Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn
--- Charllottie, para que eu pudesse te contar sobre nós, eles pediram em troca a minha presença permanente aqui. É esse o motivo da minha raiva. –Peter foi direto.
Ele não era muito assim. Acho que ele realmente não queria contar. Eu o forcei, agora eu tinha o que queria.
--- Eu simplesmente não posso deixar de ficar brava com isso, Peter... Como pôde? -Fiquei furiosa.
--- Era a sua vida, ou o meu sofrimento. Escolhi não te deixar partir. -Peter olhou tristemente para mim.
--- Mas... Peter, não era a minha vida ou o seu sofrimento. Era a minha vida, ou a sua morte. Você não vive aqui. Eu ainda lembro-me da primeira vez em que te vi aqui. Você não estava bem. Não parecia comer direito. Você odeia este lugar. –Fiquei muito mais furiosa, mas mantinha a calma. Só minha voz se alterava cada vez mais.
--- É, mas você precisa aceitar a minha escolha. A questão não era eu. Era você. -Peter ficava cada vez mais atordoado. Sua mente parecia estar formando uma teia com todas as lembranças dele naquele lugar.
--- Porque não me contou antes? -Perguntei o que já sabia.
--- Charllottie, não precisamos ter esta conversa. Você sabe o porquê de eu não ter te contado. Você nunca iria aceitar se soubesse. -Peter sabia que eu poderia nunca mais vê-lo depois daquilo. Ele estava muito angustiado.
--- Peter... Como pôde? É, eu nunca iria aceitar!
--- Charllottie, isso foi uma escolha minha. Você agora vai querer me dizer o que fazer?! –Ele passara de pesaroso, à furioso.
--- Peter... –Fiquei tensa. –Você assinou algo? -Perguntei, levantando e colocando a mão na cabeça.
--- Claro. -Peter revirou os olhos. –Não acha que as pessoas daqui seriam tão burras, não é mesmo?
--- Ah, Peter... –Fechei os olhos e franzi as sobrancelhas. -Vou embora.
--- O quê? –Peter ficou pasmo.
--- Sim, você não me contou a verdade. Não me falou sobre nada. Como você pode me amar deste jeito? -Fiquei mais furiosa ainda.
--- Charllottie... Isso que você está falando não tem pé nem cabeça. Não pode questionar o meu amor por uma coisa que eu não poderia te dizer. –Ele parou, pensando, depois Está vendo? Você nunca entenderia. –Ele bufou.
--- O quê? É claro que eu iria compreender o que você iria fazer. Devia ter me contado! -Quase gritei.
--- É, ia compreender desse jeito que está compreendendo agora. –Ele disse, olhando para o outro lado.
--- Mas agora é diferente! Eu... Estou chateada por você não ter me contado... –Eu disse, meio insegura do que estava falando, mas sem deixá-lo perceber isto.
Na verdade... Eu estava brava porque ele ia ficar naquele lugar. Porque ele era infeliz ali. E eu odiava vê-lo daquela maneira. Mas eu não ia admitir. Nunca. A minha mente persistia em dizer que eu estava brava por ele ter mentido. Mas, apesar de tudo, esta parte também era responsável por uma parcela da minha raiva.
--- Você não entende. Nunca entenderá. –Ele disse, devagar. Ele estava triste, mas bravo. –Pode ir-se. –Ele disse, ainda no mesmo tom seco.
Quando ele o disse, fiquei gélida. A minha ternura desapareceu na fumaça raivosa que havia me tomado.
--- Peter... –Murmurei furiosamente.
--- Você novamente não entende nada do que eu faço por você. Tem razão. Não posso continuar com uma pessoa assim. -Peter estava muito zangado, mas não aumentava o tom de voz. No seu rosto havia tristeza, a raiva se acalmara um pouco.
--- É... eu sempre tenho razão. – Levantei e virei as costas.
--- Você... É inacreditável, Charllottie. –Ele levantou-se e andou até mim.
--- Charllottie, você não pode andar sozinha por aqui... –Ele pegou meu braço. –Eu vou te levar de volta...
--- Não. Deixe-me ir sozinha. –Puxei meu braço.
--- Não. –Ele disse, se aproximando de mim.
Fomos os dois calados, um ao lado do outro, mas nenhum lá, de verdade.
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