What I Like About You escrita por Roxanne Evans
Rin se levantou de novo as seis da manhã, tentando controlar o mau-humor que já a tomava, vai ao banheiro, lava o rosto, abre o armário, olha, olha. Dessa vez tinha de escolher melhor, a imagem de Sesshoumaru vem à mente e ela dá um pequeno sorriso. Acaba se decidindo por uma mini-blusa azul com um pouco de strass e uma saia preta levemente rodada que ficava acima dos joelhos. Pronta, vai a cozinha tomar café e depois ruma, mais uma vez para a escola...
- Oi Ayame – Chega abordando a amiga na sala de aula, os olhos visivelmente brilhando – Você vai ficar cuidando da biblioteca hoje? – A ansiedade a fazia ficar inquieta, se mexendo no lugar.
- Claro, eu sempre fico de sexta-feira – A ruiva lhe devolve um sorriso estranho – Mas você sabe disso... – Diz, suspeitando da atitude da menor. O que ela queria dizer e o que estava escondendo por trás daquela atitude?
Rin não se conteve, um grande sorriso no rosto – Legal! – Solta-se na cadeira, quase caindo e voltando-se ainda sorrindo.
-O que? – Ayame mantinha as sobrancelhas arqueadas, encarando-a.
-Nada não! – Fala rapidamente, com medo de que a amiga pudesse ver através de sua expressão, muito feliz com um sorriso descarado estampado no rosto
-Então está bem, vamos indo, os laboratórios de química já devem estar abertas uma hora dessas e não temos motivos para ficar aqui...
-Outra coisa... – Continua a morena com o ar vago – Depois, na hora do almoço, eu, a Sango, o Miroku, o InuYasha e a Kagome vamos a uma lanchonete aqui perto – Sua expressão era indecifrável, como uma máscara perfeitamente posta – Você sabe, só para o caso de, se precisar de mim, já sabe onde me encontrar... – A pequena queria combinar tudo para não parecer suspeita quando colocasse o plano em ação.
-Ta bom então – Ayame ainda não havia entendido qual era a da amiga, e continuou intrigada – De qualquer forma, depois eu vou lá para gente fazer o trabalho, ok?
- Ótimo, agora vamos para sala, porque como você disse não temos motivos para ficar aqui... – A menina lhe devolve um enorme sorriso antes de se levantar, colocar o jaleco e caminhar em direção a porta, orgulhosa.
-/-
-Por que você tem que ser tãopervertido! – Sango "falava" com Miroku que havia tentado passar a mão nela hoje pela vigésima vez, como em todos os outros dias, e este apenas lhe sorria, se divertindo.
- Eu não sou pervertido, tenho apenas uma mão amaldiçoada – Ele dizia em sua defesa, como sempre, tentando fazê-la rir.
-Ah, claro que não! – Responde a menina, irritada, o rosto quase corando de raiva – Como pude pensar tal coisa de um santo como você! Que cabeça a minha né Kagome? – A verdade era que já tivera uma quedinha pelo garoto, mas logo da primeira vez que conversaram, ele tentou passar a mão nela, desiludindo-a, um homem assim não poderia ser de confiança.
-Opa! – A morena que conversava com InuYasha viu-se na conversa, detestava ficar entre os amigos que viviam para brigar – Não me meta nisso! – Foi a resposta que escapou de seus lábios, voltando a ignorar a briga do "casal", tentando se distanciar um pouco mais dos dois, segurando o braço do de cabelos prateados. Esse fica meio desconcertado e, para não demonstrar trata de falar alguma coisa, qualquer coisa.
- Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher! – Comentou, agora alto, visto que estavam já a vários passos de distância dos que brigavam.
-Quê? O que você quer dizer com isso senhor InuYasha? – Sango perguntou já bem estressada, contando até dez mentalmente para não dar um soco no garoto – Se tem algum casal aqui é você a Kagome fique você sabendo! Eu e essa coisa – Diz, indicando o menino ao seu lado – Jamais seríamos um casal!
InuYasha parece engolir em seco diante da expressão de fúria quase homicida que a de cabelos castanhos lhe lançava, nem se preocupando com a indireta, voltando atrás rapidamente, com medo de perder o pescoço.
-Nã-ão quis dizer n-nada não – Dá uma pausa, tentando assimilar qualquer coisa que pudesse fazer para dar o fora dali – Agora... Com licença, você e o Miroku podem continuar brigando que eu e a Kagome vamos para sala...Vamos Kagome? – A garota não precisa de meio segundo para dar a resposta, segurando o braço dele com mais firmeza.
-Claro! – Dizendo isso, ela segura o braço dele e eles se afastam rapidamente
-Aqueles dois são de dar medo né InuYasha? - Fala a menina, já distante deles, com uma gota na cabeça, mas ainda impressionada.
-Com certeza, e, eles não deviam ficar ofendidos quando eu digo que eles parecem um casal, afinal, eles parecem, não é mesmo? Não disse nenhuma mentira... – Parecia um garoto contrariado quando resmungava, fato que sempre fazia a morena rir abertamente.
-É mesmo... – Ela diz, entretida, nisso, entram na sala, olhando em volta por conhecidos, logo avistando uma longa cabeleira azul – Oi Jasmine, tudo bem? – Diz, educada.
-Sim, sim e vocês? – Pergunta calmamente, um sorriso genuíno e encantador no rosto.
Jasmine era uma garota muito bonita que estudava na sala de Kagome e seus amigos, tinha o cabelo longo, cobria todas as costas, até a cintura, de cor azul escuro, as pontas cacheadas, os olhos azul turquesa, o corpo era perfeitamente modelado, definitivamente muito bonita.
-Também estamos bem – A menina devolve o sorriso, lembrando-se de algo que parecia diverti-la – Alegre com a aula de geografia agora?
-Nossa, com certeza! Aquela professora nojenta que não pára de implicar comigo, já estou achando que ela está dando em cima de mim! – As sobrancelhas juntas demonstravam seu aborrecimento – Mas de qualquer forma, obrigada por me lembrar, assim eu sento lá atrás! – Isso dito a menina já pegava seu material, sentando-se ao lado de Kagome, bem no fundo.
-Depois da aula a gente realmente vai a lanchonete? – Pergunta Jasmine curiosamente, apenas para que o papo continuasse a fluir.
No gigante grupo que se formara com o passar dos anos, composto por InuYasha, Kagome, Miroku, Sango, Rin, Ayame, Kouga e Bankotsu, Jasmine era a mais nova integrante, e por isso a mais tímida, e a única menina que entrara em um bom tempo.
-Com certeza! – Aquilo parece chamar a atenção da jovem que antes olhava para o menino a sua frente, calada, e agora olhava a amiga fixamente, parecendo extremamente animada. – Você vem não? – Interroga Kagome, quase intimando-a
-Claro que sim, não perderia por nada! – O calor parecia invadir a sala lentamente, espalhando a preguiça em quem quer que encostasse, retirando qualquer tipo de vontade de interação escolar.
-Vocês duas! – InuYasha entra na conversa, salvando-lhes o pescoço – Agora é melhor vocês ficarem quietas que a professora está chegando – Ele faz um movimento com a mão como se estivesse sendo enforcado, o que faz as duas rirem.
-Oi gente! – Dessa vez era Sango, que já ia se sentando – Quase que eu e o Miroku não entramos, foi por um triz! – Comentou, agora devidamente acomodada ao lado direito de Kagome.
Miroku sentou-se ao lado esquerdo de InuYasha, calado, já sentindo o desânimo invadir-lhe diante da perspectiva de um dia inteiro de aulas.
-Bom dia gente! – A professora "querida" entra, um leve sorriso de escárnio no rosto. Hoje ela vestia com uma blusa vermelha muito decotada, uma saia curta e de cor amarela e ainda por cima de tudo, com uma jaqueta enorme azul. A sala quase morreu tentando conter o riso, com medo de tomar uma bronca.
- Professora, você está uma gata! – Exclama Miroku, o comentário escapando-lhe dos lábios antes de conseguir conter-se. Sango olhava-o, repressiva, balançando a cabeça levemente, em negação. Como podia ser tão infantil?
-Muito obrigada Miroku, é muita gentileza sua notar... Agora...Jasmine, por que você está sentada aí atrás? Você sempre senta aqui na frente... – A mulher, gorda parecia encará-la através de seus grossos óculos de grau, embaraçando-a.
-Er...É que o sol me incomoda professora... – Diz, rezando para que a professora acreditasse, não querendo, de maneira nenhuma voltar para seu antigo lugar.
-Essa professora me incomoda... – Comenta Bankotsu para seu amigo Kouga, murmurando, quase inaudivelmente, procurando não chamar atenção.
-Por que será? Será que é porque de todas as garotas da sala, ela escolheu justo a que você gosta? – Devolve Kouga, falando baixo para que a professora não escutasse, e, seguida rindo da "desgraça" alheia
-Valeu hein? Eu aqui sofrendo e você rindo! Muito amigo da sua parte! – O moreno parecia irritado, o que só faz o garoto rir ainda mais, tentando não elevar a voz.
-Bem gente, agora eu vou passar um esquema na lousa e depois vamos ler e grifar o texto, certo? – Diz a professora aos alunos, voltando-se para o quadro negro, começando com a tortura de todos.
-Hai! – Respondem quase todos, percebendo o início de um longuíssimo dia.
E assim todas as aulas foram se passando, devagar e tortuosamente...
-/-
Kikyou dirigia o carro, meditativa. Sentia o coração acelerado. Não queria voltar a encontra-lo no trabalho. Se pudesse, não o encontraria nunca mais! O evitaria para sempre!
Tinha certeza que seu rosto não poderia estar mais vermelho, e tudo isso com um único pensamento de encontra-lo! Estava muito tensa!
Nisso seu celular toca, fazendo-a pular no banco, nem o ar condicionado parecia acalma-la nessas horas. Liga-o no viva-voz, hesitante, era sua amiga, Kagura.
-Kiky-chan, o que diabos você está fazendo que ainda não está aqui? A chefe está quase subindo pelas paredes esperando por sua proposta.
-Não se preocupe, foi o trânsito, já estou chegando, só segure ela um pouco mais... – Como detestava estar em cima da hora! Na verdade, detestava tudo e qualquer coisa que pudesse estar fora de ordem na sua tão organizada vida.
-Se não fosse por Naraku você provavelmente já teria sido despedida – A amiga comenta, provocando-a, parecendo jogar verde, esperando a reação da do outro lado. A morena suspira fundo, irritando-se sem motivo.
-Diga a ele que não preciso de ajuda! Já estive nessa empresa por quatro anos e não é agora que precisarei! – Não aceitaria, principalmente dele esse tipo de coisa!
-Não é isso que quero dizer... – Tenta soar misteriosa.
-Então o que quer dizer Kagura, e não me enrole com seus joguinhos, apenas diga logo! – Estava cansada antes mesmo do dia ter começado.
-Ele parece estar fazendo novas propostas a ela para acalma-la – Fala a outra, simplesmente, largando a mão dos mistérios.
-Quer dizer que ele está tentando roubar minha posição e repor minhas idéias? – Tal idéia pareceu deixa-la fora de sim, não escutando mais explicações, apenas desligando o aparelho. Aaaah, mas aquele homem teria muito que se explicar quando se encontrassem, se teria!
Nem acreditava que até segundos atrás estava tão nervosa para encontra-lo! Ele continuava o mesmo verme de sempre!
Assim que chega ao local esperado, nem termina de entrar no ventilado e fresco local, passa pelas salas com rapidez e imponência, não tendo tempo para fúteis interrupções, não parando nem quando a amiga tenta falar alguma coisa sobre não ser o momento ideal.
Entra na sala de sua chefe sem maiores cerimônias, encontrando lá Naraku e ela, conversando.
-Com licença, apenas gostaria de me apresentar e a meu projeto para a revista desse mês... – Ela parece lançar um olhar de desgosto ao homem sentado que devolve o olhar, confuso.
A apresentação transcorre com normalidade, algumas pontualidades são corrigidas e com impecável rapidez, a moça deixa a sala, tão inexpressiva quanto tinha entrado.
Naraku se despede rapidamente da superior, e se põe a segui-la.
-Kikyou, Kikyou – A chamava com insistência, mas ela não parecia disposta a parar. – Espere! – Aumenta a velocidade, alcançando-a no meio de um grande corredor, no momento vazio, segurando seu braço – Eu pedi para esperar – A voz dele era severa, grave – Sobre o que foi tudo aquilo ali dentro?
A moça o encarava de volta, implicante.
-E você ainda tem a ousadia de me perguntar? – A voz dela parecia carregada de sarcasmo – É muita cara de pau mesmo, depois de tentar roubar minha vaga, ainda vem com essa!
-Roubar sua vaga, o que quer dizer com isso? – O tom dele era de defesa, não entendendo para onde aquela conversa se direcionava. – Eu estava apenas mostrava para ela projetos para melhorar o convívio entre as pessoas da empresa... – Ele a encarava, parecendo entender o que se passava.
Ela então parece parar, congelada, a vergonha tomando-a devagar.
-É? Bem, eu... A Kagura, ela- – Mas não conseguia parecer terminar uma sentença, voltando a corar.
-Não se preocupe, eu entendi – O sorriso dele era branco, encantador – Isso então quer dizer que o nosso encontro na sua casa para discutirmos a próxima capa continua de pé?
A moça não responde, ainda encabulada, apenas encarando-o.
-Eu mal posso esperar – Ele murmura baixo, na orelha dela, antes de se afastar, deixando-a ainda mais nervosa, o coração batendo acelerado no peito!
Odiava a sensação de perda de controle, maldição!
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