Gritos da Alma escrita por EPG


Capítulo 17
Capítulo 17




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1Cor 13:4-8: “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece . Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha...”


BELLA


— Esta é a causa, minha alma. Oh! Esta é a causa! Não vo-la nomearei, castas estrelas! Esta é a causa! Não quero verter sangue, nem ferir-lhe a epiderme ainda mais branca do que neve e mais lisa que o alabastro. Mas é fatal que morra; do contrário, virá ainda a enganar mais outros homens. Apaga a luz! Depois... Apaga a luz! Se te apagar, ministro flamejante, poderei restituir-te a luz primeira, se vier a arrepender-me. Mas extinta que seja tua luz, ó tu, modelo primoroso da excelsa natureza! de onde o fogo trazer de Prometeu, para dar nova luz à tua chama? Se tua rosa colher, é-me impossível o vital crescimento restituir-lhe: fatal é que feneça. Vou aspirá-la no próprio galho. (Beija-a.) O hálito aromoso, que quase a convencer chegaste a própria Justiça a espedaçar a sua espada! Mais um! Mais um! Se assim ficares, morta, quero tirar-te a vida, e, após, amar-te. Mais outro; será o último; um tão doce jamais foi tão fatal. Chorar preciso lágrimas impiedosas; é celeste meu sofrimento, pois castiga ao que ama. Vai acordar! (Otelo - Ato V)

_ Otelo estava louco, seu ciúme havia o cegado e só pensava em matar Desdêmona sua esposa. Quero que leiam a obra completa e faça uma analise explicitando se o ciúme do Mouro tinha fundamento ou se ele se deixou levar pela desconfiança, na próxima aula recolho os trabalhos. _ Por hoje é só, estão dispensados.

            Exausta era uma palavra fraca para traduzir como eu estava naquela manhã, à semana foi puxada e praticamente não estive com Antony neste espaço de tempo, ele viajou para uma especialização e eu trabalhei feito uma louca na organização do teatro que meus alunos irão apresentar.

            Juntei minhas coisas e sai rumo a minha casa, precisava de uma boa tarde de sono e é o que eu faria, mas todos meus planos foram jogados para cima no momento que o vi ali parado na minha frente com aquele sorriso de tirar o fôlego, sem pensar duas vezes joguei-me em seus braços e o beijei apaixonadamente.

            Ele correspondeu abraçando-me e retribuindo o beijo, era tão bom e reconfortante sentir o cheiro dele e o calor de seus braços envolvendo-me, nada poderia ser comparado a sensação maravilhosa que eu sentia com o contato de seus lábios no meu, querendo mais o agarrei com mais força, aprofundando ainda mais o beijo, o mundo ao nosso redor deixou de existir e ali era só nós.

_ Meu bem é melhor irmos com calma, estamos no estacionamento da faculdade. _ Antony sussurrou interrompendo nosso beijo.

_ Não me importo. _ Falei voltando a beija-lo.

            Ficamos ali agarrados por longos minutos, não queria solta-lo, era como se aquele momento fosse o ultimo, como um sonho bom que é interrompido no momento que acordamos.

_ Senti sua falta. _ Falei acariciando as maças de seu rosto.

_ Eu também senti a sua.

Furioso Jácob assistia tudo, esperava ansioso a saída de Bella para aborda-la, mas a chegada de Edward o impediu, passara toda a semana observando sua amada sem ter coragem de chegar até ela, agora ali a presenciando com outro homem sentiu medo, pois ela parecia feliz, porém acreditava que no momento que o visse não resistiria e cairia como todas as outras vezes em seus braços, não tinha duvida que ela fosse louca por ele e não acreditava que teria sido capaz de esquecê-lo em apenas seis meses.

Sentia vontade de ir até lá e mata-los com suas próprias mãos, seu coração batia em um ritmo insano, precisou de muita força para não pegar sua arma no porta luvas do carro alugado e dispara-la contra aquele homem que agarrava sua esposa com tanta intimidade.


            A música ecoava preenchendo todo o espaço como uma trilha sonora e nossos corpos cobertos apenas pela escuridão da noite estavam conectados, suas mãos seguravam minha cintura e seus olhos estavam fixos nos meus enquanto o amava em um ritmo lento e delicioso, meu desejo pedia rapidez, mas eu queria que aquela sensação gostosa durasse, era algo tão bom. Ele também não tinha pressa, deixou-me fazer todo o trabalho, enquanto sussurrava o quanto estava satisfeito.

            Nos amamos por longos minutos e quando nossos corpos estremeceram alcançando o ápice do prazer, cai sobre ele, seus braços acolheram-me em seu peito e ficamos ali curtindo o momento, as batidas de nossos corações misturava-se e nossa respirações ofegantes foram aos poucos se acalmando.

            Não falamos nada, o que não era preciso, pois o momento em si já traduzia o quanto estávamos felizes de estar assim, acolhidos, um nos braços do outro.

Eu estava em casa, finalmente estava em paz, sem ansiedades, medos ou culpas.


EDWARD


            Como um adolescente apaixonado, era assim que eu me sentia, deixei-a adormecida coberta apenas com um fino lençol e segui rumo ao aeroporto para uma semana em Londres, onde farei uma especialização, precisava ir, minha profissão exigia, mas meu corpo e alma não queriam deixa-la.

            Desembarquei em Londres e fui direto para a o curso, o dia passou lentamente, apesar de a aula ser puxada e quase sem intervalos. Ao final do dia peguei um taxi e segui para o hotel, enquanto percorria a cidade não pude deixar de imaginar como seria se Isabella estivesse comigo.

            Sai do banho verifiquei meu celular e nada, mais uma vez liguei, mas ela não atendeu, queria não ficar ansioso, porém era impossível, mandei uma mensagem “Oi meu bem, onde você esta? preciso ouvir sua voz, já sinto tantas saudades.”.

            Joguei-me na cama, estava cansado, mas não conseguia dormir, liguei a TV e passei os canais um a um com esperança que o tempo tivesse piedade de mim, só que ele não estava nem ai, pois olhei no relógio e não havia passado nem 15 minutos.

            Peguei um livro “A menina que roubava livros” e comecei a ler, a leitura sempre me ajuda, e assim viajei para o mundo Liesel Meminger, estava concentrado visualizando aquela multidão aplaudindo enquanto o fogo queimava sua liberdade, só Liesel que observava inerte, planejando uma forma de pegar para si um daqueles livros que eram consumidos pelas labaredas ferozes daquela fogueira, quando meu celular vibrou em baixo do meu travesseiro.

_ Oi. Sua voz soou por trás da linha.

Sorri, feito bobo.

_ Oi. Falei.

_ Sai para correr com meu pai, agora que cheguei. Como foi seu dia?

_ Lento. Respondi.

_ O meu também, pensei em você o dia inteiro. Ela disse tristonha.

_ Você não saiu da minha cabeça, já estou com saudades. Falei.

_ Eu também, muito mesmo.

            Conversamos por longos minutos, depois logo adormeci.

            A semana passou, lenta, mas finalmente desembarquei em Forks. Olhei no relógio e pelo horário ela ainda estava trabalhando, peguei um táxi e segui direto para a Faculdade, precisava vê-la.

            Uma hora se passou e lá estava ela, linda, como um anjo, seus olhos encontraram os meus e tão logo estava em meus braços, sua urgência deixou-me surpreso e encantado, ela sentiu minha como senti a dela, seus beijos eram urgentes e saudosos, era bom sentir o gosto dela.

            Entramos em seu carro e ela dirigiu rápido, uma vez ou outra me olhava com um sorriso torto, estava radiante.

            Adentramos meu apartamento, joguei minhas coisas em canto qualquer me aproximei dela, toquei seu rosto e fiquei ali a olhando até que ela pegou minha mão conduzindo-me para o quarto, onde me despiu e levou-me ao banheiro onde carinhosamente lavou meus cabelos e meu corpo, tive que me controlar para não toma-la ali mesmo, mas deixei-a, estava amando aquele jeito dela, estava solta, finalmente eu a tinha por completo.

            no quarto, ela colocou uma música, aproximou-se de mim pegando mais uma vez minha mão depositando beijos na palma, não resistindo mais tomei seus lábios e juntei nossos corpos, gemidos ecoaram de nossas gargantas, ela estava quente, podia sentir sua pele arrepiada de prazer ao deslizar as mãos sobre seu corpo nu.  

            Amamos-nos como se fosse à primeira vez, as sensações eram únicas. Tê-la ali sobre mim, com os lábios entreabertos e olhos brilhantes movimentando-se lenta e intensa. Era maravilhoso, eu diria perfeito.

            Depois do amor, ela descansou seu corpo sobre o meu e não foi dita nenhuma palavra, nossos corações acelerados falavam por nós.




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