Coeur Faible escrita por NRamiro


Capítulo 13
Parte 10.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse capítulo, pois é por conta dele que eu digo: Agora as coisas começaaaam a esquentar hihi.



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– É, geralmente barmans fazem coisas boas mesmo e tam-- Anthony começou a falar e eu automaticamente me virei para acertá-lo no rosto. No entanto, segurei-me para não fazer isso no meio de um estabelecimento público.

– Cale-se! – Disse urgentemente. Meu sangue fervia, não agüentaria esse inccubus ao meu lado num momento desses. Henrie. Onde estaria Henrie?

Olhei mais uma vez para o pedaço de papel em minhas mãos e o desespero começou a aumentar. Havíamos sido atacados em Salismouthh, e os mesmos que nos amarraram naquela casa, estavam mais uma vez nos rodeando.

– Por favor – Chamei o homem atrás do balcão. – Você viu um homem que estava aqui há poucos minutos? Estatura alta, cabelos escuros e olhos castanhos.

– Sim, lembro-me de alguém assim – Respondeu-me após alguns segundos em silencio.

– Você sabe para qual direção ele foi? Se estava acompanhado de alguém?

– Não, desculpe-me – E se afastou.

Fechei os olhos em desespero. Não sabia por onde começar a busca. Precisava de pelo menos uma pista, uma dica, uma direção.

– O que faremos agora? – Anthony questionou.

– O que faremos? – Enfatizei o coletivo. – O que eu farei? Isso tudo é culpa sua!

– Minha? Você estava fora do bar sozinha quando cheguei. Não precisa colocar a culpa em mim, princesa.

Não podia, de fato, culpar Anthony pelo o que estava acontecendo. Meu desespero era tamanho que precisava culpar alguém. Anthony era vítima irritante mais próxima no momento.

Passei a mão pelos meus cabelos de modo preocupado e saí do bar a passos largos. A rua estava relativamente escura, apenas a iluminação pública dava alguma clareza. Olhei para os lados na procura de qualquer sinal que me soasse estranho, no entanto, tudo estava na mais total calma.

Onde estaria Henrie?

– Para onde agora?

– Anthony, prefiro fazer isso po-- Engoli minhas palavras quando um relance prateado chamou minha atenção logo adiante. Passei pelo inccubus que me olhava confuso e abaixei-me, logo estava ao meu lado observando a pequena faca que estava no chão.

– Isso é do Henrie?

– Não, isso é meu.

Quando meu parceiro e eu fomos pegos em Salismouthh, Henrie tentou cortar as cordas que nos prendiam com meu canivete. Não me lembro de tê-lo pego, McMahon estava com ele, e agora se encontrava no chão.

– Ele deve ter caído no chão quando o pegaram - Observou Anthony.

– Não, não acho provável.

A idéia era simples, sensata e direta. O canivete era pequeno e ficaria muito bem escondido numa noite escura. Podia ver claramente Henrie se debatendo contra quais quer estivessem com ele, para deixar uma pequena pista no chão. Era o que eu faria.

– Eles foram para esse lado - Concluí.

Levantei-me com o canivete em mãos e segui pela rua, Anthony atrás de mim.

– Como tem toda certeza?

– Era o que eu faria - Expressei meus pensamentos.

Cheguei a até a esquina e olhei para os lados. Qual direção eles tinham ido? Olhei ao redor na procura de alguma pista como o canivete, mas não achei nada. Virando à esquerda havia um pequeno estabelecimento. Um café. Era o único lugar ainda aberto naquela rua estreita. Segui até ele e entrei pela porta transparente. O café estava vazio, praticamente. Apenas três mulheres e um homem estavam ali.

– Aqui é algum lugar especial? - Anthony perguntou num murmúrio.

– Não que eu saiba.

– Então por que estamos aqui?

Não tinha uma resposta concreta e exata para aquela pergunta, já que até eu estava me questionando sobre isso.

– Era o único estabelecimento dessa rua que estava aberto - Respondi.

– Não acha suspeito?

– Se for uma armadilha, que me leve direto até Henrie. Agora vamos.

Fui até a atendente e forcei um sorriso amigável. Ela me olhou nervosa, mas sorriu também. Odeio sorrisos nervosos, mas pelo menos esse ato me deu uma resposta: Estávamos no lugar certo.

– Você sabe onde ele está?

– Saia daqui antes que eles voltem.

– Preciso que me diga para onde eles o levaram.

– Eles me pediram para implantar uma informação caso você perguntasse. Saia daqui, vamos! - Ela disse em desespero e saiu de trás do pequeno balcão em que estava, entrou em uma porta nos fundos e não saiu de lá. Teria ido atrás dela, mas Anthony puxou-me pelo braço para fora do lugar.

– O que você está fazendo?

– Você não ouviu o que ela disse?

– Sim! E por isso deveríamos voltar lá e descobrir o que ela sabe! - Disse inconformada. É claro que o maldito inccubus só serviria para me atrapalhar.

– Nós vamos achar Henrie da maneira correta, vamos informar para a organização que alguém o pegou! É o certo a se fazer e você sabe disso! - Ele disse exaltado. Anthony estava certo, mas Henrie havia desaparecido na minha companhia, era meu dever achá-lo.

O inccubus, inesperadamente, começou a me puxar pelas ruas escuras. Era provável estar me levando de volta para o Under Four Feet. Tentei me livrar de suas mãos, mas ele se mostrou muito mais forte do que eu imaginava.

– Eu tenho que voltar lá Anthony!

– Vamos fazer isso da maneira certa Francesa. Sei que você me acha um irresponsável e inconseqüente, mas sei que essa sua atitude kamikaze só vai nos trazer problemas - Ele disse sério, ainda segurando meu braço. Por que ainda não havia o agredido por estar barrando o meu caminho?

– O que está acontecendo aqui? - Um homem trajando uma farda de segurança aproximou-se. Olhando melhor ao redor, estávamos perto de uma casa de show. Provavelmente Anthony e eu chamamos mais atenção do que deveríamos. - Este homem está incomodando a senhorita?

– Não, estamos apenas... conversando - Respondi cordialmente. Por mais que eu quisesse socá-lo no rosto, não poderia me queixar dele com um simples civil, afinal, era um dos meus protegidos.

– Diga-me, caso precise de algo - O homem disse e olhou Anthony por alguns segundos.

– A propósito - Chamei-o antes que se afastasse. - Você poderia me informar se viu alguém?

– Descrição, senhorita?

Descrevi todas as características físicas de Henrie para o homem. Ele pareceu pensar por um momento, mas então estralou os lábios enquanto balançava a cabeça negativamente. “Desculpe” Disse após me informar não ter visto ninguém com tais características. Afastou-se.

– Com licença, senhorita. Eu vi esse homem saindo do bar acompanhado – Um homem se aproximou. Tinha um sotaque diferenciado e pele extremamente branca, seus olhos eram curiosos. Heterocromáticos. O da direita era azul, o da esquerda, verde. Mas tentei não me apegar em seus detalhes físicos, tinha coisas mais importantes para pensar.

– Você o viu? – Perguntei exaltada. – Diga-me, com quem?

– Uma mulher. Morena, pele não tão clara e cabelos curtos.

Era Lilly.

– Poderia me informar a direção?

– Sim, claro, mas me permita. Aconteceu algo? Parece preocupada – Perguntou com o cenho franzido. – Esse homem, provavelmente seu marido, não deveria ter saído com aquela mulher?

Tinha duas opções. Seguir minha vontade e mandar aquele homem cuidar da sua própria vida, ou ignorar sua intromissão e me aproveitar de suas informações. Precisava dele.

– Não, ele era só um amigo – Tentei sorrir. – Aquela mulher pode fazer algo mal contra ele.

– Devemos chamar a polícia então – Concluiu dando de ombros.

– Isso não é necessário. Apenas me diga, para onde eles foram?

– Os vi andando por essa rua e viraram naquela esquina – Respondeu-me indicando o caminho com o dedo.

– Obrigado – Anthony disse. Depois que começamos a seguir na direção que o homem havia indicado, olhei para o inccubus de modo questionador. – O que foi, Francesca? Um pouco de educação não faz mal.

– Minha atitude kamikaze está de volta, Anthony, para sua infelicidade. Não quero ninguém me atrapalhando, vá até o Under Four Feet e avise para Vector o que aconteceu.

– Você acha que sou um estorvo, certo?

– Certo – Respondi impaciente. Não tinha tempo para discussões.

– Sou muito mais forte que você, posso ser útil – Disse despreocupado.

– Anthony, saía. Isso é uma ord-- Não terminei minha frase, pois uma mão tampou minha boca e me puxou para trás. Vi enquanto dois homens seguravam Anthony e o puxavam para outra direção.

Aconteceu tudo muito rápido. No segundo seguinte estava sendo jogada numa grandiosa sala clara. Bati minhas costas fortemente contra a parede, quando consegui afastar a dor, reparei nas outras pessoas que estavam ali. O homem negro de Salismouthh, um homem encapuzado, Henrie ao meu lado e...

– Lilly.

– Olá, Fran – Disse sorrindo.

– O que está acontecendo aqui? – Perguntei e minha mão foi automaticamente até onde se encontrava, ou pelo menos deveria estar, minha arma. No entanto, a OTS-38 não estava mais lá. Havia sido retirada de mim no momento em que fui arremessada para aquela sala.

– Só um encontro casual – O homem negro disse. – Bom rever você, de qualquer maneira.

Henrie mantinha-se em silêncio ao meu lado. Olhava-me pelo canto dos olhos, preocupado.

– O que vocês querem? Sabem quem eu sou e me tem aqui, indefesa. Não é chance perfeita.

– Não, não é a chance perfeita. Fico surpreso em saber que você está tão ansiosa pelo caixão – Ele disse rindo. Reparei então que minha arma estava em suas mãos. Pequena, escondida entre seus dedos.

Assustei-me quando Anthony entrou na sala com um homem devidamente encapuzado, este que segurava o inccubus com força e mantinha uma lâmina em seu pescoço. Mas, não era uma lâmina qualquer. Pude ver em sua haste maços de fios de cabelo. Cabelos de uma virgem. Eram assim que se enfraquecia a criatura. Succubus e inccubus eram o maior exemplo iniqüidade e perversão moral. A maneira de enfraquecê-los era usando o seu contrário: o puro. Os cabelos de uma virgem mostravam toda essa pureza. Ao serem amarrados na lâmina, dava-a a habilidade de enfraquecer tais criaturas, frutos do pecado. No entanto, para matá-los era preciso realizar um exorcismo, a melhor arma contra um demônio. Depois de exorcizados, acontecia o fenômeno que tanto admirava. O coração batendo em ritmo acelerado antes de parar por completo.

Anthony possuía o olhar fixo em Lilly. Um olhar incomum, e a garota o retribuía. Não tive certeza, mas posso jurar que vi o inccubus sibilar: “Não”.

– O que vocês querem? – Tornei a perguntar.

– Ganhar tempo – O homem respondeu.

O que ele queria dizer com aquilo, eu não sabia. Não pude pensar muito sobre isso, já que, mais uma vez, os próximos acontecimentos se sucederam de modo rápido e estranho. O homem desconhecido que havia me passado informações momentos antes entrou pela porta. Estava com os olhos esbugalhados e tinha uma feição assustada.

– Quem é você? - O negro perguntou e apontou a minha arma para ele.

– Não atire num civil! - O outro homem disse.

Lilly parecia desesperada, na verdade todos ali pareciam. Aproveitei-me da situação e me joguei contra o negro, abraçando seu braço para poder resgatar minha arma. Um tiro foi disparado. Mas não prestei muita atenção para esse detalhe, já que uma pessoa se debatia debaixo de mim. Quando consegui recuperar minha arma - o meu antigo seqüestrador havia a arremessado -, os únicos presentes naquele cômodo minúsculo eram Henrie, Anthony, o desconhecido e eu.

– O que você está fazendo aqui? - Perguntei-o, mas só então percebi que estava ferido. Sua perna sangrava.

– Minha perna, minha perna!

– Como você se chama?

– Abraham! Abraham! - Gritava em resposta. - Minha perna! Você atirou na minha perna!

– Se não fosse por mim você estaria morto, Abraham. Responda-me, o que está fazendo aqui?

– Eu... Eu vi alguém puxar vocês dois, agi sem pensar - Dizia com dificuldade. A dor em sua perna não o deixava agir normalmente, é claro.

Anthony puxou-o pelos braços e o retirou daquele cômodo, deixando Abraham na calçada. Puxei o celular de meu bolso e disquei o número de emergência, logo pedindo ajuda para um homem baleado.

– Logo alguém virá te ajudar Abraham - Disse e me afastei dele, seguindo pela rua. Quando estávamos numa distância considerável, parei de andar e observei Henrie. Seus cabelos estavam desarrumados e seu rosto sem expressão. Abracei-o involuntariamente.

– Como isso aconteceu? - Perguntei.

– Vamos voltar para o Under Four Feet, não estamos seguros aqui, Francesca.



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Notas finais do capítulo

Particularmente eu não gostei do que escrevi KKK mas espero que gostem.



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