You Make Me Freak! escrita por taiminari


Capítulo 8
Capítulo 8 - Antídoto




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          Na manhã de sábado acordei passando muito mal, com um desconforto imenso no peito, mas dessa vez não era apenas meu sofrimento por amor que me afetava, a dor também era física. Me sentia fraco,  e a cada pequeno movimento que eu fazia tudo doía mais, minha cabeça era o ponto mais doloroso, mal conseguia manter os olhos abertos pois incomodava muito. Era só o que me faltava, agora eu estava doente não só na alma, mas também no corpo. Fui só piorando dali em diante, comecei a sentir fortes pontadas nas têmporas e não pude evitar suspirar de dor. Queria me levantar pra pedir ajuda, ligar para um médico, mas não tinha forças nem sequer para mover um dedo. Mas eu não me desesperei, afinal não sairia do quarto mesmo se estivesse são.  Eu tinha fome e vontade de ir ao banheiro, mas a dor me impedia até de tentar sair daquela cama, chegou um momento em que a dor aumentou extremamente, se eu me mexia doía muito e se eu ficava parado doía mais ainda, então comecei a me debater na cama, procurando uma posição que me confortasse, a cada virada soltava um alto suspiro, era tanta dor que eu já não agüentava mais. Ainda era de manhã e eu já sentira uma dor como nunca havia sentido antes, imagine se piorasse ao longo do dia, e do fim de semana, aí o que eu iria fazer? Estava no ápice da minha dor, quando escutei batidas na porta, mas meu corpo tremia e relutava sobre a cama, não dava para ir atende-la. Então escutei-a se abrindo:

- Você está bem? –disse-me.

         Eu estava tão mal que nem consegui decifrar o que me diziam, nem distinguir quem me dirigia a palavra, fora que podia apenas estar delirando. Só sei que não consegui responder e ouvi passos aproximando-se de minha cama, logo uma mão pousou sobre minha testa, como se procurasse verificar a temperatura.

- Minha nossa, está queimando! Está assim desde quando? Hein, me responda? – chacoalhou-me.

          De repente tudo apagou, só me lembro de ter vagamente olhado para cima e visto o rosto de  Junho embaçado antes de tudo ficar escuro. Quando acordei estava quase sem energia, olhei para o lado e  Junho ainda estava lá, agora sentado numa poltrona observando-me.

- Até que enfim acordou! – aliviou-se. – Sente-se melhor?

- Minha cabeça parece que vai sair. – disse suspirando de dor.

- Fique calmo, não passa de uma gripe.

- Como sabe?

- Liguei para a farmácia né. E por falar nisso, receitaram um remédio, está lá no cozinha, espere aí que vou buscá-lo.

    Pouco tempo depois, ele estava de volta ao quarto com o remédio. Deixou o frasco em cima da escrivaninha e veio em minha direção segurando em uma mão a colher com a dose do remédio e na outra um copo d’água. Ele trouxe a colher até a minha boca, porém eu desviei.

- Não seja assim, tome logo. – insistia.

- Não, remédios para gripe sempre tem sabor muito ruim, provavelmente vou sofrer mais com o gosto disso do que de dor.

- Não diga besteiras, vai sofrer de verdade se não tomar, a dor vai tornar-se impossível, além do mais você está tão debilitado que nem vai ser capaz de sentir o gosto.

       Acabei aceitando tomar aquilo, mas só porque o olhar dele implorava que eu tomasse. Mas se eu soubesse que logo em seguida ele sairia do quarto, teria enrolado um pouco mais para tomá-lo.

- Agora vou te deixar em paz, você tem que descansar, mas se sentir algo estranho me chame. – disse ele.    

- Ei, e de quanto em quanto tempo tomo esse remédio?

- Não se preocupe com isso, quando for a hora eu mesmo venho te dar. –saiu do quarto. 

        Me virei de lado na cama, tentando dormir. Escutava de tempo em tempo a porta se abrindo levemente, era bom saber que Junho estava se preocupando comigo.  Finalmente consegui dormir.

      Quando caía o começo da noite, ouvi a porta se abrir novamente, Junho entrou com uma bandeja sobre as mãos onde haviam um prato de sopa e um copo de suco de laranja. Sentou-se ao meu lado e dar-me colheradas de comida.

- Dormiu bem? Quando vim te averiguar você parecia estar no décimo sono. – sorriu.

- Dormi sim. –sorri de volta. –Até acordei muito melhor.

- Que bom.

- Ei Junho, obrigado por cuidar de mim. –olhei –o fixamente. – Agradeço mesmo, com você cuidando de mim parece até que me curo mais rápido.

- Como disse que está muito melhor agora, pode comer sozinho não é? – entregou-me a colher. – E por favor, já pedi que não agisse mais assim comigo.

- Assim como?

- Se estou cuidando de você é porque só tem eu aqui, e porque eu não seria capaz de deixar ninguém passando dor, então não aja como se eu te tratasse assim por algo mais. –pausou encarando-me por um instante.

- Junho...-meu olhar entristeceu-se.

- Já que não está tão mal como antes, não fará mal se eu te deixar sozinho só um pouco,  não é? Preciso sair pra arejar a mente, não vou demorar. Se começar a piorar me ligue imediatamente e eu voltarei logo. –saiu.

       Lee Junho mais uma vez exercendo seu poder de me deixar mal. Eu sei que no fundo ele está morrendo de preocupação, mas precisou me dizer palavras duras para mostrar o contrário na tentativa de me afastar pois ele sabe que se nos aproximarmos acabaremos nos envolvendo demais. Eu queria estar totalmente recuperado, pra poder ter forças pra sair correndo atrás dele e segui-lo aonde for até que escutasse tudo o que tenho pra dizer, mas essa gripe me impediu fazer isso. Pensei em ligar pra ele, mas ele ficaria furioso ao saber que menti que tinha piorado só para fazê-lo voltar. Decidi esperar que voltasse então, acabei cochilando. Despertei ao escutar a porta da entrada sendo fortemente aberta, achei estranho, daqui a pouco a porta de meu quarto foi aberta violentamente, Junho então entrou completamente embriagado e encharcado. Estava chovendo forte, com certeza ele havia tomado chuva.

- Você...

       Antes que ele pudesse terminar o que estava dizendo, num estrondoso trovão a luz acabou. Ele pulou em cima de mim morrendo medo, com aquele jeito de criança que tinha ás vezes, se agarrou tão forte em mim, parecendo buscar abrigo. Num estalar de dedos a luz voltou, e estávamos nós lá abraçados. Ele levantou os olhos, direcionando-os a minha face lentamente.

- Estou com frio. – disse embaralhado como qualquer bêbado.

- Você está péssimo. Vá tomar um banho, se não acabará mais doente que eu!

        Ele até tentou seguir minhas ordens, mas conforme tentava se equilibrar acabava quase capotando, então decidi eu mesmo levá-lo até o banheiro, sem segundas intenções, juro. No banheiro tentei deixá-lo por conta própria, mas ele não se agüentava, continuava dizendo coisas sem nexo e mal parava em pé sem meu apoio. Tive que ajudá-lo a despir-se, depois coloquei-o embaixo do chuveiro esperando que ele conseguisse pelo menos tomar banho sozinho, mas ele acabou quase escorregando, então resolvi ajudá-lo de uma vez a banhar-se. Peguei a esponja com espuma e pus-me a esfregar seu másculo peitoral, tentei ser respeitoso e não olhar o que não devia, mas era meio difícil. Junho começou a me jogar água e rir de mim, exatamente como um bebê, era fofo mas irritante, de repente puxou-me para baixo do chuveiro com ele.

- Lembra-se do que passamos aqui embaixo? – abraçou-me forte.

       A água caía sobre nós,  confortando nossas peles e nós nos encaixávamos perfeitamente naquele abraço. Lee Junho era o verdadeiro antídoto pra qualquer tipo de dor que eu tivesse.


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