Sophie e Near entraram correndo dentro do quarto. Os gêmeos possuíam os dois olhos molhados e inchados.

Near abraçou a irmã. Sabia que tudo estava sendo mais difícil para ela. Sempre fora instável em seus sentimentos. Amava demais, odiava demais. Não agüentava decepções. Sempre acreditou nas pessoas e, naquele momento, ele também acreditou.

Ouviram passos na escada. Sabiam que eram os dois. Sophie afundou o rosto no peito do irmão. Near ficou imóvel. Desejou que não os chamassem.

Uma batida na porta.

_ Near – chamou Mello – Atenda a porta, por favor. Queremos falar com vocês.

Silêncio.

_ Sophy – chamou Matt – Por favor!

A garota não conseguiu abafar um soluço. Imediatamente tampou a boca com a mão. Não queria que Matt percebesse o quanto ele a machucara.

Near a apertou contra si. Ela abraçou o irmão com força. Ele era seu abrigo e ela o abrigo dele.

~~~*~~~

Matt e Mello subiram as escadas correndo atrás dos pequenos. Sophie e Near haviam visto os dois a beijar duas garotas do orfanato.

Mello bateu na porta.

_ Near – chamou – Atenda a porta, por favor. Queremos falar com vocês.

Nada do outro lado.

_ Sophy – chamou Matt – Por favor!

Os dois ouviram um soluço vindo do interior do quarto, mas logo o silencio predominou.

Matt sentiu-se quebrado. Sabia o quanto a garota estava sofrendo. Havia a magoado. Sabia que seu coraçãozinho não agüentaria mais uma decepção e mesmo assim a traiu.

Os dois se dirigiram ao quarto que dividiam. Mello deitou na cama mecanicamente. Matt sentou-se na cama e abraçou os joelhos. Seus olhos já se encontravam molhados de lagrimas.

Mello se aproximou do ruivo e o abraçou, também a chorar. Com o tempo que passaram juntos, tornaram-se quase irmãos. Matt escondeu o rosto no peito do amigo e seus soluços logo saíram.

~~~*~~~

Já era manhã. Os gêmeos tomaram banho, se trocaram e logo saíram do quarto. Sophie e Near mantinham a face inexpressiva e muitas pessoas achavam estranho, pois Sophie estava sempre sorrindo. Nunca mantinha a face assim.

Os gêmeos tomaram seus cafés e foram para a sala de Roger, onde L os esperava. Entraram e logo foram abraçá-lo.

_ Oi L – disse Sophie, depositando um beijo na bochecha do mais velho.

_ Oi – disse – Near.

_ Olá pupilos – disse L.

Os dois sorriram e sentaram-se no sofá de dois lugares, normalmente ocupado por Sophie e Matt.

Logo, Matt e Mello entraram na sala. Cumprimentaram L e os pequenos, que simplesmente acenaram com a cabeça.

_ Trouxe algumas coisas para vocês – disse L – Chocolates para Mello, games para Matt, alguns quebra cabeças para Near e livros para Sophie, junto com esse ursinho de pelúcia.

A garota sorriu levemente ao pegar suas coisas. Near sorriu ao ver o sorriso da irmã e segurou a mão da gêmea.

Matt e Mello baixaram os olhares ao pegar os presentes. Não conseguiam mais comer ou jogar.

_ Irão cantar no concurso de talentos do orfanato? – perguntou L para Sophie e Near.

A garota assentiu.

_ Gostaríamos que ficasse para assistir – disse ela.

L sorriu e assentiu.

_ Vocês deveriam ir ensaiar – disse ele.

Os gêmeos assentiram e saíram da sala, indo direto para o quarto.

_ O que aconteceu? – perguntou L, olhando diretamente para os garotos.

Mello sussurrou algo incompreensível.

_ Eles nos viram beijando outras garotas – sussurrou Matt, baixando a cabeça.

_ Vocês... – tentou falar L – Eu... eu estou muito decepcionado. Achei que vocês tinham curado a ferida dos corações dos pequenos, mas só os machucaram mais.

Os dois tamparam o rosto com as mãos.

_ Ele sempre cantam sobre o que sentem – disse L – Prestem atenção na música.

~~~*~~~

Os gêmeos se encontravam um pouco nervosos. As únicas pessoas que os ouviram cantar foram L, Matt e Mello, e estes diziam parecerem anjos.

_ E agora – disse Roger – Apresentamos Near e Sophie.

Os gêmeos subiram no palco e se posicionaram.

Near e Sophie

Where are we? What the hell is going on?

The dust has only just began to fall

Crop circles in the carpet, sinking, feeling

Spin me around again and rub my eyes

This can't be happening

When busy streets a mess with people would stop to hold their heads heavy

Near

Hide and seek

Trains and sewing machines?

All those years they were here first

Near e Sophie

Oily marks appear on walls

Where pleasure moments hung before

The takeover, the sweeping insensitivity of this

Still alive

Near: Hide and seek

Sophie: Trains and sewing machines?

Near: Oh, you won't catch me around here

Sophie: Blood and tears they were here first

Near e Sophie

Mm, what you say?

Oh that you only meant well, well of course you did

Mm, what you say?

Mm, that it's all for the best

Of course it is

Mm, what you say?

That it's just what we need

You decided this

Mm, what you say?

Mm, what did she say?

Sophie

Ransom notes keep falling at your mouth

Mid-sweet talk, newspaper word cut outs

Speak no feeling no i don't believe you

You don't care a bit you don't care a bit

Sophie

Hide and Seek…

Near

Ransom notes keep falling at your mouth

Mid-sweet talk, newspaper word cut outs

Speak no feeling no I don't believe you

You don't care a bit, you don't care a bit

Sophie

Hide and Seek…

Near

You don't care a bit

You don't care a bit

You don't care a bit

You don't care a bit

You don't care a bit

Os dois terminaram a música com lágrimas nos olhos. Limparam-nas rapidamente e desceram do palco improvisado.

_ Parabéns – disse L, indo os abraçar.

_ Obrigado – disseram.

Deram um sorriso fraco e L os apertou mais em seus braços.

Matt e Mello apareceram ao lado de L.

_ Posso conversar com você, Near? – perguntou Mello.

_ E eu com você, Sophie? – perguntou Matt.

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