Halo: as asas Caídas de Ivy escrita por GillyM


Capítulo 9
Batalhas


Notas iniciais do capítulo

Mais revelações acontecem neste capitulo, Ivy fica cada vez mais forte e ficará cara a cara com a decisão que pode definir sua escolha que pode levá-la a um caminho sem volta!



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Pisquei os olhos e olhei novamente para Luc e lá estava o rosto dele novamente, nada de Gabriel, ainda bem. Luc me olhou desconfiado, mas achei melhor não lhe dizer nada, não sabia como ele poderia reagir aquilo, pois eu mesma fiquei envergonhada. Luc se levantou, colocou um o roupão e foi atender a porta, eu fiquei na cama pensando no que havia visto, me senti enojada, Como poderia pensar aquilo de Gabriel? Ele era divino, nunca poderia pensar nele daquela forma, que coisa horrível!

- Pronto! Podemos continuar – Luc disse ao fechar a porta – O que quer fazer agora?

- Só quero descansar – Respondi me afundando nos lençóis – Você me cansou!

Luc parou repentinamente, ficou alerta e olhou para todos os cantos do quarto, suas narinas se abriam como se farejasse algo, como um animal. Logo senti também, uma energia diferente nos cercava, mas não conseguia definir o que era, se era bom ou ruim, e a expressão no rosto de Luc mostrava a mesma inquietação que me consumia.

Quase que simultaneamente nossas asas se amaram e nos acolheram como escudos, não conseguia entender o que estava acontecendo e minhas asas, até onde eu sabia, não tinha movimentos próprios.

- Venha comigo, há algo de errado acontecendo! – Luc disse ao segurar minha mão – Vamos sair, mas não se distancie de mim!

- O que está havendo? – Perguntei aflita, o clima estava ruim e a lâmpada do abajur começou a falhar – O que é isso?

A luz do abajur começou a piscar e algumas sombras começaram a se formar nas paredes do quarto, mas não eram sombras comuns, elas se movimentavam e não tinham formas definidas. Algo sombrio estava entre nós.

Luc abriu a janela e saiu por ela me levando junta a ele, suas asas ficaram em posição de vôo e parta acompanhá-lo fiz o mesmo, nas sobrevoamos a cidade que parecia estar em pane. As pessoas corriam amedrontadas para suas casas, era possível ouvir gritos de pânico e portas se fechando violentamente, minutos depois não podia se ver ninguém ou ouvir nenhum ruído, absolutamente nada, apenas se avistava um forte vendaval que sacudiam as arvores e que dificultava o movimentos de nossas asas. O som provocado pelo vento era atordoante e aterrorizador.

O céu foi tomado por uma cor diferente, a luz branca do luar ficou vermelha, nuvens carregadas surgiam no céu, como se trouxessem um enorme temporal, continuamos voando, o vento rasgava nossos lábios e nos provocava dor. Luc desceu no mesmo campo abandonado que tivemos horas antes, sem entender sua atitude, eu fiz o mesmo, aquela não era a melhor hora para questionamentos.

- Isso é o céu? – Perguntei ainda mais angustiada – Ou isso é coisa do inferno?

- Eu não sei – Ele respondeu aos gritos, pois o barulho do vento estava quase ensurdecedor – Receio que vamos descobrir agora!

O vento parou subitamente e o silencio se estabeleceu por apenas um minuto, logo pode se ouvir ruídos que vinham do céu, e que só aumentavam, como se estivesse se aproximando de nós. Logo pudemos sentir o deslocamento do ar, e os ruídos iam tomando formas, nós não podíamos ver nada, mas sabíamos que aquele ruído atemorizante vinha de asas, enormes asas e furiosas.

Uma imagem se materializou entre nós, ela carregava uma força que nos atirou para longe um do outro, quando dei por mim estava na extremidade do campo e Luc estava do outro. Vários feixes de luz branca se projetavam no campo, estes feixes iam tomando forma um a um, eram guerreiros do céu, arcanjos que foram mandados para nos destruir, vinte arcanjos que eram guiados por Gabriel, seu rosto possuía a mesma expressão que vi minutos atrás na pensão.

Os quatro lados do campo estavam ocupados, um por mim, dois pelos arcanjos e o outro por Luc, Gabriel ficou no centro do campo, separando Luc de mim.

- Onde está? – Gabriel perguntou a Luc – Me de, agora!

- Não sei onde está! – Ele respondeu – Por que quer saber?

- Insolente! – Gabriel  o afrontou – Deviríamos ter o matado!

- Como você fez com Savannah? – O tom de Luc era provocador – É isso o que quer?

Gabriel gritou enfurecido para que Luc se calar, estava claro que aquele assunto era de conhecimento apenas dos dois, os demais arcanjos e eu ficamos ouvindo as provocações um do outro sem entender a que eles se referiam.

- Vá embora Luc! – Disse Miguel que surgiu em meio aos outros arcanjos – Essa luta não é sua!

- Está enganado! – Luc retrucou furioso, mas ainda mantinha sua postura, como se fosse inatingível – Essa luta é mais minha do que sua!

Miguel se direcionou a mime caminhou em minha direção a passos leves, como se flutuasse, ele estava misteriosamente calma, como se tivesse certeza do que aconteceria em seguida. Luc ficou ainda mais furioso com a atitude de Miguel e para me proteger armou suas asas e ensaiou uma tentativa de vôo para se colocar a minha frente, mas foi impedido por Gabriel e seu pequeno exército.

Fiquei parada imóvel, apenas observando Miguel se aproximar e Luc lutando contra todos aqueles arcanjos, luz e escuridão se misturavam naquela madrugada tão sombria e infelizmente havia mais luz que escuridão, Luc era poderoso, mas contra vinte poderosos arcanjos, talvez ele não conseguisse escapar.

Os gritos de Luc machucavam meu ouvido e meu coração, mas por de trás de todo aquele barulho, uma voz ecoou em minha mente me dizendo para desaparecer. Olhei para Luc e seu olhar confirmou minha suspeita, a voz em minha mente era dele,me pedindo para desaparecer, para fazer o que havia feito antes, naquele mesmo campo. Acenei minha cabeça positivamente, não imaginava que eu fosse capaz de fazer aquilo, mas precisava agir imediatamente, no mesmo instante Luc desapareceu então fechei meus olhos e tentei fazer o mesmo, mas não conseguia, era preciso muita concentração, Luc estava mais treinado e a voz de Miguel não me deixava concentrar.

- Não adianta! – Miguel me afrontou – Seu destino já foi traçado, será agora ou mais tarde!

- Não! – Fui tudo o que consegui dizer – Este não é o meu destino!

Miguel materializou uma flecha e um arco, ele não disse, mas eu sabia que aquela flecha era a única que poderia me destruir. E se apenas bastasse ter a flecha? E se o arco não importasse como muitos acreditavam? Aquele seria meu fim.

O medo e a pressão que Miguel exercia sobre mim, não me deixavam desaparecer, o medo ficou ainda mais presente quando ele apontou o arco armado em minha direção. Meus pés começaram a tremer, meus músculos ficaram tensos, havia algo dentro de mim que queria sair, algo que eu não sabia o que era e que também temia.

Senti a pele de meu corpo queimar, minhas asas se armaram, mas desta vez não me protegeram, elas ficaram arqueadas para trás, em posição de ataque. Miguel e Gabriel se afastaram bruscamente, eles e os demais arcanjos ficaram a me observar, todos com a mesma expressão na face, expressão de incredulidade, eles olhavam temerosos para mim, mas eu não entendia o por que.

- O que você é? – Perguntou Gabriel – O que você se tornou?

- Este não é o meu destino! – Minha voz soou como várias vozes ao mesmo tempo, como se varias pessoas falassem.

Levantei minhas mãos, de minhas palmas saíram luzes, brancas e negras, meus movimentos eram completamente espontâneos, me sentia como uma boneca sendo orquestrada por uma força maior. As luzes saiam de minha boca e de meus olhos também, e num gesto rápido, eu as direcionei a eles, que foram jogados para longe, para fora do campo.

Os arcanjos desapareceram, apenas se mantiveram ali, Gabriel e Miguel, talvez fossem os mais poderosos de todos, mas definitivamente, eram os mais destemidos de todos. Gabriel se aproximou de Miguel e arrancou o arco-flecha de sua mão, decididamente apontou para mim, e olhou dentro dos meus olhos, e sem medo nenhum lançou a flecha.

Naquele momento tudo parecia estar em câmera lenta, eu podia ver o trajeto que a flecha percorria antes de chegar até mim. Sem poder fazer nada fiquei parada e obsevei cada segundo, e vi Luc aparecer na minha frente no ultimo segundo que me restava, ele pegou na minha mão e fechou os olhos, fiz o mesmo e imaginei um lugar seguro, no segundo seguinte desapareci.

- O que faz aqui? – Tristan dizia ao me sacudir delicadamente – Você está bem?

- Por que sempre venho até você? – Perguntei ao abrir os olhos – Onde estamos?

- Ginásio de esporte! – Ele disse ao me ajudar a levantar do chão – Você não deveria me procurar. Vão pensar que estou te ajudando.

- O que posso fazer? – Respondi – Sempre que penso em algo bom, você me vem a cabeça!

- Fico feliz em saber! – Ele sorriu – O que houve?

- Quase fui exterminada por arcanjos – Disse ao examinar meu corpo – Já é dia? A quanto tempo estou aqui?

- Há muitas horas! – Ele disse ao se sentar a beira da piscina – Fiquei a te ver dormir, estava tendo pesadelos?

- mais ou menos isso! – Respondi retribuindo o sorriso e logo depois perguntei intrigada – Por que não me entregou aos arcanjos? Logo agora que eu estava vulnerável.

Ele sorriu, mas não respondeu minha pergunta, ficou a brincar com a água da piscina. Senti que a água era importante para ele e senti também que havia uma dor em sua alma, uma marca profunda nela, mas resolvi não tocar no assunto.

- Tentei seguir seus conselhos de usar meus poderes para saber o que fazer, mas não deu muito certo – Disse a ele.

- Talvez ainda não seja a hora – Ele me instigou – Talvez não seja a hora de fazer suas escolhas!

- E eu vou ficar assim? De um Aldo para o outro com um monte de seres tentando me matar – Argumentei – Isso não é divertido!

Ele me olhou nos olhos, havia um grande ponto de interrogação em seu olhar, ele tentava me decifrar, eu podia ver aquilo.

- Por que você me ajuda? – Perguntei novamente – Isso faz parte do plano?

- Você fica ao lado de Luc, mesmo sabendo que não deve – Respondeu ele – Você consegue explicar isso? Isso não era contra seus princípios?

Fiquei em silencio por um minuto tentando compreender as palavras que ele me dissera, eram um pouco vazias, mas faziam muito sentido para mim.

- A sua missão aqui, tem haver com sua vida passada? – Perguntei curiosa – Quando você era humano?

- Você é esperta assim? – Ele brincou – Ou são seus poderes?

- São meus poderes! – respondi rindo – Me conta. Não vou matar você ou destruir sua missão.

- Você não se lembra mesmo de mim? – Ele me perguntou serio – Não se lembra das suas missões?

Aquilo foi estranho, eu me lembrava de todas as minhas missões, alguns não se lembravam, mas eu lembrava todas, mas justamente a de Tristan não me vinha a cabeça.

- Não consigo me lembrar! – Disse a ele – Sinto muito. Me conta!  

- Como não pode se lembrar? – Ele perguntou incrédulo – Fui sua primeira missão aqui na terra.

Fiquei em choque, eu me lembrava perfeitamente daquela missão, jamais a esqueceria. Foi quando possui pela primeira vez meu poder de cura, Tristan estava ferido e preso as ferragens de um carro, ele era especial, sempre foi, com apenas um toque ele podia curar doenças e salvar vidas assim como eu, mas a diferença era que ele fazia tudo isso quando era apenas um humano, com oito anos de idade.

Ele era perseguido por produtores de televisão e cientistas psiquiatras que tentavam entender seu dom e dar uma resposta a ele, como se isso fosse algo que pudesse ser explicado pela ciência humana. Na noite do acidente, eu estava lá para protegê-lo de um demônio que queria seu poder a todo custo, claro que o acidente foi provocado por ele, mas felizmente eu estava na hora e local certo e evitei a sua morte.

- Sempre quis saber o que ocorreu depois do acidente – Disse a ele emocionada, as reações humanas ainda me assustava um pouco – Só me lembro de você chegar ao paraíso anos depois.

- Eu não durei muito, ajudei muitas pessoas – Ele explicou – Mas não me arrependo de ajudá-las. Quando eu as curava, era como se absorvesse sua doença, seu ferimento e isso me matavam aos poucos.

- Foi muito nobre de sua parte! – O elogiei – Por isso estou feliz de ocupar meu lugar. O qu faz aqui?

- Há uma garota que perdeu o pai – Ele explicou – Ela está andando com a pessoa errada e estou aqui para tentar mudar seu destino.

A porta do ginásio se abriu e muitos alunos começaram a entrar, estava na hora de ir embora, encontrar Luc, pois deveríamos estar no mesmo lugar e não separados. Acho que nossos pensamentos se dividiram, por isso fomos parar em locais diferentes.

- Uma coisa que ninguém sabe é que também posso ver o que há na alma dos outros seres, sejam eles da luz ou escuridão – Ele disse antes que eu fosse embora – Por isso acredito em você, mesmo que a escuridão more no seu coração, ela não a possui, você a controla e isso te faz diferente dos seres das trevas.

Abri um largo sorriso e ele retribuiu, me despedi e fui para o vestiário. Esperei ficar sozinha e fechei os olhos, pensei em Luc, mas só na quinta tentativa eu consegui desaparecer.

Quando abri os olhos estava em Maycefalls, não entendia o porquê de sempre ir para aquela cidade, o que havia de tão importante naquele lugar que atraia tanto Luc. Olhei ao redor e estava na praça, na mesma praça que conheci Luc, ele estava sentado num banco, na verdade era o mesmo banco que eu adormeci antes de conhecê-lo.

Ele estava de cabeça baixa e com o tronco encolhido, me aproximei e chamei por seu nome, ele se levantou e pude ver um buraco em seu peito, a flecha havia o atingido nas costa e saído pelo peito, felizmente a lenda estava certa, era necessário ter o arco-flecha verdadeiro para poder matar um ser poderoso.

- Não foi o suficiente para me matar – Ele disse quase sussurrando – mas me feriu muito, senti que perdi parte de minha escuridão.

- Não se preocupe! – Disse ao segurar sua cabeça com as duas mãos – Deixa comigo!

Pressionei minhas mãos em seu peito, me concentrei e tentei enviar a luz para dentro dele, mas a escuridão que o possuía não a deixava entrar, e para piorar a cada tentativa ele pedia ainda mais escuridão.

- Pare! Isso só está piorando - Suplicou ele – Talvez seus poderes só funcionem com você mesmo e com humanos.

- O equilíbrio foi quebrado? – Perguntei aflita – Haverá uma guerra?

- Não se preocupe, foi acidental – Explicou ele – Só preciso voltar para o inferno e me recompor, mas não consigo, eu estou fraco.

- Não entendo! Se o inferno também está contra mim – Perguntei curiosa, aquela pergunta surgiu repentinamente em minha cabeça – Por que eles não ficam contra você por me ajudar?

- Prometo que quando me recompuser te contarei – Disse ele – Mas agora me mande de volta, por favor!

Sem demorar fiz o que ele me pediu, e quando ele se foi passei algumas horas sentada naquele banco da praça. Pensei em muitas coisas e novamente duvidas surgiram em minha cabeça. Gabriel disse que Luc e eu, juntos seriamos invencíveis, mas Luc não parecia ter o mesmo poder que eu. O que havia de diferente em mim?

Meus pensamentos pularam de Luc para Tristan rapidamente, e me lembrei de suas ultimas palavras e me surpreendi com o pensamento que me veio em seguida.

“ Uma coisa que ninguém sabe é que também posso ver o que há na alma dos outros seres, sejam eles da luz ou escuridão, por isso acredito em você, mesmo que a escuridão more no seu coração, ela não a possui, você a controla e isso te faz diferente dos seres das trevas”

O meu dom não é o dom da cura! Lentamente as coisas começaram a se organizar em minha cabeça. Eu obtive o dom da cura quando ajudei Tristan, quando aquele ser da luz tentou m matar queimada, eu revidei usando o mesmo artifício, e em seguida tive um pressagio, ele me disse que podia ver o futuro. Tudo ficou claro, eu não tinha o dom eu os roubava!

Aquela descoberta me fez pensar ainda mais, fiquei andando pela pequena cidade até o anoitecer. Quando a lua reinou no céu eu estava no cemitério, sentada na mesma lápide onde caí, nas duas vezes que desabei do paraíso. Levantei-me e olhei para o nome que estava escrito no cimento, Savannah Compton, mas a data de nascimento e morte estava apagada.

Eu sabia que já havia ouvido aquele nome, mas não me lembrava de onde, então andei entre as outras lápides e fui me distanciando daquela, entrei num mausoléu, passei um tempo lá tentando me lembrar de onde havia ouvido aquele nome. Repentinamente me lembrei, Luc e Gabriel falaram dela no ultimo encontro, falaram de Savannah, mas ninguém havia entendido o porquê. Meus pensamentos foram atropelados por um barulho que vinha de fora, sem demora sai para ver o que era, voltei para a sepultura com o nome de Savannah e logo a avistei.

- Bethany? – Perguntei confusa – O que faz aqui?

- Eles estavam certos! – Ela disse – Tinha que estar aqui!

- Sobre o que está falando? – Perguntei ainda mais intrigada com o olhar dela, era um olhar vingativo e de vitória que eu nunca havia visto em seu semblante – O que você quer?

- Já tenho o que quero Ivy! – Ela me disse sorrindo – Eu tenho isso!

Ela se abaixou no tumulo que ela havia quebrado momentos anos e retirou de dentro dele um objeto. Ela se levantou e o exibiu para mim, era o arco-flecha, o verdadeiro, por isso aquele lugar era tão importante para Luc.

Mesmo que ela não o levasse, mas revelasse sua localização, tudo ficaria mais fácil para eles e mais difícil para mim. Eu tinha que fazer algo, se Bethany levasse o arco-flecha eu estaria morta no dia seguinte. Desesperada eu só conseguia pensar em algo, algo que jamais imaginei ser capaz, eu tinha que fazer, tinha que matar Bethany para garantir seu silencio.


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Notas finais do capítulo

Gostaram???
Espero que sim!