Acordei com o despertador tocando, como já de costume, joguei-o no chão.

Havia passado uma semana desde o dia em que sai do hospital. Charlie e Renée já não estavam mais em Forks, então voltei para casa. Carlisle havia me dado alguns dias de atestado, então só retornaria á escola hoje. Ah como eu queria que fosse tudo um pesadelo!

Levantei, fui ao banheiro e escovei os dentes. Coloquei uma roupa qualquer, passei lápis bem forte para marcar os olhos, penteei o cabelo depois dando uma leve bagunçada. Minha mochila estava do mesmo jeito que deixei a quase uma semana atrás. Desci, como não estava com fome peguei apenas um potinho de Danoninho e uma colherzinha pra comê-lo e fui, peguei minha bolsa que deixei no balcão e fui para o carro; Passei pelo já conhecido caminho para a escola e estacionei o mais afastado dos outros carros que foi possível.

Bad Reputation – Joan Jett

Eu não dou a mínima pra minha reputação
Você está vivendo no passado, é uma nova geração
Uma garota pode fazer o que ela quiser e isso
é o que eu vou fazer
E eu não dou a mínima para a minha má reputação.

Mesmo eu tento deixado o carro mais afastado dos outros, quando eu passei praticamente todos os alunos olharam. Toda a atenção voltada pra mim? Que Ótimo.

Oh não! Não eu.

Cobri minha cabeça com a toca do capuz, abaixei a cabeça e sai andando como se ninguém estivesse olhando.

E eu não dou a mínima para minha reputação

Nunca disse que eu queria melhorar meu status

E eu só estou fazendo bem

Quando estou me divertindo

E eu não tenho que agradar ninguém

E eu não dou à mínima

Para a minha má reputação.

“Não, eu não vou ficar com a cabeça abaixada para ninguém” com essa frase, levantei a cabeça e tirei o toca e continuei andando.

Oh não, não eu

Oh não, não eu.

Estava indo em direção ao refeitório, quando olho para frente e dou de cara com quem eu menos queria... Tânia Denali apelidada carinhosamente de Putânia.

Eu não dou à mínima

Para minha reputação

Eu nunca tive medo de nenhuma divergência

E eu realmente não ligo,

Se você pensa que eu sou estranha

Eu não vou mudar

E eu nunca vou me importar

Com minha má reputação.

- Olhem só garotas, se não é a Srt. Vou Me Matar. – Disse ela com aquela voz de Rebecca Black entrando na minha frente.

- Dá licença oxigenada. – Não foi um pedido, foi mais como uma ordem.

- Como você é estranha! – Disse fazendo cara de nojo.

- Nossa, descobriu o mundo! -  Perdi a paciência.

- Credo. Que Mal Humor. – Disse ainda com cara de nojo.

Oh não, não eu

Oh não, não eu

Olá garotos!

- Dá licença oxigenada?

- Oxigenada não! Meu loiro é totalmente original. – Loiro original? Eu mereço.

- Claro, claro. Original igual nota de R$600. – De onde eu tirei isso?

E eu não dou a mínima

Para a minha reputação

O mundo está com problemas

Não há comunicação

E todos podem dizer

O que quiserem dizer

Nunca melhora mesmo

Então por que eu devo me importar

Com a minha má reputação de qualquer jeito?

Deixei-a pensando em notas de R$600 e continuei meu caminho.

Oh não, não eu.

Oh não, não eu.

Quando passei pela porta do refeitório foi a mesma coisa, todos olhando. Será que não param com isso?

Eu não dou a mínima para a minha má reputação

Você está vivendo no passado

É uma nova geração

E eu só me sinto bem

Quando eu não sinto dor

E é assim eu ficarei

E não dou a mínima

Para a minha má reputação

Olhei no meu relógio que havia lá e ainda faltavam quinze minutos para bater o sinal, resolvi sentar em alguma mesa até o maldito sinal tocar. Procurei por todo o refeitório e encontrei apenas uma mesa vazia, já que era a única, fui sentar lá. Como sempre, peguei meu Ipod e comecei a ouvir musica. Estava ouvindo Monster – Paramore  quando olho pra frente e vejo Haay, Jane, Ang e Alice  vindo na minha direção. Essas quatro só andam juntas agora é?

Oh não, não eu

Oh não, não

Não eu, não eu

 - Fiquei sabendo que você e a Tânia discutiram... – Disse Ângela.

- É sim, por quê? – Curiosidade matou o curioso.

- Nada não. – Respondeu sentando-se em uma das cadeiras.

Elas começaram a conversar, parecia interessante, mais nem me importei em prestar atenção. Abaixei um pouco o volume, para que caso o sinal tocasse eu conseguisse escutá-lo. Aproximadamente dez minutos depois ouço o sinal tocar, que ótimo, só espero que nenhum professor venha me pedir explicações. Continuei caminhando até a sala de biologia... A droga! Vou ter que me sentar ao lado do Edzinho.

Entrei na sala e todos olharam novamente. Edzinho já estava sentado e lá fui eu sentar também, como se fosse automático, todos viraram para me olhar, nesse mesmo instante o Sr. Banner entrou na sala. A primeira pessoa que ele olhou foi pra mim.

- Vejo que esta de volta Srt. Swan. – Disse com um sorrisinho falso.

- Não querido professor, é que eu morri e meu espírito veio lhe assombrar. - Já comentei que sarcasmo é a minha especialidade?

- E a educação continua a mesma... - Ele continuou.

- Fazer o quê?

- A senhora já esta querendo fazer uma visitinha a Sra. Tanner? – De novo aquele sorrisinho falso.

- Calminha professor, o senhor anda muito estressadinho. Se quiser posso trazer uns bagulho pra você cheirar daí vai ficar calminho, calminho.- Provocar é sempre bom.

- Muito obrigada, mais não será preciso Srt.Swan. Que tal a senhora compartilhar conosco o porquê de ter ficado tanto tempo sem vir à escola? – Ta brincando né?

- Claro. – Ainda essa semana eu juro que vou tentar pixar o carro dele.

Levantei, e como sempre que já esta virando costume, todos olharam.

- E ai molecada, beleza? Então eu fiquei uma semana sem vir pra escola por que tentei me matar! Legal né? – Sarcasmo de volta.

- Pode sentar Srt. Swan. – Disse Sr.Banner se sentando.

Quando passei pela mesa dele, sussurrei em seu ouvido?

- Tem certeza que não  quer uns bagulho?

 Senti ele se arrepiar, mais ele era tonto mesmo, pensando que eu usava drogas, posso até sair vestida de Dora Aventureira na rua, mais as drogas nunca.

- Detenção Srt.Swan.

- Valeu. – Peguei minhas coisas e fui para a já conhecida sala no final do corredor para bater um papinho com a Sra. Tanner. Putz! Sr. Banner esqueceu de me dar o papelzinho de advertência. Vou ter que voltar lá.

Passei pelo corredor inteiro novamente e bati na porta. Ele abriu a porta com um sorriso, quando viu que se tratava de mim, o sorriso morreu na hora,

- O que a você quer? – Depois falam que eu sou mal educada.

- O papelzinho de advertência...

- Claro. – Entrou, sentou, escreveu na fichinha, levantou e me entregou.

Não falei nada, só sai andando, mas percebi que ele ficou na porta olhando. Quando estava no fim do corredor virei e ele ainda estava lá olhando, que tal se provocarmos mais um pouco?

- Tchau professor! – Gritei o mais alto que pude.

Ele só fechou a porta.

- Sem Educação! – Gritei mais alto ainda.

Já estava em frente à sala de detenção, bati na porta mais ninguém veio abrir, bati novamente e nada, dei um chute nela e Sra.Tanner veio finalmente abri-la.

- Desculpe, é que como achei que você não viria hoje para a escola acabei dormindo. – Ele disse com um sorrisinho amarelo.

- Ta, ta, ta. – falei entrando, me sentando e colocando os fones.

Sentei em um canto qualquer, como estava morrendo de sono dormi.

Acordei com Sra, Tanner me cutucando.

- Desculpe querida, mais é que já vai bater o sinal para a troca de aula. – Disse ela.

- A ta... – Respondi ainda meio grogue.

Levantei, passei pelo corredor novamente (que agora estava lotado) e parei em frente à sala de Biologia novamente. É mesmo, esqueci de comentar que hoje tenho duas aulas seguidas dele. Animação lá em baixo.

Parei em frente à porta da sala, mas não vi Sr. Banner lá dentro, dei outra olhada e mesmo assim o vi. Resolvi perguntar para a garota que senta ao lado da porta, acho que Cristiane.

- O menina... – chamei e ela nem prestou atenção- O garota!- Gritei e ela olhou assustada.

- Si...sim? – Respondeu gaguejando.

- Sabe onde esta o professor? – Perguntei e ela .

- Não sei, ele disse que iria até o carro pegar alguns livros... – Respondeu um pouco confusa.

- Obrigada.

PERAÊ eu agradeci? Tanto faz, agora já foi.

Entrei na sala sem o professor estar lá mesmo, e sentei no meu habitual lugar ao lado de Edzinho. É, acho que vou começar a conversar com ele já que não tem nada melhor para fazer.

- Oi Ed!

- Oi. Espera ai, não era Edzinho... - Ele disse confuso.

- Bem se você prefere Edzinho. – Como ele quiser.

- NÃO É SÓ QUE... - Ele parou de gritar na hora em que viu que o professor estava entrando na sala.

Quando entrou o primeiro lugar em que Sr.Banner olhou foi para onde eu estava, sabendo que era por minha causa, resolvi mostrar meu sorriso colgate a ele.

- Srt. Swan eu não havia lhe mandado para a detenção?- Perguntou sorrindo.

- Corretamente, o senhor HAVIA mandado, agora já é a segunda aula.

- Muito engraçadinha. – Ele disse se virando e indo até a lousa passar a matéria.

- Passou o mal humor Bellinha? – Perguntou Edward próximo ao meu ouvido, me fazendo estremecer.

- Você ainda não viu nada Cullen querido. – Sussurrei no ouvido dele.

Como não iria copiar a lição mesmo comecei a rabiscar pequenas caveiras em meu caderno, sentido o olhar do professor em mim às vezes, mais ele sabia que eu não fazia lição na aula dele. Então iria parar de desenhar por quê?

Só me toquei de que já havia batido o sinal para o intervalo quando vi que a sala estava vazia. Peguei tudo o que estava na mesa e joguei dentro da mochila. Levantei e caminhei em direção a porta, só por costume fechei-a.

Quando comecei a andar pelo corredor ouço novamente a voz Rebecca Black de Tânia:

- Vai fugir de mim novamente Isabella? – Sua voz era de um tom desafiador.