Gritos da Alma escrita por EPG


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal tudo bem com vocês! Demorei, mas já estou aqui com mais um capítulo, espero que gostem.



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A dor quer e precisa falar, mesmo que suas mensagens nem sempre sejam facilmente compreensíveis. FREUD

BPOV

_ Sei que sou uma imbecil, por chorar por alguém que não merece, mas não me olha assim, como se fosse fácil eu não sofrer, como se eu pudesse seguir em frente simplesmente.

_ Não é fácil é verdade e é por isso que estou aqui, não para te julgar, mas para te ajudar e isto só será possível se você me deixar entrar aqui e aqui. _ Antony disse tocando minha cabeça e meu coração.

_ Nunca falei sobre isso com ninguém, minha mãe nunca esteve presente e meu pai já faz tanto por mim, mas a verdade é que não sei como viver sem ele, não me sinto capaz de fazer isso, sinto como se ninguém mais fosse me querer como ele me quis, me amar com ele me amou, como se eu não fosse boa o suficiente para encontrar outro amor, não sei se posso amar e deixar ser amada uma outra vez.

_ Bella o que você passou que te faz pensar assim? _ Antony perguntou enxugando as lágrimas que caiam em minha face.

_ Eu amei de mais, mas o amor que recebi em troca era possessivo e desconfiado.

_ Ele tinha ciúmes?

_ Sim.

_ E foi sempre assim.

_ Quando namorávamos não, ele sempre foi muito carinhoso e estava sempre ao meu lado me apoiando e assim logo nos casamos, pois eu ficava muito sozinha já que minha mãe viajava muito com seu marido, mas durou pouco, 3 meses depois de casados publiquei meu quarto livro e como os outros vendi os muitos exemplares e fui convidada para dar entrevistas em vários programas de televisão, além de ser convidada para dar aula em uma das universidades mais conceituadas de Nova York, aceitei é claro, era meu sonho e o salário era muito bom, só que fui surpreendida quando cheguei em casa com um homem irado, havia algo em seus olhos que me assustou, não falou nada comigo e assim foi por semanas.

_ E o que você fez?

_ Tentei conversar, mas ele me ignorou, não conseguia entender o porque daquela atitude, depois algumas semanas voltou a falar comigo e não mais tocamos no assunto, não porque eu não queria, mas porque ele fingia nada havia acontecido.

_ Você trabalhava antes?

_ Depois do casamento deixei meu trabalho na biblioteca da faculdade e me dediquei aos estudos e aos meus livros, o dinheiro que eu recebia com as publicações pagava as despesas da faculdade e assim passei a depender de Jacob.

_ Ele ficou inseguro, pois percebeu que você seria independente e isso deve tê-lo assustado muito.

_ Mas não entendo o porquê da insegurança, ele devia ter me apoiado desde o inicio, mas não o fez, pelo contrario, quanto mais eu ia sendo reconhecida pelo meu trabalho mais ele ficava estranho.

_ Ele continuou a te ignorar?

_ Sim, mas isso se intensificou e não passava só semanas sem me dirigir a palavra mais meses, ele ficou até 3 meses sem falar comigo e você nem imagina como isso machucava.

_ Você tentou conversar sobre o porquê dele fazer isso?

_ Eu tinha medo de perguntar, temia ouvir o que se passava na cabeça dele. _ falei desviando meu olhar, envergonhada.

_ Se vista e vem comigo. _ Antony disse ficando de pé.

_ Onde vamos?  

_ Ainda confia em mim? ─ Perguntou.

_ Sempre. _ Falei saindo da cama.

_ Vou esperar lá em baixo.

_ Edward!

_ Sim._ Respondeu com um sorriso deslumbrante.

_ Obrigada!

_ De nada. _ Ele disse saindo do quarto.    

   Me vesti rápido e desci. Antony estava de costas olhando alguns porta retratos em cima do aparador.

‗ Porque não veio se despedir de mim quando fui embora­­­? ­_ Perguntei ansiosa para ouvir a resposta do qual esperei por tanto tempo.    

Antony ficou em silencio por alguns momentos parecendo relutante em responder a pergunta, mas fiquei aliviada quando ele se virou para mim e disse:

_ Não queria que voce me visse com os olhos inchados e cheio de olheiras por ter passado a noite inteira acordado chorando._ Ele disse me surpreendendo.  

_ Voce chorou por mim? _ Perguntei incredula

_ Não queria que voce tivesse ido embora, eu sabia que no momento que partisse nunca mais voltaria.

_ O motivo de eu nunca mais ter voltado foi por pensar que voce não gostava mais de mim, afinal éramos grandes amigos e voce não veio se despedir.

_Eu queria muito ter vindo,  mas...é melhor irmos ou ficará tarde. _ Antony falou mudando de assunto.

_ Foi minha mãe que pediu para voce não vir?    

Ele não respondeu.

_ Não precisa falar eu sei que foi ela, sempre desconfiei disso. O que ela te disse.

_ Para não te procurar, não ligar e muito menos escrever alegou que seria muito doloroso para voce. Ela tinha medo que minha presença a influenciasse ficar com seu pai.

_ Sabe demorei muito tempo para descobrir este lado de minha mãe, sei que não faz por mal, mas se ela soubesse o quanto me prejudicou com estas atitudes egoistas.

_ Perdoe-me por ter sido covarde, eu deveria ter vindo, mesmo contra a vontade dela.

_ Eu te perdoo só porque sei que fez isso por medo de me fazer sofrer, mas foi muito doloroso pensar que meu melhor amigo não se importava nem um pouco comigo.

_ Bella voce foi, é e sempre será a pessoa mais importante de minha vida, os meus melhores momentos foram passados com voce _ Antony disse se aproximado de mim, por um momento me perdi com a verdade estampada em seus olhos.

_ Senti tanta falta desta verdade que sempre é estampada em seus olhos quando voce diz algo. _ Falei passando meus braços em sua cintura e descansando minha cabeça em seu peito.

_ Seu cabelo ainda tem o mesmo cheiro. _ Antony disse apoiando o queixo na minha cabeça.

_ Voce tem um cheiro diferente, mas eu gosto. _ Falei sorrindo abertamente, era bom estar ali aconchegada em seus braços.

_ Não poderia usar Mamãe e Bebe para sempre  Bella. _ Ele disse me fazendo lembrar que sua mãe o obrigou a usar este perfume até os 8 anos.

_ Vamos, quero te mostrar algo, tenho certeza que vai gostar muito, pelo menos gostava quando era criança.

_ O que é?_ Perguntei.

_ É uma surpresa e não adianta reclamar.

_ Prometo que vou me comportar. _ Falei soltando-o e o seguindo para a porta.   

Estava feliz em saber que ele não veio não porque não se importava, mas porque se importava tanto que se sacrificou e também magoada por minha mãe ter sido tão egoísta afinal éramos apenas duas crianças.


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Notas finais do capítulo

Mostrem que gostaram com muitos reviews! e se não gostaram deixe reviews também!

Obrigada pelos comentários do capítulo anterior, fico feliz que estejam gostando e se identificando com a história!

Um abraço e até a próxima!