O Diário de Kate escrita por Yass Chan


Capítulo 5
Capítulo 3 Dia Ruim


Notas iniciais do capítulo

Capítulo com fotos. Total de fotos: 2



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Imagine só a reação de seu pai ao ler aquelas coisas? Já não bastava ler dela com Derick agora também com Mathew? Lisy não conseguia conter sua decepção, e muito menos os ciúmes de sua mãe com outro que não seja seu pai.

Decepcionada, Lisy decidiu fechar o diário e dormir um pouco. Afinal, já era tarde e ela precisava dormir. Então ela pousou a cabeça em cima dos braços, no cantinho da cama. Antes de dormir, ela observou seu pai sem reação nenhuma, os olhos dela começaram a piscar cada vez mais devagar até que ela dormiu.

Na manhã seguinte, Lisy abriu os olhos aos poucos e deu de cara com sua avó, que mantinha os olhos fixos em Justin que ainda estava em coma.

- Bom dia, vovó.

- Bom dia, querida. Não vou perguntar se dormiu bem porque já sei que dormiu mal. Porque não foi dormir em um lugar mais confortável? A pontinha da cama para pousar a cabeça só dá dor nas costas.

- Eu sei, é que não deu tempo... Estava com muito sono e não queria ficar muito longe do papai caso ele acordasse e precisasse de alguma coisa...

- Pelo o visto não adiantou muito... Ele ainda dorme como uma pedra.

- Vovó, eu li ontem o diário e... Tem uma coisa lá que a senhora não disse que acontecia...

- O que?

- A senhora disse que os únicos homens da vida da mamãe foram o tio Derick e o papai, mas ontem quando eu li, tem meio que uma “cena de sexo” entre ela e o Mathew, o marido da Hilary... Porque a senhora escondeu isso? Porque disse que haviam sido apenas eles quando tinha mais um?

- Porque eu sabia que você agiria exatamente como está agindo agora. Está com ciúmes da sua mãe e decepcionada por saber que houveram outros homens na vida dela além dos que você já sabia. Seu pai agiu assim mesmo, ficou com ciúmes, se decepcionou... Você é a cópia exata da personalidade dele.

- Outros? Além do Mathew há mais um?

- Sim. Mais você vai descobrir quando ler.

- Então ao todo são quatro?

- Sim, mas não me pergunte mais nada. Vai perder a graça.

- Só mais uma coisa...

- Hum...

- Vovó, se a senhora estivesse no meu lugar, eu que acreditei a minha vida toda que a minha mãe era perfeita , sabendo o que vou saber hoje nesse diário, a senhora continuaria tendo o mesmo conceito que eu tenho? Não se decepcionaria com ela?

- Lisy, aprenda uma coisa. Não somos ninguém para julgar outra pessoa, só Deus pode fazer isso. Eu realmente não sei como você reagirá e prefiro não arriscar em me colocar em seu lugar, mas eu tenho uma coisa a dizer: sua mãe foi uma mulher maravilhosa, eu errei tanto quanto ela errou e com certeza sou mais imperfeita do que ela foi. E mais uma coisa, eu nunca deixaria seu pai se envolver com uma mulher perfeita ou que fingisse ser isso, seria muito chato. A maior qualidade da sua mãe era ser imperfeita e admitir isso. Ela me encantou exatamente por ser assim, além de tudo, era cheia de problemas, ou seja, encantadora. Você pode achar que estou brincando, mas estou falando muito sério.

- Não é bem o que eu queria ouvir, mas obrigada. Me tranqüilizou e me fez aprender algo importante.

- Bom, mas você ainda não tomou café... Vou trazer seu café da manhã. Só um instante.

- Obrigada, vovó.

- Por nada, querida.

Lisy voltou a ficar sozinha com o pai, distraída, só percebeu a presença de Derick ao ouvir a voz dele:

- Lisy?

- Olá, tio Derick. – Lisy não sabia como reagir. Ela sempre se dera super bem com Derick, mas agora, sabendo o que ela sabia sobre ele e lendo o diário de sua mãe, Lisy não sabia mais como reagir diante dele. Mas então lembrou do que sua avó acabara de dizer... Ela não podia julgar ninguém. – Estou muito feliz que você veio. – Ela abriu seu melhor sorriso... Estava sendo sincera afinal.

- David me ligou ontem, só que só pude vir hoje porque eu estava viajando e acabei de chegar.

- Fui eu que pedi... Sei lá, acho que queria reunir a família, sabe? Estava com saudades.

Derick observou àquela menina... Ele a viu crescer mesmo que de longe já que Justin nunca deixou que a filha se aproximasse muito de seu rival. Justin nunca entendera que o que aconteceu não foi porque Derick quis, ele não podia se controlar, estava muito doente e sozinho não conseguia melhorar em nada. Mas a verdade é que apesar de tudo, ele se afeiçoara demais a Lisy, que não era sua parenta e era uma pena, pois também não era sua filha.

- Eu também estava com saudades, Lisy.

- Queria muito ver você, tio. – Lisy se dirigiu até ele e o abraçou forte, sendo correspondida.

- Ah minha querida, sinto muito pelo o aconteceu com seu pai, falo a verdade.

- Eu sei, tio. Vocês não se bicavam, mas são boas pessoas. Mas mudando de assunto, porque o tio Dave e a tia Angelina não vieram?

- David também ligou para eles ontem, mas os pais deste meu sobrinho adoram um interior e onde eles estão não tem sinal de celular.

- Novidade, sempre digo ao David que ele foi feito no mato, mas ele não acredita!

- Hum... Sabe Deus onde esse menino foi feito!

Os dois riram juntos. Pattie voltou ao quarto e não ficou surpresa por ver Derick lá. Apesar de tudo o que aconteceu, todos se davam bem com ele, exceto Justin.

Lisy tomou café da manhã e se despediu de Derick e Pattie. Ela resolveu passar mais esse dia com seu pai, quem sabe no dia seguinte ele não revezasse? Não importava, a verdade é que ela queria ficar lá com seu pai.

À tarde, seu namorado David foi até o hospital:

- Oi, amor. – Disse Lisy antes de se esticar para dar um selinho em seu namorado.

- Oi, gatinha, ele já melhorou?

- Continua na mesma, mas agora tô mais confiante... Meu pai vai ficar bom.

- Vai passar mais essa noite aqui?

- Acho que sim... Nem estou tão cansada assim... Dá pra segurar.

- Quer que eu fique aqui com você essa noite?

- Ain, eu adoraria, mas o hospital nunca vai permitir.

- Entendo, mas pelo o menos agora à tarde eu vou ficar com você.

David deixara a carteira em cima da mesa, então uma foto que havia lá chamou a atenção de Lisy:

- Onde você arrumou isso?

- O que?

- Isso aqui. - Disse Lisy mostrando a foto à ele.

Para ver foto, acesse: http://dianna-agron.com.br/photos/displayimage.php?pid=11279&fullsize=1

- Sua foto? Eu mesmo tirei.

- Ain, porque você fez isso? Essa foto é do dia do meu aniversário de dezoito anos, eu tava cheia de bobs no cabelo, tava ridícula! Tava igual a uma velha!

- Pra mim você estava linda... – Disse David dando seu melhor sorriso. É até suspeito... Pra mim todos os sorrisos dele são ótimos.

Para ver foto, acesse: http://2.bp.blogspot.com/_lV2pYWbZRb0/TALlLZ3clPI/AAAAAAAACgQ/UYn5wD2aFUk/s1600/GetAttachment.aspx+(6).jpg

- Com licença...

- Sim? – Um enfermeira entrara na sala.

- Desculpe incomodar, mas é que o horário de visitas acabou. Só o acompanhante pode ficar.

- Ah claro, nos desculpe. Nem percebemos o horário. – Disse Dave desculpando-se.

- Amanhã você vem aqui?

- Claro, Lisy. Eu não vou te deixar sozinha por nem um dia, meu amor. Até amanhã.

- Até. – Disse ela antes de se despedir dele com um selinho.

Depois que David foi embora, a enfermeira comentou:

- Se me permite dizer, você é uma garota de sorte. Seu pai é o famoso Justin Bieber, sua mãe foi famosa por muito tempo quando era viva, e bom, você tem um namorado muito bonito, além de que parece amar muito você.

- Obrigada. – Lisy ficou um pouco envergonhada com o comentário.

- Pronto, ele já está medicado. Até amanhã.

- Até.

Lisy ficara sozinha novamente e apesar de estar com sono, ela resolveu continuar a ler o diário de sua mãe de onde parou:

“[...] De madrugada em vez de estar dormindo, eu estava sentada na janela pensando... Eu não podia mais ficar ali, eu não podia mais continuar na casa de Mathew. O que havia acontecido foi um erro, foi algo que eu sabia que era errado, mas continuei por que eu estava carente talvez, ou despeitada... Sei lá, sabia apenas que eu não podia falar isso na cara do Mathew, nem podia enganá-lo dizendo que nós ficaríamos juntos... Eu iria embora dali, eu não sabia pra onde, mas eu não podia ser cara-de-pau a ponto de continuar ali depois de tudo o que havia acontecido, o que aconteceu teria que ser apagado.

Decidi me arrumar e sair da casa dele o mais rápido possível, igual a uma fugitiva, enquanto ele dormia. Mas para onde eu iria? Para a casa da tia Louis não, Derick devia estar de guarda lá... Não era certo eu perturbar minhas amigas para ficar na casa de alguma delas... Eu me odiava por não ter uma casa.

Andando sozinha de madrugada pela rua eu tinha somente uma opção: eu teria que ligar pra alguma das minhas amigas e teria que pedir pra ficar na casa de alguma delas. Mas aí percebi que eu estava totalmente enrascada... Nem celular eu tinha, estava com aquele bobão. E agora? Se eu ligasse daquele celular pra elas, elas ficariam com o número do Justin Bieber e seria errado eu espalhar o número desse garoto super famoso entre amigas minhas. A única coisa que eu podia fazer era ligar para meu celular que estava com ele e pedir que ele ligasse para uma das minhas amigas e desse um recado a ela.

Eu estava com muita vergonha de fazer isso, afinal, ainda há pouco eu havia soltado um monte de coisa na cara dele, agora eu iria pedir a ajuda dele... Eu só fazia merda mesmo.

Liguei para meu celular e depois de um tempo tocando, Justin atendeu:

- Alô?

- ...

- Alô?

- ... – Eu estava morrendo de vergonha para responder.

- Kate?

- Oi...

- A que devo a sua ligação em plena madrugada?

- Justin, primeiro me desculpe por mais cedo e pelo o amor de Deus, pára de ser sarcástico, eu odeio isso e não quero brigar com você porque nesse momento... Eu preciso da sua ajuda. Mas, cara se você não gosta de mim, e é sarcástico por causa disso, então me diz onde é tua casa e eu vou buscar meu celular porque estou precisando muito dele.

- Quem disse que eu tô em casa? Além do mais, eu gosto de você, Kate. Gosto desde que te vi pela televisão e odiei quando você casou com Derick. Foi ótimo te conhecer, e eu só costumo ser sarcástico e passar cantadas com quem eu realmente gosto, pena que você me deu poucas chances de dizer isso, eu também perdi algumas me preocupando mais com o sarcasmo.

- Pensei que sua obsessão fosse a Beyoncé.

- Passou a ser você depois que te vi pela a primeira vez na TV.

- Estou cansada de pessoas obcecadas por mim. – Até que o que ele estava falando era engraçado... Hum, eu era exatamente como ele quando mais jovem... Me apaixonava por artistas de televisão que nunca poderiam ser nada para mim.

- Nossa! Quem mais é obcecado por você que eu não sei?

- Longa história, mas... Não quero ser folgada, é que tô precisando da sua ajuda.

- Diga...

- Você disse que não tá em casa em plena duas horas da madrugada e, bom, não tenho nada haver com isso.

- A menos que você quisesse que eu estivesse com você...

- Já vai começar? Tá, falando sério. Não conta pra ninguém porque eu só tô te contando porque você vai me ajudar.

- Ok.

- Eu me separei do Derick...

- Do dono da DM World?

- Óbvio. A questão é: casada com ele, eu tinha tudo, sem ele, eu não tenho nem aonde dormir essa noite, quer dizer, essa madrugada . Eu preciso falar com uma amiga minha só que não posso ligar pra ela do seu celular porque vai ser mesmo que entregar seu contato pro mundo inteiro, então eu preciso que você mande um recado do meu celular pra ela, ou sei lá, me diz onde posso pegar o celular agora.

- Onde você tá?

- Na rua Carolwood Drive, bem na primeira esquina.

- Porque aí? A mansão que você morava não é nessa rua.

- Err... Tava na casa de um amigo nessa rua.

- Ok, vou buscar você aí. Estou perto daí mesmo.

- Quê?! Não, digo, pra quê?

- Ora, pra trazer você pra casa da sua amiga, já que não posso te levar pra minha casa.

- Ah pelo o amor de Deus, você não vai se incomodar com isso, né? Eu vou buscar o celular ou você manda o recado, não tem necessidade de você estragar a sua madrugada por mim!

- Não vai estragar nada. Eu tô na casa de um amigo, só isso.

- Mesmo assim, você deve ter alguma coisa pra fazer.

- Tenho mesmo... Levar você pra casa. Até logo, Kate.

O garoto desligou. Quem diria que eu ia precisar da ajuda dele depois de não ter ido com a cara dele... Eu ia pagar o preço da minha língua grande.

Depois de alguns minutos um Range Rover preto parou na minha frente:

- Entra aí.

- Você veio mesmo! Seu louco, muito obrigada!

- Não há de quê.

Entrei no carrão do Bieber e ele deu a partida. O garoto até que dirigia muito bem:

- Toma seu celular. Tem milhares de ligações do seu ex-marido aí.

- Pouco importa, está aqui o seu.

Peguei meu celular e liguei para Anne. Ela logo atendeu:

- Alô? – A voz de Anne soava sonolenta.

- Oi, Anne. Posso ir pra sua casa agora? Quero dizer, passar alguns dias aí com você?

- Depende se você cobrar pouco e for bastante bonito... Ah e tem que ser bom de cama!

- Hã? Não é um garoto de programa Anne, sou eu, Kate.  Não viu meu nome no retrovisor do celular, não?

- Sorry, baby. Não olhei no retrovisor, é que eu tava dormindo. Mas porque você vem pra cá essa hora?

- Porque eu não tenho pra onde ir.

- Como não? E sua mansão?

- Me separei do Derick e não quero ir pra casa da tia Louis porque ele vai me procurar lá.

- Porque você se separou dele?

- Ele disse que eu estava sendo infiel, acredita? Mais que isso, que eu tava gostando de outro cara.

- Derick sempre tão ciumento... Mas ele vem te procurar aqui também.

- Eu sei, só que hoje pelo o menos eu preciso ficar em algum lugar, depois eu vejo pra onde eu vou.

- Amiga, é claro que você pode vim pra cá, mas onde você tá agora?

Olhei para o lado. Eu não podia dizer que eu estava no carro de Justin Bieber.

- Hã, em frente à casa do Mathew...

- Mathew? O gostosão pelo o qual o Derick fez um escândalo porque vocês estavam juntos?

- Ele mesmo. Na verdade, é esse o cara que o Derick acha que eu gosto.

- Hum, mas você tá na frente da casa dele por quê?

- Porque eu vim pra casa dele depois que me separei do Derick, só que eu não posso mais ficar aqui...

- Por quê?

- Te conto pessoalmente. – Olhei para Justin e ele revirava os olhos. Dei uma risada baixa por isso.

- Ah conta vai!

- Não, Anne, não posso!

- Deixa eu adivinhar... Você transou com ele?

- Quê?! Err.. Cla-claro q-que... Ai, te conto pessoalmente já disse!

- Tá bom, mas como você vem pra cá?

- De táxi... Acabei de entrar em um.

- Tô te esperando. Tchau.

- Tchau e valeu, tá?

- Nem precisa agradecer. Amigos são para horas boas e ruins.

Desligamos e eu olhei para o outro lado. Um quase desconhecido para mim já sabia do meu problema.

- Kate, pode me encarar. Eu bem que queria ter sua confiança e ser seu amigo, mas como ainda não sou, não vou te perguntar o que aconteceu. Não vou me meter na sua vida.

- Valeu, Justin. Você é mil vezes melhor do que imaginei. É uma pessoa maravilhosa, mas como eu sei que você tá louco pra saber...

- Vai me contar?? – Os olhos de Justin brilhavam de curiosidade.

- Não, uma outra hora quem sabe. Até porque, já chegamos.

- Boa sorte, Kate. Espero te ver de novo.

- Obrigada por tudo, e ao contrário do que disse à tarde, eu também quero muito te ver de novo.

- Até qualquer outro dia, minha ídala.

- Ídala? Quê isso?

- Feminino de ídolo, acabei de inventar.

- Não vai me dizer que é sério a parada de você ser apaixonado por mim só porque me viu na televisão, igual você era pela a Beyoncé, não é?

- Claro que é sério. Até estou super feliz por você ter se separado do Derick, sabia? Será que agora eu tenho chances?

Não pude conter um riso. Ele extremamente engraçado e legal.

Aproximei meu rosto do dele e ainda rindo, falei:

- Você tem todas as chances do mundo, Bieber. – Virei um pouco o rosto e tentei dar um beijinho na bochecha dele... Não deu certo. O safadinho virou o rosto e o beijo pegou na boca. Acabou virando um selinho. – Você não devia ter feito isso. – Falei, séria.

- Ah me perdoa, vai? É que foi irresistível... Digamos que é só uma lembrança que eu sempre vou guardar de você, hum? Selinho de amizade!

- Não costumo dar selinhos nos meus amigos... – Pior que não. Aconteceu que eu transei com um deles. Estava me sentindo uma vadia. – Mas eu te perdôo sim. Até qualquer dia, querido.

- Até...

Saí do carro e bati à porta de Anne. Antes de ela abrir olhei para trás e acenei para Justin. Ele fez o mesmo e foi embora.

- Entra, Kate. Quem te trouxe até aqui não foi um táxi...

- Tem razão... – Disse enquanto eu entrava. – Mas não conte pra ninguém quem foi. Nem pras meninas, é um segredo dele e não meu.

- Conta logo!

- Foi o Justin Bieber.

- O cantor?

- Claro, foi ele sim.

- Conseguiu assinar o contrato com ele?

- Pouca me importa o contrato... Problema do Derick.

- Então porque você tava com ele?

- Porque entre várias idas e vindas eu acabei me tornando amiga dele de verdade. Sabe, ele largou tudo lá não sei aonde pra me ajudar... Ele é uma pessoa super especial.

- Ok, mas me conta melhor a parada da separação.

- O Derick me ofereceu o cargo de vice-presidência da empresa, só que eu disse que só aceitaria se ele contratasse o Mathew também. Ele ficou irado e disse que se eu estava recusando o cargo por causa do Mathew, era porque eu gostava dele, ele insinuou que eu era infiel. E falou até que eu não podia oferecer algo ao Mathew que não era meu, ou seja, não podia oferecer o cargo porque a empresa não é minha.

- Meu Deus... Onde ele tá com a cabeça?

- Eu não sei, só sei que ele me machucou e eu ainda o amo.

- Ó, minha amiga, mas como você encontrou o Mathew?

- Encontrei ele na rua, aí ele me levou pra casa dele.

- Se o Derick souber disso só piora as coisas...

- Tô me lixando pra ele, se ele soubesse que aconteceu mais que isso...

- Aconteceu o que?

- Transei com o Mathew por despeito, e também, eu tô machucada e aquele homem é lindo e gosta de mim. Só que eu me arrependi do meu erro e agora não podia mais ficar lá...

- Entendo... Não pode dizer a ele que não o ama e que a transa foi um erro e também não pode prometer que vocês vão ficar juntos.

- Exato.

- Mas o que você vai fazer quando ele te procurar? Sim, porque ele não vai ficar bem depois que descobrir que você fugiu.

- Não sei, vou dar um jeito de fazer ele apagar da lembrança esse episódio.

- Como? Minha amiga, não seja ingênua... Certas coisas na vida nunca podem ser apagadas.

- Não quero pensar nisso agora, será que podemos ir dormir?

- Claro, vamos arrumar o quarto.

Subimos e arrumamos o quarto onde eu iria dormir. Tomei banho e troquei de roupa, vesti uma de Anne. Conversamos por mais um tempo sobre coisas alheias para me distrair e não pensar no que acontecera no dia de hoje. Logo o sono chegou em Anne e ela dormiu, enquanto eu, meus olhos continuavam abertos e minha mente girava em torno dos meus problemas... Pensei em Derick, no quanto eu o amava, pensei em Mathew, afinal, o que acontecera poderia destruir nossa amizade e eu realmente não queria perder meu amigo. Prometi a mim mesma que eu não erraria novamente com ele e faria de tudo para não errar com mais ninguém, nem mesmo comigo.

Naquela madrugada, antes de dormir, prometi a mim que conseguiria coisas em minha vida por meu próprio mérito, e não porque me casei com um cara rico. Eu era formada, entendia de administração e alguma coisa em minha vida apareceria e me daria condições para eu sustentar a mim mesma, ter uma casa minha e uma vida confortável. Eu não sonharia mais, agora eu realizaria os meus sonhos, e não só sonhos, necessidades, necessidades essas que eu não esperaria cair do céu e sim, correria atrás. Eu sempre quis ser independente e deixei que um homem tirasse os meus sonhos e depois me jogasse no vento.

Eu errei várias vezes e não prejudiquei só a mim, mas às pessoas que estavam ao meu redor, assim como fiz com o meu amigo Mathew.  Não aconteceria mais, não mais... As pessoas não mereciam ser atingidas por mim, por meus erros, só que eu tentaria não errar mais, mas e quanto aos erros cometidos? Anne tinha razão, há coisas na vida que não podem ser apagadas e o que aconteceu entre mim e Mathew era uma delas. Eu tinha que me preparar para quando ele viesse pedir explicações comigo, afinal, eu seria obrigada a dá-las, ele não merecia ser enganado e muito menos merecia que eu fugisse dele sem dizer o porquê... Apesar de não ter muito controle, ele era uma ótima pessoa, sempre fora...

Lembranças, palavras e um vasto de coisas vieram a minha cabeça... Perguntas do tipo: Como eu me explicaria a Mathew? E Derick, como eu iria enfrentá-lo? Será que eu viveria sem ele? O que irá ser de mim até eu me restabelecer financeiramente? Estava tudo tão confuso, era ta ruim estar passando por aquilo... Eu precisava parar de pensar naquelas coisas, mas como? Eu já havia tentado me distrair de várias formas, mas não conseguia... O jeito era tentar pensar em outra coisa, mas no quê? Foi uma coceira no nariz que me fez esfregá-lo e passar sem querer o dedo em meus lábios... Lábios, eles me fizeram lembrar do selinho que aquele menino de dezesseis anos me dera ainda mais cedo, quer dizer, roubara ainda mais cedo. Como ele era esperto! E enxerido diga-se de passagem, mas mesmo assim, ele era extraordinário. Quando em algum lugar do mundo alguém ajudaria um quase desconhecido levando-o para casa de uma amiga no seu próprio carro? Além disso, enfrentando alguns perigos porque Los Angeles era perigosa à noite, assaltos não faltavam... Meu Deus! Não era certo que eu não ligasse para saber se ele estava bem, mas será que ele se chatearia por eu estar ligando tão tarde de novo? Ah era por uma boa causa! Peguei as últimas ligações do meu celular e lá estava o número dele, tratei logo de salvar, logo após fiz a ligação:

- Alô? – Disse uma voz sonolenta logo após bocejar.

- Justin? Sou eu, Kate. Liguei porque fiquei preocupada com você. Quando você me deixou lá na casa da Anne já era tarde pra você voltar sozinho. Chegou bem em casa?

- Cheguei, mas estou melhor.

- Por quê?

- Porque agora dá pra salvar seu número e eu posso te ligar quando eu quiser.

- Menos de madrugada...

- Por quê? Você tá me ligando agora, e é de madrugada.

- Pode ligar sim, é brincadeira.

- Quando vou te ver de novo?

- Não sei, mas não acredito que você esteja tão ansioso assim!

- Você não sabe o quanto...    


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo, fique ligado: Um novo amigo para Kate, explicações são dadas e alguém é perdoado.



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