá, não estava tão apavorado assim. Por suposto estava se acostumando a ideia de perder preciosas horas dentro de um lugar abarrotado de gente com o dobro de sua idade.

Andando pelos corredores, ouviu risadas, muitas. E não, não pareciam ser pessoas adultas, porque até mesmo o modo de falar o fazia se lembrar de apenas uma pessoa...

— Madara?

Disse ao ver as costas de alguém de longos cabelos negros, alguém que voltou-se a sua pessoa pouco a pouco, saudando-o com um sorriso travesso.

— Minato! O que faz aqui?

— Ahm... compras.

Riu tímido, vendo aqueles outros garotos e garotas alí.

— Esses são meus irmãos, Izuna e Fugaku. As garotas são Mikoto, Tsunade e Touka.

— Olá..

Sorriu amistoso. Vendo que era o único por alí que não tinha uma companhia pra bagunçar, resolveu tentar se despedir para continuar suas compras.

— Bom, eu vou... indo. Tenho muitos itens pra procurar. Foi um prazer.

— Não! — Madara o impediu — se vai procurar itens nós vamos com você!

Não teve como negar. Madara tomou-lhe o carrinho, tomou-lhe pelo braço e saiu arrastando-o pelos corredores enquanto escolhiam as coisas e procuravam o que ainda faltava. Todos, de fato, estavam se divertindo muito alí. As garotas sorriam, os garotos faziam gracinhas e tudo parecia correr muito bem.

— O que vai fazer pro jantar?

— Eu não sei... Só de pensar que eu tenho que guardar tudo isso e ainda escolher, nossa, me dá certo desânimo...

— Por que não vem comer com a gente numa das pizzarias daqui de perto?

— Ah, não, obrigado... Eu tenho que acordar cedo amanhã.

— Assim como eu, mas tudo bem... Eu vou para sua casa com você, fazemos o jantar e eu te ajudo a guardar as compras.

— Mas não tem que sair? E sua namorada?

A última parte, Minato fizera questão de sussurrar, por puro medo de estar se intrometendo demais.

— Ah, eles iriam sem mim de qualquer jeito!

Vendo que não teria como impedir o outro de lhe acompanhar, Minato nada fez além de deixar que a coisa toda corresse ao seu modo. Quando saíram do hipermercado, muitas, muitas sacolas, mas todos os ajudaram até o carro de Madara, quem se despediu dos irmãos e das garotas sem nenhum problema.

As ruas estavam calmas, quase que vazias. Apenas algumas pessoas perdendo seu tempo fazendo caminhadas ou olhando o dia terminar na praça. Era fato que ante Madara estava envergonhado por morar onde morava. Era um lugar simples demais. Nem mesmo elevador existia alí. Teria que subir três andares carregando todo aquele peso porque no fundo, não queria incomodar o amigo.

— O que foi? Está sério...

— Ah, nada... é só que.. você não precisava ter deixado de sair com eles por causa de mim.. Eu ia pegar um taxi.

— E subir sozinho com todo esse peso? Jamais, Minato, jamais.

Madara observou o prédio. Tão diferente do que estava habituado, mas ainda assim, habitável. Até que era bonitinho. E o fato de ser a casa de Minato tornava as coisas ainda mais interessantes. Ainda se lembrava da primeira vez que pusera os olhos sobre ele na boate...

— Vamos?

Sorriu para o loiro fingindo que estava distraído com qualquer coisa banal enquanto saía do carro e a contragosto do amigo, carregava mais da metade das compras. Pelos corredores, podia sentir-se cada vez mais perto dele. Era como se fossem conhecidos de longa data;

Por detrás de uma porta branca, havia um apartamento decorado de forma simples, tudo muito sóbrio, bem a cara de Minato. Havia um computador e centenas de livros. Por suposto ele gostava de estudar, ou ler. A cozinha era simples, mas com muitos armários em tons de preto e branco. Foi nesses armários que em pouco tempo, começaram a guardar tantas coisas enquanto conversavam sobre a vida, sobre a casa de Minato, sobre diversos assuntos.

— Então você também é do interior... Interessante...

Madara disse. Também tinha vindo de uma cidade pequena, mas não tão longe quanto a de Minato.

— Eu só vim sozinho porque meus pais não quiseram sair de lá. Caso contrário, não estaria morando nesse aperto aqui...

— Ah, é legal! Pelo menos não parece um gigante coração de gelo... Sabe, é triste você olhar para sua casa imensa e não ver nem uma alma pra conversar e coisa assim...

— Mas mesmo com dois irmãos você ainda se sente só?

— Cada um tem seus problemas e afazeres... Eu sou o que menos ajuda... — riu tímido — Izuna frequenta a escola de artes, mesmo a contragosto do meu pai, Fugaku só pensa em se casar com Mikoto. Já pensa até mesmo em filhos, e eu, bom... eu sou um.. boêmio, como diriam por aí;

— Entendo... Bom, eu só tinha meus pais e alguns amigos, mas ainda assim nunca me sentia sozinho. Também, cidade pequena, um tanto de gente desocupada... É, sempre tinha alguém pra conversar.

— Deve estar estranhando a ausência disso aqui, não é mesmo?

— É, talvez um pouco.. É estranho sair na rua pra encontrar alguém e parecer que não existe um conhecido sequer... Isso me assusta vez ou outra.

— Sempre que quiser alguém pra conversar, ligue ou venha até mim... Pode contar comigo pra qualquer coisa, sei que sou só um garoto, mas sabe, pra amizade eu acho que sirvo...

Riram. Minato estava feliz e Madara mais ainda. Era incrível como parecia que se conheciam há séculos! Tanto em comum, tantos gostos parecidos e tantos assuntos para tratar...

— Acho que já sei como vai resolver o problema do jantar.

— Como?

— Vou cozinhar pra você.

— Tem certeza? Aposto que consegue queimar até mesmo água!

Ante todo o clima descontraído, Madara se deixou apoderar da cozinha, dos utensílios, de Minato...

— Deixa eu te ensinar... — puxou o outro para perto, bem perto, colocando-o ante o fogão, ante as panelas — Quando jogar o arroz, mexa bem, sem medo de se queimar... — tomou a mão delicada e, parado às costas do loiro, mostrou-lhe como fazia — Depois de uns minutos pode parar e esperar um pouco.

A voz do moreno era baixa. Certo que já sabia fazer arroz, mas tê-lo alí dispensando seu tempo e sua atenção era algo realmente valioso para Minato.

— Depois que colocar a água, pegue tudo o que cortou, todas essas coisas — apontou para os temperos e o outro o obedeceu — e abra um buraco no centro, jogando todos de uma vez, assim quando mexer o gosto pega em todas as partes.

— Onde aprendeu?

— Fugaku é quem vai cozinhar quando se casar...

Riram. Aquilo estava realmente divertido. Minato só esperava que aquele jantar realmente saísse, porque estava faminto.

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— Obrigado pelo jantar; A comida estava excelente.

— Por que está me agradecendo? Foi você quem fez tudo! Eu apenas ensinei!

— Tudo bem, tudo bem... Não quer ficar mais?

— Eu até gostaria, mas já passam das dez. Logo meu pai coloca toda a polícia atrás de mim.

Riu tímido. Aproximou-se do loiro e o abraçou.

— Até logo.

Se afastou e foi embora sem olhar para trás, deixando Minato perdido dentre os toques de seu perfume. O loiro ainda permaneceu estagnado alí por vários instantes. Madara parecia demais uma garota, até mesmo no jeito de andar. Um sorriso bobo tomou sua face. Havia conseguido mais um amigo.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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