- Então é isso? – perguntou Damon usando seu sorriso sarcástico enquanto sentava-se no sofá. – Vocês vão acreditar nele? Sem mais nem menos? Só porque você livrou ele da morte Elena?

     - Damon, por favor, pare com isso. Ele nos deu a palavra dele. Além disso Elena tem o direito de fazer suas próprias escolhas.

     - E o fato de ele ter levado a tal poção e a adaga embora? Quem nos garante o que ele falou não é mentira ou que ele vá fazer alguma coisa com essas coisas agora? Enfeitiçá-las, não sei. Ele é um original. Está aqui a bastante tempo não devemos confiar nele só porque ele nos deu sua ‘palavra’.

Elena estava La, no meio de Damon e Stefan enquanto Damon protestava sobre a decisão dela de aceitar a ajuda de Elijah. Stefan – ela ficou grata – aceitara. Ou pelo menos fingia aceitar. O que já era um começo. Mas Damon parecia uma criança. Não queria ceder.

     - Damon, por favor, não faça isso. Eu sei o que estou fazendo. Além disso não tenho outra escolha. E a vida é minha não sua.

Seguiu-se então um breve segundo de silêncio. E, quando Damon abrira a boca houve uma batida na porta.

Estavam todos perto da mesma, mas foi Elena quem de fato abriu a porta, com Damon e Stefan, cada um em um de seus lados.

Ela duvidava que fosse Elijah, ele não parecia ser do tipo que voltava logo depois de ir.

E não era.

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Ela estava tentada. Tentada a sair dali correndo. Mas não podia, tinha que saber.

E então a porta fora aberta. E ela se deparou com a garota. Ela era a encarnação de Katherine – no quesito aparência – porém tinha o cabelo preso em um rabo de cavalo e estava envolta em um robe ainda de pijamas. Ela não poderia imaginar Katherine daquele jeito nunca. Além disso, os dois homens que estavam a seu lado exalavam uma espécie de sentimento de proteção em relação a garota. Ela havia cometido um pequeno engano.

     - Você.... você não é Katherine, é?

A garota parecia tão assustada quanto ela. Parecia que estava vendo um fantasma, e os homens também pareciam extremamente assustados e confusos.

     - Não. Meu nome é, é, Elena – disse a garota, parecendo ainda mais perdida.

   Então ela respirou fundo e tentou se recompor

     - Bem, meu nome é Louise, prazer.

Ela mentiu. Não podia revelar seu nome, era perigoso demais, principalmente se Klaus, Katherine e Elijah (!!!!!!) pareciam estar envolvidos com a garota, Elena.

     - Você vai me desculpar mas é que... Vocês duas são tão parecidas. Por um segundo eu pensei. Pensei que você fosse...

     - Katherine? Bom, devo dizer que você também é muito parecida com ela.

Esse comentário não a deixou muito feliz, e ela sentiu nojo por dentro, mas tentou fazer com que Elena não percebesse.

     - Você trabalha para o Klaus? – perguntou finalmente o homem mais baixo, o que antes beijava Elena.

     - Eu? Há. É pra ser piada né? Eu tenho cara de quem trabalha para o Klaus ....?

     - Stefan. E este é o meu irmão Damon.

O homem alto, e, ela notou, mais bonito, mesmo que o outro fosse mais charmoso, fez-lhe uma reverência e beijou-lhe a mão.

     - Prazer, Damon. Desculpe-me a indelicadeza, mas, o que quer aqui?

     - Bom, eu, bem, vi Klaus e Katherine ontem a noite. Foi por acaso, eu estava aqui por, hum, outro motivo. – ela não iria gastar saliva falando sobre Jane – então eu procurei o local de onde eles provavelmente saíram ontem a noite e cheguei até aqui. Então  - ela fez questão de pular a parte que dizia respeito a ela ter visto Elijah, pois isso pouparia perguntas – eu vi você pela janela. E, bom, você é ela. Literalmente. Mas sendo tão direta quanto me pediu Damon, eu gostaria de fazer uma pergunta. Você.... Isso tem haver com o sacrifício não?

  Ela pôde perceber um tremor correr, silencioso pelo corpo de Damon. Ele a fitava, curioso

     - Você sabe sobre ele? Sabe realmente?

Neste momento Stefan deu uma cotovelada em Damon. Ao que parecia não confiava muito em estranhos.

Ela então esboçou um pequeno sorriso.

     - Sim, eu sei. Parte vampiro, parte lobisomem. Afinal, porque ele iria querer quebrar uma maldição de sol se ele, hum, nem é afetado por ela?

Eles ficaram impressionados. Ao que parece achavam ser os únicos que sabiam daquilo. Bem, não eram.

     - E a selenita – ela continuou – vocês já a entregaram a ele?

     - Então ele precisa da selenita? – indagou Elena – achei que fosse só para a maldição falsa.

     - Então ela ainda está com vocês? Bom, eu sugiro que a guardem bem, pois, sem ela, Klaus não consegue quebrar nada. Maldição nenhuma.

Eles estavam todos em uma situação delicada. Sem saber ao certo o que dizer um ao outro, quando Damon, de repente, atacou-a, levando-a  para o meio da floresta.

De primeira ela não entendeu, mas, no segundo que ele a tocou ela percebeu. Passos na floresta. Alguém se aproximava. Ela então deixou que ele a levasse para longe. Pararam do outro lado da floresta. Que ficava praticamente do outro lado da cidade. Eles caíram em cima de folhas secas.

Damon logo se levantou e ajudou-a a fazer o mesmo.

     - Ele estava vindo

     - Eu sei, percebi alguns segundos depois de você. Obrigada de qualquer forma. Acho que eu teria ficado la parada sem ação.

     - Acha que ele...

     - Provavelmente. Se ele já tem sua vítima, precisa somente da selenita. Um vampiro e um lobisomem. Porém, convenhamos, isso não será nada difícil.

     - Claro, tinha que ter mais coisa. Òbvio que ele não disse tudo. Aliás, você conhece Elijah?

Um arrepio percorreu seu corpo. Ela tentou parecer bem.

     - Já o vi algumas poucas vezes.

     - Acha que posso confiar nele?

     - Porque você NÂO deveria confiar?

Ele ia responder, mas, nesse momento, seu telefone começou a vibrar e Damon atendeu. Ele então virou-se de costas para ela e atendeu

     - Sim – ele disse – ele viu algo? Sim, sim. Ok.

     - Louise não é? – começou, ainda de costas -  Bem, ele foi lá. Para aquilo. Queria a selenita.  Não a conseguiu claro. Mas fez as ameaças de sempre. E , hum, não nos viu.

Porém, quando virou-se novamente. Ela havia sumido.

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Depois de um dia como aquele, o que ela mais queria era dormir. Elena queria dormir por horas, dias, semanas, meses.  Estava já deitada em sua cama, Stefan acariciava seus cabelos molhados.

Depois de alguns minutos ali, naquela tranquilidade ela dormiu.

E sonhou com ela, Louise.

Sonhou com aquela mulher, tão bonita, e com traços tão parecidos com os de Katherine. Ela estava cheia de folhas em seus cabelos que estavam totalmente bagunçados.  As duas estavam em um pátio largo, sem nenhuma árvore por perto. Elas se encaravam. Louise parecia sufocada, parecia não poder respirar. Então ela caiu no chão. Elena abaixou-se tentando ajudá-la. Mas nada adiantava. Ficaram ali, daquele jeito agonizante pelo que pareceram horas. Então Louise chegou perto de Elena e, sussurrou em seu ouvido : “ Me ajude. Me ajude. Confie nele. Não confie nela. Me ajude.”

E então Elena acordou, com as próprias mãos em seus ouvidos. Stefan ainda estava lá, porém havia adormecido.