Mikey ficou me olhando por um bom tempo, não fazia a minima ideia do motivo, mas ele estava. Frank também ficou só de butuca para ver o que eu estava fazendo. Me senti vigiada. Então como "jeito de escapar do contato visual do Mikey", fui jogar. Fiz 100% em cinco músicas e 99% em três, Ge e Ray me acharam "foda". Whatever.

Lá pelas dez horas começou uma tempestade, a mãe de Ge e Mikey não deixou ninguém ir embora, e como não tinha previsão de termino, tivemos que ligar para nossos pais e avisar.

Mamãe deu risada e repetiu "Amigo, aham, sei". Essa mulher tinha minhoca na cabeça, só podia.

-

Cada um ficou num quarto. Me perguntei quantos quartos de visitas tinha, mas fiquei calada. Eles me deram boa noite e foram dormir.

Pedi pro Frank ficar comigo, mas ele disse para eu parar de ser medrosa. Sem coração.

Sempre tive medo de tempestades. Tentei dormir, juro que tentei. Mas lá pelas duas horas não aguentei mais, abri a primeira porta que achei pela frente e, que ironia.

- Mari? 

- Ah, desculpa Mikey, estava procurando o Frank... - olhei para a janela, bem na hora que um raio cortou o céu -... Mas, será que posso dormir com você?

Ele riu, sempre a mesma reação, que droga.

- Claro, mas por quê?

- Tenho medo de tempestades. - me senti uma criança falando isso.

Fechei a porta do quarto dele e fui deitar com ele. Confesso que dei graças a Deus pela cama ser de casal. Nesse meio tempo, deu um barulho de trovão forte, e, mais uma vez me humilhando e me sentindo uma criança, dei um gritinho baixo e abracei ele. Droga Lizzie, controle-se.

- Medrosa. - ele riu.

Apenas abracei ele mais um pouco. Não que eu estava me aproveitando da situação, mas o coração dele tava batendo tão forte que eu achei tão fofo e abracei mais. Bom, não sei quando peguei no sono. Mas acordei com Mikey falando um "shhhhh". Gerard e Ray rindo e Frank resmungando algo como, "Por que não disse em qual quarto eu estava? Eu poderia cuidar dela. Ei, para de abraçar ela assim, não quero saber se foi ela que te abraçou... Droga, Mikey saia dai".

- Cala a boca Frank, eu quero dormir.

- Pra sua informação, temos aula.

DROGA! Pulei da cama no mesmo instante.

- Merda!

E na mesma hora, o meu celular toca.

- Frank atenda.

Frank pegou meu celular.

- Alô senhora Moon. Como está? Sim, vamos para a escola em breve. Lizzie acordou atrasada. Pois é. Anh? Oh, ok. Certo, ela agradece. Tchau. - Frank riu e olhou para mim.

- Que foi?

- Aparentemente, sua mãe descobriu onde o Mikey e o Gerard moram e veio aqui trazer roupas para você usar na escola.

Corei. Mamãe sempre descobre tudo, mas que droga.

- Ah, é verdade. - Gerard disse, sumiu, e voltou com uma bolsa na mão. - E ainda fez amizade com a minha mãe.

Eles ficaram me zoando por um bom tempo até eu ir tomar banho e me arrumar. Saímos correndo, chegamos na segunda aula obviamente.

O pessoal da escola achou estranho, sabe, estar com eles, grudada em todos eles. Bom, grudada no Mikey.

2 meses depois.

Da para acreditar em quanto tempo se passou? Ontem mesmo desejava não ir à escola, para evitar perguntas. Parece que as pessoas na escola já se acostumaram comigo, é como se eu nem existisse. Muito melhor. Sou parada as vezes, pelos desinformados, perguntando sobre meu irmão. Afinal, ele era popular na escola. Todos o amavam. E isso dói. Mas é inevitável. 

- Mari, minha linda, vem aqui me da um abraço. - Gerard chegou na escola, todo sorrindo e me olhando feito idiota.

- Awn, é Mari linda, vem cá. - Ray estendeu os braços também. E todos eles me abraçaram.

- PARABÉÉÉÉNS PRA VOCÊÊÊ, NESSA DATA QUERIDA, MUITAS FELICIDADESSS, MUITOS ANOS DE VIDA. - eles berravam enquanto me abraçavam, fiquei no minimo roxa de vergonha.

- Calem a boca seus ridículos, que vergonha. - eu dizia rindo.

- Liguei pra sua mãe e falei que hoje você é só nossa, - Ray disse - E não adianta fugir. Temos uma surpresinha pra você.

Olhei para cara um, que tentou disfarçar a cara de culpado. Malditos, o que será?

Fomos à sala. No final de todas as aulas eles me arrastaram pra fora da escola. Me levaram até minha sorveteria preferida e foi ali, nosso almoço. Não reclamei, sorvete é vida né pessoas!

Os garotos foram dar uma volta, me deixaram com o Mikey. Aparentemente, era um combinado deles... hm.

Mikey sorriu pra mim quando olhei para ele. 

- Vou querer mais sorvete, você quer?

Concordei, e ele foi buscar.

Quando ele voltou e sentou do meu lado, pôs as taças de lado e se virou para mim novamente. Me encarou.

- Que foi Mikey? - ri.

Ele sorriu.

E me beijou.