Churrasquinho de Alice, refrigerante de Jane, sorvete de Hayley e salada de Ângela.

Esses eram meus planos de vingança. Como aquelas futuro lanchinho de Bella puderam fazer isso comigo?

Melhor, por que logo Edward? Um encontro com Capitão Jack Sparrow ninguém arranja né? Agora, como elas fizeram isso se eu nunca contei pra ninguém que eu estava apaixonada por Edward. Tudo em que eu falo dormindo mas... não dormi na casa de ninguém por esses dias, eu ainda estava na casa da Hayley por conta dos meus pais, mas dormíamos em quartos separados e eu logo voltaria pra casa, não me importando com Renée ou Charlie, afinal eles tinha que me aturar até meus 18 anos.

Voltando ao que esta acontecendo agora, todos estavam com cara de culpado. [N/A: como diz minha tia, cara de puta lavada ’~’ N/B Essa é diferente em ‘-’] Alice com um sorriso amarelo, Hayley olhando pros lados, Jane colocou o capuz da blusa e Ângela olhando para seus pés. E Edward... bem, aquele cabelo ensebado estava com aquele maldito sorriso torto, uma hora dessas ainda ia quebrar esses dentes, esquece vai, os dentes dele são lindos.

Que isso Bella? O cabelo dele é ensebado e esse sorriso te irrita. Mentira. Ai meu deus, agora eu falo sozinha.

Olhei pra eles novamente, que agora me encaravam. Comecei a fazer meu drama.

– Não acredito que fizeram isso comigo. Oh minha santa batata frita, logo comigo que amo tanto meus amigos, sério, o que tinham na cabeça quando fizeram isso? Pelo menos podiam ter escolhido melhor não? Tipo Jack Sparrow ou Robert Pattinson. Tem cabeça pra que? Só pra juntar piolho e gastar xampu? – Perguntei me fazendo uma expressão incrédula.

Eles estavam de olhos arregalados. Acho que exagerei um pouco, mais só um pouco.

– E por que acha que foi armado? – Edward perguntou chegando mais perto.

– Por que... Bom, é que... Sabe... – Eu não tinha argumentos.

Eu não tinha pensado nisso antes, quer dizer, e se fosse mesmo acidentalmente? Não, não foi acidentalmente, eu as conheço muito bem para saber que haviam tramado aquilo.

– Está vendo Bella? Você é que imagina demais. – Disse Ângela com uma cara inocente.

Sei bem o jeito que eu imagino demais. Eu posso ser tudo, menos louca. Ta bem, talvez um pouquinho.

– Imagino demais não? Conheço-te muito bem senhorita Weber. Não sou louca nem burra. Agora, por que fizeram isso? Tipo, o que o Edward tem a ver com isso? – Perguntei.

Eles se entreolharam. Ai tem coisa.

– Por... Seria... Legal você ver o Edward, já que ele ta... - Alice começou, mas foi interrompida pela Jane.

– Ele ta percebendo que você tava fugindo dele, NÉ ALICE? – Gritou a ultima parte.

–É? Ah é..é sim por que, você, fugindo, dele. Isso você estava fugindo DELE!!!

–Ta Alice ela entendeu - Disse Jane.

–Por que estava fugindo de mim?- Disse Edward, com um rostinho triste, tão lindo, PARA BELLA!

–Primeiro motivo, não tenho que te dar explicação. Segundo, não quero que você saiba das coisas que eu faço.

–Cambada corre, armário atrás de nós.

Começamos a correr, Alice na frente, ela conhecia o shopping como o quarto dela. Mas ela parecia meio perdida.

– Alice aonde nós vamos?- gritou Ang.

–Não sei! Criança desviaaaaaaa. – Gritou quando viu que tinha uma criança também correndo em nossa direção.

–AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH - Gritamos todos.

–AI MEU DEUS A FONTE- gritou Jane.

Já era tarde, todos já tinham caído lá.

–Meu cabelo, meu lindo cabelo. - Choramingou Alice.

–Meus trezentos dólares - Chorou Jane.

–Aaah o coitadinho do meu celular - Ang desatou a chorar.

–A Belinda, coitadinha da minha Belinda!- Gritei já sentindo meus olhos enchendo de lágrimas.

–Quem é Belinda? E por que está se preocupando com ela quando nos caímos na fonte do shopping Bella?- Perguntou Edward.

Esse negócio dele muito perto de mim não ta dando certo.

–Não fala da Belinda não ok?Ela foi o primeiro cabo da minha guitarra. – Respondi empinando o nariz.

–Gente vamos logo temos 15 minutos até o shopping fechar. O único banheiro feminino que podemos ir fica no segundo piso. – Alice chamou.

Eu levantei e todos foram correndo para o banheiro.

– INFORMAMOS QUE O SHOPPING SE FECHARÁ EM 5 MINUTOS- Disse a voz misteriosa.

–Corre cambadaaaa - Jane começou gritar.

Só vi quando começamos a correr, acho que nunca corri tão rápido na minha vida inteira.

Por sorte não nos perdemos. Quando chegou à escada rolante, a voz anunciou novamente dizendo que agora faltavam três minutos.

Agora que começamos a correr de verdade, se eu continuasse desse jeito eu podia ir pras olimpíadas que ganhava fácil.

O pior de tudo, é que já não tinha quase ninguém lá. Então se o shopping fechasse, íamos ficar sozinhos lá.

Por sorte passamos da porta ainda faltava um minuto.

Quando paramos de correr deu uma vontade de se jogar no chão, uma moleza no corpo.

Apoiei-me nos joelhos e respirei fundo, os outros faziam a mesma coisa. Nunca mais vou á um shopping com esse povo. Ta bom, talvez um vez ou duas, quem sabe quatro...

– Nossa... Nossa... Acho que... Nunca corri... Tanto Assim... Nem em liquidação... De... Sapatos. – Alice disse ofegante.

– Me lembrem de nunca mais ir á um shopping com vocês. – Jane pediu sentando no chão.

– Parem de reclamar, nem correram tanto assim. – Edward resmungou enquanto começa a sair em direção ao estacionamento.

Esquece tudo o que eu falei do Edward, agora eu ia dar uns bons tapas nele.

– Se ta se achando né? [N/A: Frase da minha mãe quando esta quase voando no pescoço da pessoa N/B: minha frase que falo quase todo dia =P] Olha, ninguém aqui corre maratona, nem é campeão nas olimpíadas. E eu sei que por dentro você também ta quase morrendo. Então cale essa boca, e bote essas pernas pra andar mais um pouco por que ainda temos que ir até o carro. – Fui grossa.

Nossa, pensando agora, passei a maior moral né? Também, o Edward fica reclamando.

Mas quando eu disse tudo aquilo o rosto dele murchou, eu não devia ter sido tão grossa daquele jeito.

Mas já falei, e não vou pedir desculpa. Se bem que eu devia né? E agora se ele ficar bravo comigo?

Espera um pouco, até umas semanas atrás eu não estava nem ai pro que falava, então por que agora?

Deixa isso pra lá vai, já falei mesmo.

Olhei para as meninas, que tinham a boca meio aberta. Ai não, não vai dizer que elas ficaram bravas comigo.

Querendo sair logo dali, e querendo aliviar o clima, resolvi apressa-las.

– Então né, vamos embora logo? Daqui a pouco vai ficar muito tarde e... VAMOS EMBORA LOGO! – Gritei de uma vez.

Ninguém respondeu nada, só foram em direção ao carro.

Sério, eu não sei o que fiz. É normal me ver gritando com as pessoas não é? Acho que fiz isso a maior parte da minha vida. Então por que agora isso?

Eu não queria perguntar nada, pra evitar brigas.

Mais eu sinceramente não entendia o por que daquilo.

– Quem vai dirigindo? – Se entreolharam mas não falaram nada. – Eu dirijo então. Cadê a chave? – Pedi.

– Aqui. – Ângela tirou as chaves do bolso e não falou mais nada.

Ah mais eu vou fazer eles falarem! Gritar pelo menos, lembrando agora que na rodovia que devo pegar pra voltar á Forks tem um barranco.

O carro não era meu, e eu podia simplesmente me descontrolar. Ai pela como você tem bons planos. Eu só espero que ninguém se machuque, por que ai meu plano não seria tão bom assim.

** **

Até agora estava indo tudo bem. Começaram a falar mais, mesmo assim não desisti do meu planos.

Afinal não era sempre que se tinha um plano perfeito desses.

Eu sei que ninguém vai se machucar e sei que eles vão voltar a falar. Sei que vão me agradecer e dizer que me amam.

Agora estavam em silêncio, á uns 10 minutos atrás estavam falando de sorvetes. Depois me chamavam de criança...

Era agora que começaria a colocar meu plano em prática.

O barranco estava logo á frente e eu coloquei o primeiro cd que achei no rádio do carro.

Era um dos singles do Paramore, In The Mourning. É, eu gosto dessa música.

Comecei a cantar alto um dos versos da musica.

– Now there's nothing but time that's wasted, and words that have no backbone. – Berrei com a minha voz desafinada.

Bem nessa hora bati no barranco, e todos começaram a gritar. Primeira parte do plano concluída.

Me distrai e comecei a fazer a dancinha da vitória. Foi ai que eu perdi o controle do carro de verdade.

Acho que meu plano não é tão bom assim.

Até eu comecei a gritar.

O carro foi rolando até parar, eu sabia que estavam todos vivos, pois eu conseguia distinguir a voz grossa de Edward, os gritos estridentes da Alice, Jane desesperada, Ângela com com os gritos meio fracos, acho que estava chorando e Hayley gritando desesperadamente dizendo que não podia morrer antes de tomar seu ultimo sorvete.

Depois que o carro parou os gritos cessaram, e eu só os ouvia perguntando uns aos outros se estava tudo bem. Eu queria fazer a mesma coisa, mais estava me sentindo tonta. Meus olhos insistiam em se fechar.

Eu ouvia o barulho de pessoas se aproximando, e alguém chamando meu nome.

Eu comecei a pensar o porquê mesmo de eu ter feito aquilo, cheguei a conclusão que eu havia feito uma besteira, e alguém poderia sofrer a conseqüência daquilo.

Não aguentando mais, fechei os olhos.

** **

Bip. Bip. Bip.

Era tudo o que eu ouvia.

Será que morri e fui pra um lugar cheio de bips? Eu conhecia esse barulho... Ah lembrei! Esse era um daqueles bips de hospital, daquele aparelho que eu não sei o nome e que ficam monitorando os batimentos cardíacos.

Espera.

Eu estou em um hospital?

E tudo começou a vir como um flash.

Shopping. Plano. Batida. Descontrole.

– Oh meus deus, matei alguém? – Falei comigo mesma.

Eu acho que pelo menos vivos eles estavam, pois lembro deles perguntando se estava todo mundo bem.

Quanto tempo eu fiquei aqui? Ainda tenho meu corpo inteiro? E se fizeram uma cirurgia em mim e deu algo errado, como por exemplo... Se deixaram uma tesoura dentro de mim? E se foi uma serra elétrica? Eles usam serras elétricas em cirurgias? E se fosse um bastão de beisebol? Agora eu exagerei ninguém usa bastões em cirurgias não é? Ou usam?

Eu já estava a ponto de chorar imaginando se tivessem esquecido alguma coisa em mim.

Quando as lágrimas ameaçaram escapar entra um médico.

– Que bom que acordou Srt. Sawn. – Comentou sorrindo.

Devia ter por volta dos cinqüenta anos, cabelo grisalho e alto.

– O que? Eu estava em coma? Alguma parte do meu corpo foi esmagada? Meus amigos estão bem? Alguma parte do corpo deles foi esmagada? OMG acho que não sinto minhas pernas, nem meus braços! – Comecei a surtar novamente.

– Calma esta bem? – Ele pediu.

Como eu podia ter calma agora? Mesmo assim assenti.

– Você não estava em como, apenas bateu a cabeça e resolvemos á deixar em observação. Ninguém teve nada esmagado, e pelos exames que fizemos seus ossos estão todos no lugar, então suas pernas e braços devem estar funcionando normalmente. – Me assegurou.

– E os outros, estão bem? Alguém já avisou Emmett? Quando ele ficar sabendo vai me matar. Também quem manda eu ter planos idiotas... – Parei de falar antes que dissesse o que não devia.

– Não fui eu quem fez os atendimentos, mais pode ter certeza que estão bem. Enquanto á seu irmão... Seus pais estão na recepção.

Morra Isabella. Ta vendo.

Droga de plano.

Você se machucou, ninguém te agradeceu e ninguém disse que te ama.

Vai lá de novo jogar o carro num barranco. E eu nem sei de quem era. Dinheiro pra pagar outro eu não tenho, e se eu depender de Charlie pra isso ele vai ficar me perturbando até não ter mais voz.

– Se não se importa, seus pais gostariam de entrar. – O médio anunciou se retirando.

– Não... – Ele já tinha saído.

Agora era ouvir sermões e reclamações. Muito bem Bella.