Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 113
Cap.113: Chamando-o




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A fumaça e barulho haviam me incomodado muito. Na verdade, eu e Norma éramos apenas grávidas teimosas sendo idiotas. Nós não queríamos ir para casa.

   O pessoal da organização foi todo até o lado de um planalto onde era a última estação do trem. Do lado do planalto em que estávamos, lá em baixo, a esperar ver o trem passar, era apenas constituído de muitas plantas, quase tão inóspito quanto as outras. E do outro lado, havia a última estação. De onde o muro se erguia.

  De repente, o trem apontou no horizonte. Minha tensão se elevou.

  O trem vinha correndo, numa velocidade inimaginável. Tanto que enquanto esperávamos, como leões famintos por carne, o choque do trem com o muro, estávamos bem atentos, e ainda assim não conseguimos nem vê-lo passar direito. Ele simplesmente passou numa velocidade colossal.

  Mesmo que estivéssemos olhando-o de baixo, e de longe, ele não pareceu demorar nem um pouco para se chocar contra o muro.

  Aquela estação seria uma lenda. Apenas uma lenda, pois nunca mais alguém se atreveria a sequer vê-la, depois de tudo aquilo. Era tudo tão feio e espatifado... e ninguém ia mesmo lá. Era muito velha. E era uma das abandonadas.

  Meu coração começou a bater fortemente e meu cérebro percebeu o que não queria. Eu não queria pensar nesta hipótese. Mas Peter não tinha caído. Já fazia mais de meia hora que o trem havia se chocado e acabado com pelo menos alguma vida lá dentro. 

--- Já estou perdendo a esperança. –Disse, de repente em meio a um silêncio infernal.

--- Nossa, não me diga isso! Era de você quem eu menos esperava a esperança perdida! -Sam disse, zombeteira. Ela estava chateada por eu tê-la deixado de fora do meu raciocínio. 

--- Sam, calma... Charllottie vai falar quando ela estiver mais calma... Sabe que ela está muito concentrada... –Norma falava algo como isso enquanto eu olhava para cima, pensando: "Vamos Peter” “Peter..."

--- Pessoal, temos de procurar nas outras estações abandonadas! –Uma voz grossa ecoou em meus ouvidos, tirando minha concentração. -Agora!

--- Sim senhor! -Um coro respondeu a voz que vinha detrás de mim. Virei-me, então para contemplar a pessoa cujo a voz era ouvida e fielmente atendida.
Era Teddy.  Não poderia ser ninguém mais.

  Aproximei-me dele, séria. Minha expressão era sem esperança.

--- Teddy, você precisa procurar por eles, mesmo que seja inóspito. –Disse, urgente, mas melancolicamente. -Por favor.

--- Eu prometo Charllottie. –O homem assentiu, calorosamente. Ele sorriu, mostrando uns dentes de ouro. Teddy era muito prestativo. –Afinal, sabe que, mais do que interesses nele, tenho um afeto muito grande.

--- Façam o seu melhor... –Disse, a voz cansada e pouco sonora.

--- Vá para casa. É perigoso e você está muito cansada. –Teddy disse, devagar e ainda em tom caloroso.

--- Por favor, me deixe ficar... –Disse, sufocando um bocejo para ele não perceber meu cansaço.

--- Peter vai querer me matar, se souber que eu a deixei ficar. -Agora ele estava sério e altivo.

--- Por favor... -Ainda resisti.

--- Não. -Ele disse, devagar e cordial.

--- Charllottie, você terá de ir. –Norma disse, também cordialmente.

--- Vocês  tem de ir. -Teddy disse. -Agora, deixem-me trabalhar, sim? -Ele não perguntou mais, agora ele era o Teddy líder e mandante.

  Ele entrou no carro e acelerou, bruscamente.

  Meus cabelos ficaram voando, ao vento, enquanto eu ficava apreensiva e triste. Sem Peter outra vez. E o pior, minha mãe também ia ao pacote dessa vez...

--- Lottie, já que também fui expulsa... –Norma disse, enquanto já estávamos dentro do carro.

  Fiquei em silêncio olhando a janela.

--- E... se eles não tiverem usado os pára-quedas, Norma? –Sam perguntou, agora sabendo do que eu pensava. Quando eu parei de ficar preocupada para perder as esperanças, eu finalmente contei, de modo sucinto, tudo que tinha se sucedido.

--- Eles com certeza usaram... mas um fato que sempre estava nos preocupando, era o de que só haviam uns dois pára-quedas... um que a Angel trouxera para ela, e outro que ela trouxera para Charllottie. -Norma disse. -Eles devem ter brigado para ver quem ia. Alguém morrerá.-Ela disse, apreensiva.

  Com toda a confusão, eu havia me esquecido daquele detalhe... agora, a única gota de esperança, que sempre me tornava humana na frente de muitos otimistas ou pelo menos pessoas que tentam se enganar, havia se perdido dentro de mim. Seria quase impossível...

--- Gustav... -Ouvi Sam murmurar. Afinal, ela também estava quase na minha pele.

--- Espere ai, como você sabe que Angel tinha trazido estes pára-quedas? Você nem estava lá... E eu poderia ter perguntado a você sobre o que Charllottie estava pensando...

--- Fr-Sam a interrompeu sem deixá-la continuar.

--- Ah! Frida... Frida estava com um instrumento que nos permitia acompanhar toda a situação. -Ela disse, lembrando-se de Frida.

--- Isso mesmo. –Norma disse, devagar.

--- Mas... -Norma começou com um novo tom. -Se Gustav sabia do plano... Se ele foi para lá esperando todas as possibilidades, de certo deve ter levado os pára-quedas dele. Esperando que não desse certo parar o trem ou que Angel conseguisse fugir dele, enfim, possibilidades de ele ter que sair de última hora do trem. E, quando se é um agente prevenido, o que não é muito difícil de encontrar, sempre traz as coisas em número maior do que vai precisar. A não ser que as coisas sejam prejudiciais ao plano principal se em muito número... E acho que pára-quedas não são um problema. Costumamos dizer que automóveis demais ou coisas mecânicas são um problema se em muito número. Pois chamam atenção demais. -Norma terminou.
--- Não acredito! -Sam quase gritou. -Lottie, temos uma chance!

  Apesar de ter escutado atentamente tudo que Norma falou, eu ainda estava sem um pingo de esperança. E o barulho feliz de Sam me irritava profundamente.

--- Isso... são tantos "ses"... -Disse, numa voz quase inaudível.

  Minha voz era baixa e esganiçada. Minha mão estava no queixo, como se eu não pudesse fazer nada. Eu estava triste e desistente.

--- Lottie... -Sam chegou mais perto de mim encostou a cabeça no meu ombro.

--- Sam. -Eu disse, por fim. E da minha boca não saiu uma palavra até chegarmos à organização.

Meu cérebro congelou numa sorumbática maré de pensamentos.


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