Death Serenade escrita por Dio


Capítulo 4
Capítulo 3 - Amador


Notas iniciais do capítulo

Bem, depois de muito tempo o capítulo 3! Infelizmente pra Luíza, mais um obstáculo entra no caminho dela! O que será que esse novo inimigo (ou amigo) vai afetar no destino dela? Isso só lendo pra saber :P

Desculpem ter demorado tanto, mas é que agora estou em provas, daí fica difícil arrumar tempo pra escrever xD



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Capítulo 3 - O amador do FBI

       E assim nós saímos do colégio e fomos andando em silêncio pela rua, que estava estranhamente deserta. O único som que eu escutava eram os resmungos baixos de Eduardo, que parecia estar concentrado pensando na situação toda. Já eu estava confusa e exausta, e a última coisa que conseguiria no momento era me concentrar em algo, quanto mais cedo acabasse com isso por hoje, melhor. A rua mantinha o mesmo aspecto triste de fim de carnaval que começou desde o assassinato do zelador. Todas as janelas estavam fechadas, os muros e paredes estavam sujos, e todas as lojas estavam fechadas, até mesmo o "Chinês" (barzinho onde todo mundo do colégio sempre comia) estava fechado. Apenas a luz abobada e fraca dos postes da rua iluminavam a triste passagem, apesar de ser um dia muito belo de sol, com uma brisa confortante no ar. Fomos andando em silêncio por uns cinco minutos, e então Eduardo disse:
       -Quero que vá para casa e me ligue assim que o Agente do FBI vier procurá-la. - Disse ele tranquilamente, entregando um papel sujo e velho onde se lia "Johan Munsch" acima de um número de celular. - Seria de grande ajuda se você conseguisse o nome dele.
       -FBI? Como assim "o agente do FBI"? - Eu tinha sido pega de surpresa novamente. Eduardo sempre parecia estar com a cabeça sempre a frente da situação.
       -Sim, digo com tanta certeza pois sei que ele vai te procurar para interrogatório hoje mesmo, provavelmente às duas horas da tarde. - Disse ele, olhando para o relógio e sorrindo. - Apenas me ligue, e eu cuidarei do resto.
       -Mas se eles podem simplesmente me prender sem provas, porque querem me interrogar?
       -Bem, o FBI como um todo não quer acreditar que o "Death Song" seja o culpado por tudo, mas desde que o supervisor do "segundo", o agente "Kraid" foi assassinado por "M" em sua fuga, parece que um amigo da vítima vem tentando se vingar. E como ele acha que você tem contatos com o segundo e comigo, vai procurar você primeiramente. Obviamente ele não confia nem em mim e muito menos no "M".


       Eu tomei um susto na hora. Um investigador do FBI foi morto? Ele não tinha me contado isso! Isso quer dizer que o "M" é muito mais perigoso do que eu pensei, duas vítimas já foram feitas! - Rapidamente todo o frescor e hospitalidade do ar da rua sumiu de dentro de mim, e comecei a sentir minha pele sendo contralada pelo medo novamente. Até a rua deserta parecia muito mais fria do que antes. Depois de um tempo fazendo força, consegui falar:
       -In-in-vesti-gador? Do próprio FBI? Você não tinha me contado sobre isso! - Sem perceber, meu tom de voz se tornava mais agressivo à cada palavra.
       -Sim, um investigador especial do FBI. Veio para cá atrás do nosso "amigo" para o supervisionar, e "M", para proteger seu plano, se livrou dele. Afogou ele de uma maneira brutal. Não lhe contei sobre isso antes pois creio que o diretor, que estava presente na sala não deveria receber esse tipo de informação, ele saberia demais e; se falasse demais... - E o seu rosto se abriu em um sorriso maligno- Certamente "M" se livraria dele também.
       -Se nem o FBI pode fazer o "M" parar com os assassinatos, significa que minha vida está perdida!- Pela primeira vez, senti que lágrimas corriam pelo meu rosto. - Ainda mais que um investigador quer me usar como boneco para alcançar o maldito!
De repente, Eduardo se virou para mim e me abraçou. Foi como se o mundo tivesse parado naquele instante. Até o vento que estava tão forte alguns instantes atrás parou de balançar as poucas árvores da rua. Depois de um tempo que pareceu demorar uma eternidade, Eduardo suavemente disse:
       -Não se preocupe, você tem à mim, não vou deixar nada acontecer com você. E o agente não é problema, na verdade ele pode até nos ajudar. - Finalmente algo que me animou. Parecia pouco, mas para mim significou tudo. Mais calma, disse para ele enquanto enxugava as lágrimas:
       -Eu confio em você, totalmente. - Não havia nem um pingo de mentira em minhas palavras. - Mas o que quer dizer com "O agente não é problema"?
       -Ele certamente não possui nenhum apoio, está agindo por conta própria, afinal o FBI não aprova a idéia. Além disso, ele está sendo motivado por um sentimento horrível, a vingança. Ele nunca vai conseguir avançar muito na investigação motivado por tal coisa, e provavelmente é um amador. - Cada palavra que ele disse parecia fazer sentido na minha mente, e eu me senti tranquila novamente.


      Alguns minutos depois, nos separamos e eu me dirigi a minha casa, andando apressadamente e com o coração batendo muito rápido. "Não conte para ninguém, nem mesmo seus amigos e parentes sobre o que lhe disse, não por enquanto", essa foi a primeira recomendação de Eduardo, e segui ela a risca quando entrei pela porta de casa e minha mãe me chamou. Ela estava na nossa cozinha, lavando a louça com o maior cuidado, como sempre.
      -Luíza! Um moço passou aqui algum tempo atrás e te deixou um bilhete, eu coloquei ele na sua escrivaninha! - E então ela deu um sorriso malicioso. -  Ele é bem bonito heim? Finalmente um namorado!?
Tentei agir naturalmente, ignorei minha mãe e corri para o meu quarto. Ele estava como sempre extremamente arrumado (minha mãe tem mania de limpeza) e acolhedor, porém em cima do meu computador (o caixa-velha) estava uma carta vermelha. Abri ela e para meu espanto, um celular caiu de dentro do envelope, junto com um bilhete de colagens. "Ligue para o único número da lista de contatos deste celular. Após tirar ele do envelope, você tem cinco minutos para fazer isso, ou vai se arrepender. Não tente ligar para ninguém ou se comunicar com alguém de qualquer jeito, todos os meios de comunicação possíveis da sua casa estão cortados". Porcaria. Esse cara não era um amador. Sem escolha, peguei o telefone o mais rápido que pude e liguei para o número da lista. Uma voz distorcida se dirigiu à mim.
      -Vou ser breve, então nem uma palavra. Tome banho e vista uma roupa que você não use normalmente. Me encontre no armazém dos fundos da padaria onde você sempre compra pães. Não se preocupe, você sabe que eu estou do seu lado. Mantenha o celular no ouvido durante todo o caminho.

      Me sentindo totalmente humilhada e pensando no que Eduardo diria, vesti minha camisa do Goku e fui até a padaria. O armazém estava aberto como ele disse. Entrei nele devagar. Era uma sala espaçosa, e pude ver que ela naturalmente não estaria daquele jeito. Estava praticamente vazia, exceto por alguns computadores, uma bonita mesa de marfim e duas cadeiras, onde em uma delas havia um vulto sentado.
      -Feche a porta e sente-se. - Disse uma voz calma e suave. Quando o vulto tomou forma, me surpreendi. Um homem muito bonito de cabelos negros e olhos verdes, que aparentava ser apenas alguns anos mais velho que eu estava lá, sentado próximo a um dos computadores. Só de olhar para ele dava para ver que se tratava de alguém inteligente.  Depois de um tempo, ele sorriu.

      -Sejamos diretos. Não tenho que explicar meus motivos ou razões para crer nisso, mas sei que você teve uma ligação com o agente que utiliza o nome de "Eduardo". Tudo que quero é lhe fazer duas perguntas. A primeira é: Qual sua ligação exata com o projeto "Death Song"?
Porcaria. Não tinha plano nenhum e precisava manter Eduardo e todas as informações que ele me deu fora de todas as respostas. Isso parecia extremamente complicado de se fazer sem que minha história ficasse totalmente absurda. Ele se levantou e começou a andar em volta da sala. Eu fiquei sentada olhando para o computador dele. Depois de pensar um pouco, finalmente falei:
      -Não possuo ligação nenhuma, não sei nem do que o senhor está falando. - Nossa, como eu sou original. Até para mim mesma a resposta pareceu ridícula, e obviamente ele não iria acreditar em mim.
      -Previsível. - E seu sorriso aumentou mais ainda. - Agora me diga o que sabe o que sabe sobre o assassinato do homem que atendia pelo nome de "Kraid".
      -Eu não sei de nada sobre isso! Que tipo de acusações são essas!? Quem é você, porque me trouxe aqui!? - Berrei com toda a força, com a cara mais inocente que consegui. Pronto, agora acho que fui convincente. Ou pelo menos um pouco mais do que na minha outra tentativa.
      -Certo certo, pode manter calma. Só são perguntas para ajudar a policia na investigação, não precisa se preocupar.
      -Mas eu já lhe disse que não sei nada sobre esse tal agente do FBI que foi afogado!!! - Hahaha, agora com certeza eu acabei com ele, estava livre de quaisquer suspeitas.
      -Ótimo ótimo, terminamos por hoje. - Ele sorriu de maneira maligna e se sentou. - Sabe, não lembro de ter contado para você que "Kraid" era um agente do FBI, e muito menos que tinha sido afogado. - Meu estômago despencou. Meu Deus como eu sou idiota.

      -Já está claro que você de alguma maneira entrou em contato com o "número 1", e isso já é o suficiente para mim. Como você me deu uma pista, vou dar uma para você em troca. Na verdade, nenhum meio de comunicação de sua casa tinha sido cortado, você poderia ter facilmente contatado seu amigo. Passar bem.

      Guardou um laptop em uma maleta, levantou e saiu da sala, me deixando ali paralisada. De repente comecei a chorar e me senti como a pessoa mais imbecil em todo o planeta Terra.
      -Humilhada por um amador, amador, amador, amador. - Fiquei repetindo para mim mesma infantilmente, apertando com força minha calça, apertando os olhos e rangendo os dentes. Certamente Eduardo ia me crucificar viva, e ele teria razão. Mas agora, eu tinha uma sede de vingança inlimitada. Não sei porque, mas tinha certeza que me vingaria dele. 

       E então eu sorri. Preso em minha mão, estava o disquete que estava no computador dele. Eu teria minha vingança mais cedo do que pensava. Amador.


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