Masquerade escrita por Misu Inuki


Capítulo 1
Introdução




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O passado jamais morrerá... E para o meu desespero, tão pouco voltará.
Arrependimento? Não sei dizer. Minha atitude foi a mais racional a ser feita num momento como aquele, mas vejo que o preço é ainda mais pesado do que eu imaginava.
Ainda vejo seu rosto banhado pelas lágrimas em meus sonhos. Sussurrando desesperado que me amava. Nesse momento eu tento gritar, mas a voz não escapa da minha garganta.
E então eu acordo, na cama macia e de lençóis alvos da mansão Chagny.

E você não esta mais aqui.

Então eu me lembro da melodia que eu cantava pelos corredores da Opera Popularie...
“Ele sempre estará aqui, dentro da minha mente.”
E dói tanto saber que isso verdade, saber que você estará apenas na minha mente.

Você se tornou um Fantasma de verdade na minha vida. Vejo-te em minhas lembranças, mas não posso toca-lo, não posso mais ouvir sua voz preenchendo a minha alma com sons e magia.
Isso tudo por minha causa. Eu e unicamente eu, sou a responsável pelo meu sofrimento.

Deveria sentir raiva de você.
Deveria culpá-lo.
Mas não posso mentir para mim mesma...
Bem no fundo da minha alma, eu sei...
Você saiu da minha vida para me proteger.

Já perdi a conta de quantas vezes acordei durante a madrugada chorando em silêncio. Não havia mais um par de olhos me velando enquanto eu dormia.

Apenas esse maldito silêncio.

Acho que se o Raoul não tivesse me proibido de cantar, eu mesma o faria.
Minha voz pertence ao meu Anjo, e ninguém mais.

Será que você está bem? E por onde anda?
Em momento de loucura, imagino que você esta aqui, escondido nos enormes e solitários corredores da mansão. Mas quando olho meu reflexo no espelho do toucador, não encontro nenhuma máscara branca refletida ali. Somente minha própria palidez, atenuada durante os anos que se passaram.

Estou cumprindo meu papel de esposa. Gustave é inteligente e está crescendo forte e saudável. Participo radiando elegância na temporada de festas em Londres, e mesmo não tendo sangue nobre aparento levar tudo na naturalidade.
Raoul nunca teve e nem terá motivos para se envergonhar de mim... Mas eu tenho.

Me sinto a pior das mulheres por beija-lo pensando nos lábios de outro. Por não ser capaz de entregar meu coração em uma bandeja de prata para ele. E principalmente por ver meu querido Gustave crescendo sem saber da verdade sobre sua origem.

Sinto vergonha da máscara que uso todos os dias da minha vida. A máscara da feliz e realizada Viscondessa de Chagny.

Mas fiz o que precisava ser feito, e não tenho o direito de me arrepender por isso.
Mesmo sabendo que sempre me sentirei apenas meio-real.

Parte de mim sempre está com meu Anjo, pois a nossa música da noite ainda não está terminada...


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