Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 126
Cap.126: Valsa de lágrimas sangrentas.


Notas iniciais do capítulo

A tormenta novamente! kkk



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--- Então, estão todos aqui! –Disse Teddy, de modo pomposo. 

   A corda dourada de ferro de onde pendia um lustre colossal brilhava incessantemente. No lustre todo enfeitado e bem arquitetado, milhares de fagulhas reluzentes iluminavam solenemente o salão. As pessoas com seus vestidos e paletós glamorosos olhavam todas para Teddy, maravilhadas com seu brilho e postura refinados. Ele descia um degrau de cada vez, lentamente, como da outra vez.

  A luz era amarelada. Eu via os vários rostos e peles em tons amarelados.

  O sorriso de Teddy era enigmático e seus olhos tinham qualquer ponta de desapontamento. 

--- Vamos comer,  filhos,  vamos dançar. E, ao fim de tudo, iremos nos despedir da indolência que nos leva a lentidão de pensamento. –Ele pegou um cálice que reluzia na mesa farta em sua frente, diante de seus degraus. Bebeu um pouco e estalou os dedos para que as músicas recomeçassem.

--- Peter, estou achando isto  tudo  um tanto...  esquisito.  –Disse eu, inquieta.

--- Eu não estou achando. Eu  sei.  Sei que ao fim disto, talvez... –Peter foi interrompido por Frida que chegou, subitamente. Parecia até um vulto nas costas de Peter.

--- Pete, Teddy esteve este tempo todo agindo estranho. Jolie disse que ele estava inquieto por algo. –Frida disse, em voz baixa. 

  Os olhos verdes reluziam a cada feixe de luz que os atravessava, de repente. Ela tinha as sobrancelhas franzidas e o olhar cauteloso. Segurava um copo de vinho e tomava pequenos goles, com uma expressão carregada.

--- Kurt ficou dormindo? –Perguntou ela.

--- Sim, ficou. –Disse eu, agora um pouco preocupada.

--- Sinto que ele terá algo como da última vez. –Peter disse, lançando um olhar familiar para Frida.

--- Sim, Pete. É... –Interrompi-a.

--- Ei, vocês querem me contar o que está acontecendo, ou eu precisarei esperar até o fim da noite para descobrir? –Fitei-os, séria. 

--- Não podemos te contar, porque não sabemos, ao certo. –Frida disse, tomando um gole de vinho. Suas unhas pretas davam um ar super adulto a ela. Seus cabelos negros de corte moderno também. 

--- Mas se especulam, devem em contar. –Disse eu, arqueando uma sobrancelha.

  De repente, Peter falou num tom baixo, quase sombrio.

--- Você não precisa ser infeliz na provável última noite que teremos. –Peter disse. 

  Senti um calafrio. A mesma sensação daquele segundo tortuoso que havia passado havia algumas horas. Os estômago queimando.

  Ele estava muito sério. Pelo seu rosto, eu não podia contrariá-lo. Ele jamais me diria o que estava acontecendo antes de Teddy dizê-lo.

--- Acredite nele. Ele... Só não quer tornar tudo pior. –Frida disse, afastando-se.

  Jolie estava vindo em sua direção.

--- Isso é muito desconfortável. –Disse eu, suspirando.

--- Calma. –Peter disse, num ar inatingível. –Só o que pode fazer é pedir para que não seja o que estou pensando. –Ele disse.

  Seu rosto era risonho. Mas triste. Chegava a ser assustador.

--- Eu te amo. –Disse eu, beijando-o. Ele retribuiu, mas estava preocupado. Afastou-se, como se quisesse se acostumar com a idéia de ficar longe.

--- Ei, o que está fazendo? –Perguntei.

--- Você está tão linda hoje. –Ele disse. Seu rosto ficou melancólico. 

   Olhei para mim, de súbito. Estava parecendo uma  aparição.  Meu vestido era branco e meio transparente. Tinha mangas longas e era brilhoso. Era em V no busto e nos ombros as mangas eram levemente afofadas. Era longo. Duas tranças se encontravam no meio da minha cabeça, na altura das orelhas para formar uma terceira até o fim do resto dos cabelos que estavam soltos. A franja de um lado quase caia em meus olhos. Era uma princesa medieval.

  Peter afastou a franja de meus olhos e ficou me olhando.

--- Minha boneca de porcelana. Dos olhos pequenos e agudos... –Sua mão foi até a minha nuca, deslizando em meus cabelos.

  Uma valsa começava a tocar neste momento. Ele cantarolava em meu ouvido, sua voz era soturna e baixa.

--- Nariz empinado e queixo nobre. Amo-te tanto... –Ele sorriu. Seus olhos se fecharam, enquanto ele aproximava meu corpo do seu.

  Estávamos dançando, de repente. A valsa era tocada lentamente. Mais que o normal. Meu coração estava acelerado, nervoso. Mas a música serena e Peter me embalando com seu cheiro docemente leve e seu corpo macio e aconchegante me deixaram calma como uma criança indefesa. Era isso que ele me fazia parecer ser, toda vez que me confortava. Uma criança acalmada pela sua nostalgia boa. Pelo príncipe encantado. Como se houvessem sonhos novamente só por acontecer aquele momento. Porque era surreal demais quando eu estava com ele em paz. Era tão surreal que ele parecia sobrenatural.

  Os meus olhos ficaram pesados, de repente. Meu rosto, que agora estava com o queixo apoiado em seu ombro, estava triste. Naquele momento, em que o vi desviar do assunto, tão bruscamente, então tive certeza. O que viria era ruim. Não havia mais esperanças.

--- Minha... Nossa primeira e última valsa. –Ele murmurou, em tom sério em meu ouvido.

--- Peter... –Lágrimas felizes e tristes escorreram por meu rosto.

  Felizes por eu ter aquele momento. O único a que me agarrar. Por eu estar ali com ele, mesmo que não fosse durar quase nada. Tristes porque não havia durado. Estava acabando a cada respirar que eu dava.

  O que quer que fosse acontecer ali seria algo que me faria sangrar. E aquilo sangraria nele também.

--- Shh! –Ele murmurou.

  Calei-me e fiquei a dançar, chorando sem som.


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