Scorpions escrita por Lovefantasy


Capítulo 14
Adeus


Notas iniciais do capítulo

O penúltimo capítulo!!!!!!!!



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Kárdia cessou sua corrida de repente. Camus parou a alguns passos de distância. Camus parou a alguns passos de distância.

O escorpiano se virou, com expressão tranqüila.

- É aqui o ponto de despedida, picolé...

O Santo de Aquário expirou profundamente, com os olhos fechados.

- Não haverá despedidas, Kárdia. – Falou firmemente.

Quando voltou a abrir os olhos, uma dor tremenda apossou-se de seu peito direito. Como se ficasse surdo por uma fração de segundos, não ouviu a voz de Kárdia, mas viu seus lábios dizerem “Cuidado!”. Assim que conseguiu, saltou para perto do escorpiano. Sua visão ficou um pouco turva e ele cambaleou. Apoiou-se em Kárdia, até conseguir se manter de pé.

- Eu não teria tanta certeza de que sairão daqui juntos, Aquário. – Debochou uma voz desconhecida.

Sentindo a quentura do sangue em suas costas, Camus afirmou a visão e, junto ao escorpiano, varreu o campo ao seu redor: cercados pelos nove Marinas que ainda viviam, junto a alguns outros de Poseidon e ele próprio.

- Você... Você está bem, Camus? – Sussurrou Kárdia, próximo ao ouvido do outro, sem tirar os olhos dos inimigos.

Camus se afirmou, deixando o apoio do escorpiano e ficando de pé pelas próprias forças. Senti dores, mas nada que o impedisse de lutar e vencer.

- Não se preocupe comigo. Estou bem. – Respondeu.

Os dois não se olharam. Tinham toda a atenção voltada para o deus dos mares e seus leais cavaleiros. Eram cerca de vinte homens.

Poseidon sorriu sinicamente.

- Acharam que seria fácil?! Tolos!

Kárdia riu sarcasticamente.

- Pois é, né! Cheguei a pensar que seu cérebro feminino o impediria de agir para não estragar as unhas!

Camus arregalou os olhos e encarou o escorpiano. Como pode ser tão inconseqüente?!

Kárdia não lhe deu atenção. Continuava com seus olhos fixos em Poseidon, só ele, e mais ninguém lhe interessava.

Uma forte expressão colérica se apossou do rosto de Poseidon.

- Seu moleque petulante! – Com voz ríspida e olhos furiosos, Poseidon deu um sinal e todos, imediatamente, agiram. – Ataquem!

Apenas os cavaleiros de nível abaixo aos Marinas atacaram. Os portadores das armaduras douradas, leais do deus dos mares, permaneceram em suas posições, assistindo às lutas entre os atenienses e os outros.

Eram fortes, mas oponentes fáceis para a elite de Athena, com um poder comparável aos cavaleiros de bronze. Porém, eram muitos. A cada vez que um caía, outros surgiram.

Diante do selo de Poseidon, Milo recuou e deu passagem para o Grande Mestre.

- Por favor, Mestre. Tire-os de lá. – O escorpiano ardia em angústia.

Shion parou diante do selo e o analisou. Sua expressão trazia mais preocupações ao coração do grego escorpiano.

- Mu, venha aqui. – Sem qualquer motivo óbvio, o Mestre chamou ao ariano que, mesmo assustado, apresentou-se prontamente.

- Alguma outra idéia, Mestre?

O Grande Mestre lhe olhou fixamente, com uma nova sombra de esperança.

- Telecinésia, Mu. Vamos usá-la ao nosso favor e tentar nos teleportar para lá. Assim temos uma chance a mais.

Mu sorriu esperançoso. Os olhos de Milo brilharam com mais força.

- Isso, isso! O senhor nos buscou naquela vez, pode fazer de novo! – O escorpiano não conteve a animação.

- Vamos tentar, Milo. – Shion não queria criar falsas esperanças. Como o selo agora era de Poseidon, não havia certeza quanto ao sucesso de seu teletransporte.

Ao lado do Mestre Shion, Mu se preparou para se teleportar. Ao mesmo tempo, ambos desapareceram envoltos de luz.

Milo, aflito, rezava pela primeira vez, pedindo aos deuses que cuidassem de Camus e de Kárdia, para que voltassem a salvo.

Quando Shion abriu seus olhos, percebeu que o portal que havia aberto o levara, junto a Mu, a um campo de batalhas, onde Camus e Kárdia lutavam.

- Camus! Kárdia! Venham rá-... – Mu apressou-se rumo ao aquariano, mas ao tentar tocar-lhe o ombro, sua mão atravessou-lhe o corpo, como se fosse um fantasma. Voltou-se desesperado ao Mestre. – O que está acontecendo?!

Shion desviou os olhos do ariano, repousando-os sobre Poseidon.

- Ele não nos deixaria sair assim tão facilmente.

O deus dos Mares fixou seus olhos nos dois, e sorriu sarcasticamente. Mu percebeu.

- Ele nos vê, Mestre...

- Precisamos voltar para junto dos outros.

Um assentiu.

Antes de reabrir se portal, o Grande Mestre deu última olhada para trás. Viu Kárdia derrotar outro e lhe dar atenção.

- Diga ao Milo... Que não vou deixá-lo morrer...

Ainda surpreso, partiu.

Quando o Grande Mestre ressurgiu diante de seus olhos sem o aquariano, Milo desanimou completamente.

Pesaroso por portar a péssima notícia, Shion deu início às explicações.

- Não conseguimos. É como se Poseidon tivesse criado um campo de isolamento. Se quer nos viam. Apenas Kárdia me viu. Disse que não vai deixá-lo morrer, Milo. – O escorpiano logo compreendeu, mas ele não conseguiu ficar completamente feliz. – Porém, Poseidon nos viu também. Com toda certeza ele não vai nos deixar livres aqui.

- Mandará os Marinas? – Indagou Saga.

Shion não teve tempo de responder. Seis Marinas chegaram ao local onde os cavaleiros estavam.

- Não, ele já mandou. – Foi Milo quem os viu primeiro.

Não houve tempo para conversa ou planejamento. Os Cavaleiros de Athena imediatamente iniciaram as batalhas contra o exército de Poseidon, ou ao menos parte dele.

Kárdia e Camus lutaram lado a lado, incansavelmente. Quando notou que os números do inimigo caíram muito, o escorpiano voltou-se para o Santo de Aquário.

- Pode continuar sozinho por um minuto?

Quando Camus encontrou os olhos do escorpiano, enxergou neles nada além de ódio. Foi fácil descobrir suas intenções.

- Não! Nem pense em enfrentar Poseidon sozinho!

Kárdia sorriu e saiu correndo rumo ao deus. Aqueles que se colocavam a sua frente caíam sem vida. O escorpiano já não agüentava permanecer lutando tão perto de Poseidon, sem vingar a morte de seu aquariano.

Quando viu-se próximo ao deus dos Mares, lançou-lhe o primeiro golpe; tão rápido e surpreendente que acertou-o em cheio.

- Vai pagar pelo o que ao Dégel!

Antes que pudesse executar o segundo golpe, os três Marinas que permaneceram ali o cercaram.

Sem hesitar, Kárdia iniciou uma batalha quase impossível contra os três.

Camus se desesperou ao vê-lo lutando sozinho. Terminou tão rápido quando pôde suas últimas lutas, e correu para ajudar o amigo. Mas antes que chegasse a ele, Seraphina colocou-se à sua frente.

- Tenho contas a acertar com você, Aquário!

Rapidamente, o aquariano recua. Sabia da força de um deus. Cauteloso, prepara-se para a luta. Mesmo sem demonstrar, estava receoso – as lutas anteriores assomadas ao ferimento em suas costas aumentavam seu nível de exaustão e o enfraqueciam.

Sem mais delongas, Poseidon atacou.

Quando sentiu a elevação no poderoso cosmo do deus dos Mares, Kárdia voltou-se para averiguar o que acontecia. Seu coração febril pareceu falhar uma batida.

- Camus, não! – Gritou, esquecendo-se, por um instante, dos Marinas.

O aquariano não lhe deu atenção – concentrava-se apenas em Poseidon.

Os três Marinas se aproveitaram da distração do portador da armadura de Escorpião. Juntos, unidos, deferiram um cruel e poderoso golpe contra as costas de Kárdia.

- Preocupe-se com você mesmo, Escorpião!

A visão ficou turva e seus joelhos fraquejaram e levaram-no ao chão. Enxergou apenas o momento em que Camus fora lançado cruelmente contra um pilar. “Não posso deixar... Que ele tire de mim... Outro... Aquariano...”.

Tentou reunir suas últimas forças e se reergueu. Porém, antes que pudesse dar um único passo à Poseidon, fora novamente surpreendido pelos Marinas.

- Mas que porcaria! Me deixem em paz, seus... PUXA-SACOS! – Reclamou, irritado, reiniciando a batalha. – Agüenta... Camus!

Camus mal ouvia as palavras de Kárdia. Estava exausto, atordoado e muito ferido. Já não sabia o que fazer.

- O que houve, Aquário?! É tudo o que tem para me dar?! – Debochou o deus dos Mares.

O Santo de Aquário afirmou-se sobre as pernas. De modo rápido, imobilizou Poseidon com um ataque fraco e simples, o Pó de Diamante.

- Acha que irá me vencer com essa técnica básica e inferior?! – Ainda que completamente preso, o deus dos Mares contava vitória e superioridade.

No belo rosto, agora sujo e manchado de sangue, surge um sorriso.

- Kárdia... – Chamou baixo. O escorpiano deu fim a um dos Marinas e deu-lhe atenção de imediato. – Acho que... Isso é um... Adeus.

O aquariano uniu as mãos ao alto da cabeça e começou a aumentar o nível de seu cosmo.

- Não... Não...! Não! – Kárdia abandonou os Marinas e correu para impedi-lo.

Mas Camus já havia iniciado o re-congelamento quase por inteiro.

Do lado de fora, com a vitória sobre os seis Marinas enviados para deter o exército de Athena, os Cavaleiros aguardavam a abertura do portal.

Kárdia sentia seu coração doer a cada vez que o cosmo, a vida de Camus diminuía drasticamente. Quando o alcançou, quase toda a cidade já jazia congelada, e Camus quase sem vida. Mesmo vendo que Poseidon não estava completamente morto e que restavam ainda dois Marinas, o escorpiano acertou um soco no estômago de Camus, desacordando-o facilmente.

- Idiota! – Xingou. Viu então Shion surgir diante de si. Deu um breve beijo nos lábios gelados do francês e apressou-se em entregá-lo ao irmão de Guerra. – Vai. Leve-o daqui e deixe o resto comigo.

Empurrou ambos de volta pelo portal, dando as costas a Shion sem dar-lhe tempo de falar algo ou de atravessar completamente o portal.

- Estou chegando, Dégel.

(Continua...)


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