What I Like About You escrita por Roxanne Evans


Capítulo 3
Primeira Idéia




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Kikyou chega ao trabalho um pouco atrasada, como era seu costume, o café da Starbucks em mãos, pronta para agüentar um novo e longo dia de tarefas árduas.

Sai do elevador e imediatamente percebe um burburinho incomum, todas as secretárias e algumas funcionárias reunidas em um grupo fechado, conversando.

Aproxima-se delas, já cansada, mesmo antes de saber o motivo da comoção.

-Kagura, o que está havendo aqui? – Pergunta para uma das funcionárias, e também sua melhor amiga.

-Há um funcionário novo – A mulher se limita a responder, um sorriso cheio de malícia nascendo em seu rosto. A de cabelos negros arqueia uma sobrancelha, antes de seguir o seu caminho, em direção a sua sala. Não tinha nem tempo, nem cabeça para homens no momento.

O que não esperava era cruzar o corredor, com papéis na mão e esbarrar em alguém, quase derrubando seu café. Levanta os olhos, zangada, apenas para encontrar um par de orbes castanhos, frios, misteriosos, inexpressivos e desconhecidos para ela.

Por um momento se perde naquele olhar profundo, antes de se voltar para o homem a sua frente.

-Poderia ajuda-lo? – Pergunta, tentando não encara-lo, com medo de voltar ao estado de reação anterior.

-Eu esperava que sim, na verdade ainda não conheço as coisas aqui muito bem – Ele responde, abrindo um sorriso, extremamente branco e encantador, que a deixa fascinada, fazendo-a corar de leve.

-E com quem eu estaria falando? – Volta a indagar, sem perder a compostura.

-Desculpe-me – Ele parecia sem jeito, ainda sorrindo – Sou o funcionário novo, meu nome é Naraku, e o seu é Kikyou não é? – Os olhos dele se estreitam um momento, antes de voltarem ao normal.

Ela o encara durante alguns segundos, desconfiada, antes de perceber que parecia reconhecer algo nele. As lembranças vêm como cataratas. Não, não podia ser!

-Não... – A falta de fala era devido a surpresa que a tomava – Aquele Naraku? – Estava estupefata, como poderia ser verdade?

Ele então apenas sorri para ela e se afasta, deixando-a sozinha para trás, com seus próprios pensamentos.

-/-

O jantar na Família Higurashi era uma hora sagrada do dia, quando todas as irmãs se encontravam e contavam de seu dia umas para as outras, era quase um pacto feito em silêncio.

-Vocês não sabem o que aconteceu no trabalho hoje, não sabem quem é o novo funcionário! – Comenta Kikyou, aparentemente animada com a notícia

-Quem é? – Perguntou Kagome, realmente interessada

-Vocês lembram daquele cara do meu colégio que eu dizia que era insuportável? – Comenta a mais velha com um sorriso nos lábios, como se lembrasse de algo que as outras não poderiam saber o que era.

-Ah sei... – A do meio pareceu pensar um pouco, esforçando-se para lembrar o nome dele, então seu rosto parece se iluminar um pouco – O Naraku? – Às vezes ela se impressionava com a própria memória! Era melhor do que tinha imaginado!

-Sim, ele mesmo... – Responde, o sorriso sumindo quase instantaneamente da face pálida – Só espero que ele tenha melhorado um pouco, porque teremos de fazer um projeto para a revista JUNTOS! – Respira fundo, irritadiça – Se ele ainda for o mesmo, amanhã será um dia de pesadelo! Ai, ai...E, ele vem aqui amanhã, então, não estranhem ok?

-Tudo bem – Disse a outra, como se dando de ombros, não estranharia de qualquer forma, nem saberia se estaria em casa de qualquer forma. Volta então a olhar para o prato de salada com frango por um instante, antes de encarar a mais nova.

Ela tinha um olhar distante e etéreo. O mesmo olhar de quando, serelepe, tinha algum de seus planos mirabolantes sendo elaborados. Olha então para Kikyou e percebe que essa também encarava a caçula com o mesmo olhar repreensor nos olhos.

-Rin? – Chamam as duas ao mesmo tempo, sem resposta. Mal sabiam que desta vez, provavelmente a única, estavam enganadas a respeito do que ela pensava.

"-Quem será aquele tal de Sesshoumaru, ele é tão... Lindo... E parece tão distante de pessoas normais como eu... " – Pensava a garota, desanimada, distraidamente. Deixa um pequeno suspiro escapar-lhe dos lábios. Não gostava daquilo, queria poder se aproximar das pessoas que tinha interesse, mas ele...

-RIN! – Gritaram as irmãs ao seu lado, fazendo com que ela praticamente desse um pulo na cadeira de susto. O que diabos...?

-Hã? O que foi gente? Não precisa gritar! – Ela parece brava, enquanto respirava fundo, ainda tremendo do ocorrido, tentando se acalmar, detestava surpresas!

-Você estava no mundo da lua e não nos ouviu chamar, que outra opção tínhamos? – Diz Kagome, também levemente irritada com a irmã – Para logo em seguida voltar a observa-la, como se esperasse que ela continuasse a falar.

-Desculpe, eu estava longe... Pensando e acabei não ouvindo... – A irmã responde com algo sarcástico com 'mas isso era óbvio', mas a pequena já tinha voltado para a sua mente novamente, fazendo suas irmãs ignorarem-na. Não havia esperança para alguém tão 'no mundo da lua' como Rin.

Uma ideia brincava em sua mente ao lembrar-se da conversa que tivera com o menino de cabelos prateados. Como não havia pensado nisso antes? Era o plano perfeito, ideal e infalível! A partir de agora, iria se considerar um gênio!

"Eles são um casal?" – Lembrava-se com um travesso sorriso nos lábios.

-Ótimo! – Anuncia, assustando as outras duas que conversavam – Vou tomar um banho, estou satisfeita, com licença! – Dizendo isso, Rin sai da mesa, praticamente correndo em direção a seu quarto.

-Mas Rin – Tenta chamar-lhe atenção à irmã do meio – Você ao menos ouviu o que a Kikyou disse? – Mas era inútil, uma vez que a menina já havia entrado e fechado à porta de seu quarto.

-Ai ai viu? Essa Rin, só espero que ela não me ponha em encrenca com seu provavelmente novo plano infalível! – Comenta Kagome, irritadiça.

Rin entra no quarto, tranca a porta e liga o som, rapidamente escolhendo o pijama, roupas íntimas e se despindo pelo caminho do banheiro. Tranqüilamente liga o chuveiro, cantarolando junto com a música que tocava, soltando os cabelos do rabo-de-cavalo que estavam presos, entrando debaixo d'água.

"Que idéia genial, não havia pensado nisso antes!" – Ela pensava animada, enquanto molhava a cabeça. Os planos de Rin eram conhecidos por serem "infalíveis". Já tinha conseguido colocar Kagome e inclusive Kikyou em muitas encrencas com eles.

Definitivamente, dar a uma menina serelepe tal capacidade de pensar não fora muito bem planejado por quem quer que a tenha criado.

"Bem, sexta, a Ayame fica na biblioteca e o Kouga no treino de futebol, eu só preciso..." – Respira fundo, animada, era o plano perfeito – É isso! Perfeito, genial! – Berrou ela dentro do chuveiro, assustando as irmãs na sala, elas já tinham até medo por antecipação do que poderia estar se passando pela mente da mais nova. Rin sai do chuveiro, ainda cantarolando, se vestindo rapidamente, no automático, saindo do quarto.

Entra na sala, encontrando uma Kagome muito feliz no telefone e uma Kikyou lavando louça na cozinha.

-Com quem a Kagome está falando Kikyou? – Pergunta a menor, encostando-se no balcão, minimamente curiosa em saber o que se passava.

-Adivinha! – Fala a maior com uma cara engraçada, usada só pelas duas para designar apenas uma pessoa...

-InuYasha! – Exclama a menina, se divertindo e fazendo a irmã rir de seus impulsos. Como a outra não percebia que o amigo gostava dela é o que as duas não entendiam, estava tão óbvio!

-E olha como ela se diverte! – Ainda a pálida morena que comentava – Eu sei que já disse isso muitas vezes, mas, para mim, eles deviam namorar...

-Eu concordo! – Rin parecia decidida, desencostando da pia e indo pegar um copo de água – Sabe, eu já estou com sono e vou dormir está bem? Boa noite mana! – Dizendo isso, com um olhar meio torto da mais velha, a pequena saiu e foi para seu quarto novamente.

-Claro que sim! – A que estava no telefone ria, deliciada – Eu não sou folgada como certos amigos seus, sabe? – Falava, se divertindo, sentada no sofá, abraçando os joelhos contra o corpo.

-É verdade! Ele disse que hoje queria sair para se "divertir" e não vai a escola amanhã! – Comentou InuYasha do outro lado, tentando parecer sério, mas dando todos os créditos a menina com quem conversava.

-Você não sabe! – Exclama Kagome, como se lembrasse de algo de vital importância. Volta então a alargar o sorriso imensamente antes de continuar a narrativa. – Sabe as histórias que a Kikyou contava sobre um garoto chato da sala dela, que derrubou o branquinho no cabelo dela! Aquele de aparelho, de quando ela era menor! – Falava como se ele tivesse de se recordar de tais histórias.

-O que tem ele? – Pergunta o menino, estranhando um pouco, mas ainda levemente divertido.

-Ele vem aqui amanhã! – Ouve-se um 'o queeee?' Do outro lado da linha, fazendo a menina rir ainda mais, com mais gosto, se possível – Ele entrou na agência dela hoje e eles foram obrigados a fazer a capa desta edição juntos... – Continuava, como se explicando.

-É mesmo? – O garoto pareceu pensar durante alguns instantes do outro lado, porque depois disso, um silêncio percorreu a linha.

-InuYasha? – Chama a morena, cuidadosamente.

-Tá bom, sinto muito, mas agora eu tenho de desligar aqui! – Diz, sua voz parecendo verdadeiramente irritada – Porque o meu "querido" irmão está me enchendo o saco aqui do lado, querendo usar o telefone... – Sua voz era pesada e carregada de ironia.

-Está bem, até mais então... – O desânimo já presente, agora dos dois lados da linha.

-Tchau Kagome... – Ela fala baixo. A menina ainda ficando um tempo segurando o aparelho, mesmo depois de ter desligado, meditativa, um pequeno sorriso de satisfação brincando na sua boca. Levanta-se então, indo para o quarto tomar banho.

Enquanto isso, a irmã restante ainda terminava suas obrigações, sempre a responsável. Parecia pensar, distraída, agora que sozinha. Havia um pequeno detalhe que deixara de contar para suas irmãs a respeito daquela história, e não esperava contar tão cedo!

"Ai, ai! Por que entre todos os caras do mundo, justo ele tinha de me paquerar! Se eu soubesse que era ele jamais teria correspondido! Imagine, flertando com o condenado" – Kikyou ainda lembrava-se de Naraku da manhã que havia passado – "Ele mudou tanto..." – Parece lhe escapar por um triz da mente – "nem parece mais o mesmo... Está bonito, simpático..." – Parecendo perceber para onde iam seus pensamentos, pára, balançando a cabeça com força.

Com isso, a primogênita guardou os pratos, indo ela também para o quarto, afinal, depois de toda aquela palhaçada, ela também merecia um descanso!

Maldita vida complicada...

Continua!


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Notas finais do capítulo

Yay, mais um capítulo postado depois de séculos! Espero que curtam ^^~



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