Entre Paredes escrita por LyaraCR


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Deixando aqui para vocês mais um capítulo. Comentem e deixem a autora feliz e motivada!



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Os drinks pareciam tão convidativos quanto a boa música, e sabia que para seu físico estava se esbaldando. Nunca havia bebido, ou pelo menos tentado beber com um adulto. Sabia que havia pouco tempo que estavam alí, talvez uma ou duas horas, logo se viu embriagado. Seu amigo ainda tentava conter seus ímpetos em relação ao álcool e a beijar toda garota que lhe sorria, mas não parecia estar conseguindo de todo.

— Minato, vamos dar uma pausa!

— Não quero!

— Minato, vamos!

Foi puxado da pista pelo amigo. Enquanto andavam até a área VIP, podiam sentir o cheiro doce dos cigarros misturados ao perfume das garotas, misturados ao cheiro das bebidas mais fortes... Minato não queria realmente parar, nem ao menos por um instante. Tentou, mas se viu sem forças para relutar. De repente, estava sozinho numa das salas de jogos, assentado numa poltrona imensa com as palavras do amigo ainda em sua mente. "Volto logo..." O silêncio, então, estava alto demais.

Seus olhos pararam em qualquer ponto insignificante enquanto sentia o mundo meio que girar. Talvez estivesse começando a sentir os verdadeiros efeitos, talvez.

Ouviu o som de passos educados. Fechou os olhos. Não importava quem fosse, não. Só queria ficar um pouco quieto, só um pouco.

— Está bem?

Ouviu uma voz grave. Sabia que não se tratava de Jiraya.

— Não, estou bêbado.

Respondeu seco, ainda com os olhos fechados. Não queria abri-los por medo de se deparar com o mundo em uma grande montanha russa, descendo, subindo, girando feito louco.

— Isso já estava visivelmente comprovado... Como se chama?

— Namikaze Minato.

— Uchiha Madara, prazer.

O loiro aceitou a mão que lhe era estendida antes de abrir os olhos pouco a pouco, focando sua visão irregular ao rosto de pele pálida e cremosa com olhos delineados como os de uma garota, pesados e cheios de algo que o intimidava ao mesmo tempo que parecia promissor demais. Olhos que detalhavam os seus, olhos que pareciam estar encantados. Só não sabia com o que. Será que ele nunca tinha visto um garoto bêbado antes?

— Quantos anos você tem?

— Quinze.

O viu sorrir enquanto recolhia sua mão educadamente, até mesmo como se não quisesse fazê-lo.

— Eu também.

— Você é o dono disso aqui que eles tanto falam? O garoto prodígio?

— Bom, o dono eu sou, mas não estaria tão certo do... prodígio.

Riram.

— Você também está bêbado?

— É diferente... Estou algo que além de bêbado... e... eu não sou bem o dono, sabe... Isso aqui pertence a mim, aos meus irmãos e mais do que tudo, aos meus pais e tios.

— Legal... Cara... — suspirou, olhando para longe — eu acho que bebi demais...

— Isso sempre acontece nas inaugurações... Todos querem provar tudo de melhor que tem no bar.

— Não, não! Eu não provei tudo! — defendeu-se, rindo e com as mãos ante o corpo — E-eu... só tomei a droga de um drink de pêssego que todo mundo tava fervendo...

Madara gargalhou, mesmo. Como um louco até, assustando o loiro um bom bocado.

— Eu me acabei nesse drink mais cedo. Por sorte já estou acostumado a não... desmoronar.

— É, eu realmente desmoronei...

Minato sorriu sem graça enquanto olhava para um ponto qualquer no chão.

— Tá melhor?

— Eu não sei... Parece que as coisas pararam de girar um pouco.

— Então o que me diz da bebida? Estava boa?

— Muito!

Enquanto conversavam sobre coisas banais, enquanto se conheciam, longe dali, Jiraya se engraçava com todas as garotas disponíveis no caminho de volta. Sabia que tinha que cuidar do amigo, mas Minato não estava tão mal, muito pelo contrário... Ele deveria estar até bem pelo tanto que tinha bebido e pelo simples fato de não ter caído feito um saco de batatas ainda!

Subiu mais um lance de escadas e logo que entrou na sala, pôde ver o amigo conversando com aquele outro garoto... que também era seu amigo.

— Madara?

— Jiraya! Você veio!

Minato olhou estranhado para a situação mas deixou passar em branco. Provavelmente este fora quem fornecera os ingressos ao de cabelos brancos.

— Vim, trouxe Minato e as garotas também! Vejo que já se conheceram!

— Sim, sim... Estávamos aqui conversando sobre o drink de pêssego.

— Cara, aquilo é mais venenoso do que whiskey puro!

— Eu sei, mas vai, tava legal!

Todos riram. Jiraya se assentou do outro lado de Minato entregando-lhe uma água gaseificada e logo perderam a noção do tempo. Ainda podiam ouvir a balbúrdia da pista de dança, assim como ouviam uns aos outros. Pareciam velhos amigos, amigos com gostos em comum, fixação por doces e bebidas que não pareciam tão fortes... A primeira noite de Minato como um cara da cidade não estava sendo de todo ruim.

000

A pista estava agitada. Passaram por ela. Ninguém estava percebendo a movimentação além daqueles que já sabiam dela. Frente ao palco, Madara, Minato e Jiraya despediam-se de algumas garotas antes de entrarem para o Backstage. O moreno precisava dar uma bronca em alguns subordinados e naquele cantor metido a besta.

Seus passos foram irritantemente lentos, de um modo que deixava clara sua superioridade.

— Viktor, arrume todo esse inferno em vinte minutos, ou sua equipe, incluindo você mesmo, irá esvanecer como o gelo seco da pista de dança...

Disse a um de seus subordinados, continuando seu caminho até o camarim daquele quem ficara por meses estampado nos pôsteres de sua boate. Logo todos começaram a sentir um aroma tão doce e tão floral quanto o de uma garota, e, de repente, atrás de uma porta branca, um lugar decorado em preto, velas, guitarras e algumas pessoas. Dentre elas, o vocalista.

— Orochimaru-sama... — Madara o saudou com sua voz grave — acho que provavelmente se esqueceu de que seu show começaria há, no mínimo uma hora e meia, não?

— Ah, você sabe, eu sou uma estrela adolescente, eu preciso demorar! E além do mais, querido — aproximou-se perigosamente, provocando, insultando — suas bebidas não são boas o bastante para fazerem o efeito rápido que eu preciso antes dos shows...

— Certo então... Se afogue logo, — "serpente de laboratório" completou em pensamento — e faça a alegria de seus fãs... Não me desaponte.

Depois de apontar-lhe bem o dedo, deixou o local acompanhado pelos dois amigos.

— Deus, que inferno! — exasperado, suspirou pensando numa solução — problemas resolvidos, agora eu preciso me divertir um pouco.

Para o palco, para o show e logo aquela coisa que mais parecia uma celebridade americana arrastando saltos altos e roupas negras. Ah, Deus, como brilhava. Sua voz conseguia, mesmo no início de uma canção, contagiar, levar todos aqueles que estavam alí, ante o palco, ao delírio.

Ah, noite, sua primeira noite como um garoto da cidade.

000

— Será que o metrô ainda funciona?

Já estavam do lado de fora, Minato, Jiraya e o anfitrião. O loiro estava de fato preocupado. Em poucas horas já seria oficialmente seu domingo e precisava fazer centenas de coisas da escola, de seu trabalho...

— Não precisa preocupar... Um de meus motoristas pode levar vocês.

— N-não Madara, não é necessário. A gente pode encontrar um taxi ou ir até a estação e ver se ainda existem trens...

— Um favor de amigo. Aceitem. Será descortês se não o fizerem.

E ele dizia sorrindo de modo sincero. Minato, em sua mente, agora entendia o por que era tão necessário ser carregado de boas amizades...

— Tudo bem então...

O loiro aceitou, sorrindo tímido. Jiraya logo introduziu um assunto importante para sí:

— Já encontrou uma escola?

— Não... Acho que vai ser meio impossível à essa altura... Estou pensando em passar o resto do ano por conta de nada.

— Não! Escute, eu tenho alguns contatos. É fato que não é a melhor particular da cidade, e que alguns professores faltam vez ou outra, mas onde estudo, talvez conseguisse uma vaga para você;

— Onde fica?

— Zona oeste. Não se assuste, não é na parte sombria... É bem perto dos blocos de apartamentos, do shopping...

— Acho interessante. Pouparia trabalho do meu pai..

— Seu irmão já encontrou uma para ele?

— Quer frequentar a escola de artes, mas meu pai acha que seria um verdadeiro desperdício de tempo; Ao menos Izuna tem personalidade o bastante para não querer administrar nada da família... Já eu...

Riram. Certo, Jiraya só precisava então de uma vaga. Minato assistia a tudo alheio, perdido no tempo. Observou Madara. Os olhos negros como a noite delineados em preto, os cabelos logos... Podia jurar, caso não o conhecesse e ele não tivesse um porte tão arrogante e agressivo que se tratava de uma garota. Sorriu. A cidade realmente era cheia de pessoas bonitas. O viu dar um sinal. Logo um carro esportivo de luxo, tão escuro quanto o céu de altas da madrugada parou ante a entrada.

— Bom, até logo...

O moreno se despediu com um sorriso gentil. Tocaram as mãos e logo estavam longe dali. Passar tempo ao lado de Madara fora algo memorável. Tanto Minato quanto Jiraya apreciavam a companhia daquele forasteiro. Mesmo com tantas máscaras rígidas como a arrogância que ao menos sabia distribuir apenas à quem realmente necessitava, ele era legal, principalmente para uma pessoa tão cobrada pelos familiares, uma pessoa tão requisitada por suas responsabilidades e com tão pouca idade...


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Notas finais do capítulo

Espero que continuem seguindo, e por favor, comentem!



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