Mona Lisa escrita por Alana5012, YagamiMegumi


Capítulo 5
O Desfecho: Princípio do Fim


Notas iniciais do capítulo

Legenda
Narração: (Ponto de Vista dos Personagens - 1a Pessoa)
Mudança de POV - Point of view (Ponto de vista): ●๋..●๋
Diálogos: - Então por que? Por que nos fazer lutar? Só não consigo descobrir o propósito.
Poesia: "Itálico"
Lembrança: Negrito



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●๋•..●๋•

"Cansou de ser colocada em último plano,

De ter que descobrir tudo por si só, porque ninguém a diz nada.

Cansou de se ajoelhar, chorar e implorar:

Agora isso não vai mais adiantar.

Pedras e Espinhos não vão mais a machucar,

Agora está tudo ficando claro...

Você, pobre coisinha doce e inocente

Enxugue seus olhos e testemunhe.

Veja lá no fundo o que realmente anseia

E sabe por que Lucífer te odeia?

Porque ele ainda é fraco demais pra admitir os próprios erros...

Levante a cabeça e lembre-se de quem você é de verdade,

E que nem toda matança do mundo poderia mudar a realidade.

Não se afogue nos seus sonhos,

Pois, às vezes, eles te decepcionam

E tudo se torna um pesadelo pessoal

Que invade o seu mundo real

E não te deixam viver.

Não deixe ninguém te pisar, nem te humilhar,

Lembre-se:

Não é só porque você é a recompensa da guerra,

Que não pode estar nela.

O que corre pelas suas veias é valioso,

Quase que como um Tesouro.

Levante a cabeça e diga: Chega!

Pegue seu orgulho e o desfrute

Você sabe que tem todas as armas que precisa...

Agora lute!"


Lucífer

  - O que fez à essa cidade? - Sammy olhou ao redor: encarou os demônios, ali, parados, prontos para seguirem minhas ordens, quaisquer que fossem. Aquela sensação de poder, sentir o temor que tinham por mim, era ótimo!

  - Eu fui muito generoso com essa cidade: - Respondi-o, enquanto continuava a revolver a terra; estava cavando um abismo, que ficava cada vez mais fundo... - um demônio para cada corpo sadio.

  - E o restante deles? - Ele já sabia, mas ainda sim, perguntou-me.

  - Ali. - Apontei para a vala. Só então parei. A cara de horror que ele fez, como sentia vontade de gargalhar - Eu sei, é terrível, mas... Esses cavalheiros são tão exigentes! - Como foi divertido ver o espanto do jovem. Pûs-me a cavar novamente - Então foram "mulheres e crianças primeiro". - Estava sendo cruel, sádico... Não me importava. Eu gostava daquilo: todo o pavor que a expressão desse ser insignificante esbolçava bastava para convencer-me de que humanos são fracos. Desprezíveis. Cessei outra vez - Sei o que deve pensar de mim, Sam, mas eu tenho que fazer isso. Eu preciso. Você, mais do que qualquer um, deveria entender. 

  - O que isso quer dizer? - O rapaz me olhou como se não soubesse do que eu estava falando. Tamanha era a incredulidade em sua face que me surpreendeu. Eu tinha confundido-o. Isso era bom... Muito bom! Larguei a pá com força.

  - Eu era um filho. Um irmão, como você, - Apontei para ele - um irmão caçula. E tinha um irmão mais velho que eu amava. - Miguel se parecia tanto com Dean: imbecíl! - Idolatrava, na verdade. E um dia, fui a ele e implorei que ficasse do meu lado. E Miguel... - Estava deixando que a ira me dominasse, precisava controlar-me. Havia lágrimas nos olhos dele, como era tolo! Voltei a falar, porém, desta vez, num tom de voz mais baixo e firme, fitando-o profundamente - Miguel se voltou contra mim. Me chamou de aberração. De monstro. E então, ele me espancou. - A cada frase proferida vagarosamente sentia desgosto. Dor. Frustração. Decepcão. Ódio - Tudo porque eu era diferente. Porque eu tinha minha própria opinião. - A expressão do Winchester foi convertida em desespero. Ele tinha compreendido - Me diga uma coisa, Sam: isto não te soa familiar? - Por um instante, nos miramos em silêncio, pois não ousávamos dizer nada. Pude ouvir até mesmo o pio de uma coruja, entrecortando a respiração ofegante de Sam - De qualquer forma... - Disse, já dando de ombros e afastando-me - Com licença, já é quase meia-noite e eu tenho que terminar um ritual. Não saía daí. Não que você pudesse... - Debocho. Como adoro humilhar essa raça cretina! Começo a invocação, sob o olhar indiferente dos meus servos e o horror de meu (futuro) receptáculo; de braços abertos, me volto até onde os mesmos estão - Agora, repitam depois de mim: nós oferecemos nossa vida, sangue e alma... - Eles repetem, sem ao menos se dar conta do que está acontecendo. Estúpidos! Ora, ao que parece o "irmão mais velho" finalmente acordou. E está me encarando da mesma maneira perplexa que o outro. Ignoro-os e prossigo - Para completar esse tributo. - Um a um, todos caem mortos. Eu sorrio. Então, me volto para onde os meus "convidados de honra" se encontram, estupefatos com o que presenciaram, e, com o intuito de perturbá-los ainda mais, digo, imitando uma voz ingênua - O que foi? São apenas demônios.

  Não passam de lembranças. Dane-se o passado! Eu estou livre, pronto para destruir tudo. Clamo por vingança. Sou impiedoso e cruel. Tornei-me a personificação do mau. Sou temido, reverenciado. Então por que ele é tido como Deus? Castiel já me aborreceu em demasiado; interfere no que não lhe diz respeito, trabalha com o maldito conspirador que surrupiou o meu trono, instala a anarquia e o caos no Paraíso, mata os canalhas que eu tanto odiei por terem apoiado Miguel quando este decidiu ficar contra mim... Mas afinal, o que houve com ele? Será que perdeu a sanidade?! 

  Estou farto disso tudo. Todos esqueceram-se do seu devido lugar: eu é quem devia estar causando o fim do mundo, porém, ao invés disso, depois de finalmente superar os obstáculos que surgiram, me deparo com esse maluco egocêntrico, um desertor revoltado, anjos numa guerra cívil, demônios adorando outro soberando que não eu... Que porra Crowley tinha feito com o Inferno?! Eu não posso acreditar que Raphael foi estúpido à ponto de perder o controle do Éden. Todos perderam a razão! Isso não é o que eu quero, não foi o que planejei. Algo não está certo; TUDO parece estar muito errado! Tomarei uma providência imediatamente. Entretanto, venho pensando: do que adiantaria anunciar o meu retorno? Para que aqueles dois insetos canalhas fossem um estorvo mais uma vez? Não, não. Creio estar na hora de retomar de onde parei. Chega de discutir com Miguel: os meses, que mais pareceram séculos, naquela porcaria de gaiola foram mais do que suficientes pra mim. Além disso, seria fácil para ele me derrotar estando com um receptáculo. Também estou desistindo de convencer aquele moleque a me dizer "sim". Não fica bem pra um ser da minha magnitude implorar... Vou atrás daquele cádaver em decomposição que chamo de "Plano B". Mortos são menos exigentes. Quem sabe, eu possa restaurá-lo? Me livro dos Winchesters depois. Está mais do que na hora de ir atrás da causa de todos os meus problemas; vou encontrar Alice e dar um fim nela, como já devia ter feito à muito tempo atrás. Como quase o fiz... Ela me irrita! Não é minha culpa se Miguel e Papai me odeiam, é por causa dela. Guardem minhas palavras: irei encontrá-la.

●๋•..●๋•

Alice

Sioux Falls, Dakota do Sul: 9:47 pm.

  Estou parada sob a soleira da casa. Nesta noite, os rapazes estão com Bobby. Minha mão erguida no ar. Hesito em bater. É tão difícil pra mim. Mas não posso desistir agora, não mais. Depois de todos esses anos, finalmente! Sempre imaginei como seria esse dia, mas agora, estou com medo. E se eles me odiarem?! Me viro e começo a caminhar na direção oposta. Quem sabe fosse melhor eu ir embora... 

  - Quem é você? - Um arrepio. Reconheceria a voz grave que soara às minhas costas em qualquer lugar: era Sam Winchester. Bem devagar, volto-me para encará-lo. Parece mais alto. Não sei o que dizer. Ele me olha com uma expressão curiosa e, ao mesmo tempo, surpresa - Você... 'Tá legal?

  - Hã... - Gestículo um não, mas acabo acenando afirmamente com a cabeça. Ele arquea uma das sobrancelhas - Que indelicadeza a minha: sou Alice. 

  - Hm. - Murmura, confuso. Acho que ele deve pensar que eu sou louca. Mesmo assim, ainda me estende a mão - Oi, Alice. Muito prazer, eu sou...

  - Eu sei. - Sorrio, nervosa - Na verdade, é por isso que eu estou aqui. - O cumprimento rapidamente. Será que estou o assustando?!

  - Bem... Então... - Meio sem jeito, pigarreia, e faz um convite silencioso para que eu entre. Não faço ideia do que estou fazendo! Ele entra logo em seguida e fecha a porta. 

  - Você está sozinho? Onde estão Dean e Bobby? - Ótimo: agora o rapaz deve estar pensando que eu sou uma das criaturas que ele e o irmão caçam!

  - Bobby não disse aonde ia, e Dean saiu pra beber alguma coisa. - Respondeu, intrigado - Mas... como você...?

  - Digamos apenas que nós já nos conhecemos. - Estou tentando ser sincera, mas temo que ele não acredite em minhas palavras - Olha, eu precisava mesmo falar com vocês. É importante.

  - Está bem. - Pelo visto, Sam concordou - Senta. - Diz apontando o sofá. Assim que o faço, o mesmo puxa uma cadeira e senta-se, bem a minha frente. Talvez esteja me analisando. Espero que ele confie em mim - Quem é você, exatamente? - Refaz a mesma pergunta realizada anteriormente. Respiro fundo, antes de começar.

  - Meu nome é Alice. Sou a primeira humana que Deus gerou. Vivia no Éden, com os anjos, os quais considero irmãos. Recentemente, descobri que tudo não passava de uma mera ilusão: tenho vivido uma mentira durante os últimos séculos. Eles não eram quem eu pensava que fossem. 

  - "Eles" quem? - Franziu o cenho. Pelo visto, estava interessado.

  - Gabriel. Miguel. Lucífer. Castiel. Raphael. Os anjos. - Sinto como se um nó tivesse se formado em minha garganta - São quem me trazem aqui. Há muito tempo eu venho notando a obsessão que nutrem pelos Winchesters. Nos últimos anos, estive com vocês, os ajudando e protegendo. Talvez ache que eu esteja tentando enganá-lo, mas acredite, não teria motivos para fazê-lo. Realmente, gosto de vocês. Me lembram dos meus irmãos, antes de... - Afasto os pensamentos tristes e continuo - Não importa. O fato é que Miguel descobriu. Eles me prenderam no Paraíso. Entenda que eu não podia fazer nada! - Estava me desculpando por algo que ele não compreendia. Sorri - No entanto, eu fugi. Temi procurar por vocês antes, mas saiba, foi necessário. Castiel libertou muito mais do que pobres almas atormentadas quando abriu aquele Portal...

  - Eu não entendi. - Podia sentir a falta de convicção em seu tom. Ele sabia. Porém, assim como eu, preferia crer numa mentira. Sam precisava entender que também estava apavorada.

  - A Jaula. Não estava no Inferno. Nunca esteve. Aquele Portal foi uma saída. Miguel e Lucífer caminham sobre a Terra outra vez. - O olhar de puro assombro e terror que me foi lançado, eu já conhecia. Estávamos inseguros. Com medo. As mesmas emoções, os pensamentos preocupados... Perdidos em devaneios, num silêncio perturbador. Até que o "Bam!" da porta se fechando nos faz regressar a realidade.

  - Sammy? - Dean nos encarava aturdido.

●๋•..●๋•


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler, "Orochimario"... rsrs Espero que não tenha se arrependido! ;P