Desculpas Atrasadas escrita por Yue Chan, MichelleCChan


Capítulo 7
07-Passado. 1ª parte.


Notas iniciais do capítulo

Jesus, eu tenho até medo das tomatadas que vou levar por ter demorado tanto.
Para mostrar que quero me redimir, prometo postar o próximo sexta a noite, então marquem o nosso encontro na agenda de vocês.
Muito obrigada pelos reviews, prometo começar a respondê-los assim que tiver tempo!
Abraços!!!



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7- Como tudo terminou.


Kagome não via a hora de voltar para casa. Estava cansada e faminta depois de um dia inteiro no bosque com Kaede e Rin em busca de mais ervas medicinais.

Apesar de morar em um vila pacífica eram sempre visitados por outros aldeões que as vezes viajavam dias e dias em busca de remédios ou proteção contra algum tipo de Yokai. Ela tinha pena dos outros pelos ataques constantes que sofriam, mas o máximo que podia fazer era torcer para que ficassem bem e oferecer alguma ajuda em caso de ataques mais fortes. Por causa da sua generosidade e proteção muito tinham vindo morar em sua vila, o que fez com que crescesse consideravelmente, afinal, não era em todo o lugar que existiam duas sacerdotisas, um monge, uma exterminadora e Yokais que impediam ataques. Até mesmo Sesshoumaru destruía qualquer um que pudesse por em risco a segurança de Rin, apesar de fazer isso indiretamente. Sua vila acabou se tornando a mais protegida e próspera do Japão e nenhum Yokai, por mais poderoso que fosse se arriscava a atacá-la.

Arrancou a última raiz com cuidado colocando-a na cesta já carregada. Limpou o rosto imaginando que aquela quantidade seria suficiente para garantir que não precisaria retornar ao bosque por um bom tempo. Kaede e Rin também se levantaram, a pequena se mostrava habilidosa e estava sendo treinada para ser sacerdotisa também.

Em pouco tempo estava de volta ao vilarejo e alguns aldeões se apressaram em recolher o peso de suas mãos.

_ Dê-me isso senhora Kagome. Deixe que eu levo até o templo.- um rapaz jovem de cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo alto se ofereceu.

_ Não há necessidade Ganta-kun. Não está tão pesado, eu mesma posso levar. – disse sem graça.

_ Eu faço questão. – retirou a cesta da mão dela e acomodou ao lado do colo. – Você já faz demais por nós.

_Obrigada. É muita gentileza da sua parte.

_Não é gentileza senhorita Kagome e sim consideração e agradecimento. Não fosse por você ainda estaria no covil daquele monstro Yokai, ou talvez morto.

Kagome olhou para o braço dele marcado por algumas queimaduras e se lembrou da noite em que foi resgatá-lo junto com InuYasha. Ganta tinha sido raptado por um Yokai morcego e devido às complicações que tiveram durante a batalha, acabou sendo atingido por alguns destroços em chamas, felizmente nada que lhe custasse a vida, mas a visão daquelas marcas machucavam o coração da sacerdotisa.

Sem oferecer mais resistência, Kagome deixou que o garoto levasse a cesta até o templo recém construído, se despediu de Kaede e Rin e rumou para casa.

Pelo caminho cumprimentava os aldeões que gratos e muito carinhosos, não hesitavam em deixar de lado o trabalho no cultivo de cereais para acenar entusiasmadamente ou reverenciá-la com a cabeça baixa. A cada sorriso, ela sentia o coração pesar com uma alegria transbordante que parecia querer sufocá-la, e alguns espasmos de felicidade sacudiam seu corpo cansado lhe dando uma nova energia que a fazia acelerar a marcha cada vez mais, como se buscasse um tesouro escondido guardado a poucos metros de distância.

Depois de andar alguns minutos chegou ao seu destino: a casa de Sango.

As gêmeas, agora com seis anos, corriam de um lado para o outro em uma brincadeira de pique pega sobre água rasa do pequeno córrego que margeava a casa. Seus sorrisos e gritos de alegria enchiam o lugar de animação.

Em meio as suas belas meninas que seguravam a barra dos kimonos com as mãos para que não molhasse seu tecido lindamente trabalhado, havia um pequeno menino de menos de dois anos que batia as mãozinhas na água e tentava alcançar as duas que escorregavam como peixes ariscos ao seu toque. Os pés ainda ternos e cheios de dobrinhas batiam na superfície cristalina, fazendo os girinos se assustarem e alguns respingos voarem para todos os lados em um festival de gotas que brilhavam em contraste com a luz do sol. O sorriso que lhe enfeitava o rosto mostrava a diversão que a brincadeira lhe proporcionava, mas os intensos olhos dourados pareciam avisar que estava mais atento do que a imagem que a sua aparência infantil passava como se fosse um predador em busca da oportunidade perfeita.

Hayato abria os braços com satisfação como se fosse abraçar o mundo. Ainda muito jovem para compreender que comparado á sua grandeza, ele não passa de um pequeno grão de areia na imensidão do deserto. Sabia apenas que o seu instinto Yokai natural dizia que ele deveria esperar o momento exato para tentar a sorte.

A oportunidade apareceu segundos depois de observar que elas tinham medo de molhar os kimonos ao máximo, então se lançou na água com a maior fúria possível, fazendo respingar seu líquido incolor por todos os lados.

_Assim não vale Hayato kun!- a mais temperamental resmungou.

_ Acho que não dá para ganhar desse tampinha irmã. Ele sempre arranja um jeito de nos vencer. – a outra confessou suspirando enquanto batia o máximo de gotas possíveis das pontas do longo cabelo negro.

Hayato comemorava aos pulos, molhando os fios prateados na água com a agitação. Ele não sabia explicar como sempre ganhava delas, ou como as idéias lhe surgiam de maneira quase sobrenatural. A única coisa que lhe interessava era pegar as duas e ganhar.

O vento assoprou morno em sua direção, e como se houvesse levado um choque, ele se virou procurando o cheiro que ele tinha trago. Cheiro de colo, cuidado, amor e proteção. O cheiro da sua mãe.

Seus olhos brilharam ao vê-la parada á alguns metros da casa. A euforia da saudade invadiu o lugar do orgulho da vitória e o fez arquejar de felicidade quando os braços que eram seu melhor porto seguro se abriram em um gesto de espera acompanhados pelo sorriso terno que só ela sabia dar.

Precipitou-se a correr, os pezinhos tamborilando sem se importar com os gravetos e pedras que encontrou pelo caminho até o seu ninho.

_Oka-san! Oka-san! – gritou feliz.

Kagome o enlaçou com carinho. O corpo pedindo para saciar a saudade de cada pedacinho do filhote que deixara aos cuidados da amiga enquanto buscava por mais plantas medicinais. Ser mãe para ela foi a descoberta de um novo mundo, como se a sua vida anterior estivesse esquecida em um passado distante.

_ Como senti saudades do meu filhote. – disse em meio a um abraço apertado. - Se divertiu muito hoje?

Ele balançou a cabeça e lhe deu um beijo estalado na bochecha para depois dar um selinho. Típico ato de qualquer criança pequena. Não sabia se expressar muito bem com palavras por causa da pouca idade, mas aprendera com a mãe e seu cuidado atencioso que os gestos trazem muitos significados que só podem ser expressados na linguagem do amor.

_ Manhê!- uma das gêmeas gritou. – A tia Kagome está aqui!

Sango demorou alguns segundos para colocar a cabeça para fora da janela e sorrir para a amiga.

_Oi Kagome! Pensei que fosse demorar hoje.

_ Se fosse por aquelas duas, iria demorar mesmo, mas consegui adiantar o serviço.

_ Venha entre! Estou ocupada com a limpeza do meu osso voador.

_Hoje não Sango. Tenho que ir para casa.

_ Tem certeza?Não quer entrar nem um pouco?

_Não posso. Tenho que dar banho em um porquinho e me preparar para voltar a minha era amanhã ou a minha mãe vai ficar louca de saudades e dizer que eu não levo o neto para ela ver por puro despeito.

_ Tudo bem. Mas não inventa de sair a noite. Sabe que dia é hoje não é?

_ Sim, como posso me esquecer?!

_Então se cuida.

Kagome se despediu das garotas e de Sango e saiu em direção a própria casa. Hayato deitara a cabeça em seu ombro em busca de descanso das longas horas de correria e despreocupadamente ressonava o sono dos justos no colo da mãe.

A brincadeira lhe custara muita energia. Tomou banho e jantou praticamente dormindo. Os olhinhos pregados pelo embalo do caminhar reviravam vez ou outra nas órbitas como se buscassem se manter atentos ao local. O instinto Yokai alertando para possíveis problemas impedindo-o de relaxar por completo.

Quando a noite caiu, e os primeiros raios de sol deitaram por detrás das montanhas e vales ao longe, os cabelos curtos já brilhavam negros como os da mãe, e o corpo pode relaxar com a falta do instinto.

Kagome o deitou no futon cobrindo-o com uma linda manta azul. Deu um beijo sereno no rosto aveludado e passou a fitá-lo. Era sem dúvida a criatura mais linda do mundo aos seus olhos e o seu olhar paquerador e orgulhoso de mãe se prendia em cada dobrinha e relevo provocado pela pouca idade. Até mesmo os fios que teimavam em lhe cair no rosto em meio aos suspiros eram motivos de sorrisos bobos e encantados.

Em menos de dez minutos o polegar procurou o abrigo da boca e Hayato se encolheu em busca de uma posição mais agradável.

A sacerdotisa deitou ao seu lado a espera do esposo. Já se passara um tempo considerável desde que ele saíra cm Miroku para realizar um exorcismo e ainda não dera um sinal de vida. Mas ela não se importava muito com isso. Sabia que ele era forte e não deixaria de voltar para casa assim que chegasse na vila.

Mas os dias foram passando e a situação ficou cada vez mais estranha. Os atrasos foram se tornando mais freqüentes até InuYasha passar noites inteiras longe do conforto do lar. Kagome confiava no marido de olhos fechados e não o importunava com perguntas ou cobranças com medo de atrapalhar a boa relação que tinham. Há anos não brigavam feio, apesar de discutirem algumas vezes e gostaria que continuassem assim. Porém ele foi ficando distante e de repente seus olhos já não brilhavam de amor com tanta freqüência que antes. Isso começou a incomodá-la profundamente.

O relacionamento esfriava cada vez mais. Hayato cobrava a presença do pai que brincava com ele cada vez menos e InuYasha começou a se sentir desmotivado com a vida que tinha. Os beijos foram se esgotando como um rio que definha perdendo o curso e força da água até se tornar um veio feio e abandonado em meio a terra seca. Até mesmo as desculpas pararam de ser inventadas, como se fosse um trabalho tolo e infrutífero.

Depois de seis meses já não eram mais o mesmo casal. Ela tentava agradá-lo ao máximo, mas nada parecia surtir efeito, como se o amor estivesse sendo sufocado por uma mão invisível. Até que em uma noite chuvosa, Kagome descobriu os motivos de tantas demoras e noites fora de casa. Era impossível esconder a presença de alguém que faz sua alma vibrar em ressonância pelo simples fato de estar próxima.

Desanimada, Kagome ainda tentou prosseguir com a relação, afinal tinham um filho juntos e não era a primeira vez que InuYasha se via dividido entre seu antigo amor e ela, mas o desinteresse dele era visível. Dormiam quase separados e mal trocavam beijos de carinho antes de se separar de manhã.

Fatigada da situação ela estourou e lançou toda a sua raiva em uma frase decisiva.

_ Não tem como continuar com isso. Dessa vez você vai ter que escolher entre uma de nós duas.

Pego de surpresa, InuYasha apenas balbuciou qualquer resposta, mas ela parecia irredutível quanto a sua decisão e não se deixou seduzir pelas palavras vazias que ele lançava ao vento naquela noite. Palavras carinhosas, mas ocas de sentimento, ditas como se estivessem sendo mastigadas a contragosto e precisassem ser cuspidas a qualquer custo.

Kagome não queria que o seu amor virasse obrigação, mas não iria admitir mais viver a sombra da dúvida, nem deixar que outros roubassem sua felicidade. Não mais. Tinha um filho agora e não podia pensar mais no próprio bem estar, mesmo que isso significasse desenganar o próprio coração.

A resposta veio na semana seguinte, quando ela resolveu segui-lo.



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Notas finais do capítulo

Que resposta será essa? Vamos gente não me deixem curiosa, também desejo saber o que vocês esperam da história, então por favor deixem um review nice para uma autora baka!
Onegai!