Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 78
Cap.78: Aviso prévio.




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Havia oficialmente desistido de manter um contato social normal com Frida. Na verdade, havia desistido de manter um laço  real com ela. Era praticamente impossível. Claro, impossível para uma pessoa como eu, que havia matado o pai dela e tirado todas as esperanças de que ela pudesse confiar em alguém na vida. Pensando bem, ela poderia ser uma completa ignorante e não ter, realmente motivos para me ignorar.

  Talvez eu não estivesse certa quando pensava que ela era apenas uma garotinha sozinha e triste por ser enganada por sua própria mente malévola. Quando me dei conta de que, havia dado atenção o bastante para ela para que ela pudesse me aceitar, e ainda assim estava sendo rejeitada, fiquei furiosa e comecei a segui-la. Na verdade, eu não havia conseguido desistir ainda de Frida. Talvez porque ela me lembrava muito a mim quando perdi meu pai.

  Meu olhar procurou-a e a viu distante, andando. Ela estava com um de seus cachorros. Talvez, ela o tenha pegado depois que saiu. Mas achei que fosse rápido demais, porém esta especulação não era o meu objetivo.

--- Frida! –Gritei seu nome esbravejando a voz.

  Frida, rapidamente, como uma bailarina graciosa e delicada, virou-se, confusa com o meu tom de voz. Eu quase corria em sua direção. Estava andando em pisadas pesadas. Ela afastou um pouco o cão negro de pelugem brilhante e pouca para trás dela.

--- O... –Frida balbuciou –Que quer, Charllottie? –Perguntou, atordoada. Aquela foi a primeira vez em que vi Frida estar despreparada para uma afronta. Ela estava pensativa.

--- Por que não quer ter qualquer tipo de relação comigo? –Fiz um sinal para que ela ficasse em silêncio –Não acabei, espere. –Virei a cabeça para o lado e coloquei as mãos na cintura afastando meu casaco para trás. Suspirei... –Quero que saiba que não tenho mais a intenção de mudar a situação caso a resposta não seja a esperada.

--- Bom... –Ela realmente me surpreendeu, por estar surpreendida e meio atordoada com a minha pergunta e com a minha exaltação –Eu... só não consigo gostar de você por quê, simplesmente, meu cérebro doentio acha que você tem alguma culpa por tudo o que está me acontecendo agora. –Pela primeira vez, percebi que Frida não era sarcástica e provocadora como sempre era.

  Eu sorri. Na verdade, comecei a dar uma risada. Bem, para ser mais exata, uma gargalhada. Era, realmente, uma gargalhada sincera.

  Era exatamente o que eu pensava. Ela, no fundo, era uma garotinha. E, naquele momento, ela estava sendo sincera comigo, o que provava, que, pelo menos um pouco, ela estava se esforçando para não fazer Peter infeliz. Nem a mim. Ela só não queria ser hipócrita e ficar perto de mim sem ter a certeza de que não tinha, absolutamente nada contra mim. Ou seja, ela não era uma cretina.

--- Frida... –Comecei a tentar me explicar, ainda entre risos. –Eu... só queria saber... e... eu queria, realmente que você não me visse com este olhos malévolos. Apesar de a sua maledicência astuta me impressionar e me deixar interessada, eu não gosto de ser insultada. Além disso, Peter não fica feliz em ver que nós duas não passamos de cadelas briguentas... –Frida me interrompeu de repente, mas sem agressão na voz. Estava constante e tênue.
--- Eu pensei, Charllottie. Em tudo. –De repente, nem a voz, nem o caráter de Frida pareciam os mesmos. Ela parecia ter amadurecido em um dia.

  Presumi até que ela só mostrava a sua face madura e prudente para com quem ela desejava, realmente, ter algum tipo de laço, ou, pelo menos, cooperação. Ela só estava brincando de me aceitar antes. Nem mesmo havia cogitado a hipótese, que, para ela, era abusiva e idiota. Mas, agora, Frida parecia querer, realmente, me entender.

  Ela não estava transmitindo que queria gostar de mim, porém admitia, que queria parar de pensar que eu era de um jeito e começar a perguntar para saber melhor de quem se tratava Charllottie Vanderwood, que agora, era a esposa de seu mais querido “pai” de faz de contas.

--- Pensei e decidi que devemos fazer um trato para o bem de todas as mentes envolvidas nesta balbúrdia, que estão ficando doentias a cada passo que dão. Infelizmente, só estão ficando doentias, porque não temos nada de menos fútil para nos importarmos. –Quando ela falou isso, confesso que concordei em pensamentos –Bom, o trato, é que nos conheçamos melhor, para depois tentarmos nos entender... cansei de ficar esperando que as pessoas mostrem para mim o que são enquanto abano meus vestidinhos idiotas pelo ar, dando a entender que sou soberba e infantil.

  Eu e Frida estávamos rindo e o cão estava rosnando atrás dela.

--- Quietinha, Phyllis. –Frida balbuciou para a cadela.

--- Acho que podemos começar pelos cães. –Eu disse.

--- É, me dê um pedaço de sua blusa, para que eu faça-a cheirar. –Frida disse, respondendo bem a minha hipótese.

  Rasguei um pedaço da minha blusa por baixo do casaco. Não era uma de minhas preferidas, ainda bem.

  Frida fez com que o cão o cheirasse e ele reagiu bem. Primeiro, olhou-me agressivamente, mostrando suas presas prontas para dilacerar. Mas, depois, quando Frida a puxou e a fez cheirar, ela demorou uns dois minutos, e então acalmou-se.

--- Obrigada. –Eu disse.

  Sorri para Frida e ela retribuiu. Olhei para a árvore atrás de Frida, pois algo me chamou a atenção. A árvore devia estar há uns três metros de nós, mas dava para ver que algo branco, que não parecia uma folha, pendia de um de seus galhos compridos e mortiços. Aproximei-me, a andar e me estiquei para tocar aquilo. Parecia um pedaço de papel. Era um papel velho. Parecia, muito, com as páginas de meu livro em branco. Amarelado e velho. Não havia nada escrito. Mas estava pregado com um prego. Foi o que achei estranho, além de ser estranho que tivesse um papel pregado numa árvore. Achei que não havia nada escrito, mas, na verdade, havia. Virei a folha e estava escrito:

“A extinção se aproxima de você, Charllottie.
É, sou eu, seu odiador quase secreto. É, pois, você, como é enxerida e pegajosa, já sabe que estou aqui, pertinho –Estas palavras estavam em letras garrafais – de você. Que pena...talvez hoje, depois de ter-se casado e estar feliz, não desejasse tanto saber quem sou. Mas saberá.”

--- É, não sei de quem é essa letra. –Falei, dando pouca importância aos fatos. –Peter estava certo... –Lamentei, dando-me conta do que estava por vir.

--- O que houve? –Frida perguntou, ao se aproximar de mim.

--- Algo nada bom. –Falei, usando eufemismo. O que não era de meu feitio, a não ser que a coisa fosse, realmente grave.


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