Entrei no bar, e meus olhos automaticamente vasculharam as pessoas, procurando Willian -  Sentado na parte mais escura do bar, estava um rapaz muito bem vestido, observando o lugar, era ele.

 “Ok. Hora de agir!” - Eu pensei.

Eu teria que fazer isso e fazer certo.  Me concentrei e tentei ser menos como Elena e mais como Katherine. Fui ate um banco um pouco a frente da mesa de Willian e sentei, virando um pouco a cabeça pra trás e sorrindo torto, arqueei uma sobrancelha, capturando a atenção dele.

Pouco tempo depois, Willian já estava no banco próximo ao meu.

-Aceita uma bebida? – Ele perguntou, próximo ao meu ouvido e eu estremeci. Ajudaria um pouco se ele não fosse tão bonito sabe...

-Claro. – Eu sorri tentando ser sedutora. Tenho que confessar que estava me achando ridícula agora.

Ficamos algum tempo conversando coisas sem importância. Minha cabeça martelava com o pensamento de levá-lo pra fora. Minha preocupação foi em vão, já que não tardou pra que Willian me convidasse pra um lugar em que “pudéssemos ficar mais a vontade” como ele mesmo disse.

Eu sugeri o estacionamento, como Lizzie havia me dito. O levei até a parte mais quieta e escura e ele pareceu se divertir com a minha escolha. Chegando, ele me encostou contra a parede, colocando seus braços em volta de mim. Eu consegui ouvi claramente meu coração acelerar.

-Sabe, linda Elena... Eu tenho uma pequena surpresinha pra você... – Ele disse, a voz rouca se desfigurando um pouco no final, seus dentes crescendo como duas pequenas e afiadas navalhas.

-Que coincidência, eu também tenho... –Eu falei, já enxergando Elizabeth e Damon atrás de Willian. No segundo que eu terminei de falar, Willian soltou um grito horrendo e caiu no chão, se contorcendo de dor.

-Olá Will? – Elizabeth  disse com os olhos semicerrados por esta concentrada  e  um sorriso maléfico  no rosto.

-Elizabeth? –Ele disse surpreso.

POV Elizabeth

Elena já estava dentro do bar há algum tempo – tempo demais, diga-se de passagem. O que foi? Will agora estava dando uma de difícil ou o quê? Além de estar preocupada com essa demora, eu ainda estava perdendo a paciência de ver Damon andar de um lado pro outro resmungando que devia estar lá, que Elena iria se machucar e que ele iria arrancar a cabeça do Will, a de Tyler e a minha - que o convenci a deixar Elena fazer isso...

-Damon, dá pra ficar quieto ou você está tentando abrir um buraco no chão?! – Eu perguntei já me arrependendo de ter ficado desse lado do estacionamento com Damon em vez e ter ficado com Caroline e Bonnie do outro lado.

-Ah, não estou com humor pra brincadeira bruxinha mutante! Então é melhor ficar quietinha!- Ele praticamente gritou. Grosso! Só relevei porque sabia que ele realmente estava preocupado.

-Damon... –Falei pondo a mão em seu ombro e o parando, esperei até ele olhar pra mim. –Ela vai ficar bem! Se algo der errado, Tyler estará lá. Ele dará conta do recado até chegarmos, o que demoraria... O quê? No máximo dois minutos? – Eu o tranqüilizei. Parece que deu certo: Ele parou de andar de um lado pro outro e se recostou na mesma parede que eu.

-Desculpa por te chamar de bruxa mutante... Pra uma vampira/bruxa, você até que é legal... - Ele falou me encarando de lado com um sorriso torto que eu admito: era lindo.

-Eu fico honrada com um elogio seu, já que são tão raros seus momentos de educação, Sr. Damon Salvatore... –Eu brinquei dando uma risadinha. Do nada, ele foi pra minha frente, ficando muito perto, perto demais.

-Damon... –Eu sussurrei, muito surpresa ainda para ter alguma reação. Ele apenas sorriu e se aproximou ainda mais, seus lábios chegando cada vez mais perto.

- Damon, eu não posso! –Eu o empurrei e ele recuou confuso, mas não pôde protestar, pois nesse momento ouvimos a voz de Elena e Willian. Era nossa deixa. Eu acenei pra ele, já recomposta e ele acenou de volta. Em segundos  já estávamos a menos de dez passos de onde Willian aprisionava Elena – Ela me viu, sua expressão de pânico mudando pra alivio.

-Que coincidência, eu também tenho... – Ela disse, bem na hora que eu mirei meus poderes em Will, provocando uma dor insuportável que o fez cair.

-Oi Will... –Eu o saudei casualmente.

-Elizabeth? – Ele sussurrou em meio à dor. Eu parei de torturá-lo e decidi conversar. Olhei pra Damon e ele entendeu o recado: Levantou Will e o segurou firme.

-Elena chame Bonnie, sim? – Eu pedi, ela apenas acenou e saiu andando rápido. Eu voltei novamente minha atenção ao vampiro que se debatia pra se livrar de Damon. Quando percebeu meu olhar, ele sorriu ironicamente.

-Quanto tempo, Elizabeth! Como vai? Fugindo de Klaus ainda? – Ele falou ainda sorrindo.  Eu me descontrolei um pouco e dei um soco na barriga dele. Damon, que ainda o segurava olhou surpreso pra mim.

-É... Eu vou bem, mas não graças a você!  Vingança é uma droga, não é?! –Eu gritei pra ele, tentando controlar minha raiva. Apesar de tudo, eu não queria machucá-lo. Não muito.

-O que você quer? –Ele gritou de volta, ainda tentando recuperar o fôlego e se debatendo. –Dá pra mandar seu amiguinho me soltar? –Ele reclamou, ao invés de solta-lo, Damon só torceu um pouco mais o braço dele.

-Eu quero a minha chave que você roubou! Entregue-a e deixo você ir. – Eu respondi e ele sorriu incrédulo.

-Eu não vou te entregar NADA! –Ele gritou de novo. Eu fui até ele e lhe dei uma bela bofetada no rosto.

-Nunca grite comigo! –Eu falei devagar, chegando mais perto dele. –Então, que dizer que em todo esse tempo você não mudou nada? Continua o mesmo ladrão, mentiroso e safado de sempre! –Eu cuspi as palavras pra ele, que apenas levantou a cabeça e sorriu ironicamente, a face que eu bati, avermelhada.

-Agora você reclama... Mas antes bem que gostava desse ladrão, mentiroso e safado!... Lembra de como me seguia? Parecia um filhotinho que perdeu a mãe... - Ele debochou. Eu o encarei, minha raiva me fazendo passar dos limites. Ele começou a se contorcer de dor, e tombou a cabeça, perdendo a consciência.

 Damon levantou os olhos devagar, a expressão dele mostrava  surpresa e... Respeito? Talvez medo. Legal! A última coisa que eu queria agora era que ficassem com medo de mim pela aberração que eu sou. Mas admito que ver Damon Salvatore temeroso era até engraçado...

-Ops! Acho que exagerei... – Eu falei inocentemente, Damon arregalou mais os olhos e eu sorri pra ele, piscando os olhos rapidamente, fazendo uma expressão que com certeza me deixava igual a uma menina de 10 anos.

-Bruxinha bizarra... – Ele murmurou enquanto eu vasculhava as roupas de Willian. Foi fácil: ao abrir um pouco sua camisa pude perceber uma corrente que continha uma chave. A minha chave.