Cavaleiros do Caos escrita por Neko D Lully


Capítulo 9
VIII - Novos aliados


Notas iniciais do capítulo

UHU!! Eu realmente to voltando a escrever essa fic *-*. Pena que ganhei dois livros novos, presente meu para mim mesmo xDD, então eles estão tirando completamente minha concentração, sem falar que vi o filme transformers três (o melhor que eu já vi *-*) então minha cabeça esta meio voada por enquanto. *mas de qualquer jeito não tem como você terminar essa fic antes do final do mês. Só falta três dias* Eu sei T-T. Por favor, não fala sobre a Yin. *MUAHAHAHA* pelo menos to feliz que vou poder ter um Sonic Unleanshed *-*. *droga! Maldito colega que tem esse jogo!!* hehehe.

Aproveitem a fic!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/147348/chapter/9

Cavaleiros do Caos

Agora sobrara para ele fazer o trabalho. Depois do que havia acontecido, da derrota do cavaleiro negro e da demonstração incrível de poder daquela maga, aquele estúpido mago das trevas dissera que seria muito arriscado enfrentá-los de novo e que era melhor os dois recuperarem energia enquanto ele atacava o inimigo enquanto estivesse enfraquecido. Sempre acabava assim, ele tinha que fazer todo o trabalho e quando esses pestes escapavam a culpa era dele.

 Parou em uma arvore ali perto e observou o quarto que eles estavam em uma pequena casa que supunha ser da garota de cabelos lilases que tinha se juntado a eles. Observou bem de perto vendo como aquele garoto de cabelos azuis estava deitado na cama com seu ferimento aberto e agonizando por causa da dor que esse lhe proporcionava. A princesa estava do lado dele, segurando sua mão e limpando o suor de sua testa com um pano úmido enquanto isso a garota de cabelos lilases tentava fechar o ferimento utilizando sua mão que parecia estar em chamas. Isso lhe pegou de surpresa, mas sabia que seria uma informação valiosa para quando fosse enfrentar aquela garota.

 - Tem que ficar quieto para conseguir fechar essa ferida. – disse a garota de cabelos lilases levando novamente a mão para perto do peito do garoto onde estava o ferimento. Quando as chamas na mão dela tocaram o corpo do garoto ele se contorceu soltando um grito de dor e fazendo a garota se afastar rapidamente. – Droga!

 - Não tem outro jeito? – perguntou a princesa olhando para a garota de cabelos lilases de uma maneira suplicante. Ela apertava com força a mão do garoto que retribuía o aperto com a mesma força, talvez até com mais. O rosto do garoto estava contorcido em dor, os olhos fechados com força, a testa franzida e a boca bem apertada, com certeza aquilo estava doendo muito.

 - Só se for com agulha, mas não temos tempo para limpar uma e usá-la. – disse a garota de cabelos lilases voltando a aproximar sua mão do corpo do garoto, mas o mesmo continuava se contorcendo e não permitia que ela se aproximasse muito. – O único jeito de tampar essa ferida é usando algo bem quente, normalmente se usa ferro fervente, mas não preciso disso. Mas ele tem que ficar quieto para eu não queimar outra parte do corpo dele.

 - Já chega! Perdi a paciência. – disse a maga se aproximando e levando uma mão até perto do corpo do garoto, fazendo as outras duas se separarem um pouco. Observou bem como ela fechava os olhos e canalizava sua energia na mão enquanto mexia os lábios, murmurando sons que ele não conseguia ouvir na distancia que estava. Aquela era a única parte que não havia tocado ainda, os lábios da garota, aqueles lábios meio finos e meio grossos da garota da cor rosada... Teve que balançar a cabeça algumas vezes para tirar a idéia da cabeça e voltar a observar o que acontecia.

 Viu como o ferimento do garoto se curava velozmente deixando apenas uma cicatriz no lugar. Levou uma mão inconscientemente até o ombro, aquele que tinha machucado quando a salvou. Ela havia feito a mesma coisa com ele, havia lhe curado e queria saber o porque. Diferente daquele garoto ele estava do lado inimigo, não merecia ser salvo por ela, mas mesmo assim...

 - Pronto. Agora só tem que descansar para recuperar suas energias. – a voz dela lhe tirou de seus pensamentos o fazendo voltar a observar o que acontecida ali no momento. A maga havia se afastado, e o garoto de cabelos azuis agora estava sentado na cama vendo o peito já completamente curado. A maga saiu do quarto e poucos instantes depois ela estava sentada na janela na frente da casa, de frente para aquele campo verde que ficava sob toda a vila. Agora a via de lado se encantando com a beleza que ela tinha.

 Podia ver uma parte da perna dela, a cocha para ser mais exato, via as curvas perfeitas e discretas da garota, via o rosto de perfil dela com a pele pálida sendo iluminado pelo sol da manhã. Os cabelos loiros dela, ainda presos em um rabo de cavalo se mexiam levemente com a brisa leve e fresca e os olhos azuis da garota pareciam reluzir ainda mais com a luz do sol. Nossa, ela seria sua sina, não tinha duvidas disso. Estava ficando louco!

 Percebeu um movimento e da porta surgiu aquele cavaleiro de cabelos prateados. Ele se aproximou da garota e pareceu lhe sussurrar algo que a fez sorrir levemente. Um ódio profundo tomou conta de seu peito, não sabia porque, mas agora queria mais do que nunca acabar com aquele garoto. Apertou fortemente os punhos no tronco da arvore enquanto via os dois conversando de maneira tão intima e tão baixa que não conseguia ouvir nada. Queria saltar dali e acabar logo com isso, mas seu jeito racional era maior e sabia que tinha que esperar.

 De repente sentiu como algo se enroscava em seu pulso e logo o puxava para baixo. Caiu pesadamente no chão enquanto mais daquelas coisas se enroscavam em seu corpo, o prendendo no lugar. Abriu os olhos que tinha fechado por causa da queda e percebeu que eram raízes que lhe prendiam, o mantendo de frente para aquela maga loira que lhe sorria de maneira presunçosa, mas no olhar dele o sorriso parecia não ter chegado tudo o que via era confusão.

 - Sabia que viria. – disse ela cruzando levemente as pernas, uma atrás da outra e inclinando um pouco seu corpo para frente. Se contorceu tentando escapar das raízes que lhe prendiam, mas tudo o que conseguia era fazer com que elas se apertassem ainda mais. Mirou a garota com um ligeiro sorriso no rosto, mas por dentro sentia novamente sue coração palpitando descontrolado e os desejos subir por sua cabeça.

 - Sentia minha falta? – perguntou divertido enquanto via ela saltando da janela e se colando em pé na varanda da frente da casa, colocando as mãos na cintura e continuando com o sorriso no rosto. Aqueles olhos azuis brilhando estavam lhe hipnotizando, logo ela puxaria sua alma com aquilo. O que estava acontecendo consigo?

 - Talvez sim, talvez não. – disse ela enquanto o cavaleiro se aproximava dela fazendo seu sangue ferver mais uma vez. Ele segurou o braço da garota e sussurrou novamente alguma coisa para ela, o que esses dois tinham? Estariam juntos? E por que se importava? Por que parecia se destroçar ao pensar nisso? – Não se preocupe Silver, tenho tudo sobre controle.

 - Ele é o mercenário que esta nos perseguindo Maria! – o cavaleiro gritou. Maria... Esse era o nome dela. Era estranho, de todo o tempo que a tinha perseguido e nem sabia o nome dela, só a conhecia como a bruxinha que estava fazendo sua vida ficar de cabeça para baixo. Ela era sua presa, mas não mais, agora ela talvez tivesse virado outra coisa. – Temos que nos livrar dele!

 Olhou para os olhos da garota que fez a mesma coisa com ele. Encararam-se por um tempo e viu duvida nos olhos dela. Ela hesitava, recuava em fazer o certo, mas teria um motivo certo para isso? Queria decifrá-la, talvez estivesse suplicando isso com o olhar, ou talvez permanecesse sério como sempre ficava, já não sabia nem mais suas reações perto dela. De repente viu como ela tinha um calafrio e parecia entrar em desespero, mirando todos os lados com preocupação.

 - Droga. – ouviu ela sussurrar ao mesmo tempo que o céu se escurecia, o sol era tampado por grossas nuvens negras e o chão começava a ter aquela neblina densa e assustadora. A garota de cabelos lilases saiu da casa rapidamente para ver o que estava acontecendo, enquanto isso a maga parecia fazer um feitiço que rodeava toda a casa, formando uma espécie de escudo azulado envolta da mesma. – Eles devem estar próximos. Droga! Devia ter adivinhado que Valiant não desistiria.

 - O que está acontecendo? – perguntou a garota de cabelos lilases se aproximando dos dois que tinham saído da área da casa, passando pelo escudo azulado sem problemas. A maga parecia estar tensa e o cavaleiro no mesmo estado confuso que a outra garota.

 - Valiant enviou assassinos para nos pegar. – disse a maga com um olhar sério olhando para todas as partes. – São iguais aqueles seres negros que vimos antes, mas eles são mais espertos, rápidos e mortais. Não são muitos, mas mesmo assim podem acabar conosco rapidamente.

 - E o que faremos? Se eles são tão bons assim não temos muitas chances de vencer. – disse Silver já retirando sua espada da bainha e se preparando para lutar. Podia se ouvir os gritos agonizantes que aquelas criaturas emanavam e que ecoavam pelo ar. As pessoas da aldeia se escondiam em suas casas.

 - Eu posso ajudar. – ofereceu. Por que tinha falado isso? Não ajudava a ninguém se não tivesse algo em troca, mas agora... – Já lutei com essas coisas antes e posso ajudar vocês.

 - Não vamos cair nessa sua estratégias ridículas. – falou Silver levando a ponta da lamina de sua espada na direção do pescoço do mercenário que apenas ergueu um pouco a cabeça para distanciá-la da lamina, mas sempre com os olhos direcionados para o da maga que também o encarava.

 - Eu posso ajudar. Não trabalhos para eles por gosto e se puder acabar com eles eu faço. – disse ele a mirando de maneira sincera. Não estava mentindo, podia ser tudo de ruim que pudesse falar, mas mentiroso não era. Só esperava que ela tivesse percebido isso quando ficaram aquele dia juntos. – Confie em mim.

 Maria respirou fundo fechando levemente os olhos. Queria confiar nele... não... ela confiava nele, sempre confiou depois do dia que ele lhe havia salvado e acabou viajando com ele como prisioneira e ao mesmo tempo amiga. Sabia a historia dele e sabia que ele podia ser bem útil para lutar com essas coisas. Abriu os olhos e estalou os dedos fazendo as raízes escorregarem do corpo do garoto o deixando livre. Silver a mirou de maneira reprovativa.

 - Maria! Ele pode nos trair! – gritou o cavaleiro de cabelos prateados. Logo que terminou o mercenário se levantou rapidamente, retirando suas espadas da bainha e correndo na direção do mesmo que fechou os olhos, sabendo que não podia desviar de um ataque tão rápido. Mas por mais que esperasse um golpe de morte não sentiu dor alguma, nem mesmo sentiu a escuridão lhe domar. Ainda estava consciente e por isso pode abrir os olhos e perceber que aquele mercenário estava agora atrás de si ficando uma das espadas em uma criatura mais ou menos do tamanho de um homem, os olhos vermelhos vivos, o corpo um pouco fino e magricelo totalmente negro, garras e presas bem afiadas. A criatura desapareceu em cinzas e o mercenário ajeitou o corpo.

 - Já ouviu a frase: o inimigo do meu inimigo é meu amigo? – perguntou ele com um ligeiro sorriso no rosto mais direcionado para a maga do que para o cavaleiro. Pouco tempo depois mais criaturas como aquela apareceram, rodeando os quatro e se preparando para atacar. Eles se juntaram no centro do circulo que se formou e esperaram o primeiro ataque.

 A disputa era intensa, todos ali possuíam habilidades incríveis para lutar contra aquelas criaturas, principalmente quando Sonic entrou na luta, saltando da janela do quarto que estava e ajudando ao mercenário a derrotar os três que lhe atacavam de uma vez. O único problema era que a luta, por mais vitoriosos que eles parecessem, tinham um ponto mais interessante no final. Eles estavam sendo observados, vigiados pelo mago das trevas que só mandara aquelas coisas por um propósito simples: confirmar suas suspeitas sobre o mercenário. E nunca ficou tão frustrado em estar certo.

 Com um estalar de dedos fez as criaturas recuarem, voltando para dentro da floresta e fazendo o sol voltar a aparecer e a neblina desaparecer. Shadow sabia que isso só podia significava uma coisa, aquele mago sabia de sua traição. Olhou para os outros a sua volta, o cavaleiro azul comemorava, abraçando a princesa que tinha acabado de sair da casa, a garota de cabelos lilases parecia fazer alguma brincadeira com o cavaleiro prateado enquanto a maga mirava o caminho que as criaturas tinham ido com um pouco de suspeita.

 Em poucos instantes começou a tossis, levou uma mão a boca e logo que parou a retirou vendo a mancha de sangue que tinha em sua mão. Seu corpo estremecera ao sentir a dor familiar em seu peito e logo virou o rosto só para encarar o olhar penetrante e preocupado da maga. Desviou o olhar para o chão e se deixou cair de joelhos levando as mãos ao peito começando a sentir a forte dor no mesmo que só tinha tendência de aumentar. Se engasgou com um grito de dor sentindo como seu corpo tremia descontroladamente. Morreria, tinha certeza.

 Sentiu uma mão em seu ombro e outra em seu rosto, virou o olhar na direção que estava essa pessoa e se encontrou com aqueles dois olhos azuis brilhando de preocupação. Queria dizer alguma coisa, mas novamente sua boca se encheu de sangue e fora obrigado a tossi-lo para fora de seu corpo, manchando a grama verde de vermelho.

 - Silver, abra espaço na sala! Blaze, desenhe um circulo no chão! Sonic e Amy, procurem vê-las! – gritou a maga em uma ordem para os amigos. Três correram para cumprir as tarefas que haviam lhe dado, mas um ficara, desconcertado pelo o que estava acontecendo.

 - Não acredito que você quer ajudá-lo! – gritou Silver de uma maneira reprovativa. O que Maria tinha na cabeça afinal? Aquele garoto os estava perseguindo desde muito tempo, querendo entregá-los para aquele mago e o cavaleiro negro e Maria ainda queria ajudá-lo? Ela tinha batido a cabeça?

 - Silver!! – gritou a garota virando seu rosto furioso para o garoto que apenas grunhiu e foi fazer o que ela tinha mandado percebendo que não conseguiria ganhar uma discussão com ela. Com cuidado, a maga apoiou o mercenário em seu ombro e com um pouco de custo o arrastou para dentro da casa enquanto ele ainda tossia e soltava ligeiros arfados de dor. Ela se perguntou se algum dia ele cederia e gritasse de dor. Queria que pelo menos ele vivesse até lá.

 O deitou no centro do circulo que Blaze tinha feito enquanto Sonic e Amy colocavam a velas encima das linhas que tinha sido feitas e as acendiam. Se ajoelhou do lado dele e pediu para que todos saíssem, sabia que tinha alguma coisa dentro do garoto que o estava matando e precisava tirá-la de lá. O problema era que normalmente esse tipo de feitiço podia mandar a criatura para outro corpo, se quisesse se livrar dela tinha que ficar sozinha com ele.

- D-desista... – sussurrou ele com a voz quebrada. Por um momento as tossis tinham passado e agora só lhe restava a dor no peito. Abriu uma brecha do olho e a mirou, encarando aquela imensidão azul com um pequeno sorriso. – N-não t-t-tem c-como v-você me a-ajudar.

 - Fica quieto para eu me concentrar! – exclamou fechando os olhos e colocando as duas mãos no peito do garoto, fazendo as mesmas brilharem de uma maneira intensa penetrando na pele do garoto que arfou de dor e fechou os olhos novamente. Sua respiração ficou agitada e mais sangue começou a escorrer de sua boca enquanto sentia algo se movendo dentro de si. Maria abriu os olhos e mordeu o lábio inferior em desgosto. – Droga!

 A criatura tinha parado de apertar o coração do garoto, mas ainda não tinha saído do corpo dele. Ela só sairia se tivesse um novo hospedeiro para se abrigar e sabia que só podia fazer uma coisa com relação a isso. Respirou fundo e levantou um pouco a cabeça do garoto aproximando seu rosto do dele. Duvidou um pouco, mas logo fechou os olhos e juntou seus lábios usando sua magia para atrair aquela criatura até seu corpo. Não soube quando aquilo se tornara um doce beijo, talvez quando o garoto tinha levado a mão até sua nuca a atraído mais para si ou quando passou a mover seus lábios em um ritmo compassado junto com os dele, só sabia que aquela coisa estava quase dentro de si, mais um pouco e poderia se separar. Por mais que não quisesse nesse momento.

 O gosto horrível daquela coisa encheu sua boca e logo se separou do garoto fazendo uma pequena fumaça negra se espalhar no ar, saindo de sua boca e da dele. Fechou os olhos com força, travando a boca e prendendo a respiração enquanto emanava seu poder dentro de si, matando a criatura com toda a luz que fornecia seu poder. Caiu exausta encima do garoto sentindo seu corpo mole e sua boca cheia do gosto horrível daquela criatura. Virou o rosto para encarar aqueles olhos vermelhos e sorriu ligeiramente.

 - Agora estamos quites.

 Maria os mandara sair, e como ainda estavam praticamente no inicio da tarde podiam aproveitar o tempo de sol que tinham. Saíram de perto do cavaleiro prateado e da garota de cabelos lilases e foram até aquele belo campo de flores que Amy tinha ido no outro dia. Ele contara a ela que esse jardim tinha sido feito por sua mãe a muito tempo atrás, para dar cor ao vilarejo. Quando ela morrera era ele que cuidava do jardim que só ia crescendo e se espalhando pelos arredores. Ao decidir partir em suas aventuras pedira a seus amigos que cuidassem daquele jardim e pelo o que via tinham feito um bom trabalho.

 O garoto de cabelos azuis ainda não conseguia acreditar que estava passando aquele maravilhoso momento com aquele tão belo ser que tinha do seu lado. Achara que seria impossível aquele sentimento que sentia ter um retorno por parte dela, mas ali estavam, se divertindo juntos, compartilhando momentos, memórias antigas, até mesmo beijos. Tinha que admitir aquela garota virara seu mundo, sua droga. Já não conseguia imaginar sua vida de emoções sem ela a seu lado.

 Se sentaram no centro do campo de flores observando o sol descer lentamente de encontro ao horizonte. Era uma cena maravilhosa principalmente vendo de onde estavam. Sonic, sentado em uma pequena parte de grama que tinha no local para não machucar as flores tinha os braços para trás apoiando o corpo, enquanto Amy estava sentada do seu lado, a cabeça deitada em seu peito e os braços lhe passando pela cintura o abraçando com carinho. Com uma ligeira olhada percebeu como os olhos dela reluziam com a luz do local a tornando ainda mais bela do que já devia ser. Seu pequeno anjo, sua princesa, sua deusa.

 Na mente de Amy as coisas já não era mais tão harmoniosas. Tinha ainda gravado na memória o ferimento que o garoto conseguira porque estava com ela. Ele quase perdera os amigos por causa dela. Ela só estava trazendo problemas para ele e em troca ele lhe dava todo esse carinho, toda essa segurança... Não merecia aquilo, não o merecia, mas ao mesmo tempo se sentia egoísta e o desejava, o queria para si, o amava.

 - O que houve Amy? – perguntou o garoto percebendo o semblante triste que ela tinha ficado. Se ajeitou levemente e a encarou enquanto a única coisa que ela fazia era abaixar a cabeça e sorrir com tristeza. Isso não parecia nada bem.

 - Sinto muito. – sussurrou ela levemente sem levantar a cabeça para encará-lo. Uma ligeira lagrima escorreu por seu rosto mostrando o quão triste estava. – Não era para você ter entrado nisso tudo. A culpa é minha.

 - Se estou aqui é porque quero, você não precisa se culpar por nada. – disse ele sorrindo levemente e levantando o rosto da garota, limpando suas lagrimas com os dedos.

 - E por que se arrisca tanto por uma pessoa que você antes nunca se importou? – perguntou lembrando das palavras dele. Ele nunca se preocupou com a família real, mas lá estava ele a ajudando, se arriscando por ela.

- Porque desde que te vi pela primeira vez meu coração ficou atado a você. – confessou acariciando levemente o rosto dela e logo depois juntando seus lábios em um leve beijo. Ela passou os braços pelo pescoço do garoto e fechou levemente os olhos deixando mais algumas lágrimas escaparem.

 -... Me prometa uma coisa? – perguntou logo depois que se separaram, ainda continuando abraçados.

 - Para você qualquer coisa. – disse ele com um leve sorriso no rosto juntando as testas de ambos.

- Não morra por minha causa... Meu cavaleiro do caos. – sussurrou ela deitando a cabeça no peito do garoto e fechando os olhos levemente enquanto ele passava os braços por sua cintura e a abraçava com força.

 - Não sei se vou poder cumprir essa promessa princesa. – disse enquanto mirava o céu com um olhar distante, vendo como ele se escurecia lentamente. Essa seria uma promessa difícil de cumprir...

 Já estava anoitecendo, Maria tinha ido para o quarto depois de beber uns dez copos de água e comer vai se saber quantas frutas. Aquele mercenário permanecia distante, deitado em um sofá observando o teto ou dormindo tentando recuperar as energias. Ainda não se conformava com terem ajudado ele, mas não podia fazer nada com Maria tão determinada do jeito que estava. Sonic e Amy haviam voltado a algum tempo e o garoto tinha levado a princesa para o telhado onde ele pretendia mostrar as constelações que conhecia.

 No momento se encontrava em seu quarto sentado em sua cama perto da janela, mirando as estrelas aparecerem lentamente. Já estava preparado para ir dormir, usava apenas a calça de moletom que tinha encontrado no armário por ai, mas o problema é que não conseguia pregar o olho. Sempre em sua mente aparecia as imagens de tudo o que estava acontecendo e se sentia preocupado que algo acontecesse com Maria e Amy. Elas eram como suas irmãs, se algo as acontecesse, não saberia o que fazer.

 - Posso entrar? – perguntou uma doce voz atrás da porta logo depois de bater algumas vezes na mesma. Murmurou um leve “entre” e logo a porta se abriu revelando Blaze que trazia consigo dois copos de água. Ela se aproximou e sentou do seu lado entregando um copo e ficando com o outro. – Algum problema?

 - Não sei se é seguro ele ficar com a gente. – falou ainda olhando para o céu.Bebeu um pouco da água nem percebendo que estava morrendo de sede. – Ele já tentou matar Sonic e quase entregou Maria e Amy para aqueles seres sombrios. Não confio nele e tenho certeza que logo ele vai voltar para o lado daquelas coisas.

 - Tente dar uma chance a ele Silver. Imagine se sua vida dependesse de você fazer um trabalho como esse. – falou Blaze ficando na frente do garoto e mirando os olhos dourados dele, apesar dele não mirar os seus. – Tenho certeza que teria feito a mesma coisa na situação dele. Sem falar que ele nos ajudou mesmo sabendo que podia morrer com isso. Acho que ele merece ser perdoado.

 - Mesmo assim. Não confio nele. – disse terminando de beber a água e deixando o copo no marco da janela ainda continuando a observar o céu. Por alguma razão aquilo lhe relaxava e no momento precisava muito relaxar.

 - Falando nessa missão de vocês, eu queria saber se podia ir junto. – pediu a garota mexendo no copo um pouco duvidosa. Pela primeira vez o garoto a mirou, surpreso pela petição dela.

 - E meter você nessa confusão que pode acabar te matando? Claro que não! – falou ele um pouco desconcertado mirando a garota com desaprovação. Ela o mirou um pouco suplicante, mas nem com isso ele cedeu. – É preferível que fique aqui segura do que correr o risco que corremos todos os dias.

 - Você é muito super-protetor Silver. – falou a garota negando levemente com a cabeça. O garoto abriu a boca para reclamar quando ela o interrompeu antes. – Não importa onde eu fique, se vocês não conseguirem nenhum lugar vai ser seguro. Eu quero ajudar, por isso não importa o que você diga eu vou com vocês.

 Silver suspirou passando a mão pelo cabelo prateado. Nada estava saindo como queria. Blaze tinha se tornado sua amiga e não queria que ela passasse pelo o que estavam passando, mas pela tom determinado que ela tinha achava impossível convencê-la de ficar ali. Só esperava que no forte conseguisse fazer com que pelo menos a maioria deles ficassem seguros.

 Arg! Não importava o que fazia esse maldito gosto não saia de sua boca. Aquela coisa parecia ainda estar lá, mas sabia que não era assim já que o havia matado da forma que devia ser feita. Talvez fosse por isso que o gosto não saísse com nada que tentasse. Bebeu vai se saber quantos copos de água, tentou comer alguma coisa, mas nada parecia dar certo e agora deitada em sua cama pensava em uma forma de se livrar daquilo.

 Por não estar muito distraída pode ouvir o ligeiro rangido da porta ao ser aberta, mas supôs que era Amy voltando de seu encontro com o cavaleiro azul por isso nem se preocupou em olhar para a porta. Suspirou e se acomodou mais na cama, grunhindo ao sentir o gosto ruim que preenchia sua boca. Queria tirar esse gosto tão ruim de sua boca.

 - Ainda sofrendo com isso? – perguntou uma voz conhecida, mas não era a de Amy. Sentiu como a cama balançava com a chegada de mais um peso e logo virou seu rosto só para se encontrar com aquele garoto moreno de olhos vermelhos. Ele estava com um pequeno sorriso no rosto, sentado do seu lado a mirando atentamente.

 - Cala a boca. – sussurrou virando o rosto para o outro lado, mas quando estava prestes a virar o corpo também seus pulsos foram presos no lugar e um tronco se colocou encima do seu podendo assim sentir a respiração do garoto encima de si. Virou o rosto para encarar o garoto encima de si e corou um pouco ao ver a distancia que estavam seus rostos. – O que esta fazendo?!

 - Tentando livrar você desse seu problema. – respondeu ele sorrindo ligeiramente e logo depois, antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, uniu seus lábios em um apaixonado beijo. Por mais que a garota quisesse não conseguia fazer nada para empurrar o garoto, não conseguia usar nenhuma de suas magias, tudo o que conseguia fazer era retribuir o beijo com igual paixão que ele lhe dava, imitando os movimentos dele já que era a primeira vez que fazia isso.

 - S-sabe que posso te empurrar com minha magia. – disse logo que se separaram mirando o garoto enquanto sua respiração se agitava, fazendo seu dorso se juntar varias e varias vezes com o dele, podendo assim sentir os músculos que ele tinha tampados pela capa negra que normalmente usava, sabendo muito bem que não havia nada embaixo.

 - Se fosse realmente fazer isso, teria feito no primeiro beijo que te dei. – sussurrou ele com um sorriso presunçoso no rosto. Ergueu as mãos dela para acima da cabeça e as juntou, prendendo ambas com uma mão enquanto a outra se dirigia para o rosto da garota o delineando com o dedo, tentando decorar cada detalhe que ela possuía. – Agora deixa eu terminar o trabalho que vim fazer.

 Antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa ele a voltou a beijar, dessa vez de uma maneira ainda mais intensa do que antes, passando sua língua para dentro da boca da garota que fechou os olhos com força e fechou os punhos. O gosto dele, aquele que agora se espalhava por sua boca, era tão... Embriagante. Não conseguia parar de retribuir o beijo, não conseguia fazer seu cérebro voltar a funcionar como deveria. Sentia a mão dele, que tinha ficado em seu rosto, acariciá-la com carinho, passando o polegar por sua bochecha, entrelaçando os dedos em seu cabelo, descendo para o pescoço e subindo novamente... Tudo isso enquanto ainda se beijavam com toda aquela paixão.

 Seu coração estava a mil e suas mãos formigavam para poder abraçá-lo e poder passar os dedos pelos cabelos negros dele. Aqueles que pareciam tão macios e sedosos. Estava ficando loca! Não tinha outra explicação. Todo aquele carinho, todo aquele desejo que ele a estava fazendo sentir devia ser o motivo por seu cérebro estar entrando em colapso. Mas não conseguia achar motivos para reclamar. Suas línguas dançavam na boca um do outro enquanto seus lábios se moviam freneticamente de um lado para o outro pedindo mais e mais. 

 Pelo canto se sua boca já começava a sair pequenos fiapos de saliva que escorriam até seu queixo e mostravam a intensidade do beijo que estava prestes a terminar. Seus pulmões lhe exigiam ar, mas seu corpo se recusava a se separar. Queria mais um pouco, queria continuar assim, e com esse passo perder completamente a razão. Logo sentiu como a boca dele se distanciava da sua, e como um ato desesperado de não permitir acompanhou seu rosto até o dele, até um ponto onde não podia alcançar mais e assim finalmente se separarem se deixando cair na cama novamente.

 As respirações agitadas denunciavam tudo o que tinha acontecido e o garoto não pode evitar sorrir ao ver o estado grogue que a garota tinha ficado. Soltou os pulsos dela e se sentou na cama, limpando o pequeno filete de saliva que tinha escorrido por sua boca. Tinha que admitir que havia perdido o controlo no mesmo momento que tocara os lábios da garota, mas isso não vinha ao caso, ela não precisava saber o quanto ela era tentadora para ele. Levou uma mão até o rosto dela e limpou a saliva que escorria da boca da garota, aproveitando para passar o dedo pelos lábios um pouco inchados dela.

 - Foi um pequeno favor por ter salvado minha vida. – sussurrou aproximando novamente seu rosto do dela. Por deus! Seria difícil se separar dela depois de provar aqueles lábios. Mas tinha valido a pena, e como! – Agora aquele gosto ruim não está mais na sua boca.

 O garoto deu um pequeno beijo nela e logo saiu do quarto a deixando atordoada deitada na cama. Os olhos azuis, confusos e nublados miravam o teto do quarto sem realmente ver. Lentamente seus braços deslizaram para baixo, uma mão indo até o peito, medindo a velocidade de seu coração que parecia querer saltar para fora de seu corpo, ultrapassando suas costelas, enquanto a outra mão ia para os lábios, onde os tocava com leveza ainda podendo sentir a sensação de ter os do garoto sobre os seus. Mas era certo o que ele havia falado, não mais sentia o gosto horrível daquela criatura, só podia sentir o gosto dele...

 Não sabia se tinha se passado horas ou minutos desde que tudo acontecera, só sabia que quando acordara daquele transe, sem que nem mesmo havia dormido, Amy já estava dormindo na outra cama que tinha no quarto, as luzes da casa e da aldeia já tinham se apagado e agora tudo se encontrava na penumbra da noite. Se sentou na cama e olhou para todos os lados, ainda um pouco atordoada. Sua mente dava giros e mais giros sobre o assunto tentando achar um motivo para ter deixado tudo aquilo acontecer.

 Precisava de ar, não conseguia respirar naquele cômodo onde tudo tinha acontecido. Pulou a janela que tinha em seu quarto e foi para o gramado que passava por toda a vila, se sentando no mesmo e deixando sua mente vagar com mais liberdade. Cada vez que ponderava mais sobre o assunto, mais sabia o que acontecia, só não queria admitir. Não podia ter acontecido isso. O havia odiado tanto da primeira vez, ele a tirava do serio, a fazia lançar raios por todos os lados tentando acertá-lo e acabou nisso? O ódio havia se convertido em... Amor?

Não, não podia ser isso. Se recusava a acreditar que havia acabado se apaixonando por um mercenário, assassino, ladrão, seqüestrador, idiota e... E... E... Arg! Não podia negar. Achava ele atraente, era esperto, apesar de sério e frio era carinhoso e um bom amigo. Droga! Conseguia achar muitas qualidades nele, ao mesmo tempo que achava defeitos e quanto mais pensava mais achava coisas que a atraiam. Achava aquele jeito frio e arrogante dele divertidos, lhe encantava o jeito misterioso que tinha, admirava a inteligência que possuía, achava lindo o rosto dele com rasgos rudes e delicados ao mesmo tempo, era tentada a tocar aqueles cabelos negros como a noite que parecia ser tão macios, adorava os sorrisos que ele dava, quando dava... Mas o que mais lhe encantava em tudo o que ele tinha eram os olhos. Aquela imensidão vermelha que guardava todos os sentimentos que ele não demonstrava. Via ali, a beleza da bondade que apostava que nem ele sabia que tinha, via o carinho e a compaixão que nenhum mercenário devia ter. Via a tristeza e o sofrimento que ele passava todos os dias, a culpa que carregava por cada trabalho que tinha feito... Se pudesse queria tirar todas aquelas magoas que ele sentia...

 Suspirou. Agora estava admitindo a si mesma que gostava dele, que havia, com todas as letras e sentidos, se apaixonado por ele. Mas isso a amedrontava. Se Valiant descobrisse que estava gostando dele, ele seria o primeiro alvo do mago. Não podia permitir que isso acontecesse, Valiant queria a ela e não permitiria que alguém sofresse por isso. Mais ninguém sofreria por isso.

 - Acordada tão tarde bruxinha. – se sobressaltou com a voz atrás de si. Ótimo momento para ele aparecer não? Bem quando estava pensando nele, bem quando estava admitindo a se mesma tudo o que estava passando e ele aparece para confirmar ainda mais isso, fazendo seu coração acelerar de uma maneira superior a quando se assustava, fazendo seu rosto corar de uma maneira tão intensa que sentia medo dele ver mesmo na escuridão da noite. Não havia mais como negar. – É perigoso ficar aqui fora a essas horas, vai saber quais criaturas aquele mago maluco pode mandar para te pegar.

 - Falei uma vez e vou falar de novo: Não sou fraca, mudei e ele não surte mais efeito em mim. – falou um pouco desconcertada sem mirá-lo. Podia ouvir os passos dele se aproximando, amassando a grama levemente e fazendo um som abafado e quase inaudível, mas com o silencio da noite podia ouvir com mais precisão do que em qualquer outro momento. Percebeu que ele tinha passos suaves, cuidadosos e silenciosos, o que devia ser o básico para ter um mercenário para assim fazer seus trabalhos sem o problema de ser descoberto. Ele parou a seu lado, ouviu os passos cessarem bem próximos de si, mas não ousou levantar o olhar para encará-lo.

- Eu sei. Vi como você demonstrou seu poder no dia da luta do cavaleiro negro e desse garoto de cabelos azuis. – respondeu ele distraidamente. A garota ficou um pouco tensa ao sentir o calor do corpo dele bem próximo do seu. Conseguiu dar uma ligeira olhada no garoto, percebendo que ele estava a centímetros de distancia de seu corpo, parado em pé olhando para o céu distraidamente. Podia ver os olhos vermelhos reluzindo com o leve brilho da lua que pairava nos céus junto com as estrelas.

 - Gosta da lua? – perguntou levantando a cabeça também vendo aquele tão belo astro. O brilho prateado parecia espantar toda a escuridão que os rodeava, deixando o lugar mais calmo e tranqüilo enquanto as estrelas faziam seu trabalho iluminando os locais que a lua não podia chegar.

 - Minha única companheira em minhas viagens e a única que sabe sobre os erros que cometi. – falou ele distraído. A garota sorriu ligeiramente percebendo que ele tinha o mesmo espírito livre de Sonic. Bom... Assim seria mais fácil de convencê-lo a ir embora.

 - Liberdade. Isso que você gosta né? – perguntou podendo ouvir o leve tom de duvida em uma exclamação do garoto. Um sorriso triste seu foi iluminado pela lua enquanto ainda a observava. – Pois esta livre agora. Pode ir embora e viver sua vida sem ter que se preocupar com isso que esta acontecendo.

 - E se eu não quiser? – rebateu ele dando uma ligeira olhada na garota. A mesma riu levemente, uma risada fria e sem nenhum humor, uma cheia de tristeza.

 - Ora! Não sou burra. Ouvi você conversando com Valiant aquele dia, eu estava lá lembra? Se é que notou. – falou ela virando o olhar para encará-lo. Forçava para não chorar e mostrar o que sentia, tudo o que tinha em sua mente era a idéia de salvá-lo. – Sei muito bem que quer se livrar de todo esse problema, e essa é sua chance. Aquele bicho não mais te impede de fazer nada.

 - E se eu mudei de idéia e quiser ir com vocês? Afinal ainda quero matar aquele mago. – falou ele com um expressão séria. Mas a garota apenas sorriu e negou levemente com a cabeça.

 - Você nunca conseguiria derrotar Valiant, desista disso antes que acabe morrendo. – respondeu em um tom seco. Que droga, por que ele não aceitava logo a proposta de ir embora? Por que tinha que ser tão teimoso? – Agora vá logo embora e consiga sua tão amada liberdade.

 - Se é isso que você quer. – sussurrou ele para logo começar a andar indo na direção da floresta que tinha logo a frente. Ela apenas o mirou, vendo se afastar e sumir na escuridão. Uma ligeira lagrima escorreu por seu rosto enquanto observava, mas mesmo assim um sorriso vitorioso aparecia em seu rosto. Agora ele estaria a salvo.

 - E onde esta aquele mercenário? – perguntou Silver olhando para todos os lados. Já estava tudo preparado para ir embora. Sonic já tinha se despedido de seus amigos junto com Blaze, Amy estava pronta para ir com uma capa para esconder seu rosto enquanto Maria tinha a mesma coisa, para assim confundir o inimigo. Mas uma coisa lhe preocupava, aquele mercenário havia desaparecido, quando acordaram ele já não estava lá.

 - Foi embora. – disse Maria tomando a frente e adentrando na floresta. Amy estava preocupada com sua amiga, correu atrás dela, mas a garota fez um sinal pedindo para ficar sozinha. Ainda tinha um buraco no peito pelo o que tinha feito na noite passada, mas se consolava pensando que tinha sido o certo a fazer para protegê-lo. Valiant faria qualquer coisa para conseguir o que queria, não importava quem ele derrubasse e ela sabia que aquele garoto estava na lista negra do mago. Quanto mais longe ele ficasse dela, melhor seria.

 Caminharam por um tempo. A vila de Sonic ficava próximos dos limites do reino e por isso faltava pouco para chegarem ao local que tanto esperavam. Maria ia na frente andando a poucos passos de Sonic e Amy que iam logo atrás, para assim não causar suspeitas, mesmo que quisesse ficar o mais longe possível de todos no momento. Silver e Blaze andavam mais atrás, conversando ligeiramente sobre o que poderiam encontrar no caminho.

 Com o passar do tempo a floresta ia ficando mais densa, fechando-se acima deles não permitindo que vissem luz por onde passavam. As coisas estavam se complicando. Esse era o território perfeito para os bichinhos negros das trevas virem. Agora estavam em uma área de risco, tinham que dobrar a atenção e permanecer alertas até para o mais pequeno dos ruídos. Por alguns instantes parecia que nada ia acontecer, tudo estava calmo, parado, silencioso... E era exatamente esse o problema.

 Maria parou de andar, olhando para todos os lados. Estava quieto de mais. Por mais que fosse uma floresta meio que sombria, os animais devia estar acordados já que era dia, seja cassando, correndo, qualquer coisa eles deviam estar fazendo algum barulho, mas mesmo assim tudo estava em um silencio assustador. Talvez eles não estivessem naquela área, mas tinha que ter um motivo já que ali tinham varias frutas que poderiam servir de alimento. Talvez, eles não estivessem ali porque tinham fugido e só tinha uma explicação para isso.

 Virou o corpo para o lado rapidamente, bem a tempo de ver uma daquelas criaturas sombrias pulando em sua direção. Estalou os dedos, fazendo que uma intensa luz aparecesse no interior da criatura, tornando-a cinzas rapidamente. Mais criaturas iam aparecendo, saltando das arvores ou dos arbustos que tinham ali perto. Não havia percebido que o chão tinha ficado com aquela neblina assustadora, mas já era tarde para isso.

 Silver, Sonic e Blaze utilizavam de suas espadas, sendo que a ultima preferia usar pequenas adagas para lançá-las e certar com exatidão a cabeça das criaturas, matando-as. Amy também fazia sua parte utilizando o arco e flecha para acertar as criaturas que saltavam das arvores, até mesmo antes que isso acontecesse. Mas, mesmo com todas essas habilidades que tinham a seu favor, as criaturas apenas pareciam se multiplicar com o tempo, aparecendo sempre dos lugares mais sombrios. Seu numero não terminava por mais que fossem eliminados.

 Começavam a se cansar, logo não suportariam mais. Maria acabou caindo no chão em um certo momento e agora uma daquelas criaturas se colocava próximo de si e preparava as garras para fazer um profundo corte, se bobear em seu rosto. Fechou os olhos com força esperando o golpe mortal, mas não sentiu nada. Voltou a abrir os olhos e na sua frente estava aquele mercenário, perfurando a criatura com uma de suas espadas fazendo a mesma se tornar cinzas.

 - Não pensou que ia se livrar de mim assim tão fácil, né bruxinha? – perguntou ele se virando com um pequeno sorriso no rosto e a ajudando a se levantar. – Dois a um, pequena.

 Rapidamente ele se separou dela e foi na direção dos outros, cortando-os com suas espadas em uma velocidade incrível. Chegou um momento que Sonic se juntou a ele e as coisas pareceram mudar de cenário. Com o perfeito trabalho de equipe dos dois as criaturas diminuíam seu numero mais rápido do que aumentavam. Com a união de Silver, usando seus poderes para cobrir a retaguarda dos dois, tudo melhorou cem por cento. Agora as criaturas recuavam, temerosas pelo poder demonstrado pelos três garotos que não pareciam nem um pouco machucados ou até mesmo cansados.

 Mas um alto rugido chamou a atenção dos garotos, parecia que aquelas criaturas assassinas estavam voltando e dessa vez não iriam recuar tão facilmente. Maria rapidamente se colocou entre todos e fechou os olhos. Já não precisava dizer mais nenhuma palavra para fazer seus feitiços tudo o que tinha que fazer era levantar a mão e estalar os dedos. Um instante depois estavam fora daquela floresta densa, fora dos limites do reino e em frente de uma enorme fortaleza de pedra com apenas um problema...

 - Mas que diabos...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Esse teve mais Shadaria, mas o que posso fazer? Amo esse casal *chega a encher o saco!!!* Não reclama não u.u. Bem, to quase sem nada para falar, só que espero que tenham gostado, por favor, comentem e esperem o proximo cap.

Bjssss



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cavaleiros do Caos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.