Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 105
Cap. 105: Carta Coringa.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo GIGANTE. KKKKKKKKK O maior até agora... Provavelmente o último que postarei hoje. Porque não editei mais nenhum. O.O Pois é, mais explicações e apelos.



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--- Eu vou matar a sua mãe. –A mulher loira disse, categórica.

 Ela continuava pressionando meu pescoço contra a parede enquanto me dizia, sem piedade, tudo o que estava pensando. A sua alma se regozijava com qualquer apelo meu por sobrevivência. Ela parecia bater palmas para si mesma, dentro de si. E ela parecia um pouco atormentada. Suas expressões se alternavam entre raiva, medo, angústia, prazer. Era realmente estranho.

 --- Para que nunca se esqueça de mim, Charllottie, eu farei isso, hoje. Ah, você vai lembrar-se de mim, claramente, até o dia, em que vai se vingar. O ódio vai preencher seu coração, assim como eu me sinto agora, porque você é uma mera humana, assim como eu e não há nada que possa fazer quanto a isso. –Angel calou a boca, olhando-me, enquanto me sufocava, pressionando meu pescoço.

--- Você é doente... –Murmurei, aborrecida.

  Depois percebi o que havia feito e me calei, de súbito. Não podia provocar aquela doente.

--- Cadela... Não está querendo ser espatifada, anh? –Angel disse, aproximando seu rosto furioso de mim novamente.

--- Angel! –Frida quase gritou. –O que vai fazer conosco? –Ela perguntou, aturdida.

--- Eu vou matar você ê. -Ela disse, em tom musical.

  Seus cabelos se balançavam, a medida que ela balançava a cabeça de um lado para o outro, musicalmente.

--- Quanto a Charllottie, irei deixá-la viva. Mais viva do que nunca para que ela retenha seus piores sentimentos e seus piores dias venham, fazendo-a ser um zumbi mortífero mais e mais, a cada dia. Quero matá-la, por dentro. –Angel se deliciava, com esta última parte. -Matarei a mãe dela, em sua frente. Matarei sua maldita criança. -Aqui, fechei os olhos, apertadamente, para segurar meu ímpeto agressivo. –Olha, que interessante e artístico, matar o seu filho, e sua mãe. Farei até mesmo uma música, quando chegar a casa! –Ela sorria, ainda apertando, um pouco o meu pescoço.

--- Então, Angel -Satirizei a palavra. -comece seu massacre. Mas não conte com a minha amargura. Eu me matarei ou farei qualquer coisa que seja permitida entre este céu e esta terra indigna, somente para que você se corrompa, por dentro, como um peixe frito ao saber que não estarei aqui, para te odiar.. -Falei, arrogantemente.

--- Ah, você acha que deixarei? –Angel perguntou, sendo irônica. Ela quase encostou seu rosto no meu, tremendo de raiva. Sua boca se abria com fúria e ela parecia querer me engolir como um monstro.

--- Assim como usei meus dotes para quase te matar toda vez, usarei-os, para estar sempre lá, na hora em que você quiser tirar sua vida. –Angel tirou o rosto dos milímetros de distância que estava do meu. –Eu não a deixarei morrer, eu a farei querer a morte. Eu a farei desejar, cobiças, almejar, a morte, a cada minuto que impeço você de fazê-la. Eu matarei cada pessoa de quem já se aproximou, de pertinho. Eu fugirei daqui. Agora que sabe... Quem sou eu. Não é mais divertido um jogo de gato e rato em que o rato também tenta pegar o esperto, maior, e elegante gato? –El falou, convencida.

--- Angel, sabe que a organização está para vir aqui e cercar todos os locais onde o trem passará! –Frida disse, tentando nos dar tempo. -Eles sabem sobre você, Angel. Bom, ainda nãos abem que é você. Mas saberão, com esta sua exposição agora. Acha que vai escapar, vadiazinha, rata de esgoto? –Frida parecia cuspir as palavras.

  A garota parecia salivar, de tanto ódio. Como um cão. Um de seus cães. Babando.

--- É você quem está desviando rios de dinheiro da organização com seus lixos de maravilhas mecânicas. E, além disso, para quê mais estava usando este dinheiro todo? –Frida perguntou, bruscamente.

  Angel virou o rosto para Frida, bruscamente. Arriscaria dizer que ela a estava fuzilando-a com o olhar.

--- Sabe para quê, eu estou usando o dinheiro destes burros? -Angel disse, numa voz rouca. –Estou fabricando armas de alta tecnologia e fazendo mais dinheiro vendendo-as para os terroristas e burgueses multimilionários! Isto, mais tarde, vai ocasionar uma guerra, tremenda onde uma chacina horrível vai acontecer e milhares de bebês como este dessa Charllottie ferrada vão morrer. Onde pais como o Pete vão morrer. Eu quero que este mundo podre se acabe e que todos vão para o inferno! E estou muito feliz, com tudo isso.  -Ela gargalhou, se divertindo. -Eu sou a banda podre dessa maldita organização! Ela vai se acabar, com este verme aqui, sua putinha magricela, que a está consumindo. Eu estou sugando o dinheiro destes bastardinhos sem cérebro há tempos. Mas como eu estou dentro admito, é difícil, mas meu rabo sortudo sempre é salvo, a anos, por eu sempre estar com o olhar mais adiante do que todos. Ah! E, claro, não podemos esquecer da minha habilidade teatral. –Angel ria-se, com o que falava. Um riso solene e seus olhos de lince se estreitavam, numa cara fria e lustrada.

  Era uma espécie de monstro lustroso, bonito, elegante, solene, perspicaz, convencido, prepotente. A mulher era como um pote de mel no meio de um milhão de ursos. Única. Ela falava tudo como se fosse a coisa mais normal do mundo. Talvez estivesse apenas sendo sarcástica, mas alguém que dissesse que ela não tinha idéia excêntricas, seria no mínimo mais louco que ela.

--- Tínhamos uma bomba em nosso nariz e nem desconfiávamos. –Frida resmungou. –Quer dizer, sentíamos cheiro de rato podre... Mas nunca o procuramos em nossa cara. –Ela acrescentou, fuzilando Angel.

--- Eu sou a carta coringa envenenada. –Angel afirmou, categoricamente.

--- Então, agora, Charllottie, deixe-me ir matar a sua mãezinha. –Ela soltou meu pescoço, espreguiçando-se –E não tente nada, ou eu aperto um único botão e vamos todos pelos ares... sabe, ultimamente estou cansada... ando trabalhando muito. Acabar com a minha vida e a de muitos outros me consome... mas a felicidade é assim mesmo, consome a gente. –Ela disse, balançando a cabeça e o longo rabo de cavalo loiro. –Sabe, eu não me importo de matar a todos deste trem, pensando bem... meu plano principal é escapar e continuar me divertindo, mas não terá jeito se você não colaborar... terei de matar você, Frida, sua mãe, seu filho e todos os inocentes aqui presentes. –Ela bocejava, enquanto se aproximava de minha mãe.

  De repente, ela abandonará seus planos tão importantes para ela, apenas pela necessidade de se proteger. Naquele momento eu entendi como ela sempre escapava dos olhos da justiça. Ela sempre tinha objetivos, mas passar por cima de sua própria vida por isso não era um plano. Ela era inteligente, afinal de contas. Ela precisava estar viva, para fazer um inferno à vida dos outros. E o pior de tudo, é que os outros também precisavam estar vivos para que ela os infernizasse.

--- Angel, eles vão te pegar! –Frida disse, enquanto fazia uma cara de paisagem, ao encarar Angel com desprezo nos orbes verdes, cansadas, desdenhosas.

--- Não vão não. Por isso e por motivos artísticos, escolhi o trem... –Angel disse, virando-se para Frida, balançando o indicador e parando. Frida estava mesmo ganhando tempo, embora realmente não fosse só isso e ela estivesse com raiva de Angel. –Este agora trem me pertence. Eu acabei de comprar. Hoje mesmo. Lindo, não? Eu prefiro as motos, mas os trens me fascinam. São bonitos, elegantes, e rapidinhos. E como o trem estava quase parando de funcionar, e o velho dono da carcaça me devia dinheiro, ele me vendeu. Mas cuidei para que ele funcionasse normalmente, para que ninguém desconfiasse. Ajeitei-o todinho hoje de manhã, com ajuda dos meus pequenos escravos “Umpa-Lumpas.” - Angel disse, com um tom de desdém. Riu-se, devagar e depois parou, retomando o assunto.

--- Argh... –Frida murmurou, enojada.

--- Ah! Espere um segundo, Vandinha, que eu vou dizer algo importante. Depois continuou com o trem... –Ela disse, olhando para mim, tirando os olhos psicóticos de Frida - Eu soube da carta que sua mãe te mandou, por um gravador de vídeo que implantei em seu quarto da organização, quando se casou. Lembra-se, que eu não estava lá? No seu casamento? Pois é... Eu aproveitei, que a maioria da organização estava ora para fazer o trabalho sujo de invadir seu quarto e pegar as folhas onde escrevi meus bilhetes ameaçadores, do seu livrinho imundo... E, como dava muito trabalho instalar um gravador, como não tinha mais quem fizesse o trabalho sujo e não queria mais me expor, resolvi fazê-lo naquele dia, sozinha... Por que deu trabalho, viu! Apagar qualquer digital de qualquer descuido... Tempo para fazer tudo sem dar errado, calmamente, sem que ninguém importunasse. Sem ser descoberta... –Ela disse, me fazendo lembrar do casamento e de tudo que eu havia passado na organização. “Maldita víbora”, pensei.

--- Bonito... –Disse, imparcial.

--- Bom, Fridinha, sua acéfala, voltando ao trem... Eu e somente eu,conheço suas paradas. As mais secretas! –Ela colocou um dedo na boca, em sinal de silêncio. –Faz muito tempo que poucas pessoas estão viajando nele. E existem algumas paradas, que posso desviar os trilhos e que estão interditadas. Ninguém na organização saberá onde o trem foi parar, já que existem muitas delas neste lugar. Além disso, onde quer que eles estejam não pararei o trem até terminarmos. Se eles atirarem, eu simplesmente toco fogo em tudo o que vocês conhecem como realidade! –Frida a interrompeu. –Então, rezem para eles não fazerem isso, lindamente. Mas não se preocupem, caso alguém queira atrapalhar meus planos, eu apenas irei terminar logo com isso. Não sou de demorar muito, esta é uma das coisas que criminoso não deve fazer. Acho que vou escrever um livro... –Ela disse, entusiasta.

Balancei a cabeça, numa expressão indignada. “Que coisa estranha era aquela de cabelos loiros?” Pensei, meio comicamente. Meu Deus! Havia cada aberração no mundo... E justo eu, que gostava muito de pessoas estranhas e logicamente estranhas...

--- E como pretende sair do trem a salvo, se não vai pará-lo? –Frida perguntou, semi-cerrando o olhar e colocando as mãos na cintura.

--- Não me interrompa, Vandinha Adams! -Angel arregalou os olhos azuis para Frida, gargalhando depois. -Terminando, o trem tem um charme todo especial do perigo e da velocidade mortais. Eu adoro velocidade, você sabe, Vandinha... –Frida semi-cerrou o olhar. Não gostei da sua expressão. Deu-me medo. Parecia rasgar Angel com a boca e mastigá-la, em seu âmago. –E, respondendo ao seu impedimento arrogante e impetuoso, será mais artístico ainda, pois eu sairei, depois de Charllottie, claro, para ter certeza de que a mocinha não tentará contra a própria vida, de pára-quedas. –Ela sorriu, como se fosse tão óbvio e simples...

--- Eu já fiz os cálculos de onde irei parar se pular de qualquer janela destas. -Ela disse, piscando os olhos, fingindo surpresa. –Admita, eu sou tão esperta, que lamenta não me ter do seu lado. –Angel disse, arrogante. –É por isso, também que escolhi este trem. Se olharem para as janelas, verão que há planaltos e precipícios muito altos dos dois lados. Há milhares de pontos onde eu e Charllottie podemos parar, dependendo de que janela iremos pular. Isso me garante fuga segura. –Angel se contraiu numa gargalhada. Depois se reprimiu, bruscamente, sem nada a falar e começando a andar em direção a minha mãe novamente. –Nós vamos dar uma voltinha de trem. Eu vou voltar daqui de onde paramos, Dusseldorf,  e ir para o estado da Baviera, onde há planaltos suculentos de onde eu possa voar. –Ela disse, categórica.

--- Cretina! –Frida disse, tentando pará-la, mais uma vez.

--- Cale a boca, Fridinha. Não vai querer me interromper novamente. Garanto que sua morte será dolorosa, se for atrevida. –Angel disse, apenas virando-se e olhando para Frida com desprezo.

Angel andou até a minha mãe. Eu não pude deixar de sucumbir ao ímpeto de andar até ela, querendo impedi-la. Minha mãe estava amarrada, dos pés a cabeça, como um animal. Mas a sua boca estava aberta de tanto espanto. Ela não mais gritava, somente arquejava como se estivesse incapaz de falar.

--- O que fez com ela, Angel? –Eu perguntei, subitamente me aproximando dela.

--- Não venha atrás de mim, Cadela Corrosiva! –Angel disse, ameaçadoramente.

Bruscamente, como um gato sorrateiro, ela sacou uma arma do bolso da jaqueta longa.

--- Só posso acrescentar, querida, que o que fiz  nem chega perto da dolorosa morte que ela terá. –Ela disse, apontando a arma para mim, com uma só mão.

Ela tinha muita prática. A garota prodígio. A melhor matadora. A garota dos alvos perfeitos.

--- Você não disse que não me mataria? –Com uma sobrancelha erguida e bastante arrogância e raiva na voz, falei. 

--- Não mataria. -Angel disse, com um meio sorriso. -Futuro do pretérito.

Ela virou o rosto, sempre apontando a arma para mim. Ela chegou perto de minha mãe, que estava quase inconsciente sentada numa das cadeiras envoltas nos mantos dourados de Angel.

Ela sentou-se, do lado de minha mãe, olhando para mim e abraçando-a, com um sorrisinho no rosto. Angel olhou a janela e depois tirou o braço do ombro de minha mãe para pegar um cigarro no bolso da jaqueta.

Ela fumava, colocando a fumaça no rosto de minha mãe, que estava cada vez mais desnorteada. Cheguei um pouco mais perto, tentando ver, exatamente o que ela fazia, tentando enxergar uma brecha, por onde eu pudesse atacar. Ela olhou para mim, balançando o indicador e fumando, como se não houvesse amanhã.

--- Se der mais um passo, estraçalho esta maldita criança que você carrega. Atirarei bem no seu coraçãozinho! –Ela apontou para a minha barriga com o indicador de onde nascia uma unha vermelha e brilhante. –É somente um descuido seu, que estou esperando. -Angel gargalhou, mais uma das infinitas vezes naquele inferno.


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Notas finais do capítulo

Angel é interessantemente estranha. As vezes não fala coisa com coisa. KKKKKKKK