A porta rangiu e eu me encolhi. Dei uma espiada rápida e arfei surpresa.
-Mas o quê? - Eu sussurrei, tentando organizar meus pensamentos.

-O quê? Não me esperava? - Willian disse se escorando na parede na minha frente. Ele me olhava sério. Essa seria a morte perfeita: meu ex me entregaria pro meu pior inimigo. Legal...dramático, até.
-O que faz aqui Willian? Desde quando trabalha pra Klaus? - Eu perguntei com os olhos semicerrados, tentando parecer ameaçadora, mas minha voz estava fraca e falhava.
-Como você foi tola o suficiente pra usar tanto poder, Elizabeth? Francamente! - Ele ignorou minhas perguntas e quase gritou comigo, literalmente me dando uma bronca.
-O quê? - Eu murmurei confusa e balancei a cabeça com a esperança de clareá-la.
-Você usou uma quantidade muito grande de energia anteontem e os bruxos te detectaram! - Ele explicou zangado. Mas que diabos?...
-Eu perdi alguma coisa? Você é servo de klaus, não é? Não deveria estar feliz por eu ter sido pega? - eu chequei tentando entender e ele fez uma careta de desgosto.
-Eu não pretendo te entregar pra Klaus. E não estou feliz por você ter sido pega. Acho que estou mais pra decepcionado e com raiva, se você quer saber. - Ele explicou fazendo uma carranca.
-Mas você trabalha pra ele!... Vai desobedecer seu mestre? - Eu pressionei. Queria saber onde ele queria chegar com isso. Será que ele mesmo iria me matar por vingança?
-Sim eu trabalho pra klaus e sim, eu vou desobedecê-lo. Mais alguma pergunta ou vai parar de me encher e me deixar pensar? -Ele falou aborrecido. Suas ações não faziam o menor sentido pra mim, mas resolvi calar a boca. Se ele queria me tirar daqui, eu não iria me opor.
-E agora, como eu vou te tirar daqui? Você tem sorte desses bruxos terem procurado à mim, senão já estaria entregue à Klaus. Agora, eu acho que vou ter que matar dois bruxos. Hmm... não é lá uma coisa muito fácil... -Ele falava consigo mesmo, pensativo.
-Não, não acho que vá precisar matar a mulher. Ela não quer fazer isso, concordará com qualquer outra opção que derem a ela. - Eu intercedi por Angelina, ela parecia ser uma boa pessoa. Willian parou me observando e deu de ombros.
-Como queira. Vou mandar a mulher descer e você fala com ela. Eu vou cuidar do torturador lá em cima. Se ela não aceitar, mato ela também. - Ele explicou num tom monótono.
-Espera! Você não vai conseguir! Eles são bruxos, vão fazer o mesmo que eu fiz a você no nosso último encontro! - Eu disse urgente, lembrava muito bem como foi fácil acabar com ele. Pra minha surpresa, ele riu.
-Você acreditou mesmo, né? Cara, eu devia ser ator!... - Ele disse rindo.
-O quê? - Eu estava perdida, de novo.
-Eu fingi. Você até que me machucou, mas eu poderia ter lutado, quem sabe poderia ter matado o seu amiguinho... isso seria bom. - Ele começou rindo, ma parou mal-humorado.
-Como? - Ei perguntei, aturdida quando ele falou em matar Damon. Ele me olhou com impaciência
-Já chega de perguntas. Isso aqui é uma missão de resgate, não uma coletiva de imprensa... - Ele falou impaciente, andando até a porta. -Vou mandar a mulher descer. - Ele avisou e subiu.
Eu não sabia o que pensar. Por que willian estava aqui? O que foi toda essa conversa de fingir? Eu não entendia. Mas eu sabia que ele era a minha única chance. Eu não iria morrer. Não deixaria todos sozinhos. Eu lutaria por eles.
-Desculpe. Eu sinto muito mesmo. - Angelina dizia antes mesmo de entrar, interrompendo meus pensamentos.
-Angelina e se você tivesse outra escolha? E se fugisse de Klaus? - Eu sondei cuidadosamente e ela balançou a cabeça em negação fervorosamente.
-Não dá. Ele vai me achar. - Ela negou.
-Não se eu te ajudar! - Eu ofereci sorrindo em cumplicidade.
-Você se mesma foi pega!... Não dá. -Ela apontou e eu rolei os olhos. Que falta de fé em mim! Foi só um errinho de nada...
-Olha Angelina, meus amigos e eu temos um plano para destruir Klaus. Você tem duas escolhas: Se juntar a nós ou morrer. - Eu expliquei. Como que para enfatizar o que eu acabara de dizer, um rosnado assustador ecoou do andar de cima e logo após um grito.
Hmm... Parece que Will conseguiu matar o bruxo sádico... E muito rápido até... Estou impressionada...
Angelina me olhou pensativa e depois de um momento pareceu tomar uma decisão.
-Se eu tiver que morrer, que seja tentando matar aquele maldito Klaus, então. Estou dentro. - Ela falou convicta e eu sorri.
-Ótimo. Um trabalho a menos. - Will disse após quase derrubar a porta num estrondo. Ele veio até onde eu estava e puxou as correntes, as quebrando.
-Muito bom... - Eu elogiei e ele deu de ombros com um sorriso convencido.
-Suponho que temos que sair daqui logo, David estava esperando um amigo... - Angelina avisou, olhando ansiosa pra porta que Will quase partiu em dois pedaços.
-Ok, vamos. Consegue andar? -Ele me perguntou e eu assenti, tentando ficar de pé.
Eu tentei muito, mas dois dias com injeções frequentes de verbena me deixaram muito fraca. Com um suspiro desisti e olhei apologeticamente para Will.
-Tá legal... Eu te levo. - Ele disse. De repente senti o chão desaparecer debaixo de mim. Will tinha me colocado nos braços.
-Agora sim, vamos. -Ele murmurou pra Angelina, já caminhando num passo humano apressado para fora da velha cabana que foi meu cativeiro. Eu não entendia o interesse repentino dele no meu bem-estar, mas que veio bem a calhar, isso veio.