Scorpions escrita por Lovefantasy


Capítulo 3
Antigo


Notas iniciais do capítulo

A New Chapter!

Espero que gostem!!



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O rosto do Grande Mestre pareceu perder a cor. Assim que as palavras escaparam-lhe pelos lábios, Dohko avançou e colocou-se ao lado de seu irmão de Guerra, e assim como ele, empalideceu.

- Mestre...? Conhece este homem? – Indagou Camus, surpreso com a reação dos outros dois.

Mestre Shion piscou, apertando os olhos antes de reabri-los. Aproximou-se de Milo, que permanecia em silêncio, atordoado, e se abaixou diante dele, com os olhos fixos no rosto do homem desacordado.

- Sim... Sim! É ele mesmo, Dohko! É o Kárdia! Ele está vivo, como nós! – Um sorriso alegre se formou no rosto do Grande Mestre, que por um momento esqueceu-se de tudo o que acabara de acontecer, quando sua mão tocou o rosto desacordado, provando-lhe que era real.

Dohko rapidamente se aproximou curioso e desacreditado. Porém, assim como Shion, logo sorriu quando reconheceu o companheiro.

- Não posso acreditar! É mesmo ele, Shion!

Milo olhou para Camus, que o olhava com a mesma expressão confusa e perdida.

- Mestre, nós não estamos entendendo nada! Pode nos explicar quem é esse home? – O aquariano já não agüentava a curiosidade lhe corroendo por dentro.

O Grande Mestre colocou-se novamente de pé, ainda sorrindo.

- Camus, quando Dégel foi até Bluegard, Kárdia o acompanhou. – O Mestre deu início à merecida e necessária explicação. – Este homem que está nos braços de Milo também é um Cavaleiro, um sobrevivente da última Guerra, como Dohko e eu. Mas acreditamos que tivesse morrido, junto a Dégel!

Camus observou o homem desacordado, e depois voltou seus olhos a Shion.

- Um... Cavaleiro de Ouro?

- Sim, e agora compreendo o que Milo quis dizer quando falou que ele o chamava... Já que são duplamente únicos.

Milo desviou seus olhos do rosto do Cavaleiro adormecido e ergueu a visão para observar o Grande Mestre, que sorria compreensivo.

- Tirá-lo de lá foi seu melhor ato, Milo. Ainda que tenha resultado na libertação de Poseidon... O clima está voltando ao normal e...

- Shion! – Dohko o interrompeu de repente.

A voz do Santo de Libra soou carregada de preocupação, fazendo os outros três ali presentes o olhar.

O Cavaleiro de Libra tinha uma das mãos sobre a testa do Cavaleiro desacordado. Seus olhos se fixaram no rosto do Grande Mestre, cheios de medo.

- Ele... Está muito frio. Frio de mais, Shion!

Para Camus e Milo as palavras de Dohko não eram tão alarmantes, uma vez que o tal Kárdia acabara de sair de um esquife de gelo. Porém, Shion entendia a preocupação do libriano.

- Isso é ruim. Milo me acompanhe. Traga-o com você.  – Exigiu o Mestre, indo em direção ao interior de seu templo.

O Cavaleiro de Escorpião obedeceu prontamente, deixando Camus e Dohko no salão.

Mestre Shion guiou Milo até um dos aposentos daquele enorme lugar. Uma espécie de quarto de hóspedes.

- Mestre, qual o problema? – Indagou o escorpiano, preocupado e confuso.

- Este homem possui uma temperatura corporal muito elevada. Ele precisa recuperá-la, o mais rápido possível.

Milo deixou de encarar seu Mestre e passou seu olhar para o rosto pálido do Cavaleiro, agora deitado e aquecido sobre uma cama grande.

Enquanto seus olhos se fixavam naquele rosto, sentiu uma sensação semelhante a que teve em Atlântida: sua alma se incendiava novamente.

- De novo... – Sussurrou, incomodado.

- Algum problema, Milo?

Ele voltou seu olhar para o Mestre, mas sua boca não conseguiu pronunciar palavras que explicassem aquilo de forma clara. Nem mesmo ele entendia.

- Não... Não é nada.

- Bem, preciso voltar e conversar com Camus sobre a missão de vocês. Temos muito que resolver. Pode continuar aqui, se quiser. Mas terei uma conversa particular com você depois.

Shion deixou o quarto antes que Milo pudesse dizer algo. O escorpiano estremeceu com o tom gélido e assustador do Grande Mestre.

- Cruzes...! Ele consegue me dar medo! Já vi que estou mesmo ferrado! – Resmungou sozinho, quando a porta se fechou. Encarou o desacordado à sua frente e continuou. – E tudo por culpa sua!

Observá-lo daquela forma fazia a sensação que sentia tornar-se mais forte. Sentia que precisava ficar ali, e desejava isso.

- O que é que você está fazendo comigo, esquentadinho...?

Quando o Mestre retornou ao salão, pôde ouvir parte da conversa entre Camus e Dohko.

-... Acho que é por isso que o Milo pode “sentir” ele. – Concluiu Dohko.

- Então este homem é o antecessor de Milo?! – Através de sua expressão, Camus demonstrava estar desacreditado.

Shion se aproximou lentamente dos dois e colocou-se na conversa.

- Exatamente. Kárdia é o antigo Cavaleiro de Escorpião. – Camus voltou-se para o Mestre de imediato. Este riu. – Camus, se você já sofre com um único escorpiano, com será de agora em diante, com dois dele?!

O aquariano nada respondeu, mas não conseguiu evitar ficar nervoso com o comentário, que o preocupou muito. Dohko riu.

Shion tomou a palavra novamente, assumindo seriedade.

- Eu não sei como Kárdia sobreviveu, mas seu cosmo era o responsável por todas aquelas mudanças climáticas, creio que como uma forma de pedir socorro. Se Milo não o tivesse tirado de lá, teria morrido e as anomalias piorado.

- E quanto a Poseidon? – Indagou Camus.

O Grande Mestre se manteve pensativo por uns instantes.

- Poseidon se libertaria de qualquer forma, já que o cosmo de Kárdia derreteria o gelo que o selava. E isso iria fazer com que as loucuras do clima continuassem.

- Hmm... Estávamos, então, em um beco sem saída, mas escapamos da melhor forma possível. Certo? – Dohko acompanhou a linha de raciocínio do Mestre.

Shion afirmou-lhe que sim com um gesto.

- Entendo... E como o... Kárdia está? – Indagou Camus, ainda pouco familiarizado com o nome.

- Está se recuperando. Logo estará bem.

Dohko deu um assovio agudo e soltou um suspiro pesado.

- Tenho até medo de imaginar o que vai acontecer quando Kárdia e Milo se unirem...

O Grande Mestre balançou a cabeça, com os olhos fechados, concordando novamente com Dohko. Em seu interior, Camus tremeu. Se apenas Milo já era difícil...!

- Bem... Se me dão licença, voltarei pra minha casa. Caso precise de algo, me chame, Shion. – Dohko quebrou os pensamentos torturantes de Camus.

- Claro, Dohko. Obrigado.

- Onde está Milo, Mestre? – Questionou o francês.

- Estou indo até ele. Me acompanha?

O Grande Mestre se dirigiu ao quarto onde os escorpianos estavam, acompanhado pelo Cavaleiro de Aquário. Durante o trajeto, revelou ao francês um pouco do conhecimento que tinha do antecessor de Milo, revelando que ambos, em certos aspectos, não eram parecidos apenas fisicamente.

Camus ficou ainda mais temeroso quando Shion comentou a “amizade” entre Kárdia e Dégel. Ele não queria ser como um substituto do antigo aquariano para Kárdia, assim como não queria mais um escorpiano além de Milo.

Quando chegaram ao quarto onde os cavaleiros estavam, encontraram Milo sentado aos pés da cama onde Kárdia dormia. Vencido pelo cansaço, o atual Santo de Escorpião dormira sentado, velando o sono do outro. Mas havia algo na cena que irritava o francês. Uma das mãos do escorpiano mais jovem afagava a perna do desacordado.

- Não esperava por isso... – Comentou Shion, alheio à irritação do aquariano, sem notar o que o irritava.

- Eu também não. – Camus alterou o tom de voz, propositalmente.

Milo acordou, percebendo uma leve alteração no cosmo de Camus. Sorriu sem graça perante o Grande Mestre.

- Acho que... Acabei cochilando. – Comentou.

- Isso nós percebemos...

- Ihhh... O que aconteceu, francês?! Parece nervoso... – Comentou Milo, levantando-se.

Camus o ignorou.

- Como ele está, Milo?

O escorpiano desviou sua atenção do Cavaleiro de Aquário, passando-a ao Grande Mestre. Respondeu-lhe sorrindo, aliviado.

- Ele já está bem melhor. Quanto à temperatura... – Ele levou a mão à testa de Kárdia, verificando sua temperatura. O gesto incomodou o francês. – Bem, parece normal, pra mim.

- Ótimo, então... Me acompanhe. Temos que conversar.

Milo engoliu em seco, e tratou de obedecer ao Mestre, deixando o quarto onde Camus permaneceu em silêncio. Quando a porta se fechou, ele avançou alguns passos em direção à cama. Observou o homem que dormia ali.

- Como podem... Se parecer tanto? – Sussurrou.

Já longe do quarto, Shion explica para Milo o que Camus soubera há pouco.

- Kárdia é o antigo Cavaleiro de Escorpião?! É meu... Antecessor?! – Embora imaginasse que havia algo familiar no cosmo daquele homem, embora já soubesse que ele era um Cavaleiro de Ouro, Milo ficou surpreso com o que o Grande Mestre lhe disse.

- Sim. É por isso que você se identificou com o cosmo dele e conseguiu encontrá-lo, em Atlântida. – Explicou-lhe o Mestre.

- É por isso que... Eu sinto essa sensação estranha? – Perguntou, revelando algo que Shion não sabia.

O Grande Mestre o olhou confuso. Na expressão de Milo, encontrou dúvida e, pela primeira vez, ele parecia tão inocente quanto uma criança.

- Do que está falando, Milo?

Havia algo naquele assunto que o tornava desconcertante. O Santo de Escorpiano sentiu seu rosto esquentar, como se estivesse prestes a revelar um grande segredo.

- Eu... Senti como se... Como se minha alma ardesse em chamas. Era como se ele me chamasse através desse... Calor.

Shion se manteve pensativo por alguns segundos.

- Acho que... É o modo que ele encontrou para chamar você. Através de seus cosmos.

Enquanto Milo e Shion concluíam suas dúvidas, no quarto Camus sentiu a temperatura se elevar delicadamente. Quando voltou seus olhos ao rosto de Kárdia, deparou-se com belos olhos azuis se abrindo lentamente.

- Dégel...?

(Continua...)


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Notas finais do capítulo

Beem, agradeço desde já vossa paciência para ler minha humilde fanfic, e, se não for pedir de mais, não me incomodo com comentário e críticas construtivas.

Arigatou!