Who Owns My Heart? escrita por Junny


Capítulo 1
um.


Notas iniciais do capítulo

OOOOI Gente!
Mais uma fanfic.
Essa, eu prometo, vai ser curtinha. E só estou postando porque a Lorena (FanficsLorenaR, linda ♥) insistiu e me deu o maior apoio. Vou confessar que essa fic é um dos meus xodózinhos, porque trata um tema de um livro que eu li na sétima série (vou manter suspense, hihi).



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Algum dia de 2007.

-Garoto! Está chovendo. Não vê que pode pegar um resfriado? Vamos, levante!- falei pro menino, encolhendo meu corpo no guarda chuva e vendo o mesmo ser ensopado em questão de segundos.

-Não posso. Tenho que tocar. Eu quero tocar.- a voz soou infantil e doce. Ele continuava atentando para sua tarefa de afinar o violão. Sua persistência chamou minha atenção.

-Qual o seu nome?- perguntei, me sentando ao seu lado, não me importando mais em me proteger da chuva. Ele usava um tênis surrado e sujo de lama. Usava um moletom amarelo e também uma calça na cor azul. Sua pele era alva, seus cabelos eram claros e seus olhos eram castanhos; e sonhadores. Ele tinha o olhar sonhador e cuidava de seu violão como se fosse uma parte de seu corpo.

-Me chamo Justin.- ele respondeu, ainda sem tirar a atenção de seu violão.

-Sabia que a madeira do violão apodrece muito fácil quando molhada?- falei. Não sabia se era verdade ou mentira. Eu só queria tirá-lo daquela chuva que, em questão de segundos, viraria algo torrencial.

-Apodrece?- vi um bico se formar nos lábios do pequeno garoto, logo após, ele tentava cobrir o violão com seu próprio corpo.

-Aham.

-M-mas...- ele tentou procurar por uma saída para aquela situação.

-Eu moro aqui perto. Se você quiser, pode ir lá, colocar roupas secas e esperar a chuva passar.- ofereci. Justin olhou desconfiado, com as sobrancelhas unidas e a boca semi aberta.- Justin, eu sou uma garota de treze anos. Que mal posso te fazer?- soltei um riso nasalado.

-M-mas e minha mãe?- ele perguntou, confuso e, ainda, desconfiado.

-Você liga de lá pra ela. Vem, vamos. A chuva tá engrossando.- me levantei e ofereci minha mão. Ele torceu os lábios e os mordeu em seguida, mas aceitou minha oferta. Ajudei-o recolher o estojo do violão e guardei algumas notas que ali estavam no bolso do meu casaco.- Te devolvo quando chegarmos em casa.- sorri.

Espere um minuto antes de você me dizer alguma coisa, como foi seu dia?

Porque eu tenho sentido falta de você ao meu lado, sim

Eu acordei você dos seus sonhos?

Sinto muito, mas eu não conseguia dormir

Você me acalma

Há algo sobre o som de sua voz

Eu nunca (nunca estou tão longe como possa parecer)




-Você mora aqui?- ele perguntou, boquiaberto e fotografando, mentalmente, cada detalhe do apartamento.

-É...- falei sem graça. Eu estava acostumada a ver casas do mesmo padrão que o meu- grandes, iluminadas, com móveis caros e com, pelo menos, duas empregadas- mas eu sabia que Justin não pertencia a esse mundo.

-Eu sempre quis saber quem eram os novos donos. Eu sempre admirei a construção. A professora de história disse que é uma das mais antigas de Stratford. Eu sempre imaginei que tinha móveis velhos, cheiro de mofo e um casal de velhinhos cuidando...- ele falou com entusiasmo em sua voz

-Vem. Vamos arranjar roupas secas pra você. - segurei em suas mãos e senti seus dedos calejados por causa do violão e subimos escada acima.

-Sente-se aí. Deve ter algo do David que sirva em você.- falei apontando para a cama e me dirigindo ao closet do meu meio irmão.

-Você tem um computador...Você já me ouviu cantando no youtube?- ele disse, filosofando consigo mesmo.

-Se eu já te ouvi cantando? Justin, eu sou uma das únicas daquela escola, se não a única, que sabe que você é o garoto mais falado desse lado da cidade. Eu te ouço cantar quase todos os dias.

-Jura? Aonde?- ele disse entusiasmado. Desviei minha atenção do closet e olhei pra ele. Ele batia os pés no chão, demonstrando nervoso.

-Ah, eu faço aula no Avon Theatre desde quando me mudei pra cá. Eu amo a sua voz em Refine Me.- elogiei e vi um sorriso se alargar no rosto do garoto.- Eu sou da sua escola também. Mas acho que você nunca me percebeu lá...- falei, brincando com o solado do meu tênis.

-Você é?- ele fe z uma cara interrogativa.

-Sou. Todo mundo daquela escola cochichou de mim. Eu fiquei desconfortável e quis cavar um buraco no chão.

-Ah. São assim com todo mundo. Ninguém sabe que sou eu o “garoto do youtube de stratford” para evitar possíveis piadas. Já sou zuado por causa da altura. É o bastante.- ele falou, brincando com a bainha da blusa e me olhando.- Desculpa, mas eu não sei seu nome.- ele soltou uma gargalhada gostosa.

Gargalhei em seguida, por causa da situação.

-Me chamo Madeline. Mas pode chamar de Mad.

Em breve estaremos juntos

Nós vamos recomeçar exatamente de onde estávamos

Algum dia de 2008

-Não acredito que você vai se mudar pra tão longe.- choraminguei.

-Eu prometo te mandar mensagens, te telefonar. Prometo não perder contato.- ele falou, segurando em minhas mãos. Eu quase não enxergava seus olhos, escondidos por uma franja clara.

-Não tô falando do contato, Bieber. Você vai pra América. País grande. Grandes oportunidades. Outras atitudes. Tenho medo de perder o que está aqui.- falei apontando para o canto esquerdo de seu peito, o lugar onde ficava seu coração.

-Você não vai perder, Madeline. Eu prometo. E quando eu for famoso, venho te buscar.

Meus lábios vacilaram e tremularam. As lágrimas que eu, há cinco dias, segurava, transbordaram e escorreram quentes e grossas pelas minhas bochechas, salgando meus lábios rachados. Abri meus braços e envolvi Bieber em meu abraço.

Tínhamos criado uma conexão incrível. Nenhum de nós sabia explicar o que realmente havia entre a gente. E nenhum se arriscava a perguntar.

-Eu te amo Bieber. Por favor. Não me esqueça.- falei, afundando meu rosto em seu peito, sentindo o cheiro de sua colônia e agarrando sua blusa.

Paris, Londres, Tóquio,

É apenas uma coisa que eu tenho que fazer

(Alô, Vou falar com você todas as noites no telefone)

(Alô, Vou falar com você todas as noites no telefone)

Não vou levar outro adeus

Amor, não será demorado

Você é quem eu estou esperando

(Alô, Vou falar com você todas as noites no telefone)

Garota, eu vou estar pensando em você em todo o mundo, no mundo inteiro, em todo o mundo

Garota, eu vou estar pensando em você em todo o mundo, no mundo inteiro, em todo o mundo

(Garota, eu estarei pensando em você)

"Voo 6587, com destino a cidade de Atlanta, pela USA Airlines, última chamada, embarque pelo portão G5"

Atrasa. Atrasa. Atrasa. Por favor. Por favor. Por favor.”

Era tudo o que eu pedia mentalmente. Mas não tinha mais como adiar o inevitável. Ele estava partindo. Partindo em busca de seu sonho. Eu poderia pedir pra ele ficar, e com certeza ele o faria. Mas eu o amava demais para impedir que seu maior sonho se realizasse. Apertei meu abraço e ele fez o mesmo.

-Mad, olha pra mim. - ele segurou em meus ombros e nivelou nossos olhares.- Eu vou te ligar. Prometo. Eu quero que você fique com isso.- ele disse revirando algo no colarinho do seu moletom azul e de lá, tirando a medalha simbólica do segundo lugar do “Stratford Idol” que ele sempre carregava pendurada no pescoço.

-Justin... Eu não... Eu não posso...- falei, empurrando sua mão em direção ao seu corpo.

-Eu quero que você fique com isso, Madeline. Quero que você se lembre de mim sempre que se lembrar que usa isso.

-Mas é seu. É de estimação. Você ama isso.

-Vamos fazer o seguinte: quando a gente se reencontrar, você me devolve, ok?- ele disse, colocando a corrente com a medalha na minha mão e fechando nossas mãos, formando uma concha. Segurei a concha e aproximei do meu peito, fungando. A partir daquele momento, a medalha de tamanho médio, ganhara outro significado, para mim.

Justin me envolveu em seu abraço e ergueu meu rosto. Seus olhos estavam lubrificados e sua pupila se destacava contra a cor de mel de suas orbes. Ele tentou lançar um meio sorriso, mas a separação estava melosa pra ele também.

Sem ensaios, cronometragem de tempo, nossos lábios se uniram, com a mesma harmônia que um imã atrai um pedaço de metal. Tratei de envolver o pescoço de Justin e senti suas mãos enlaçando minha cintura. Os casacos de frios eram volumosos e pesados e deixavam aquela cena um tanto quanto atrapalhada. Meu corpo se aproximou do de Justin. Nossas línguas se tocavam de forma harmoniosa. Eu não queria deixar o Justin partir. Meu lugar era com ele. Ao lado dele. O beijo se partiu, terminando com um abraço. Ah, se eu pudesse ter paralisado aquele momento e eternizado... Vi Justin cruzar o portão de embarque, dividindo sua expressão facial entre um sorriso por estar indo viver o seu sonho, ou como choro, por estar deixando parte dele em Stratford.


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Notas finais do capítulo

Enfim, espero que vocês gostem. Vejo vocês no próximo capítulo.
Beijos
Ju