Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 38
Cap. 38: Presentes.




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Sentei-me embaixo de uma árvore, pois não gostava muito de sol e, por incrível que pareça, o tempo estava como todos consideram um tempo bom. Peter sentou-se ao meu lado e ficou olhando para o céu. Finalmente tínhamos chegado no período de descanso da universidade. Sam poderia ficar conosco e eu gostava disto. Pelo menos eu estava com ela, fora o fato de estar longe de minha mãe.

--- O que vamos ficar fazendo? –Eu perguntei.

--- Nada. Agora é sério. Tem coisa melhor do que não fazer nada? –Peter perguntou olhando-me nos olhos.

  Eu quase cai para trás quando vi aquele rosto branco e binto bem perto do meu.


--- Tem. –Virei o rosto para o outro lado - Vamos comer. –Mexi na bolsa e peguei duas maçãs.

--- Maçãs! –Seu rosto era pensativo. –Porque? Você nem gosta de maças...

--- Resolvi experimentar. Mas se forem muito ruins como da última vez que provei, eu não terei misericórdia. –Eu ri.

--- Não lastimará. –Peter disse ao semicerrar seus olhos e relaxar seu corpo, senatando a alguma distancia de mim, novamente.

--- Espero. –Eu disse, confiante.

  Dei uma mordida na maçã e o suco que vinha dela me agradou. Apesar de não ter muito gosto. Fazia uns nove anos que eu não provava maçãs. Não é que aquela estava boa...


--- Não lastimei. –Eu sorri.

--- Eu disse. –Ele falou, devagar.


--- Peter... você é tão lindo. -Eu sussurrei sem querer olhando para seu rosto enquanto ele comia a maçã.

--- O que disse? -Peter me olhou com um ar sinceramente interrogativo, para minha felicidade.

--- Nada... –Eu mantinha o timbre da voz como antes mesmo que estivesse meio corada provavelmente.

--- Ah.

  De repente, eu levantei para limpar do meu vestido as cascas da maçã que descasquei para mim. Então vi que um dos bolsos da minha mochila estava furado.

--- O que é isto aqui, Charllottie? –Peter estava com algo nas mãos que reluzia muito sob luz do sol.

--- Oh, Peter! Você encontrou! –Eu disse, surpresa.

--- É lindo. –Peter levantou a corrente de coração e ficou a olhar para o pingente cravejado de pedrinhas vermelhas muito brilhantes. Os olhos de Peter pareciam mudar de cor com a luz do sol e o reflexo do pingente. E ele estava maravilhado.

--- Acorde, Peter! –Chamei sua atenção, sorrindo. –É seu. –Olhei ternamente para ele.

--- Legal. –Ele ainda continuava fitando o presente.

--- Eu ia te dar quando nos vimos de novo pela primeira vez, mas acabei me esquecendo e deixando-o ai no fundo deste bolso. Aconteceram tantas coisas. –Quando terminei de falar, vi que ele não estava prestando muita atenção.

--- É para eu colocar um foto minha dentro, não é? –Peter ainda estava olhando firmemente para a corrente. –Posso colocar uma sua do outro lado? –Peter agora olhava para mim, como se estivesse já visualizando a minha foto no coração prateado.

--- Sim, pode. -Afirmei.

--- Ótimo. –Ele pareceu ter gostado muito do presente. Fiquei feliz com aquilo.

--- Eu também tenho um presente para você. –Peter me surpreendeu com tais palavras.
Olhei para ele com cara de quem faz uma interrogação por meio de expressão.

--- Porque, exatamente vai me dar um presente? -Perguntei.

--- Bem, não era meu aniversário e você me deu um, porque não posso te dar um já que é seu aniversário? –Peter me interrogou.
--- Eu... não gosto muito de comemorar meu aniversário. -Eu disse, tristemente.

--- Eu já sei que seu pai morreu um dia antes. –Aquelas palavras foram como se tivessem pisado em meu pé.
--- É. –Disse.

--- Acha que seu pai iria gostar de te ver assim? Acha que ele iria querer que você não comemorasse mais um dia que está viva?Acho que as pessoas devem agradecer por cada dia que estão vivas, principalmente quando se vence a morte. –Peter calou-me de novo com suas palavras difíceis.

  E, por mais que eu quisesse gritar para ele que ele não sabia de nada e que aquilo era difícil de suportar, eu não podia. Porque eu sabia que ele esteve sempre longe de seus pais e sabia como era a solidão de se viver daquele modo.

--- Eu tento, Peter. Você não sabe o quanto. Você não sabe o que eu vivo. É muito triste lembrar de uma morte tão lamentável no dia seguinte em que acordo e é meu aniversário. É muito estranho festejar com o sentimento de vazio que ainda há em mim. -Eu não estava mais olhando para ele. Dobrei os joelhos e os abracei com a cabeça baixa.

--- Por isso esperei para que seu aniversário tivesse passado e te dar um presente atrasado. -Peter Estava se aproximando de mim para olhar meu rosto escondido. -Ei,Charllottie... -Peter virou meu rosto e eu estava chorando. Mas não conseguia fazer nenhuma expressão. Ele então passou os dedos em meu rosto enxugando minhas lágrimas.

--- Desculpe. -Eu passei as mãos no rosto e limpei todas as lágrimas de vez.

--- Não há nada de mal em chorar. -Peter me olhou firmemente.

--- É... mas eu... não me sinto a vontade com isso. -Estava novamente desviando meu olhar.

--- Não se preocupe comigo. -Peter disse. -Charllottie- Eu o interrompi.

--- Ainda... sinto tanta falta dele. Quero abraçá-lo. Quero ouvir a voz dele, mas tudo o que eu sinto quando penso nele é uma falta... um vazio. Acho que... sinto como se não me despedisse. Como se nunca falasse o quanto eu o amava enquanto ele estava vivo.

--- É, não posso dizer nada sobre isso. Mas se você queria fazê-lo feliz, ele deve estar. Onde quer que esteja. Acho que você acaba de dizer tudo o que nunca conseguiu dizer. Acaba de jogar tudo fora. E acho que era isso que ele sempre quis de você. Ele sempre quis que você superasse o que era dificuldade para você.

--- Acho que você... é louco. Ou vidente. Era mesmo isso que ele sempre quis. -Eu falei tirando a minha cabeça de onde estava e fitando-o perplexa.

--- Eu sei por que sou um dos que te ama. E todos que te amam querem a mesma coisa de ti. -Ele olhou para mim pegando em meus cabelos.

--- Está ficando tarde. -Eu disse.

--- Então pegue logo este presente antes que eu o jogue fora poluindo a terra. -Peter pegou o objeto pequeno e me entregou virando o rosto e fazendo drama.

   Era uma caneta. De cor vinho e dourado com o meu nome gravado na parte dourada. Olhei para ela achando-a muito linda. E muito peculiar.

  Como ele teria adivinhado que eu não gostava de presentes inúteis? Sim, pois qualquer homem daria rosas, chocolates. Mas só um homem que soubesse que eu não sou tão entusiasmada com isso, me daria algo útil.

  Hum... Sam. Foi ela quem disse sobre o meu gosto. Eu nem sabia porque ainda me perguntava...

--- Como soube...? -Indaguei.

--- Sam. -Ele não hesitou em dizê-lo. Surpreendi-me.

--- Ah... droga... -murmurei.

--- Ela disse que você era capricorniana e não ia querer algo a menos que fosse útil. Então eu pensei que uma caneta e com seu nome seria bom. E a tinta dela é tão bonita também. É vermelho sangue. Parece meio líquida.

--- Nossa. Macabro. -Eu sorri. -Adeus. –Disse, pegando minha mochila e partindo.

--- Adeus, Charllottie! -Peter exclamou. E não me chamava mais de senhorita Charllottie. Achei melhor assim.


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