Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 116
Cap. 116: Entender e compreender.


Notas iniciais do capítulo

*O*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/144938/chapter/116

–-- Espera. –A voz de Peter era grave e baixa. Era mais melodiosa do que nunca.


Aquele tom de sua voz, lembrava-me do dia em que o conheci...

Seus cabelos louros brilhantes voavam ao vento que soprava fortemente n o lugar onde situava-se a fonte central da universidade. A melodia de sua flauta me fazia querer morrer, ali, somente escutando aquilo, para que tudo parasse, de repente, de tão arrebatador que aquele som era. Era algo triste, soturno, melódico, morto. Porém suave e que me fazia ter em minha mente a visão de um paraíso nítido.


Minhas pernas ficaram bambas e eu quase caí quando seus gentis braços me envolveram delicadamente. Senti-me tão segura e protegida neles que aquilo também não queria me deixar sair daquele momento. Foi algo quase inexplicável. Ele tinha um rosto sério, mas gentil e gracioso. Era um rosto agraciado pela beleza angelical.


–-- Esperar... pelo quê? –Meus olhos estavam quase ensopados.


Minhas sobrancelhas se contraíam em uma expressão triste. Eu estava de costas para ele, para que ele não me visse chorando. Eu estava completamente cansada de tudo aquilo. Daqueles vai e vens de emoções. Daquelas perdas e ganhos. Daquela instabilidade. Eu só queria estar perto dele, sempre e isso nunca m era permitido. Tanto que, por um instante, quando ele disse aquelas palavras, a minha raiva contra o destino que a minha vida havia tomado me tomou e eu quis, de fato ir embora e deixar tudo para trás. Por um instante, não era a Charllottie ali. Era o meu cansaço incômodo. Talvez fosse por conta da gravidez, também, eu havia notado que minhas emoções não estavam dignas de Charllottie normal.

À minha cabeça, só vinha um pensamento. Depois de tudo. Tudo isso, o que adiantaria? Eu chorava de raiva. Porque, depois de tudo isso, quando eu o esperava, ansiosamente, tudo seria desfeito?


Sim, além de querer, subitamente sair daquele lugar, por raiva de tudo, eu realmente não estava entendendo o que ele queria me dizer. Mas eu sabia que era sério. Por que, logo ele brincaria assim? Ele nunca brincaria. Ele não brincava.

–-- Charllottie, você precisa saber o porquê. –Ele disse, ignorando completamente o meu falso desdém.

–-- Fale. –Eu disse, devagar e pausadamente. Não queria que ele percebesse que eu estava chorando.

–-- Não quero que nosso filho se torne um desgraçado feito eu. –Peter disse, devagar e ainda com o tom sério e arrebatador.

–-- Peter, é só isso? –Eu perguntei, com uma voz agora trêmula de raiva e choro.


–-- isso? Lottie, você viu com seus próprios olhos o que aconteceu aqui. Você viu o que Angel te fez. Você viu a desculpa que ela deu. Ela odiava tanto quanto eu odeio, estar aqui. Mesmo que seus instintos fossem ruins e corrompidos, se ela não tivesse sido obrig –Interrompi-o.

–-- Peter talvez eu seja egoísta, se fizer isso. Mas não me faça ficar longe de você outra vez. –Eu disse, juntando forças para falar certamente. –Não me faça passar por isso novamente. Peter, sabe quanto tempo esperei que você melhorasse? Sabe por quanto tempo eu pensei que nunca mais fosse te ver? Você sabe o quanto dói ficar longe? –Eu não agüentava mais não dizer aquilo olhando em seus olhos.

Vire-me, bruscamente. Eu estava com os olhos apertados, chorando. Eu me sentia quebrada, frágil, violada. Deixei que as lágrimas escorressem como se o cansaço e a podridão daquelas lembranças que me rodeavam fossem ser derramados para fora do meu corpo de uma só vez.

Peter estava de pé de repente, bem perto de mim. Ele estava ali enquanto eu estava de costas, mas eu não tinha me dado o trabalho de perceber. Somente percebi quando abri os olhos apertados em lágrimas.

Meus olhos ficaram arregalados e eu me assustei, com aquilo. E finalmente, depois de mais de um ano que nos conhecíamos, depois de termos passado pelo que muitas pessoas passariam em cinqüenta anos, em pouquíssimo tempo, eu desabei em prantos na frente dele. Eu não queria fazer aquilo. Mas meus olhos não paravam de derramar lágrimas. Comecei a soltar pequenos sussurros lamuriantes e Peter ficou petrificado, em seu estado estático na minha frente.

–-- Ei, ei, mein lieber**. –Peter tocou seus dedos suavemente em meu rosto. Ele havia sussurrado, devagar. – Weinet nicht über*... –Ele se aproximou e começou a beijar meus olhos Minhas lágrimas percorreram seus lábios delicados e finos. –Ich Liebe Dich... –Ele disse, olhando para mim de um jeito tão sofrido e angustiado que eu não conseguia mais chorar, só me concentrava em seu rosto.

Parecia aquela criança quando alguém a acalenta, e ela fica ainda chorosa, fracamente vislumbrada com sua emoção. Aquela criança que balbucia seu choro final, ao ser acalmada, de repente.

Peter beijou meu rosto e colocou a mão em meus cabelos, afagando a minha cabeça, levemente. Ele recostou seu rosto em meu rosto e eu fechei os olhos, me sentindo aliviada. Era exatamente o que eu queria, o que eu precisava.

Finalmente o sentindo perto, fisicamente, mentalmente, sentimentalmente.

Meus braços envolveram seu pescoço e eu o abracei. Ele também me abraçou. Ficamos ali, por uns minutos. Meus olhos estavam fechados e eu não me importaria em ficar ali. Eu queria chorar, mas ele me deixava confortada. E eu finalmente o tinha. Perto.

–-- Lottie... –Peter falou baixo. –Eu também não quero ficar longe. Mas, uma imensa tristeza me invade, ao saber que meu filho... –Não o deixei continuar.

–-- Vamos encher o recipiente dele de amor, Peter. Não há ódio e discórdia que possa corrompê-lo com o nosso amor envolvendo-o e preenchendo-o, em seu todo. –Eu disse, nem acreditando em minhas próprias palavras. Em alguns segundos depois, eu ficaria envergonhada pelo que disse. Aquilo não parecia ser eu.
Peter me soltou e ficou com uma expressão surpresa.

–-- Você tem razão. –Ele pronunciou as palavras devagar. Peter agora sorria. Aquilo me deixou feliz.

Ele parecia ter tido uma visão.

–-- Que bom que você entendeu. –Eu disse, agora retomando meu ar autoritário e insensível.

–-- Ei, meu amor, eu lhe conheço bem, não precisa fingir que não se importa. –Peter estava rindo, agora.

–-- Dizem que mulheres grávidas ficam mais sensíveis... –Eu disse, colocando o dedo indicador na boca dele.

–-- É cientificamente comprovado. –Peter disse, tirando o meu dedo de sua boca. Eu apenas sorri.

–-- Meu filho... –Peter murmurou.

–-- O que foi? –Perguntei.

–-- É que, desde quando eu entrei nesta organização, eu pensava que não poderia me casar ou pensar em ter uma família. Nunca me casaria com uma mulher daqui. Elas são terrivelmente ruins. –Ele sorriu um pouco. –Mas quando encontrei você, desde o dia em que te vi, pensei logo que poderia ter uma família. Fiquei muito feliz. Estava disposto a fazer qualquer coisa para que você me amasse. Porém, depois de pensar menos em mim e mais em você e numa possível família, eu me entristeci. Não havia meio algum de termos uma família segura se não fosse na organização. Afinal, sou um agente, e, mais cedo ou mais tarde, apareceriam pessoas para me seqüestrar e me interrogar. As organizações sabem sobre as outras. Somente os leigos nem desconfiam que estamos aqui o tempo todo... –Peter suspirou um pouco. –Nós não poderíamos viver fora da organização. E, ainda mais agora, que estou preso aqui para sempre. Eu ainda fico com raiva de mim mesmo quando penso no destino terrível que te obriguei a tomar quando se casou comigo.

–-- Peter, por favor, não faça isso comigo eu aceitei ninguém me obrigou. Odeio quando você se culpa por coisas que eu não sinto.

–-- Desculpe.

–-- Não peça desculpa! –Eu ri e bati de leve no ombro dele. Ele sorriu. Olhei para ele, de repente, prestando atenção em seu rosto, que estava pálido e quase lívido. –Peter, você precisa descansar. Sente-se na cama.

–-- Eu...estou com muito sono realmente. –Peter disse, num meio sorriso lindo.

Peter sentou-se na cama novamente e eu sentei-me na cadeira próximo a ele.

–-- Então, Lottie, desde que pensei nisso tudo, eu fiquei triste e abalado. Então, foi ai que eu vim para a organização novamente, depois de ter decidido que não voltaria. Eu não agüentava mais ficar olhando para você querendo ficar com você e sem poder, devido ao meu passado e presente e futuro condenados. Na Escócia, eu estava correndo o risco de ser apanhado. Eu sabia deste risco, mas não arriscaria a ninguém senão a mim mesmo e minha vida não era das melhores para se sentir falta. Então, resolvi arriscá-la. Mas quando percebi que poderia arriscar a sua e que você poderia realmente começar a me amar, eu desisti e voltei para a organização. Mas você ainda estava muito apegada a mim. Eu nem imaginava o quanto. Apesar de não ter esquecido o Joseph, você me tinha como um amigo muito querido. Também não imaginei que viesse para cá por causa disso. Quando vi você aqui, não consegui ser frio e dizer para você ir embora. Eu não queria isso. Não ia conseguir mentir para mim mesmo depois...

–-- Shhhh ! –Eu disse, de repente. Ele me olhou, ainda de sobrancelhas franzidas, mas com um olhar surpreso. –Não quero saber disso, Pete. Não mais. Não quero que você pense que sua vida será um caos. Daqui para frente, somos nós três. O que quer que seja, quem quer que seja, não deixarei que te machuque nem que machuque meu filho. Se você quiser passar noites chorando, não vai chorar sozinho. Se sofrer, não vai sofrer sozinho como sofreu este tempo todo. Vai ser dividido em dois, e mais cedo ou mais tarde, em três. –Eu sorri, acariciando seu rosto.

–-- Obrigado. –Ele disse, sorrindo.



Não chores mais*

Meu amor. **



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aiin, quando esse lindo fala em Alemão, dá vontade de matar. *o*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ich Liebe Dich." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.