Death Serenade escrita por Dio


Capítulo 3
Capítulo 2 - Death Song


Notas iniciais do capítulo

Aee, finalmente acabou a enrolação! Aqui está a história :) Esse capítulo tem muito mais informação, então desculpem pelo tamanho gigante xD. Espero que gostem! Muito obrigado pra todo mundo que está lendo! Pobre Luíza... Tenho que parar de ser tão mal com ela!



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Capítulo 2 - Death Song, o dia que minha vida se despedaçou.


       -Me acompanhem - Disse muito sério o diretor, e assim eu e Eduardo fomos seguindo ele pelo corredor. A notícia da briga pareceu ter se espalhado rápido, pois todo o colégio parecia saber. Das portas de todas as salas, podiam ser vistas várias cabeças curiosas nos espiando. Mas eu nem notei. Na minha cabeça, só se passavam imagens de diversas maneiras cruéis e dolorosas de matar a Sofia. Quando chegamos à sala do diretor, ele fez sinal de parar para mim.
       -Deixe ela entrar, ela tem que saber - Disse Eduardo, e o diretor, parecendo contrariado, me deixou entrar. Logo após, fechou e trancou a porta.
       -Você perdeu a cabeça? O que tinha sido combinado? Ajudar uma aluna com uma prova e ainda nocautear três alunos logo no seu primeiro dia!? - Berrou o diretor, e eu percebi que existia alguma coisa que não era do meu conhecimento acontecendo.
       -A prova eu fiz para não levantar suspeitas, e os três me provocaram. Mereciam muito pior com certeza.
Disse ele com sua voz fria em um tom que me deu arrepios pelo corpo todo.
       -Gabaritar uma prova de alto nível do nosso colégio em um minuto sem ao menos ter visto a matéria não levanta suspeitas? E se eles mereciam, isso não importa, a questão é outra, você sabe que eu só aceitei a ajuda da "sua gente" porquê achei que meus alunos estariam mais seguros, mas se você mesmo ficar atacando eles, quem será expulso daqui será você!!!
Disse o diretor rápido, e Eduardo soltou uma risada baixa e debochada. Minha cabeça parecia que ia explodir, do que eles estavam falando!?
       -Ok ok, eu admito que a prova eu fiz de propósito, pois não fui com a cara daquele professor. Mas os alunos, bem, eles foram parte de um plano para informar alguém sobre os fatos recentes.
O diretor, visivelmente espantado, perguntou:
       -Plano? De que plano está falando? E você sabe que não pode falar nada sobre o caso com uma aluna por perto! - E apontou pra mim.
       -Por que não contar para a senhorita Luíza? Ela é a principal envolvida na história se minha teoria estiver correta. Ela tem o direito de saber - Eu me espantei. Do que eles estão falando?
       -Isso na SUA teoria. Você sabe muito bem que a polícia não aceita ela! - Eu me segurava cada vez mais para não berrar por explicações.
       -Isso não importa - Eduardo virou-se para mim. - Luíza, segundo quase todas as unidades de polícia estrangeiras, incluindo o FBI, você é a principal suspeita do assassinato do ex-zelador deste colégio.


       Agora sim nada mais fazia sentido para mim. Era uma piada? Polícia estrangeira? FBI? Eles só podiam estar brincando... Era só um simples zelador, não tinha motivo para tamanha operação. Não aguentei mais esperar, e finalmente abri a boca.
       -Suspeita do crime? Ele era só um zelador! Porque envolver uma força como o FBI em um caso tão banal?
       -Por causa de uma denúncia minha - O que ele queria dizer? Meu coração batia como nunca antes tinha feito.
       -Co-co-como asism? E porque EU seria a principal suspeita do  crime?
       -Vou direto ao ponto. Eu sou parte de um projeto antigo para... - E o diretor se levantou da mesa, parecendo mais irritado que nunca.
       -CALE A BOCA! Você não pode contar isso para uma criança, não importa o quão certo de sua teoria você esteja!!!- Eduardo encarou o diretor.
       -Bem, então me perdoe diretor, mas tem que ser feito. Aconselho não me interromper outra vez, para o seu bem. - E se voltou para mim novamente  - Me perdoe. Como ia dizendo, eu sou parte, juntamente com outro homem de um projeto antigo para o desenvolvimento de um super treinamento, o "Death Song". - Super treinamento? "Death Song"? Cada vez menos minha mente aceitava a história. O diretor, muito vermelho, se segurava na cadeira.
       -Pode parecer surreal, mas sim, é verdade. Oito anos de treinamento de mente e corpo, para criar o "justiceiro" perfeito. Obviamente, o projeto não funcionou. Após uma tentativa de roubo do projeto, ele foi abandonado, pois todos os governos envolvidos concordaram que seria o fim da civilização se o projeto vazasse. O governo americano então deixou eu e a outra "cobaia" do experimento trabalhando para o FBI, sobre supervisão de vários agentes do mesmo. Mesmo assim, o meu companheiro, "o segundo", sumiu pouco tempo depois. E é aí que você entra.


       "O que?", minha mente não podia acreditar, o que eu tinha a ver com um projeto doido para criar um soldado totalmente de filmes de ficção científica?
       -Você deve estar se perguntando o que tem a ver com ele, certo? Bem, durante todo o tempo no qual eu convivi com o "segundo", ele foi obcecado totalmente por uma certa garota, brasileira como ele. Sempre usou ela como maneira de suportar nossos treinos duríssimos e as torturas físicas e psicológicas que sofríamos, por isso, acabou criando todo seu mundo, de tristeza e de felicidade, em volta da lembrança dela. Ele me disse que quando fizesse dezoito anos iria atrás dela, não importa o que acontecesse. Essa garota, segundo minha investigação, é você.
Senti minha mente como um espelho despencando de um prédio e se espatifando em uma rua escura e deserta. Não podia ser, não tinha como ser, mas era. O menino das lembranças, só podia ser ele.
       -M-m-mas, como você sabe que sou eu essa garota?- Perguntei, tentando disfarçar a realidade.
       -Quando faltavam poucos meses para o aniversário de dezoito anos dele, juntei todas as informações de você que existiam no computador do "segundo" e vim para o Brasil. Conversas suas no telefone gravadas ilegalmente por ele, seu nome, seu endereço e seu colégio. Meu plano era me antecipar e a supervisionar para poder pegar o "segundo" com a mão na massa. Quando cheguei aqui, percebi que o melhor jeito de observar você era indo ao seu colégio, pois ninguém de fora suspeitaria. Foi um erro ter feito isso abertamente e confiando em uma pessoa errada, admito. - Ele fechou os olhos e suspirou.


       -Eu procurei o zelador, mostrei fotos do "segundo" para ele e prometi uma quantia de dinheiro caso ele me contasse se alguém parecido com ele aparecesse no colégio. O zelador com certeza não foi muito esperto, deve ter tentado conseguir mais dinheiro falando para o "segundo" que um homem queria encontrar ele, e provavelmente tentou vender descrições minhas. E foi isso, menos de uma semana depois da minha aparição, o zelador foi assassinado pelo "segundo", isso tudo claro, segundo a minha teoria.
Eu não sabia o que dizer. Reuni toda a força que tinha e disse:
       -Não entendo, se isso tudo é verdade, por que EU sou a suspeita então? - Eduardo novamente deu uma risada curta e sarcástica.
       -Finalmente chegou na parte interessante. Como é óbvio, o governo dos países envolvidos no projeto não quiseram admitir que o seu soldado "perfeito" fosse cometer tal ato criminoso, e fez de tudo para me calar. Como você estava envolvida na minha denuncia, eles a acusaram como suspeita, mesmo sem provas, testemunhas ou nada, afinal para eles tudo isso pode ser facilmente forjado, provavelmente como forma de acabar com minha denúncia. Eu, para evitar que isso aconteça, planejo investigar mais à fundo o crime, e tentar arranjar um modo de provar sua inocência, não se preocupe, estou do seu lado. - E então ele sorriu. Não sabia se o sorriso me confortava ou me assustava, nem se eu realmente iria querer ajuda de alguém tão estranho, mas qualquer coisa em uma situação como essa é bem vinda. Depois de alguns segundos, ele continuou:
       -Claro que isso era para ser contado somente à você, por isso bolei esse plano, mas agora não faz diferença, o diretor já conhecia a história, e o objetivo de contar para você já está cumprido.
       -Plano? Que plano?- Disse o diretor, fazendo Eduardo rir novamente.
       -Como que plano? Já esqueceu? Sua memória é realmente fraca. O meu plano era me envolver em uma briga e ser suspenso, junto com a senhorita Luíza, para assim poder contar tudo a ela privadamente. Infelizmente, não sabia como ela era agora, pois a foto mais atual que eu tinha era de um bom tempo atrás, então apostei na garota que estava ao meu lado, era a que mais se encaixava no perfil. Foi uma sorte, porque logo que ela abriu a boca na entrada da sala perguntando meu nome, eu vi que meu palpite estava correto. A voz se encaixava na dos telefonemas. Era Luíza.
       -Oh, en-então f-f-foi por isso.- O diretor fechou os punhos com força. Parecia se sentir o ser humano mais imbecil da terra.
       -Mas por que você sabia que o "segundo" tinha uma intenção criminosa? Ele só estava vindo atrás de mim, podia apenas querer me reencontrar!- Percebi que não adiantava me fazer de vítima mais. Estava na hora de saber de tudo.- E porquê eu tenho que saber disso? Não seria mais fácil me investigar de fora?
       -Acredite, eu conheci o "segundo", e sabia que a intenção dele era essa desde a primeira vez que ele mencionou ir buscar você. O porque disso é assunto que não quero comentar por hora, quem sabe mas tarde. E não contar para você? Só se fosse pra deixar você morrer ou sumir na primeira guarda baixa. Sei que você é uma garota esperta, e que não irá cometer erros sabendo de sua situação atual.


       Eu respirei fundo. Tudo tinha ido tão longe que com certeza não tinha mais como ser uma piada. Eu não acreditava que a menos de dez minutos atrás eu estava irritada por causa de uma prova e da Sofia, o problema agora era totalmente diferente e eu enxergava como era imbecil. Também percebi que não fazia sentido ficar apenas esperando a morte vir de braços cruzados. Não queria ser inútil, e pela primeira vez na vida, me senti corajosa de verdade quando levantei da cadeira sem tremer e disse:
       -Me deixe ajudar você na investigação. - Nem eu mesma acreditava que essas palavras eram minhas. Eduardo sorriu, como se esperasse isso havia tempo.
       -Realmente você é muito esperta. Notou bem rápido que esse é o melhor para acabar com essa situação.
       -Mas me diga antes, como chamar o "segundo"? Não me lembro mais do nome dele. - Perguntei, na minha necessidade por informações, por mais inúteis que fossem.
       -Hmm, boa pergunta. O nome pelo qual conheci ele era Mário, e a maioria dos nomes falsos dele começavam com M, então acho que vamos chamá-lo de "M" ou de Mário mesmo.
       -"M"... E por que você quer tanto pegar ele?
       -Bem, digamos que eu e ele temos assuntos inacabados. - E seus olhos faíscaram de uma maneira assustadora, que me fizeram querer nunca ter perguntado tal coisa. - Terminamos por hora. Mais detalhes eu lhe informarei depois. Por favor, vamos agora sair do colégio, como se estivessemos suspensos.


       E assim Eduardo levantou-se e me fez sinal para sair da sala. Saímos rápido, abandonando o diretor e fomos direto para a saída do colégio, sem dizer nenhuma palavra. Sorte que o corredor estava vazio. Quando passamos pela porta principal, Eduardo apontou para o céu. Estava lindo, nunca tinha reparado assim no céu antes. É incrível como nossa visão muda quando nossa vida pode acabar a qualquer momento.


       Death Song. "M". Nomes que eu nunca vou esquecer. E foi assim que, em apenas um dia, minha vida mudou, irreversívelmente.


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