Coeur Faible escrita por NRamiro


Capítulo 19
Parte 14.1


Notas iniciais do capítulo

Vim rapidinho! Então, acho que fui realmente bem discreta com as dicas. Isso é ótimo, quando tudo for revelado quero surpreender vocês haha. Vou dar uma clareada melhor... As dicas sobre as duas pessoas são: Para a primeira é sobre sua identidade, a segunda é sobre seu "relacionamento" com um outro personagem. Hihi.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/147271/chapter/19

Acordei no dia seguinte quase na hora do almoço. Minha dispensa estava praticamente vazia. Eu teria que ir às compras no período de suspensão, ou quem sabe não precisaria, pois minha volta à coeur aconteceria em breve. Pelo menos é assim que penso. Nunca alguém havia ficado perto de um mês em suspensão. Comigo e Henrie não seria diferente, eu imagino, já que nossa suspensão era para nos proteger.

A minha notícia tão esperada só chegou no outro dia. Eram oito horas da noite quando escutei a campainha de minha casa soar. Quando a abri encontrei Vector O’Hanoly e atrás dele três homens: Henrie McMahon, Anthony e o outro eu desconhecia.

- Vector.

- Francesca. Pode nos dar a passagem?

- Claro – Afastei-me da porta permitindo que eles adentrassem. Henrie ao passar por mim cumprimentou-me com um aceno de cabeça. Anthony repetiu o ato com seriedade, qualidade que não combinava com o inccubus, com certeza havia adotado essa postura por conta da presença do grande mestre da Coeur Faible, Vector O’Hanoly; meu pai.

- Sua casa continua a mesma há tempos – O homem observou enquanto olhava para as paredes, móveis e livros. – Você poderia ter feito alguma mudança com esse seu recente tempo livre.

- Gosto de mantê-la desta maneira.

- Imagino – Riu. – Bem, creio que você suspeita o porquê da minha vinda aqui.

- Minha suspensão.

- Correto. Já faz quase um mês e a coeur parece estar calma como o usual. Mais nenhum corpo, nenhum seqüestro, nenhuma ameaça. Não vejo o porquê de mantê-la em suspensão, é uma das minhas melhores contribuintes, o mesmo para o McMahon. Você pode retornar à coeur amanhã, peço que compareça, pois já temos algo em mente para vocês dois realizarem.

- Sim – Henrie e eu concordamos ao mesmo tempo.

- Contudo, faremos uma pequena alteração nos seus deveres. Isso se diz a respeito de Anthony. Desde que o inccubus foi destinado à suas vigília, nenhum ato irresponsável foi tomado por ele – Virou-se. – Tenho a plena intenção de tirá-lo dessa vigília, Anthony.

- Bem observado! – Ele riu mostrando o verdadeiro Anthony por trás daquela postura falsamente séria. – Eu sou um bom garoto.

Ninguém acompanhou Anthony em sua risada, mas ele continuou com um meio sorriso debochado nos lábios. Bem típico dele.

- Não há mais nada que eu precise dizer. Não há mais suspensão e preciso que voltem à ativa. Porém, devo lembrá-los de tomarem cuidado – Concluiu e logo após sussurrou: - Talvez o perigo esteja esperando.

Vector se retirou e junto dele foi o homem. Antes de saírem, Anthony foi questionado o por quê de não estar se retirando também, afinal seus laços com a dupla formada por mim e Henrie estavam desfeitos. O inccubus deu de ombros e saiu junto deles, dando-nos uma piscadela antes de fechar a porta.

Quando me encontrei sozinha em casa foi impossível não sorrir grandiosamente. Finalmente. Minha animação, nesse momento, estava grandiosa. Queria correr de volta à coeur para pegar um caso, perseguir alguém e finalizar qualquer missão. Era tudo o que eu mais queria, contudo teria que esperar algumas horas até o dia de amanhã raiar. Até lá eu ficaria em casa aproveitando minha própria presença.

Sentei-me na poltrona com um copo de uísque na mão e na outra um livro que puxei da estante. Apenas levantei dali para seguir meu caminho até à cama.

O dia amanheceu nublado, sombrio e misterioso. Parecia repleto de segredos e surpresas. Quando me olhei no espelho um sorriso satisfeito surgiu no canto dos lábios. Sem olheiras, sem traços de fraquezas ou noites mal dormidas. Estava perfeita.

A água quente que batia nas minhas costas fazia-me ofegar, estava demasiada relaxante. O cabelo loiro grudava quase até o quadril. Estava muito grande, portanto precisava ser cortado urgentemente antes de começar a me atrapalhar. Eu também já estava cansada dele.

Acabei o banho e saí do banheiro andando até o quarto. Não me importei de estar molhando onde eu passava com meu corpo ainda encharcado. Peguei a toalha que estava jogada em cima da cama e sequei primeiramente o meu cabelo e depois todo o meu corpo. Em poucos minutos estava vestida com uma roupa discreta preta e um casaco longo branco. O cabelo solto e algumas moedas no bolso da calça para pagar um corte.

Saí a passos largos da casa, logo entrando em meu carro e começando a dirigir em direção ao Under Four Feet. Em poucos minutos já havia chegado ao meu destino.

Logo encontrei-me com Henrie, ele esperava por mim em nossa sala. É bom estar de volta.

- Vector deve demorar um pouco para nos chamar ainda – Informou-me.

- Então temos algum tempo – Concluí. – Preciso ir cortar o cabelo. Quer me acompanhar?

- Tudo bem.

Saí do Under Four Feet com Henrie bem atrás de mim. Fomos até o salão mais perto que ficava na primeira rua à esquerda. Estava relativamente vazio, então no momento em que entrei, fui atendida.

- Quero bem curto – Apontei para o meu cabelo que já estava na metade das costas. – Nos ombros, melhor dizendo.

- Tem certeza? Isso vai ser cortar bastante.

- É claro que tenho – Respondi imparcial. O homem magro de bigode grisalho acenou silenciosamente em concordância.

Tive que molhar os fios para depois me sentar em frente a um espelho quadrangular, quando o fiz Henrie puxou um banco e ficou sentado ao meu lado. Olhei-o pelo canto dos olhos e percebi que ele me observava com as sobrancelhas juntas; estranho.

- O que foi? – Perguntei à sua estranheza.

- Estou pensando: O que lhe fez tomar a decisão desse corte nos ombros? Sempre teve o cabelo longo.

- Hoje de manhã acordei e ao me olhar no espelho percebi que estavam grandes demais. Podem acabar me atrapalhando algum dia. Por isso decidi cortar.

- Hm – Murmurou. – Vai ficar bonita assim.

Fechei os olhos enquanto escutava o barulho da tesoura se fechando nos fios do meu cabelo. O corte inteiro demorou por volta de dez minutos para ficar pronto, ao fim dele o homem de bigodes secou-os com o secador voltando as pontas para dentro.

- Está feito – Ele disse.

Abri os olhos e me encarei no espelho. Minha aparência havia mudado totalmente – ou era apenas eu que não estava acostumada a me ver assim com o cabelo tão curto. Entretanto, estava ótimo: Na altura dos ombros, uma pequena franja de lado, a cor loira quase dourada. Confesso que me senti delicada ao me olhar no espelho, característica não pertencente a mim.

- Vamos? – Henrie chamou-me.

- Sim – Levantei-me, peguei o dinheiro que havia reservado e dei para o homem bigodudo. – Obrigada.

- Volte sempre.

Saí andando ao lado do meu colega. À medida que o vento batia em meu rosto, esvoaçava os fios do cabelo diferentemente de como fazia antes. Balancei-os satisfeita.

Poucos minutos de caminhada e estava de volta ao Under Four Feet. Henrie passou primeiro pela porta contendo o isolamento acústico, logo repeti o seu ato e a fechei aos meus pés. Dentro das entranhas da coeur estava mais quente e aconchegante do que do lado de fora, mesmo com a imparcialidade e dureza das paredes acinzentadas – ou prateadas.

- Bem vinda de volta Francesca – Uma garota que nunca vi antes cumprimentou-me. Ela tinha a estatura baixa, cabelo castanho acima dos ombros e a pele extremamente clara.

- Obrigada – Respondi baixo. Assim que ela passou por mim, virei-me para Henrie: - Quem é ela?

- Ananda Druzik. Ela é nova aqui, círculo recente.

- Mas já sabe quem eu sou.

- Todos sabem, O’Hanoly – Frisou meu sobrenome, com certeza insinuando o fato de eu ser filha de Vector.

- Vamos para nossa sala, Hen.

Assim que entramos na sala vazia, instantaneamente olhei para o quadro pendurado na parede: A mulher de cabelos longos e chifres curvados para baixo. Uma succubus erroneamente retratada, mas ainda assim um quadro bonito.

Sentei-me à mesa e fiquei batucando algo desconexo. Estava ansiosa pelo meu chamado e do meu parceiro para nossa missão de volta. Queria algo grande e difícil que me reanimasse, eletrizando meu corpo e emoções.

- Francesca O’Hanoly e Henrie McMahon – Um homem de sobretudo preto parou debaixo da porta. Em sua mão direita estava uma pasta parda contendo alguns papéis. – Venho às ordens de Vector O’Hanoly e trago as coordenadas para um trabalho requisitado.

Sentei-me à mesa junto ao meu parceiro. O homem – não sabia o seu nome – puxou um papel dobrado e o colocou sobre a mesa.

- Nosso contingente armamentício está se esgotando, porém nosso fornecedor não está respondendo aos chamados mais. Precisamos que entregue um recado para ele.

- Um recado? – Perguntei descrente. Essa era a missão, o trabalho?

- Sim, um recado. É de imensa importância e vocês foram os escolhidos – Arrastou a folha dobrada em nossa direção, a que havia retirado da pasta há alguns segundos. – No verso tem o endereço dele. Entreguem-no o mais breve possível.

Após designar-nos o trabalho o homem saiu da sala deixando-me na companhia de Henrie. Não estava acreditando no tipo de trabalho que havia recebido. Nem quando fui iniciada por meu pai, recebi missões tão... ridiculamente desprezíveis tal como essa. O que estava acontecendo?

- Eles devem estar receosos de nos colocarem em algo perigoso. Pode ser arriscado – Henrie respondeu aos meus pensamentos.

- Nós somos melhores do que isso.

- Fran – Virou-se para mim e pousou sua mão em meu ombro. – Precisamos ser pacientes. O que aconteceu em Salismouthh, meu seqüestro, os corpos dos protegidos. Mesmo que agora os ventos tenham se acalmado, não quer dizer que a tempestade não voltará.

- Estou me sentindo insignificante – Esbravejei. – Mas talvez você esteja certo.

- Tenho certeza que estou – Apertou o toque no meu ombro e então sussurrou repetindo minhas palavras: - Nós somos melhores do que isso.

- Vamos fazer isso logo.

Levantamo-nos e Henrie colocou o recado em um bolso interno da sua jaqueta. Era impossível conter minha frustração. Entregar um recado? Isso era um trabalho para carteiros, não para alguém no meu lugar.

Estávamos passando pelo Under Four Feet quando uma voz feminina me chamou.

- Francesca! – Era Ananda Druzik. Acenei para meu parceiro pedindo que esperasse um instante e então fui em direção à garota.

- Ananda?

- É – Sorriu. – Esse é o meu nome. Sei que não é uma hora muito apropriada, mas quer beber algo comigo?

Ri internamente. Essa garota estava querendo... flertar comigo?

- Na verdade tenho um trabalho agora.

- Ah sim, claro – Estralou os lábios. – Quem sabe uma próxima?

- Quem sabe – Sorri me contendo para não rir da situação. Definitivamente isso não era o eu que gostava.

Afastei-me da garota ainda rindo, mas reprimi o ato bruscamente ao passar por uma dupla também pertencente à coeur. A conversa captou minha atenção, portanto sentei-me próximo a eles e chamei Henrie discretamente.

- Isso parece uma loucura, não é? Alguém de nós foi seqüestrado algumas semanas atrás. Queria saber quem foi.

- Talvez alguém de um círculo mais elevado.

- E agora ir à França? Sempre quis ir para lá desde que me introduzi na organização – A garota era ruiva e de pele alva enquanto seu parceiro tinha a pele negra e cabelos de cor similar. Eles, com certeza, falavam de mim e Henrie.

- França. Temos alguns suspeitos de estarem armando algo contra a organização. Essa mulher, Lilly e esse homem, Jason. Partimos depois de amanhã daqui, espero que tenhamos sucesso.

- Sim – Ela suspirou e se levantou preparando para ir embora. – Espero por você aqui Craig.

Não percebi que estava prendendo minha respiração, mas meus pulmões começaram a implorar por oxigênio então tive que expirar para logo em seguida inspirar. Lilly? Jason? Então esse era o nome do homem que estava envolvido nos acontecimentos de Salismouthh e do seqüestro de Henrie. Não sei por quê minhas mãos começaram a tremer, talvez pela corrente elétrica fortíssima que cruzou meu corpo. Seria impossível calcular os amperes dessa corrente, pois era grandiosa e reacendeu em mim um desejo de vingança.

- Nós vamos atrás dele, McMahon – Sussurrei. Henrie estava pálido e olhou-me com um sorriso estranho no canto dos lábios.

- Nós vamos, O’Hanoly. Também sempre quis ir à França.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

uhhhh e ai, estão gostando de como as coisas estão acontecendo?
.
Um amigo meu está fazendo um desenho da Francesca para mim. Já, já vou postar no blog da história (coeurfaible.blogspot.com.br) para vocês lerem. Se algum de vocês gosta de desenhar, fazer montagem e essas coisas, mande para mim algo relacionado à Coeur Faible que eu também postarei no blog com os devidos créditos! Btw, estão seguindo o blog e já assistiram ao trailer, não é? (estou pensando em montar outro).
.
Obrigada por lerem e comentarem. Qualquer dúvida, crítica ou sugestão, falem comigo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Coeur Faible" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.