Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 97
Cap. 97: Nostalgia.




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Quando falei para a minha mãe que ia voltar, ela surtou, mas consegui acalmá-la. Eu e Frida conseguimos convencê-la, apesar de ela achar Frida meio esquisita. Sim, pois ela mal tinha visto Frida, Jolie, Norma e Chris. Só ficava aos olhos de Joe, Bridget e Sam enquanto estava lá. Para que não conhecesse nada.

  Sam disse que ficaria na Escócia, pois ela tinha muito que fazer na universidade. Eu, estando grávida, tinha novamente licença para ser dispensada. Minha mãe também surtava por causa disso, mas ela acabou aceitando depois. Ela só não surtou mais, pois Peter ser meu marido e ela ter visto que ele tinha uma boa condição de vida. Ótima...


  A viagem de avião foi longa, mas não me senti tão cansada, sabendo que veria Peter, logo.

                                                   x.x.x

  Chegando ao quarto dele, a porta abriu-se para mim e para Frida e eu fiquei atônita olhando para seus cabelos esvoaçantes à brisa fraca que os levava.

  Peter era lindo... e estava mais lindo aos meus olhos, naquele momento em que o via, frágil, pacífico... Fiquei por um tempo olhando ele de perto. Sua boca rosada, seu nariz fino e comprido... as linhas de seu queixo quadrado... seu olhos...

  Ele parecia um anjo enfermo. Era algo sobrenatural de se ver. A vida sugada de um anjo. Algo puro e mortiço ao mesmo tempo. Algo humano e sobrenatural. Sujo pela morte. Lívido.

--- Ei, não precisa fica só olhando. -Frida disse, rindo atrás de mim.

  Eu estava apenas chorando. Nem consegui respondê-la; “O que está havendo comigo?” Pensei, indignada. Comecei a gemer, de repente e o barulho me deixava profundamente irritada... saber que eu mesma estava me observando enquanto fazia aquilo, me deixava irritada... eu estava sempre me reprimindo, como se fosse feio tudo que eu fizesse sem pensar...

--- Pare! -Murmurei para mim mesma. Dei graças por Frida não ter ouvido.

--- Vamos pode tocá-lo. -Frida estava impaciente pelo romance de seus marionetes.

  Aproximei-me de Peter e beijei sua testa. Ele estava com uma temperatura média. Nem frio nem quente demais. Seu rosto era macio, como sempre. Ele tinha uma pele de bebê num rosto rústico com aqueles cabelos louros claros, mas não brancos que emolduravam seu rosto meio largo e quadrado.

  Beijei sua boca, que continuou paralisada, como se nada tivesse acontecido. Minhas lágrimas quase inundaram suas bochechas.Toquei nelas, limpando-as. As minha lágrimas pareciam ser dele. Encostei meu rosto em uma de suas bochechas e lá fiquei, sentada e inclinada, acariciando sua outra bochecha...

  Com a saída de Frida, eu fiquei lá, paralisada, perto de Peter. Na verdade, a presença ou não de Frida, não fazia diferença para mim. Nada fazia. Era apenas Peter inconsciente... e o mundo seco, que não interessava. 

  Fiquei acariciando seu rosto por alguns minutos. Minhas mãos chegaram até seus cabelos e eu afaguei-os, descendo a mão por seu pescoço. Levantei meu rosto, tirando-o do contato com o dele. 

--- Peter... eu queria tanto que você me ouvisse. Que me olhasse com seus olhos azuis e penetrantes, inocentes e serenos... e que me dissesse "Ich Liebe Dich"... só mais uma vez...antes de partir... –Disse, amargamente.

  Era engraçado pensar que, se Peter estivesse acordado, eu talvez nunca dissesse aquilo. Porque eu era cética, ou tímida demais para isso.

  Meus olhos percorriam todos os aspectos do estado de Peter. Eu o olhava com ternura e tristeza. Como eu o queria para segurar minhas lágrimas, mas elas eram derramadas, exatamente por ele não poder segurá-las.

  De repente, Angel entrou. Era um fantasma. Uma aparição.

  Nunca mais tinha a visto. Frida havia dito que depois que Peter estava daquele jeito ela mal aparecia na organização. Estava sempre com suas coisas mecânicas por ai. À trabalho, ou a fazer algo que Frida desconhecia.

  A mulher alta de cabelos loiros e olhos azuis psicopáticos estava pálida. Apática. Antes me transmitia um ar glamoroso, com seus cabelos grandes e altamente lisos e seu sorriso caloroso... Sua voz rouca e majestosa... Mas agora era apenas fria. Aquilo me assustou e me deu pena ao mesmo tempo. Ela sentia muito por Peter, como eu.

 Ela olhou-me, com um rosto inexpressivo. Estava reflexiva e não mostrava expressão alguma. Depois, sorriu, de leve. Sua boca se curvava levemente, sem dar lugar a um sorriso espontâneo demais.

--- Desculpe, não sabia que você estava aqui... é que... não me falaram. -Ela baixou a cabeça, enquanto fechava a porta, que não fora fechada devido a surpresa com a minha presença. –Já está aqui a algum tempo? -Ela sorriu, mais espontaneamente agora.

--- Acabei de chegar. –Eu disse, ficando meio aturdida com aquilo.

  Eu tinha ficado meio distante de Angel, mas antes ela me fora bem prestativa, me levando até Peter quando ele havia fugido me deixando em céus escuros.

--- Sente-se... –Eu disse, cordial.

--- Peter... ele é importante para mim, sabe... -Ela tinha uma expressão apreensiva agora.

  Sua trança grande no cabelo louro e brilhoso que mais parecia um pote de ouro, pendia de lado, por sob o busto. Seus olhos se estreitaram numa careta triste.

---Eu me distancio, quando estou triste, por isso não tenho falado com ninguém ultimamente... –Ela terminou.

--- Eu posso entender. -Eu disse, ainda cordial. Surpreendia-me que eu pudesse agir assim... 

--- Quantos meses? –Ela se virou para mim, o rosto excitado e feliz. Parecia doentio de tanto expressar sua emotividade.

--- Sete. Em breve oito. –Respondi, despreocupadamente.

--- Tenho que ir... –Angel disse, ao ouvir um barulho baixo de algo que vibrava em seu bolso. -Estão me chamando...

--- Tudo bem... -Eu sorri.


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